É com grande satisfação que eu escuto meu nome ser chamado: Diamond Wall. Sendo filho do vencedor dos jogos vorazes, Gunner Wall, nada mais do que provar o meu valor e honrar o Distrito 1, nada me deixaria tão orgulhoso. Por mim e por meu pai, eu provarei do que sou feito. A multidão aplaude, não, nesse 59º Jogos Vorazes, o rapaz não será um voluntário, o candidato sorteado está à altura do distrito e dos jogos. Um filho de vitorioso, todos gostam disso. Tal pai, tal filho, eles exultam. Subo ao palco e olho toda a multidão. È tanta felicidade em mim e no povo que eu não sei como me contenho. Tenho que passar a imagem de forte e vitorioso, mesmo assim deixo um sorriso transparecer em meu rosto.

Podem pensar que seja azar, um tipo de maldição familiar. Dois membros da mesma família nos Jogos Vorazes. Mas para mim e para meu distrito não é. Desde que eu completei 12 anos e participei da primeira colheita, eu sonho com isso, ir para os jogos, para sua glória, e voltar tão admirado como meu pai. Claro que hoje eu vejo, naquela época não seria boa coisa. Fui treinado desde que me lembro para participar dos jogos, não deveria ser assim, mas aqui no distrito1, isso é um costume, e todas as crianças desenvolvem suas habilidades desde cedo. Claro que aos 12 anos ou até um pouco mais do que essa idade, minhas chances seriam menores. Mas agora aos 17 anos, eu não podia estar mais preparado. Sempre quis ser voluntário, mas meu pai nunca deixou. Bem, na maioria das vezes eu não o entendo. Mas eu quero que ele se orgulhe de mim, assim como o distrito se orgulha dele.

Olho a multidão que continua com suas palmas. A minha companheira de distrito, Star, de 18 anos, que se voluntariou, faz uma boa figura e me olha de maneira fria. Loira, alta, forte, com olhos verdes, como eu. Podíamos ser parentes, mas não somos. Ela me olha com certa crueldade. Somos rivais, mas será bom ter ela como aliada no início. Bem, talvez ela esteja irritada por eu ter roubado um pouco do brilho de sua ida aos jogos vorazes. Os comentários e aplausos são todos para mim, eu percebo.

Faço pose, pulo, sou um vitorioso, Jogos vorazes aí vou eu. Percorro novamente meus olhos pela multidão, com seus rostos receptivos, ostento um grande sorriso. E percebo um olhar triste, com certa pitada de terror. Meu pai, ele não deveria está orgulhoso e feliz, aplaudindo como outros? Mas não ele me olha de forma trágica, como se estivesse sido traído. E aquilo faz o meu sorriso desaparecer.