O som da canção de Julia ecoava por toda a casa dos Black. Trazendo total harmonia ao local, mas fora daquele ambiente tentando se tornar pacifico, outras pessoas tentavam ao máximo se reconciliar. Ou apenas Remo tentando explicar, tentando correr pela rua, que se seguia atrás de Manuela que pisava fundo, derramando lágrimas nos olhos. O que poderia ser pior? Perder os filhos mortos por comensais ou deixar que o próprio pai devorasse os próprios filhos?

-Manuela, quem você pensa que está ouvindo? – Falou Remo pulando para fora e a puxando pelo braço.

-Escuta aqui... Remo João Lupin... Seu lobisomem de araque... VÁ AO INFERNO JUNTO COM ÍSIS E...

-Manu... – Ele prendeu Manu em seus braços fortes e tentou chamar a sua atenção. – Me escuta...

-NÃO! NÃO VOU ESCUTAR O CARA QUE DEVOROU OS MEUS FILHOS!

-Manu... Por favor, eu posso explicar...

Ela se soltou de seus braços. E cruzou os braços limpando as lágrimas.

-Explique...

-Eu... Fiquei... Com ciúmes... Eu havia acabado de me transformar em lobisomem... Perdoe-me, você não tem culpa querida... Não tem...

-E quem disse que eu tenho culpa?

-Ninguém.

-Mas contando o que aconteceu, não vai trazer meus filhos de volta.

-Eles eram filhos do pacto mágico...

-John também é! Paul também é! Harry também é! A filha de Sophie é! A filha dos Pettigrew é! Eu sou! Você é! Porque apenas os meus filhos deviam ser mortos?

-Eles eram lobisomens.

-Isso não tem nada á ver.

-Manuela volte aqui... Por favor, não fique brava comigo... Eu...

-NÃO FICAR BRAVA COM VOCÊ? Poxa Remo, se você tivesse me contado e não fugido de mim... Eu até entenderia... Mas você foi embora sem me dar explicação nenhuma. Como se tivesse medo da minha reação!

-Eu estou com medo da sua reação!

-Mas isso não muda a minha questão... – Falou. – Eu não quero mais ter nenhum contato com você...

-Manu... – Falou Remo tentando puxar Manuela para os seus braços, com lágrimas nos olhos.

-NÃO TOQUE EM MIM! – Berrou Manuela se afastando dela. – EU TE ODEIO! VOCÊ ME ABANDONOU!

-Eu quis proteger você! – Falou Remo desesperado.

-AAH... Quis me proteger? Nem tem ideia do que aconteceu né... Pois eu digo á você Lupin... Se não fosse pelo fato de suas mentiras teria te perdoado... Mas como você me abandonou...

-O que de ruim poderia ter acontecido?

-Marcas...

-Marcas? – Ele a olhou fixo. E mostrou o seu peito, cheio de garras, garras profundas e feias.

-Manu eu... Perdoe-me...

Sem dizer mais nenhuma palavra, desaparatou para sua casa, Remo ficou sozinho com seus pensamentos, se culpado eternamente por ter machucado Manuela... Mais uma vez.

PV JOHN.

Suponha que Sirius irá adormecer, Adormecer, adormecer... Suponha que Sirius irá adormecer Meu pequeno Black.
Chame Julia pra conversarem a noite toda, Conversarem a noite toda, Conversar a noite toda, Chame Julia pra conversarem a noite toda...
Meu pequeno Black.

A última parte da canção de mamãe eu guardei. Eu sempre quis dormir com minha mãe assim, calma e mexendo em meus cabelos, contando histórias, cantando calmamente... Eu não era bebê, mas definitivamente estava me sentindo um... Um membro da família, e querido, ainda por cima.

Isso é bom, me deixa feliz, eu agora estou feliz finalmente. Se alguém mexer comigo, mamãe irá me defender. Se tentarem me fazer mal, Sirius irá coloca-lo para correr... Engraçado, afinal de contas nunca o chamei de... P... P... Pa... Pai... Deixe pra lá... Um dia, ele será considerado meu (...). Sim! Não sei como, eu não tenho rancor dele, e sim medo. Respeito? Talvez.

OFF

Na manhã seguinte, John acordou um pouco afobado. Havia tido um pesadelo, em que uma mulher descabelada gritava o nome de Paul em uma caverna, além do mar. Presa pelas mãos e os pés, ela era assustadora.

Ao abrir os olhos afundou a cabeça no travesseiro e passou a mão no rosto cansado. Bocejou e então se sentindo acordado, se levantou aos poucos da cama e sentado sob ela pensava no que os Zafre deviam fazer agora.

Trocou-se rapidamente e em seguida esticando-se saiu do quarto. O barulho estava insuportável, o quadro de sua vó berrava a Srª Weasley também, Junto á Julia e Snape que discutiam sobre os feitiços de travas das portas, a barulheira do Elfo Doméstico, aos gêmeos, á Tonks, a casa realmente estava em uma bagunça só. Era diferente da Casa dos Zafre.

