A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 57
2ª Fase: Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

- Como combinado, capítulo da Rose.

— Boa leitura, como sempre! Leiam as notas finais!



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Rosalie Cullen

Eu estava sentada em um bar na companhia de um dos membros do conselho.

Para falar a verdade, e ser tipo, bem realista, Jane estava mais para uma menina gótica pronta para entregar o corpo ao demônio e participar de um exorcismo por pura diversão. Pronto, melhor descrição da garota sentada em minha frente.

O que mais me deu medo, além do fato constatado anteriormente, foi de que Jane parecia uma criança que estava determinada a brincar com todo o poder que possuía em mãos.

De repente, me senti desconfortável no lugar.

– Então, o que pensa que esta fazendo, Rosalie? – Ela perguntou, tomando um gole de uísque.

Ok, essa parte eu sabia responder. Na verdade, sempre fui muita boa em encontrar motivos para as minhas atitudes aleatórias, das quais eu simplesmente fazia por me dar vontade.

– Você quer uma informação que tenho. – Me apressei em responder.

Jane me encarou por longos segundos, como se eu fosse um rato de laboratório com alguma anomalia. Em compensação, empinei o nariz e a encarei de volta.

Ela poderia ser uma dos membros do conselho, mas eu era... Bem, Rosalie Cullen. Linda e sexy. Sem contar a parte do podre de rica.

– E o que seria? – Novamente, ela perguntou sem se abalar. Devo admitir de que a magricela era uma das minhas.

Bem, eu era muito melhor na parte de ameaçar as pessoas.

– Digamos que conheço alguém que está tramando contra o conselho.

Jane me fitou por longos segundos, enquanto que aqueles olhos piscavam sem parar. Ela estava toda torta na cadeira, como se fosse uma menininha aprendendo a ter bons modos. Em compensação, aquela garota só obtinha o físico e o tamanho de uma criança, afinal, eu sentia o cheiro de sua personalidade maquiavélica de longe.

– Você é esperta, garota. – Jane cruzou os braços, jogando a cabeça para o lado. – Mas me diga, por que eu confiaria em você?

Porque posso te chutar para o outro lado só com a força do meu salto alto. Quis responder, mas me contive.

– Bem, vejamos. – Suspirei, circulando meu dedo pela mesa, em um típico gesto que demonstrava tédio. Abaixei o olhar, encarando a madeira polida. – O seu conselho deve ser muito importante, e digamos que vocês vêm controlando tudo há bastante tempo. E com regras tão rígidas, posso garantir que tem gente por aí com raiva de vocês. – Voltei minha atenção para Jane, sorrindo ameaçadoramente. – A questão aqui não é quem está tramando o fim do seu conselho, mas sim como está fazendo. E, querida, te garanto que estou bastante informada acerca do assunto. Então, estou aqui para te propor uma troca bastante justa.

– E que é....

– Eu te dou a informação que você precisa e você me diz como faço para chegar ao outro lado. – Completei.

Em seguida, peguei o copo de uísque de Jane e tomei um longo gole, jogando-o novamente para perto dela assim que o fiz.

Fui obrigada a reprimir uma careta quando senti o liquido descer pela minha garganta, queimando tudo por onde passava. Aquilo não poderia ser só uísque.

Jane sorriu maliciosamente, jogando os cachos para trás dos ombros. De repente, senti que a expressão de garota travessa desapareceu de seu rosto, dando lugar para uma mulher com um olhar mortal. Por esguelha, percebi o amontoado de pessoas e assim, me senti mais segura. Se fosse preciso, eu soltaria o berro ali mesmo.

Ignorei os fios de cabelo grudando em minha nuca. Uma típica reação de meu corpo quando eu estava nervosa.

– E por que você estaria interessada em chegar ao outro lado, querida?

Bem, eu não tinha uma resposta pronta para aquilo.

– Não te interessa. – Pronto, foi o pior argumento da face da terra.

Ela suspirou.

– Vamos lá para fora. – Disse, em um tom de voz neutro.

Engoli em seco, pensando a respeito da proposta. Eu sabia que não era seguro sair de um local cheio de pessoas para ficar sozinha do lado de fora do bar com uma psicopata. Mas eu também sabia que Jane não poderia sentir o cheiro de medo, ou notá-lo, porque provavelmente cogitaria que eu não passava de uma fraca e medrosa. E se tem uma coisa que não tinha absolutamente nada conexa com minha personalidade, era fragilidade. E medo.

– Vamos lá. – Ergui as sobrancelhas.

Levantei-me e praticamente desfilei enquanto saíamos do bar. Tentei jogar os pensamentos negativos para um canto obscuro do meu cérebro. Eu sabia que Cory estaria de olho dentro do carro. Bastaria um grito e pronto.

Jane me acompanhou, enquanto seguíamos em direção do estacionamento.

Quando saímos do bar, o ar gelado atingiu-me em cheio e suspirei perante a sensação. Por esguelha, dei uma olhada no meu carro ao longe, torcendo para encontrar o duende espionando.

Quase parei no lugar quando encontrei todas as portas do carro abertas.

Meu coração acelerou dentro do peito e cruzei os braços. Tudo bem, tudo bem, tudo bem. Pensei inutilmente, tentando encontrar uma resposta óbvia para o que estava acontecendo ali.

Só que não consegui explicação alguma.

Jane parou no lugar e virou-se em minha direção, enquanto que seu vestido reluzia com a luz da lua, banhando sua pele branca. De repente, ela nunca me pareceu tão perigosa. Fechei minha mão em punho, pronto para socar o rosto de boneca dela.

