Que Os Jogos Comecem! escrita por Becca D
No dia seguinte eu acordei em minha casa na Vila dos Vitoriosos do Distrito 2. Na mesa do meu quarto tinha um pequeno café da manhã me esperando (Pão, torrada, bacon e um copo de chocolate quente). Eu sentei, comi e depois fui me vestir. Era tão bom abrir o guarda-roupa e não achar um monte de roupa cinza para o treinamento. Peguei um jeans, uma blusa, minhas botas e minha jaqueta de couro. Me vesti e fui para a sala.
– Bom dia filha! - disse minha mãe me abraçando.
– Mãe! Que saudade! - eu disse retribuindo o abraço. Eu não a via desde o meu aniversário de 18 anos a 9 meses atrás. - Cadê o Josh?
– Seu irmão está no bosque caçando. - ela disse indiferente. - Sabe o quanto ele odeia os Jogos.
– Eu vou atrás dele. - e dizendo isso sai da sala.
Eu fui até o porão peguei meu arco e minha aljava e fui para o bosque. Como treino na Academia há muito tempo tenho autorização para porte de armas, mas só posso usar fora da cidade ou na Academia. A distância entre a Vila dos Vitoriosos e o bosque é de uns 15 minutos a pé. O lugar favorito de Josh é bem no final do bosque onde ninguém o pode ouvir gritando insultos contra a Capital. Então levou mais 45 minutos até eu chegar onde ele estava.
– Você tem que parar com isso Josh. - eu disse enquanto ele xingava a Capital.
– Lis! Você voltou! - ele gritou e foi correndo me abraçar.
– É mais não por muito tempo.
– Como assim? - ele perguntou me soltando.
– Vou ficar só até a Colheita, depois disso eu vou para a Capital.
– Eles vão tirar você de mim também? Já tiraram a Mallory e agora você? Nem pensar eu não vou deixar!
Eu e Josh somos gêmeos e na edição do ano passado dos Jogos Vorazes a namorada de Josh, Mallory, foi o tributo feminino sendo que o tributo masculino do Distrito 11 a matou quanto sobravam apenas 5 competidores na Arena.
– Josh, você acha mesmo que eu estou feliz em ir para os Jogos lutar contra Jack? Você acha mesmo que eu quero lutar contra o meu melhor amigo?
– Então você vai pra lá com o Jack? Eu pensanva que a situação não tinha como piorar.
– Você não muda mesmo não é Josh? - e dizendo isso sai correndo do bosque e Josh sabe que nada que ele dissesse iria me fazer mudar de idéia.
Quando cheguei em casa só deu tempo de me vestir e Jack chegou. Eu o abracei sabendo que seria a ultima vez que o abraçaria como uma pessoa livre, pois da próxima vez nós dois seriamos brinquedinhos da Capital. Nós saímos e fomos direto para a praça. Quando chegamos lá fomos para os nossos lugares nas filas de 18 anos.
– Bem vindos! - disse Heleonor Halsey a mulher que a Capital nos designou para a Colheita. Ela tem um cabelo verde-água curto e estava usando um vestido rosa-choque. - A 73° Colheita para os Jogos Vorazes. Primeiro as damas!
E dizendo isso ela vai até a bola que está cheia de papeizinhos com o meu nome.
– O tributo feminino deste ano é... Lis Johnson.
Eu subo o palco bem devagar evitando a vontade de sair de lá correndo.
– Uma salva de palmas para o nosso tributo feminino. E agora é a vez de sortear o nosso tributo masculino - E ela vai andando até a bola cheia dos papeizinhos com o nome de Jack. - E o nosso tributo masculino é... Jackson Chase.
E lá está o garoto da cicatriz subindo os degraus do palco para tomar seu lugar no necrotério que nós chamamos de Jogos Vorazes. Então o prefeito começa a ler o longo Tratado da Traição e quando ele acaba faz um gesto para que nós apertemos nossas mãos.
E eu olho fundo em seus olhos cor de avelã antes apertar sua mão. E então nós nos viramos para encarar a multidão quando começa a tocar o hino de Panem.
Assim que o hino acaba nós somos levados por Pacificadores até o Edifício de Justiça. Eles me levaram até uma sala onde eu fiquei sozinha até minha mãe chegar.
– Filha! - ela foi correndo e me abraçou. - Por que você não me contou?
– Porque eu sabia que você ia ficar assim.
– Ah, eu estou tão orgulhosa de você!
– É por isso que eu não te contei! Como você pode ficar feliz vendo sua filha indo para a morte?
– Você não vai morrer filha! Eu confio em você!
E quando ela acabou de dizer isso dois Pacificadores a levaram para fora. Depois daquilo fiquei sozinha por um longo tempo até Josh entrar com um embrulho na mão.
– Oi. Como você está? - ele me perguntou.
– Péssima. Eu treinei minha vida toda pra isso e agora eu vejo que eu talvez não ganhe.
– Olha pra mim Lis! Você ganhar entendeu? Eu sei que vai! Tome. - ele me entregou o embrulho, me abraçou e saiu com os Pacificadores.
No embrulho que ele me deu havia um cordão de prata com um pingente retangular com dois raios e um olho gravados. O símbolo do nosso Distrito. E dentro do pingente tinha duas fotos: uma delas era da minha mãe, eu e Josh e a outra era do Jack, Cato, Mac, Clove e eu fazendo caretas para a câmera. Eu sorri ao ver aquela foto. Mas aí Cato entrou e me viu olhando pra aquela foto.
– Onde você arranjou isso? - ele perguntou.
– Meu irmão me deu.
– Seu irmão é legal. Aqui, também tenho uma coisa pra você. - ele estendeu um embrulho.
No embrulho tinha uma pulseira de ouro com um pingente de Flor-de-lis.
– É lindo, Cato! - eu disse e ele me ajudou a colocar o colar e a pulseira.
– Adeus, Lis. Tome cuidado. - ele me abraçou e saiu guiado por dois Pacificadores.
Não podia chorar, pois isso envergonharia meu Distrito. Eu esperaria até estar sozinha no trem, mas isso seria impossível porque a viajem só dura 1 hora.
A Capital fica logo depois da Montanha onde os Pacificadores treinam. E logo chegamos à Capital. A Capital é uma cidade enorme onde todos se vestem de um jeito muito estranho com perucas e maquiagem berrante.
O trem nos deixa na estação da Capital onde somos levados diretos para o Centro de Transformação, onde ficamos para sermos preparados para o Desfile de Tributos.
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