New Feelings. escrita por Soquinho


Capítulo 11
11 - Mudada.




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Roberta andava cismada pelos corredores, olhando para todos os lados e rezando para não esbarrar no garoto dos cabelos bagunçados. Também procurava com os olhos impacientemente o namorado que ainda não havia chegado, deixando-a sem notícias e atônita. Mas ele vinha atrás dela, perseguindo-a, Tomás não iria deixar de correr atrás desse selinho na bochecha. Obsessivo e insistente, defeitos do garoto, mas isso é da natureza dele e não a como mudar. Como ainda era muito cedo e a maioria dos alunos estava no pátio aguardando o sinal tocar, o corredor estava tranqüilo para a circulação de alguém. Mesmo assim, a loira não perde o medo. Tomás inteligente aproveita o descuido da menina, parar para recuperar fôlego – já que andava ligeiramente e suava – a pôs contra a parede do mesmo jeito que havia feito na biblioteca no dia anterior.

Aquilo parecia um dêja-vu.

- De novo? Não lhe darei droga nenhuma de beijo Tomás.

- Tem que pagar a aposta.

- Esquece isso menino, que obsessão nesse papo de aposta! Agora me larga que fica muito arriscado do Diego ou a Carla passarem por aqui e nos ver assim.

- Aposta é aposta. – Sorriu manipulador.

- Jogo sujo.

- Você me deve o beijo Roberta!

- Você tá me saindo muito Binho. – Diz Roberta enojada e empurrando Tomás, conseguindo se libertar dos braços do garoto.

- E você parece ter medo de me beijar. – Riu marotamente.

- Olha aqui sua coisa bagunçada, cuida da tua vida e para de me infernizar! – Sussurra feroz e apontando o dedo bem na cara do menino, que chega a ficar estrábico.

- Não vai se livrar de mim tão fácil Beta.

- Pra você é Roberta seu filhinho da mamãe.

- Filhinho da mamãe não, eu posso ter sido tudo na minha vida, menos isso. Exclua essa palavra do meu perfil!

- E VOCÊ ME EXCLUI DA SUA VIDA! – Ela grita exasperada e marcha para a sala. Tomás se mantém em pé rindo, ele ainda queria desvendar o mistério. Por que Roberta sempre ficara alterada quando o papo era esse selinho?

Excluir ela de sua vida? Impossível! Ainda tem a banda e o trabalho. O trabalho! Se isso fosse gibi ou mangá, uma lâmpada surgiria bem em cima dessa cabeça do Tomás. Seria perfeito insistir no beijo durante o trabalho e mandar algumas indiretas. Ele já tinha um divertimento para esses dias de trabalho, não iria morrer na praia e tudo por causa de um beijinho na bochecha, Roberta não precisava fazer tempestade em copo d’água. Tranquilo, ele caminha para o pátio e fica a espera de Carla.

Na sala do 2º ano, a loira bate os pés estressadamente e bufa. O que mais queria naquele momento era matar aula e esquecer-se de seus problemas no porão. A vista apreensiva da jovem passeia por toda a classe vazia, ela tinha duas escolhas: matava aula ou continuaria ali sentada sendo firme e escondendo as coisas dos outros. Resolveu optar pela primeira opção, não estava com clima para aulas, daí lembrou-se que ficar fugindo o tempo inteiro de seu amigo não iria resolver nenhum problema, ainda tinha o trabalho sobre o livro. Roberta, tristonha, fica hesitante entre a primeira ou segunda opção.

Mas para seu azar, o sinal soa sem dar tempo de a loira escolher a opção perfeita. Adentram na sala Alice e Pedro com as mãos entrelaçadas, Diego sozinho a procura de sua namorada e por últimos Carla e Tomás abraçados. Ao notar a presença da menina ali, Tomás sorri provocativo o que faz a loira gerar uma cara de paisagem. Diego passa mão em frente ao rosto da garota para ver se ela parava de encarar o nada.

- Roberta, cê tá bem? – Murmura o menino no tímpano da garota.

- Desculpa Diego, estava meio desligada da realidade. – Sorri amarelo para o namorado.

- Anda muito desligada do mundo não é Roberta? – Interroga o menino, suspeito e arqueando a sobrancelha, enquanto coloca sua bolsa por detrás da cadeira.

- Como assim? – Vira-se para fitar o namorado.

- Parece que se desligou inteiramente do mundo e agora se prendeu em seu próprio mundo, ou seja, em seus pensamentos. – Desenvolve o moreno.

- Sério? – A menina assusta-se diante as palavras do garoto.

- Completamente. Eu tento arrancar de você as informações e tentar entender essa sua nova fase! – Xi. Nova fase? Roberta questiona-se se ela realmente estava indo para uma nova fase.

- Diego, não confunda as coisas! Sou a mesma Roberta de sempre, arrojada e independente, confesso que um pouco mudada desde a chantagem do infeliz do Binho, mas continuo a mesma. – A loira tenta se convencer que é a mesma garota de sempre.

- Mesma garota de sempre? Roberta, você agora parece insegura e temida, não gosto disso em você.

- Meu amor, eu só tenho medo de te perder e magoar.

