O Filho Do Vitorioso (Jogos Vorazes) escrita por Cíntia


Capítulo 9
O medalhão


Notas iniciais do capítulo

Diamond se prepara para entrar na arena.
Eu ia demorar mais para colocar esse capítulo, mas a renovação de Fringe para a quinta temporada e um novo comentário me deu ânimo para colocar ele hoje. Obrigadaaa! Espero que gostem e comentem!



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Eu estava com meu pai e Gemma. Já havia sido cumprimentado por Star, Titan e Dion pela minha boa entrevista, e nós fizemos o mesmo por Star. Então fomos para a nossa última reunião de equipe. Gemma me passava as derradeiras instruções e informações, meu pai permaneceu calado e aéreo, mas não parecia bêbado. Não sei se ele prestava atenção no que ela dizia, mas de qualquer forma sei que ele confiava nela.

Nossa reunião foi interrompida por um Avox. Ele entregou um recado a meu pai, que saiu imediatamente depois, dizendo que voltaria logo. Eu não entendi o que poderia ser tão importante e fiquei olhando na direção dele por alguns instantes, quando ele já tinha desaparecido, Gemma disse:

– Não fique preocupado. Seu pai é o melhor e mais experiente mentor do nosso distrito. Ele sabe o que faz, provavelmente está te ajudando agora e te ajudará mais ainda quando estiver na arena.

–Tomara.

– Eu tenho certeza disso. E é bom nós ficamos sozinhos agora. Queria te contar umas coisas. Seu pai falou sobre Dion, e que você teria que ser cruel também. Não tiro o motivo e a razão dele ao te contar aquela história. Mas nem sempre o mais cruel é quem ganha os Jogos. Veja Haymitch Abernathy, por exemplo.

– O tutor bêbado do 12?

– Sim, mas ele não é somente isso. Ele também é um Vitorioso e ganhou um Quarter Quell, que tinha o dobro de tributo de um jogo normal. Assim, ele tinha muitos mais adversários. E de todos, ele foi o último que restou, e não foi por ser cruel, sabe porque ele conseguiu?

– Não sei, sinceramente, não consigo imaginar. Bebendo talvez? - tentei fazer graça

– Ele foi esperto. Diamond, e não foi só ele que ganhou não sendo o mais cruel. Eu mesma sou um exemplo. Você viu os meus Jogos, não? Lembra deles? Sabe por que ganhei?

Dos Jogos Vorazes de Gemma eu me recordava, tinha acontecido 5 anos antes. Nessa época, eu já era um grande fã, e devorava cada detalhe deles. Além disso, aquele tinha sido o meu primeiro ano na colheita. Lembrei que houve uma divergência entre os carreiristas, sobre quem eles iam seguir, o tributo do 1 ou do 2. Eles estavam há poucos dias na arena e a situação ficou complicada. Então o tributo do 2, decidiu ir embora e levou alguns aliados consigo. Gemma ficou com seu companheiro de distrito. No fim restaram seis, 3 em cada equipe. E eles decidiram partir para um confronto. O garoto do 2 atacou Gemma logo no início da luta. Ela ficou caída no chão e ele partiu atrás de outro oponente. Depois de um tempo, só restou ele e o rapaz do 1 em pé. Os dois lutaram e ele matou o companheiro de Gemma. Então os tiros de canhão começaram. Ele escutou quatro tiros. Representando 4 mortos, alguém ainda estava vivo. Ele pegou uma espada e a espetou no coração de cada tributo abatido. Quanto estava próximo de Gemma, ela arremessou uma faca e atingiu o coração dele. Assim ganhou os jogos.

– Você foi esperta – eu respondi

– Não!!! Eu tive sorte. Só isso. Estava muito mal depois do ataque de Dexter. Fiquei quieta por causa disso, mal conseguia me mexer, esperava somente a morte chegar. Não planejei aguardar todos morrerem, e atingir quem tentasse me finalizar. Não sei como fiz aquilo, da onde tirei força para jogar aquela faca, e ainda consegui acertá- la em cheio. Foi pura sorte.

– Mostre a sua mão para ele, Gemma – num primeiro momento aquela voz, nos assustou, meu pai já tinha voltado, e nós não percebemos, ela desabotoou a ponta da manga da sua blusa,e me mostrou, a sua mão era mecânica

– Minha mão direita ficou na arena, Diamond. Dexter a decepou quando me atacou. Se ficasse mais alguns minutos lá teria morrido.

