A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 70
2ª Fase: Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

CARAMBA, QUE SAUDADES DE VOCÊS. JURO ♥
Eu agradeço de coração pelas mensagens, e como forma de gratidão, resolvi voltar com tudo. O próximo capítulo sai até sexta.
Ótima leitura :)



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Melanie, 2058

A sua vida pode mudar drasticamente, como num passe de mágica.

E eu era a prova disso.

Tudo começou no momento em que acordei no cemitério de Manhattan. Ano de 2058. Detalhe? Eu não me lembrava do meu nome ou quem eu era. Por sorte, consegui a ajuda de um casal de velhinhos que me reconheceu instantaneamente. Assim, conduziram-me até a delegacia de policia, pois minha mãe exercia a profissão de delegada nesse local. Consequentemente, eu não tinha memória dela também.

Na delegacia, deparei-me com um suposto amigo, chamado de Tyler. Ele era policial. Ah, assim que o casal de velhinhos me deixou na delegacia, notei que uma pessoa encapuzada me encarava no meio da multidão. Desde então, eu o enxergo em qualquer lugar que eu vá. E eu também estava sendo ameaçada com bilhetes por ele.

Conheci a minha mãe, chamada de Regina. Eu senti uma emoção muito forte desde que a vi, como se ela tivesse ido embora há muito tempo. É engraçado que quando a vi, reconheci imediatamente. Mas o mesmo não aconteceu com os outros.

Na manha seguinte da minha recente perda de memória, assim que acordei em meu quarto, encontrei as paredes rasuradas com a tinta do meu batom.  As pinturas representavam algum símbolo sem sentido que eu não me lembrava de ter visto. Ah, e eu mesma havia feito os rabiscos enquanto dormia. Fascinante, não? Como se não bastasse, uma menina da minha escola foi encontrada morta no banheiro. E adivinha? No local da sua morte encontrava-se o mesmo símbolo que eu desenhei.

Ou seja, após a minha perda de memória, descobri que eu era uma estudante do ensino médio, filha de uma delegada. E também havia o encapuzado me perseguindo. Meu nome era Melanie.

Ah, eu conheci a Nora, minha suposta melhor amiga. Ela me lembrou de uma entrevista de emprego que eu havia marcado há semanas. O local da proposta era na Empresa Mason, bastante conhecida na cidade de Manhattan. Confiante, segui até o local. Tive o desprazer de ser entrevistada pelo Anthony Mason. Ele era o riquinho mais cobiçado da cidade. Mas também um ogro sem escrúpulos! Desde então, ele estava praticamente me caçando a fim de que eu aceitasse a sua proposta de emprego.

No meio dessa confusão toda, eu quis descobrir algumas informações com Tyler, aquele meu amigo que trabalhava na delegacia, lembra? Afinal, eu tive uma visão bastante estranha: Eu e ele estávamos em um local totalmente distante da civilização, pois nos escondíamos de alguém que me perseguia. Nossa intenção era a de fugir para algum lugar bem longe. Provavelmente algo amoroso estava acontecendo entre a gente.

Após essa “visão”, marquei um encontro com ele num restaurante. No entanto, não obtive as informações desejadas com Tyler, tendo em vista que eu não queria que ele soubesse sobre minha recente perda de memória e assim, não pude ir direto ao ponto.  Como eu não sabia em quem confiar, não achava certo sair por ai contando sobre minha perda de memória.

A única coisa que Tyler meu contou, no restaurante, foi de que eu estava agindo estranhamente antes de acordar no cemitério. Não conversava com ninguém, sendo que em nosso último encontro, eu havia brigado com ele porque lhe pedi para investigar uma morte, a qual ele se recusou. Ou seja, somando esse fato com os últimos acontecimentos, conclui que eu estava sendo chantageada há muito tempo.

Coincidentemente, no restaurante, enquanto eu conversava com Tyler, encontrei com o Mason, pois ele apareceu lá do nada e fez questão de me entregar um contrato, me ameaçando caso eu continuasse a recusar a sua proposta de emprego. Ótimo, não é?

Ah, eu já te contei que durante a entrevista de emprego, minha mão pousou em cima da mão de Mason e instantaneamente as janelas explodiram? Aquela cena ainda não saia de minha cabeça. Era estranho, sabe? Toda vez que ele se aproximava, eu sentia que meu corpo entraria em combustão.