Falando em Zafre, era hoje que ele Julia e Sirius visitariam os Nills. Iria reencontrar seus trigêmeos favoritos... Mas de tal modo não conhecia o resto que morava na Casa dos Nills. John desceu as escadas, e a gritaria foi aumentando. Chegando ao primeiro andar foi surpreendido por Gina.

-Olá John! – O garoto voou pra trás quase tropeçando na escada, mas logo mantendo o equilíbrio assustado. – Desculpe se te assustei. Bom dia!

-Bom... Dia... – Comportamento estranho, pensou e ficou inseguro de dizer qualquer coisa, mais precisava perguntar. – Que barulheira é... – Antes de terminar Gina o respondeu.

-Aah, sim... – Ela olhou para onde vinha o barulho. – Culpa de Julia que não quis jogar as porcelanas com o símbolo dos Black fora. E berrou acordando a Srª Black... – Ela sorriu para John. – Depois a confusão foi aumentando... E chegou á esse nível... Seu café está na mesa...

-Obrigado Gina...

John caminhou até a cozinha onde comeu torradas com chá inglês. Pelo gosto e a combinação, a ideia deveria ser de Manuela. E foi ela quem apareceu logo em seguida correndo na cozinha.

-Bom dia Johnny! – Era estranho ser chamado de Johnny, ele sorriu enquanto Manuela o apertava contra seu peito.

-Bom dia... – Pensou em como deveria a chamar. – Tia Manu! – Será que deveria ter chamado assim? Bom ela o apertou mais, talvez não tivesse problema.

-Dormiu bem? – Ela ainda o apertava.

-Sim!

-Ouviu músicas ou histórias antes de dormir?

-Os dois! – Ele sorriu se confortando nos braços da tia. – Você voltou á falar com Remo?

-Eu e Remo somos um caso á parte... – Remo quem apareceu em seguida na porta. John mordiscou os lábios, deveria chama-lo de... Tio? Bom, Manuela era irmã de Julia... Era sua tia. Mas Remo era... ERA seu marido... Devia?

Pensou;

-Bom dia... Tio Remo! – Falou de olhos fechados, e abaixou a cabeça.

Remo sorriu, passando a mão na cabeça de John dizendo.

-Bom dia pra você também John! – John deu um suspiro de alivio. Não precisava de confusão, não mais do que já havia.

-Viu Manuela? Até o menino nos quer junto e você não!

-ORA REMO, EU NÃO QUERO SABER!

A gritaria aumento, agora além da Srª Weasley, a Srª Black e Julia, Manuela também gritava, mas por pirraça... John se afastou assustado. Remo sorriu pela cara que o menino fez.

-Não se preocupe Pequeno Black, ela vai parar de gritar. – Definitivamente ela parou de gritar quando ele encostou os próprios lábios nos dela. O beijo enlouquecidamente gostoso fez com que ela cedesse um pouco e a gritaria também cedeu.

A única á gritar agora era a vó de John, no quadro da galeria... Pois todos se aquietaram para ver remo e Manu. John deu um sorriso.

-Manuela Lupin... Desculpe-me pelo que fiz, por ter te deixado, por ter te machucado, por ter me esquecido de você. Por pensar só em mim, por não ser bom pra você, me perdoe pelo que sou me perdoe pelo que eu não sou me desculpe se sou do jeito errado que você quer. Mas me escute... Eu só cometo erros algumas vezes, mas nem por isso quer dizer que eu seja um erro. Por isso, não seja errada agora... Você aceita ser minha de novo? Podemos ter quantos filhos você quiser...

-Um pode se chamar Johnny! – Sugeriu John.

-Me perdoe pelo que eu fiz... Passamos mais tempo separados do que juntos, mas podemos recompensar esse tempo não é?

-Vai logo Manu aceita ele... – Falou Julia abraçando Sirius pelo pescoço com um braço, enquanto a metade das fotos da família Black estava na outra mão.  – Não foi pra isso que você roubou um beijo dele, desafiou Dorcas e... – Manuela ficou vermelha.

-CALABOCA JULIA! – Ela olhou para Remo que fazia cara de cachorrinho abandonado. – Se eu te desculpar... Você vai me abandonar de novo?

-Apenas na Lua Cheia! – Ele sorriu, enquanto ela suspirava indecisa.

-Eu aceito você de volta Remo... – Falou arrancando um sorriso de John e os demais da casa.

-Ótimo... – Falou a Srª Weasley. – Vamos trabalhar.

O resto do dia foi conturbado á trabalhos. A sala de desenho estava sendo desinfetados, eles tentaram também remover a árvore genealógica dos Black, Julia ainda se escandalizava indignada por que Sirius desejava jogar fotos, quadros e a metade da coisa dos Black, aquilo tirava Julia do sério, enquanto John e os demais faziam o que Snape considerava: Limpeza.