– Felizmente, Gemma é canhota, filho – continuou meu pai, como reflexo ele balançou a mão e eu percebi que ele segurava o seu medalhão. Um que ele sempre mantinha pendurado em seu pescoço. Parei para pensar e reparei que nos últimos dias não o tinha visto com o meu pai. Aquilo era estranho.- Já terminaram? -ele continuou

Gemma fez sinal que sim e meu pai sugeriu que comêssemos, conversamos mais um pouco. Depois preferi ir para cama e os deixei. Mais pensamentos me assolaram durante aquela noite. Rolei na cama, e consegui dormir, entretanto acordei depois de um pesadelo, onde eu estava correndo com medo e numa estrada sem fim. Felizmente não sou daqueles que conversa, se remexe ou acorda gritando de um sonho. Eu simplesmente fico parado quando durmo. Abri meus olhos, um pouco de luz entrava pela janela do quarto, vi meu pai perto da minha cama, sentado numa cadeira, ele cheirava a bebida, e devia ter adormecido enquanto me observava. Fechei os olhos novamente e voltei a dormir.

O dia agora tão temido havia chegado. Eu me levantei tomei um café da manhã reforçado com Gemma e meu pai. Só que dessa vez ficamos em silêncio, antes de eu partir, dei um forte abraço nela, na minha equipe de preparação e por fim em meu pai que sussurrou no ouvido:

–Até logo.

Bem, pelo menos ele estava confiante sobre a minha volta. Antes de entrar na arena, eu só deveria voltar a ver Ocean, que traria a minha roupa que seria minha companheira até o fim dos jogos ou considerando as probabilidades até a minha morte. Mas eu não estava nervoso, não tinha mais volta. Durante o trajeto, eles injetaram um localizador que mostraria onde eu estava na arena. Fizeram a mesma coisa com os outros tributos que me acompanhavam. Ao chegar no local, eu passei por um túnel, que impediu de ver qualquer coisa. Fiquei sozinho numa sala até que vi a porta se abrir e meu pai apareceu:

–Pai! - eu não esperava por aquilo – Pensei que somente Ocean pudesse vir aqui.

– Ahh, ela concordou em ceder o lugar para mim. E a gente deu um jeito nisso. Tome vista – ele me entregou um pacote que carregava

Eu abri e vi uma calça e jaqueta verdes de tecido impermeável, e uma blusa branca de algodão. A calça e jaqueta tinha diversos bolsos. E também havia botas. Então era isso que os tributos vestiriam esse ano. 23 de nós morreriam com essas roupas. Eu as coloquei. Depois, meu pai mexeu no seu bolso e tirou o medalhão de ouro pendurado em uma corrente grossa, que eu tinha visto na noite anterior:

– Diamond, achei que talvez você quisesse mudar de amuleto.

È claro, quando cheguei a Capital eu tinha escolhido um anel com o símbolo do distrito 1 para ser o meu talismã na arena, aquele que cada tributo pode escolher para lembrá-lo de casa. Normalmente se escolhe um objeto querido. E aquele anel já não tinha o mesmo significado para mim. Eu sorri e meu pai colocou o medalhão em volta do meu pescoço:

– Foi o que eu levei para arena quando fui aos jogos. - eu passei a examinar o medalhão, havia pequenas pedras nele, reconheci, é claro, diamantes, jades e ônix. - Abra !- mas meu pai não esperou, ele tomou o medalhão das minhas mãos e o abriu.

Encontrei uma pequena foto dentro, nela estavam : eu, minha mãe, meu pai, Jade e Onyx, todos sorrindo.

– Depois que eu voltei dos jogos, ele sempre esteve comigo. Eu mudei a foto algumas vezes, mas ele sempre permaneceu comigo até alguns dias atrás.

Meu pai me abraça, eu não escuto mas sei que ele chora e eu também não consigo evitar isso. Ele coloca as mãos no meu rosto, me olha nos olhos e eu vejo o quanto seus olhos estão molhados:

– Lembre-se faça tudo para continuar vivo e deixe a sua vontade de viver imperar... Eu te amo, Diamond.

– Eu te amo, pai.

Ele me abraça novamente. E diz:

– Você tem que ir agora. Se eu pudesse iria no seu lugar, mas não... você tem que ir.

Entro num tubo, e instantes depois sou arremessado. De olhos bem abertos vejo a arena pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Deixem as suas opiniões( negativas ou positivas), quero saber se estão lendo, o que estão achando. O próximo capítulo será o primeiro dia na arena. Nova fase da história se inicia, novos acontecimentos, nova dinâmica, as primeiras mortes. Então, de quem vamos nos despedir primeiro? Até o próximo,



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