– Você realmente acha que pode tentar negociar comigo? – Ela perguntou e então, começou a ter um ataque de risos.

Ah, ótimo.

Notei que Jane estava se divertindo com a situação toda, e que eu não estava errada ao supor que ela um tipo de criança que gostava de brincar com o poder que obtinha.

Ela tinha armado para mim.

Ao invés de tentar encontrar uma resposta lógica para o que estava acontecendo, dei as costas para Jane e saí correndo em direção do carro. Se eu fosse rápida o suficiente, conseguiria chegar a tempo e por sorte, as chaves estariam na ignição.

Não sei por quantos quilômetros corri, mas não o suficiente. Quando percebi, um sujeito estava parado na minha frente, sorrindo ameaçadoramente. Não pude visualizar seu rosto por culpa da escuridão, mas ele era suficientemente alto e musculoso para me assustar, empurrando meu corpo para trás no momento em que colidimos.

– Você não vai a lugar nenhum, princesa. – Ele disse, e percebi que faltavam alguns dentes na sua boca.

Quis desviar, mas ele agarrou meu braço e me puxou para perto. De algum modo, desvencilhei-me de seus braços e caí com tudo em cima das britas. Rastejei-me para trás, enquanto esfolava meus cotovelos. Percebi que eu gritava, mas ninguém vinha em meu encontro. Os grampos soltavam de meu cabelo, e realmente fiquei furiosa por aquilo. Alguém pagaria muito caro.

Meus saltos caíram do pé, e enquanto chutei um para longe, tomei posse do outro. Levantei-me e quase gritei de dor quando senti as feridas abertas em minhas pernas. Fui interrompida quando a baixinha diabólica apareceu em minha frente.

E então fiz o que qualquer ser humano faria em meu lugar.

Enfiei o salto alto na testa daquela vaca, enquanto que seu corpo caía para trás.

Sorri de satisfação ao escutar seu grito. Mas não parei para ver o resultado. Só corri em meio ao meu desespero.

Eles tinham armado para o Cory. Eu não sabia muito sobre direito, mas provavelmente o acusariam de traição. E eu? Ah, com certeza eu estava bem ferrada.

Os fios de meu cabelo flutuavam conforme a direção do vento, e fiz de tudo para evitar as lágrimas. Eu não era tão fraca assim para chorar por qualquer coisa. Se bem que aquilo estava longe de ser algo supérfluo.

Eu estava tão perto da porta. Estendi minha mão, enquanto meus dedos formigavam em pura aflição para alcançar a maçaneta.

De repente, notei que a atmosfera ao meu redor mudou, e meus pulmões pesaram como chumbo. Inesperadamente, minhas pernas travaram e paralisei no lugar. Tentei racionar, mas não consegui. Tudo passou em câmera lenta, e o único som presente foi o de meu coração batendo.

Meu corpo inteiro se arrepiou, e meus poros pareceram que estavam congelados.

Foi quando percebi.

Eu sentia a mesma coisa quando Bella usava seus poderes. Só que não era ela, e sim, Jane.

Mágica. Conclui, remotamente.

Como se eu estivesse caindo em um abismo, senti que meu corpo acompanhava a gravida em uma velocidade avassaladora. No momento que senti meus pés tocarem o chão, eu arfei.

O cenário ao meu redor ganhou vida, e meus olhos não foram capazes de acompanhar as mudanças. Quando me dei conta, eu estava entre quatro paredes brancas. O silêncio preenchia todo o espaço.

E então olhei para baixo.

No mesmo instante, encontrei um caixão cercado de flores. E dentro dele, Emmett estava deitado. Seus olhos estavam fechados e o sorriso brincalhão havia sumido do seu rosto, dando lugar para uma expressão carrancuda. A pele, mais branca do que o normal. O pior não foi vê-lo com aquele terno branco, ou que o sumiço de qualquer vestígio de vida.

Mas ele estava coberto de sangue.

Eu gritei como nunca, e todo o espaço se dissolveu ao meu redor. Assim que pisquei, senti a brisa fria da noite e meu coração acelerou, esmagando meu peito. Olhei ao meu redor e percebi que novamente, eu estava no estacionamento.

Pelo canto do olho, notei alguém muito alto estava correndo em minha direção. Não fui rápida o suficiente para desviar.

Quando me dei conta, meu corpo foi arremessado contra a parede e caí com um baque no chão. Tudo ficou escuro aos poucos, e lentamente, a imagem de Jane com o rosto coberto de sangue aproximando, desfocou-se.

E então confrontei a triste verdade.

Jane sabia sobre mim.

Alguém havia contado.

Alice. Foi meu ultimo pensamento, até que tudo finalmente escureceu.


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Notas finais do capítulo

E então, curtiram? Sim? Não? Talvez? Muito?
COMENTEM, DEIXEM SUA OPINIÃO.
Após minha propaganda de publicidade, digo para vocês que vou me ausentar por um tempinho, provavelmente até o final do mês. Mas tenho uma proposta para vocês.
Se todas vocês comentarem, pedindo por um PLANTÃO ABEAF, na próxima vez que eu postar, vou colocar TRÊS CAPÍTULOS SEGUIDOS, cada um em um dia.
O que acham??????
É só comentar, e pedir.
Agora está por conta de vocês.
P.s: Prometo um encontro Beward.
Abraços, e até a próxma!



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