E agora que Julia havia conversando com Harry, ele e os outros até tentavam dar mais atenção á John, mas Molly o olhava indiferente porque o garoto era muito magro e não podia fazer coisas difíceis para não magoar Sirius nem Julia. Ás 04h30min, Julia pediu á Molly que John fosse automaticamente dispensado pelo “Batalhão da Srª Weasley”, pois ia sair com os pais. Era difícil os considerar pais, estiveram ausentes tanto tempo, que chegava á ser engraçado os chamar de “mamãe e papai”.

Julia, Sirius e John haviam se arrumado. Estavam prontos para sair.

-Aonde vão? – Perguntou Molly preocupada.

-Vamos procurar uma família de bruxos mestiços... – Respondeu Julia sorridente. – Não podemos demorar muito. Estaremos para o jantar.

-Tem certeza? – Perguntou Manuela encarando Julia que deu um sorriso maroto.

-Talvez ele nos convide para jantar... – Falou Sirius. – Mas voltamos em breve.

-Vai sair Sirius? – Perguntou Harry preocupado.

-Não se preocupem em forma de animago ninguém vai reconhecer ele...

-Mas, avisaram para eles que...

-Sim... Mandei uma coruja... Era a de Kathellen, então ninguém vai desconfiar dela... – Julia sorriu ao ver Sirius se transformando em Animago, colocou a coleira nele e em seguida disse. – Se machucar morda a barra da minha roupa, mas não vai machucar...

O enorme cão negro seguia Julia e John pela rua. Ela tinha muito carinho ao puxar Sirius pela rua tranquilamente, como se fosse uma Senhorita levando o filho e o cão para passear. John estava admirado com aquilo. Agora sabia o que era quando a mãe perguntou o que era “Animago”, Sirius era um, e com certeza Julia também deveria ser. Começaram á se afastar da Casa dos Black e Sirius parecia ter muita energia agora.

Á algumas quadras dali, desaparataram. Ao chegar ao local desejado, John vomitou tudo o que havia comido no almoço para fora.

-Sim, algumas pessoas fazem isso na primeira vez. – Julia sorriu olhando o filho cheio de tontura, ela o ajudou á levantar. E logo em seguida se deparou com uma longa rua de casas praticamente iguais. Julia suspirou forte.

-Qual a casa deles? – Perguntou John.

-Em breve chegaremos lá. – John continuou acompanhando a mãe.

Julia começou á andar, contando os números das casas, 586, 587, 588, 590... Ela sorriu ao notar esse erro drástico. Mas logo em seguida sorriu pronunciando;

-Nunca faça cócegas em um dragão adormecido...

Então uma porta surgiu do nada entre os números 588 e 590, seguindo de paredes e janelas. Era como se uma cassa tivesse inflado, empurrando as outras duas casas para o lado. Sendo que tudo continuava normal, parecia que as trouxas não haviam percebido nada, parecia que não havia acontecido nada.
Mas então uma mulher de cabelos longos e baixinha saiu na porta dizendo.

-Quem fez cócegas em um dragão adormecido? – A mulher olhou para Julia segurando Sirius pela coleira e sorriu com John segurando em sua cintura.

-Eu fiz! – Ela sorriu.

Em seguida três crianças botaram a cabeça para fora.

-Entre Julia... Á quanto tempo...

-Hurum! Muito tempo.

-Peraí você não tinha morrido?

-Na verdade, explico assim que eu entrar.

Julia entrou com John e Sirius, assim que a porta foi fechada, Sirius saiu de sua forma Animago e voltou á ser homem novamente. Aline pulou para trás quando viu tal cena.

-Sirius...

-Uau... É Sirius?

-Sirius Black?

-O fugitivo de Azkaban?

-Aline, esse é meu filho Johnny!

-Eu sei quem ele é... É da Lufa-Lufa, meus filhos falaram muito dele.

-Oi...

-Bom, eu acho que não tem muita coisa pra você fazer... – Falou Aline. – Acho que crianças de Dois anos e meio...

-Suas filhas?

-Não... – Ela sorriu. – Essa é Julia, filha de Ugo... E essas são Meiko e Mikulia, filhas de Igor.

-Tiago, não tem filhas? – Perguntou John, afinal o papo estava realmente chato.

-Não, ele ainda está pra se casar com... Melody.

O coração de John apertou profundamente.

Que saudade sentia da família Zafre.  Apesar de todos os problemas, ele ainda estava vivo. Era isso que importava, não só pra ele, como para Julia e Sirius.

John se chateou o tempo todo, de Julia contando como estava viva, e Sirius dando explicações á todos. Era devidamente um pouco chato, mas não chato á ponto de ele correr e voltar pra casa dos Zafre.

-ALINE; CHEGUEI!

- Olá Steve... – Os olhos de Julia se arregalaram, e os de Sirius diminuíram. – Como foi à ida á cidade Maryle?

O coração de John por um instante parou.  Ao olhar para trás viu a garota da Copa Mundial de Quadribol, em que Terence e Paul ficaram de gracinha. Finalmente alguém da idade dele. Não era preciso ouvir mais aquele assunto chato...