Muita informação? Pois é. Agora, coloque-se em meu lugar: Uma adolescente sem memória que estava sendo ameaçada constantemente.

Eu estava formulando uma teoria. Basicamente, alguém muito próximo começou a me chantagear. O motivo? Eu não sabia. De alguma forma, eu havia descoberto algo sobre essa pessoa, provavelmente relacionado com algum crime cometido e por essa razão, recorri a Tyler. Diante de sua negativa, eu havia tomado a decisão de agir sozinha e por isso, fui drogada com algo muito forte e assim, jogada no cemitério. Meu plano havia falhado. Por isso, era arriscado falar sobre a minha perda de memória com as pessoas ao meu redor, exatamente por não saber em quem confiar!

O problema era que eu não iria conseguir fazer tudo sozinha. Afinal, da última vez que eu o havia feito, não deu muito certo. Eu precisava de alguém ao meu lado, caso algo acontecesse comigo novamente.

Por essa razão, eu decidi contar tudo para a Nora. Detalhe por detalhe.

— Isso parece uma história escrita por alguém muito maluco. – Nora disse. Seus olhos castanhos me fitaram, cheios de preocupação.

Tentei não rir diante do seu comentário.  Eu estava sentada na cama dela. Por sorte, seus pais não se encontravam na residência, sendo que tal fato me fez sentir ainda mais segura em compartilhar um pouco dos últimos fatos.

Por alguns breves instantes, inspirei e expirei o ar por diversas. De certa forma, senti um alivio no peito, como se um peso tivesse sido tirado.

Gentilmente, Nora colocou sua mão em cima da minha, entrelaçando seus dedos nos meus. Retribui o toque. A sensação revelar os meus segredos para outra pessoa, expondo a minha história, deixava-me um tanto quanto receosa. Eu odiava me sentir frágil.

— Eu vou te ajudar, Mel. – Sua voz soou determinada. – Vamos encontrar uma solução.

Eu concordei, balançando a cabeça. Suspirei para conter a ansiedade que se instalou em meu peito. Minha vontade era de levantar da cama e resolver toda a situação naquele exato instante. Entretanto, não funcionava assim.

— Tudo bem. – Nora afastou suas mãos das minhas e sentou-se em cima da cama, passando os braços ao redor das pernas. – É estranho que Anthony tenha esse fascínio por você. E se você descobriu algo relacionado a ele?

— Como assim?

— Naquela noite que você acordou no cemitério. E também a vez em que você pediu ajuda para Tyler. Será que você não descobriu algo em relação a Anthony? Afinal, você já tinha a sua entrevista de emprego marcado com ele há semanas.

De repente, a teoria formulada em minha cabeça começou a receber novas informações e comecei a ligar alguns pontos. Fazia sentido. Entretanto, se eu sabia sobre o Mason, por que não tinha contato para a minha mãe? Afinal, ela era delegada. Eu já sabia que alguém estava me perseguindo, haja vista que eu e Tyler, em minha visão, decidimos traçar um plano de fuga. No entanto, quando tive a entrevista na Empresa Mason, alguém havia me deixado uma mensagem no espelho do elevador: Mate Anthony ou Alguém morre.

Era isso! Havia duas pessoas na história!Uma provavelmente era Mason e a outra, alguém que o queria morto. No mais, eu precisava descobrir o que aconteceu naquela noite em que tudo começou. E também, encontrar qual era o meu papel nessa história toda.

— Você precisa aceitar a proposta de emprego. – Nora afirmou, fitando-me.

— O que???? – Indaguei – Nem morta!

— Pensa comigo... De que outro modo você pode descobrir o que aconteceu, se não por meio da proximidade? É aquele velho ditado: Mantenha os seus inimigos por perto.

Embora a ideia, em primeira mão, pudesse parecer absurda, fazia sentido. E era bastante racional também. Eu precisava fazer sacrifícios para conseguir a verdade, e trabalhar com o maldito do Mason, provavelmente seria um deles.

Suspirei diante da ideia de me submeter para aquele crápula escroto.