- Por quê? Relaxa Beta, ninguém irá acabar com o nosso amor! – Confortou a namorada, depositando um beijo na bochecha, outro na testa e o último no pescoço.

- A não ser que esse ninguém seja o Tomás. – Sussurra baixíssimo a menina, exclusivamente só para ela ouvir.

Eles sorriem um para o outro e a loira se vira para frente tendo a visão e os ângulos perfeitos do quadro branco. A primeira aula de Marcelo, professor de história que não costumava atrasar-se para seus compromissos profissionais, mas ninguém entendera a demora do professor pontual. Alguns especulavam que o seu carro havia se quebrado no meio do caminho, outros diziam que ele deveria estar se divertindo com Débora, a psicóloga do colégio, outros achavam que ele deve ter ficado muito cansado e enfadado depois de brincar muito com sua namorada na noite e que ainda está dormindo. Infelizmente, os alunos não chegavam a um acordo e todas as especulações estavam erradas.

A porta se abriu alvoroçadamente pelo professor, que entra perturbado e joga seus materiais em cima da mesa sem preocupação com o barulho que emitira. Os alunos giram-se para encarar o professor.

- O que houve Marcelo? – Pergunta Maria, curiosa.

- Problemas pessoais, nada demais. – Afaga as mãos nos cabelos pretos e suspira pesadamente.

- Nossa! E esses problemas pessoais estão te irritando muito hein? – Tomás implica, logo recebendo uma tapa de Carla.

- É. Mas vamos tentar nos concentrar na matéria de história. – Pega o livro todo desconcertado da mesa e começa a folheá-lo quase rasgando as folhas.

- Em que página parou Márcia? – Ele dirige a pergunta à loira. A pequena lhe olha com um misto de confusão e divertimento pelo estado do homem.

- 223!

- Ah sim, a evolução dos astecas e maias. – O professor não falava coisa com coisa.

- Que evolução dos asteca e maia o que, Marcelo? Isso é assunto ainda no ginásio. – Pedro ri da enrolação do educador.

- Não é? – Marcelo leva o olhar espantoso para cima do moreno, que afirma com a cabeça ainda rindo.

- Aí Marcelo, conversa com a gente. Talvez possamos te ajudar! – Sugere Alice, mexendo nas pontas do cabelo sorrindo meigamente. Alguns alunos apoiaram a sugestão da loira.

- Não dá Alice, assunto de adulto. – Descarta o homem, coçando a cabeça e balançando os calcanhares freneticamente.

- Qualé Marcelo? Somos quase gente grande, manda aí. – Tomás se manifesta felizmente.

- Aconteceu algo inexplicável, eu nem sei como nomear este ocorrido! Não sei se chamo isso de tragédia ou presente de Deus! – Os alunos começaram a ficar ainda mais curiosos.

- Tá bom, chega de mistério e suspense! Desenvolve esse papo aí, Marcelo! – Até Roberta que não demonstrava interesse na conversa, ficou tomada pela curiosidade.

- A Débora está grávida. – A boca de todos escancarou.

Tomás, primo da mulher foi o que mais ficou mexido com a notícia.

- Poxa! Papo caverna. – Pedro sentiu-se desconfortável com a bomba solta pelo seu professor.

- Minha priminha grávida! Quem diria?! – Tomás não perderia tempo para caçoar. Levou outro tabefe da namorada e um olhar indesejável de Marcelo.

- Tipo assim, grávida esperando um filho? – Juju ainda tinha incertezas?

- Depois perguntam o porquê das loiras serem burras. – Vitória ofende a menina, rindo de canto.

- Cala a boca, drogada! – Rebate a menina, pegando pesado.

- Sou eu que vivo por aí tentando acabar com o namoro dos outros? – Vitória não se aflige diante a frase da garota e também replica.

- Ei, ei, ei chega! Sem brigas, por favor! – Marcelo interrompe a discussão das duas adolescentes, antes que resultasse em agressão física.

- Essas duas aí são barraqueiras Marcelo, deixa rolar. – Roberta fez questão de pôr lenha na fogueira.

- Fecha a ostra seu projeto de roqueira. – A morena levantou-se irritada, a garota hoje estava para arrumar confusão.

- Que medinho Vitória! – Debocha a loira gargalhando. – Garota, você não dá medo nem a uma muriçoca!

- CÉUS, CALEM A BOCA! – Marcelo grita exaltado, deixando todos com os ouvidos apitando. – Esqueceremos essa conversa e nos ligaremos no assunto da prova ok?

Pergunta o homem impondo ordem.

- Ok querido professor.

- Sem deboche, por favor! – Todos riem e durante a aula, eles conseguem distrair o professor e tirar aquele medo e tensão de dentro do homem.

Enfim, a aula encerra-se e todos saem fofocando sobre o anúncio da gravidez de Débora. Ao invés de Roberta seguir para a cantina e lanchar juntamente com seu namorado e amigos, decide tomar um rumo diferente, o porão.


Continua...




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Notas finais do capítulo

Mereço reviews ? Lembrem-se, um review sempre faz bem ao coração do autor, e isso não é manipulação!
:F



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