A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 58
2ª Fase: Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

- Adivinhem quem voltou do nada só para postar mais um capítulo para vocês? Isso mesmo! O Ruan! Aproveitem.

— Leiam as notas finais. Boa leitura!



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Bella Swan

Tentei não pensar sobre tudo que estava acontecendo.

Minha cabeça doía como o inferno, tanto que algumas lagrimas caiam de meus olhos a cada minuto. Sendo assim, concentrei meus pensamentos no espaço em minha volta, visualizando cada detalhe das árvores e o barulho dos pneus do carro enquanto deslizavam pelo asfalto. A lua escondia-se no meio das nuvens negras, mas não era o suficiente para esconder o seu brilho.

– Como você está se sentindo?

Meus olhos caíram para o menino que dirigia o carro, cujo sorriso branco e o cabelo rebelde lhe davam um ar despojado. Tive que reprimir a vontade de perguntar pelo seu nome.

– Bem. – Menti.

– Você quer me contar o que aconteceu?

Dei uma rápida olhada em minhas roupas sujas. Não tive vontade de falar que eu havia despertado em um cemitério, e principalmente, que não fazia a mínima ideia de quem ele era. Na verdade, tudo não passava de insegurança da minha parte. Quis gritar de aflição e me jogar pela janela do carro. Por que não consegui contar a verdade?

– Sinceramente? – Suspirei. – Não faço a mínima ideia do que está acontecendo.

Mordi o lábio, confusa.

– Mel, tudo o que lembro é que você fugiu de casa porque sua mãe te proibiu de ir numa festa.

Arregalei meus olhos. Ótimo! Eu definitivamente estava encrencada não só com minha vida, mas com minha mãe também, que ocupava o cargo de delegada da cidade.

Aparentemente, fugi de casa para ir escondida em uma festa. Consequentemente, acordei sem memória no cemitério. Os fatos me levaram a perceber que provavelmente ingeri alguma droga na festa. Talvez LSD? Ecstasy? Nenhuma opção parecia viável, visto que minha memória estava ferrada por completo. No mínimo, era minha obrigação lembrar de ter fugido de casa. Porém, esquecer-se completamente de tudo? Nunca ouvi ou estudei algo parecido.

– Por favor, diga que você se lembra do meu nome. – Ele gargalhou, virando o volante.

Alguém me deu uma martelada na cabeça. Pensei e automaticamente, levei minha mão para o topo de minha cabeça, passando os dedos por toda a região. Nada doía. Caramba, estava sendo extremamente difícil achar uma explicação razoável para minha perda total de memória.

– Não estou com vontade de falar, na verdade.

Para encerrar a conversa, deitei a cabeça no banco e fechei os meus olhos. Não me preocupei em parecer uma completa idiota e antipática. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas tive plena certeza de algumas coisas: Eu não devia contar a verdade. Não devia confiar em qualquer pessoa. E seria preciso ser cautelosa ao extremo.

E então eu senti.

Foi como se toda a atmosfera do ambiente tivesse passado por uma mudança instantânea, visto que o ar adentrou pelos meus pulmões e fez todo o meu peito arder, enquanto que minha pele se arrepiava. Automaticamente, abri meus olhos e minha atenção voltou-se para algo lá fora, logo em meu lado direito.

– Para! – Gritei.

O carro parou com uma freada brusca e meu corpo foi arremessado para frente, sendo que minhas costas logo voltaram para o assento, graças ao cinto de segurança. Joguei os fios do meu cabelo que estavam atrapalhando minha visão para trás, enquanto que um amontoado de terra caiu em meu colo.

Eu estava em frente a um grande terreno que ocupava boa parte da estrada, cercado por milhares de rosas negras. No meio, havia uma casa enorme, perfeitamente quadrada, com quatro andares. Como se não bastasse, havia diversos vidros espalhados, cobertos por cortinas de seda que garantiam a privacidade dos moradores.

Era simplesmente lindo, principalmente o jardim.

– Mel, você está bem?

As mãos dele pararam em meus braços, balançando-me vez ou outra. Olhei para ele, um pouco impaciente. Lentamente, a realidade caiu como um baque sob minha cabeça.

