Antes de tudo, quero dizer que nunca pensei em invadir uma casa em toda minha vida. Bem, não sei se invadir uma mansão era uma coisa totalmente diferente. Afinal, eu disse ‘’ Nunca invadirei uma casa papai’’ E aquilo que estava em minha frente, podia ser tudo, menos uma casa.

Um grande portão de ferro estava posicionado a minha frente. As grades me afastavam da pequena estradinha repleta de flores pretas em suas laterais. No fim da estradinha, estava uma grande mansão feita de varias pedras cinza e sem vidas, mas que brilhavam quando os raios de sol pairavam sobre elas. O mais engraçado daquela grande mansão toda reta, era que encima dela estavam empilhados vários castelinhos.

Parecia que a qualquer momento um bando de morcegos ia sair de dentro da mansão só para me atacar. Como em um filme de terror.

Olhei para trás e pude ver que Jessica estava escondida atrás de uma arvore, enquanto ria descaradamente de mim.

– Você consegue – Murmurei para mim mesma, enquanto agarrava as grandes de ferro com as minhas mãos, me impulsionando para cima.

Escalei o portão de ferro sem problema algum, tirando a parte em que quase cai um tombo quando finalmente cheguei do outro lado, mas aquilo não poderia ser considerado um problema. Quando eu era pequena, vivia escalando as arvores e principalmente os muros dos vizinhos, para que eu pudesse me esconder sem ninguém me encontrar no esconde-esconde.

Enquanto caminhava para os fundos da estradinha - Jessica disse que tinha que ser a rosa mais próxima da porta da mansão - senti vergonha ao dar de cara com a dura realidade de que qualquer um que passava por ali enquanto eu escalava o portão, dariam de cara com uma garota macaca. Pensando bem... isso não era importante. Eu era uma garota do campo!!

Assim que cheguei perto o bastante da porta da mansão, fui diretamente na sombra da qual havia uma plantação de rosas, já crescidas. Assim que me aproximei perto o bastante da primeira rosa que vi, senti um frio terrível misturado ao medo que crescia dentro de mim.

Tudo bem, vamos acabar logo com isso.

Rapidamente, envolvi minhas mãos na rosa preta e não percebi quando os espinhos perfuraram minha pele. Imediatamente, o sangue começou a jorrar lentamente de meu dedo.

– Ai – Gemi, enquanto levava o dedo machucado ate meus lábios.

Só que no meio do gesto, uma gota de sangue caiu em uma das pétalas. E por Deus, aconteceu a coisa mais inacreditável da face da terra: Assim que meu sangue caiu em uma das pétalas das rosas, ela foi ganhando um tom de vermelho. E isso aconteceu com todo o resto das pétalas, ate a flor ficar completamente vermelha. Um forte vento invadiu todo meu rosto e isso me fez ficar gelada. Senti um formigamento desconhecido e isso me fez olhar para cima. Foi quando encontrei lindos olhos dourados me fuzilando.

Os olhos dourados eram de um homem. Seu cabelo era cumprido e dourado, assim como a cor de seus olhos. Seus fios de cabelos estavam espalhados para todos os lados. Sua pele branca era perfeitamente lisa, o único defeito era as olheiras quase pretas debaixo dos olhos e a barba mal feita, que cobria toda a região ao redor da boca e se estendia ate o inicio de sua orelha. Mesmo estando em uma distancia mínima de mim, ele era alto. Seu corpo estava coberto por um grande casaco preto e calça jeans. A frieza em seu rosto era apavorante, assim como sua aparência.

Seus olhos passavam de mim para a flor que agora estava vermelha. Juro que por um momento sua expressão era de total surpresa misturada ao terror, mas logo foi substituída por uma frieza que nunca vi em pessoa alguma. Aquilo me fez arfar.

Senti que meu coração disparava fortemente dentro de meu peito, dando a entender que a qualquer momento explodiria dentro de mim. Minhas pernas estavam bambas e a única coisa que existia ali era seus olhos dourados.

– Qual seu nome? – Ele perguntou, Sua voz rouca parecia estar misturada a uma tristeza terrível.

– Isabella Swan – Respondi, sentindo vontade de chorar.

O que estava acontecendo comigo? Eu nunca tinha visto aquele homem na minha vida, nunca. E também nunca senti o que estava sentindo naquele exato momento. Tentei decifrar. Porém, o amontoado de sensações dentro de mim estava tão nebuloso a ponto de não me permitir reconhecer nada que estava se passando em meus próprios sentidos. Eu nem ao menos estava raciocinando diante daqueles olhos dourados.

– Bella! – Ouvi Jessica gritar preocupada.

Ouvir a voz de minha amiga finalmente me fez sair daquele estado de choque.

Como se tivesse sido libertada de correntes invisíeis de ferro, meu corpo conseguiu recuperar todos os sentimentos e consegui me mexer.

Saia daí o mais rápido que puder! Meu cérebro ordenou, enquanto meus sentidos eram finalmente recuperados.

Sem perder tempo, dei de costas para aquele homem e comecei a correr em direção do grande portão de ferro, enquanto lutava para que o medo não tomasse conta de todo meu corpo e assim, eu não cometesse o erro idiota de tropeçar e cair ali mesmo.

Um forte barulho de trovão pairou sobre minha cabeça e tive a quase a certeza que uma tempestade estava chegando. Minhas duvidas foram totalmente confirmadas quando gostas de chuvas começaram a cair sobre mim. Sem demora, a chuva se tornou violenta e tive que acelerar ainda mais o passo.

A única certeza que eu tinha naquele exato momento, era que precisava chegar o mais rápido que eu poderia até o portão.

A chuva caiu sem piedade por cima de mim, me deixando ensopada.

Quando eu estava quase chegando perto do portão, fiquei tonta por um momento e não pude evitar: Meus olhos ficaram embaraçados por um curto período de tempo, o suficiente para que meu corpo caísse com tudo no chão.

Levante! Corra o mais rápido que puder!

Sem perder tempo e ainda com a visão turva, tentei me levantar. Foi nesse exato momento que um par de mãos agarrou meu braço.

Foi ai que comecei a gritar.