Eu estava pronta para agradecer pela ajuda, quando inesperadamente a luz do quarto se apagou. Como era noite, o cômodo escureceu drasticamente, exceto por uma pequena parte do cômodo, a qual estava iluminada pela luz da lua que atravessava a janela fechada. Momentaneamente, ouvi um estrondo vindo do andar de baixo e pulei da cama, levantando-me instantaneamente. A Nora fez o mesmo. Pelo jeito, não era somente a luz do quarto que tinha se desligado, mas também da casa toda.

— O barulho veio da sala de visitas. – Ela me olhou por esguelha, enquanto sua atenção estava voltada para a porta do quarto dela. – Você não está escutando os passos?

Imediatamente, ignorei as batidas do meu coração e tentei escutar o barulho que vinha do andar de baixo. Sem êxito, não consegui. Meus ouvidos zuniam por conta de meu nervosismo, bem como pelas batidas desenfreadas que vinham do meu peito. Algo estava errado. Reconheci o a sensação de perigo imediatamente.

Por sua vez, Nora pegou o seu celular, o qual repousava em cima da cama. Após, caminhou a passos lentos para fora do quarto. Preocupada, eu segui atrás dela. Mordi meu lábio com força, focando minha atenção para frente.

Passamos por um vasto corredor até que chegamos ao topo da escada. Olhei para baixo, a procura de algo suspeito. Meu campo de visão estava comprometido por conta da escuridão que cercava a casa. Então, descemos alguns degraus.

Até que aconteceu.

Inesperadamente, alguém surgiu em meu campo de visão, no fim da escadaria. Ah, não! Pensei assim que distingui o capuz negro. Ele estava ali. O grito ficou preso em minha garganta, pois antes que eu fosse capaz de realizar qualquer movimento, ele avançou em uma velocidade assustadora em nossa direção. Cai em cima de Nora. Ela, por sua vez, conseguiu se segurar no corrimão e passou os braços em volta do meu corpo, puxando-me para cima. O celular dela escapou dos dedos e desceu escada abaixo.

— No meu quarto! – Ela anunciou, soltando-me enquanto me colocava de pé.

Imediatamente, subiu o mais rápido que pude e a segui. Meu coração parecia que iria soltar pela boca a qualquer instante. Entretanto, não parei. Mesmo que fosse perigoso, era necessário descobrir quem era a pessoa que se escondia por de baixo do capuz.

Assim que chegamos ao quarto de Nora, parei na porta. Então, varri o ambiente com o meu campo de visão. Tudo parecia como estava antes, exceto pela janela, a qual estava aberta. A cortina branca voava graciosamente, acompanhando os movimentos lentos do vento. Cruzei os braços em virtude da temperatura baixa que vinha de fora.

Nora correu em direção da janela e olhou para fora, provavelmente procurando pela pessoa encapuzada, a qual eu sentia que não estava mais ali. Então era isso. Ele ouviu tudo... E fez questão de me mostrar que sabia.

Minha melhor amiga olhou por sobre os ombros, em minha direção.

— Não tem nin... – E então parou no final da frase, arregalando os olhos enquanto olhava para algo por trás de meus ombros.

Imediatamente, olhei para trás o mais rápido que pude, ficando de frente para a suposta ameaçava, com receio que fosse a pessoa encapuzada. Ao invés disso, deparei-me com um espelho embutido na parede, logo ao lado da porta. Nele, algumas palavras reluziam em escarlate.

Encarei a frase que estava exposta diante do meu campo de visão.

Vocês têm treze dias para matar Anthony. Bem vinda ao jogo, Nora!

Ah, merda.

Olhei para Nora, preocupada.

Eu havia colocado a vida da minha melhor amiga em jogo.


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Notas finais do capítulo

Então, vocês gostaram? Sim? Não? Talvez? Claro? Deixe sua review, porque além de me manter inspirado, eu tenho a oportunidade de interagir com vocês ♥
Eu devo um pedido de desculpas, porque eu realmente sumi. Mas, a faculdade e o trabalho pegam bastante do meu tempo, de verdade. Mas, eu resolvi sentar e escrever. Porque é o que eu amo fazer.
Estou pensando em abrir um site com as minhas histórias. O que acham?
Até sexta, e uma ótima semana :), aguardo vocês nas reviews hehe