Encarei aqueles olhos castanhos, a procura de mais uma explicação racional para o que estava acontecendo.

– Quem mora aqui? – A pergunta escapou de meus lábios.

Ele ergueu uma das sobrancelhas.

– Vou te levar para o hospital. – Foi tudo o que disse e então, começou a dar meia volta com o carro.

Engoli em seco, tentando ignorar a sensação de desconforto que senti. Pergunte-me que tipo de família adotaria uma residência no meia da estrada, isolado de toda a cidade. Enquanto descíamos, pude perceber o rio lá em embaixo, cercando tudo.

– Me leve pra casa, ok? – Quis insistir.

– Levar você pra casa? – Sua expressão denunciava uma preocupação muito grande. – Mel, eu não sei o que está acontecendo contigo e se a sua mãe te encontrar nesse estado, tenho certeza que você ficará de castigo pelo resto da vida. Você não quer me contar o que aconteceu? Beleza. Mas pelo menos diga a verdade.

– Que verdade?

– Você se drogou.

Ah, certo.

Calculei o preço da minha mentira. Eu poderia ser sincera, confiar nele e contar toda a verdade. Mas seria bem complicado. Sem contar que algo, bem no fundo de minha consciência, praticamente gritava de que não ele não era totalmente confiável.

Nesse caso, restava dizer que me ofereceram droga na festa e aceitei. Portanto, o melhor a fazer seria dormir o mais rápido possível e me recuperar.

– Eu me droguei, ok? – Tentei soar o mais convincente possível. – Pode me deixar em casa agora?

Ele condicionou o veículo em direção do acostamento, parando logo em seguida. E então, os olhos castanhos começaram a me analisar.

O silencio da noite pairou entre nós, e me senti levemente incomodada em sustentar seu olhar. Eu realmente não sabia o que falar para ele.

– Mel, desde quando você é tão imprudente com a sua vida? Sei que brigamos, mas, isso não é motivo para sair na primeira festa que é convidada para se divertir. E se drogar? Pior ainda. – Lentamente, ele aproximou o resto do meu. – Desculpe por ter agido como um babaca com você.

Me senti um tanto culpada por ele estar se esforçando tanto para se desculpar por algo que eu não lembrava. E o pior de tudo? Nem consegui achar qualquer traço familiar de seu rosto que me fizesse lembrar do seu nome. Com isso, afastei-me dele o máximo que pude.

– Só me leva pra casa, tudo bem? – Eu estava cansada demais para argumentar.

Por um segundo, percebi que ele se decepcionou quando me afastei. Porém, um sorriso torto surgiu em seus lábios, enquanto que arrumava sua postura e dava partida no carro.

– Você está me surpreendendo, e muito. – Ele disse.

Enquanto voltávamos para o trajeto anterior, percebi que algo em meu braço estava me causando formigamento. Por isso, estendi meus pulsos para a frente o suficiente para que a luz da lua iluminasse o local, e então, os analisei.

No direito, encontrei uma frase escrita com batom:

Faça o que eu mandar a partir de agora.

Senti borboletas em meus estômago e o mundo girou a minha volta. Meus ouvidos zuniram, enquanto que a única coisa que fui capaz de ouvir foram as batidas do meu coração. Tum. Tum. Tum.

A escuridão preencheu meus olhos por completo.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado, então, deixem seus comentários.
Como a minha vida está corrida - faculdade, trabalho, pesquisa, não posso prometer quando voltarei a postar um novo capítulo. Mas, tudo pode partir de vocês, se me pressionarem de vez em quando, ou seja, pedirem, como algumas já fazem (Obrigado pelos sermões!)
Por isso, vou passar o meu twitter e assim, vocês podem entrar em contato. E de vez em quando, posso divulgar alguns capítulos recém produzidos, o que acham?
Twitter: @ruannortiz
Sem contar que ainda estou decidindo os personagens novos, o que acham de me ajudar e assim, expressarem sua opinião?
Até a próxima!
Abraços.
05/04/2015



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