Antes de qualquer coisa, de braços cruzados e bico nos lábios, o seu olhar expressava derrota e ódio. O amigo fez errado? Ele disse certo? O que John estava pensando? O que ia pensar? No que ia dizer?

John nunca havia gostado de tantas meninas ao mesmo tempo. Tinha que ser muito burro á gostar de tantas meninas. Mais, ele não tinha culpa.

-E então Johnny? – Perguntou Paul – Está mais tranquilo? Mais calmo? O que aconteceu quando você foi falar com a Cho?

-Ela em namorado... – Respondeu John observando a paisagem.

O sorriso de Cho era encantador.
Mais nada poderia ser mais encanador que John Zafre. Ele poderia pensar assim, se alguma garota desse valor para ele.

-Nossa, que pena John... – Falou Terence

-Não precisa ter pena de mim... Está tudo bem... Por mim, tudo bem.

-John... – Falava Paul – Eu não acredito em tal coisa, você foi o menino mais corajoso que eu já vi!

-Paul, tenta não encher a minha cabeça... – John cruzou os braços novamente – Como ele pode? Como pode trair á mim? Seu Artilheiro? Só porque é Capitão do time da Casa? E o que isso tem á ver?

-Fica calmo John, você ainda acha a sua metade da laranja...

-Só se for do limão... – Riu Paul – Só que o seu limão azedou!

John o encarou enraivado e em seguida disse nervoso.

-Não tem graça Paul...

-Desculpe John, eu não resistir! – Falou sorridente e logo em seguida colocando a mão em seu ombro. – Foi mal John...

-Aah, porque vocês não vão arrumar outra pessoa pra mexer? Eu acabo de ter um amigo fura-olho e vocês riem de mim?

-Eu não ri de você! – Fala Terence. – Mais olha só uma coisa, talvez nem era pra você ficar com o Cho...

-É verdade, essa Cho é mais rodada do que tudo... – Respondeu Paul – Você ainda vai encontrar outra garota mais bonita e mais inteligente do que ela. Diversas vezes mais legal.

A chuva ia ficando cada vez mais pesada, á medida que o trem seguia mais para o norte. O céu estava tão escuro e as janelas tão embaçadas que as lanternas foram acessas antes do meio-dia. Quando entediados compram vários bolinhos e doces, de deixar qualquer Zafre do vagão cheio e de bom humor, menos John que ainda tentava acreditar como Cedrico tentou e roubou a sua garota.

Estava muito chato naquele momento, eles tinham certeza que sem Melody ali não tinha graça alguma. Era Melody que dava as graças e contava às fofocas que ocorriam. Mais por ironia, aquele ano, e nem mais um ano, Melody iria ir para a escola. O que acabou desanimando cada vez mais os meninos que puxaram um ar de tédio e soltaram um de decepção.
Foi aí então que foram ouvidos discussões no vagão anterior, ou em outro vagão, deveria ser Draco Malfoy dando sua caminhada anual.
Ele escancarou a porta do vagão deles, onde surgira com Malfoy, Crabble e Goyle. John até soltou um suspiro de “outra vez”.

-Ora, ora, ora... – John achou tantos “oras” inutilmente aborrecestes – Vejamos se não falta uma Zafre...

-E o que te importa Malfoy? – Perguntou Terence irritado, além do tédio imposto nele, Malfoy queria estragar mais o que?

-Me importa por que, eu sempre a admirei muito e... – Antes de Malfoy continuar o que estava dizendo foi interrompido.

-Escute aqui seu patético... – Falou Paul se levantando e empurrando Malfoy com tudo pra fora do vagão dos garotos – Eu não pedi sua opinião, assim como ninguém daqui... Vai brigar com outro aluno, porque aqui não tem uma coisa dessas não... – Dizendo isso fechou a porta em sua cara e deu um sorriso assim como os demais meninos.

-Muito bem... – Riu Terence.

Logo em seguida, sentados, e olhando a paisagem, não demoraram a se trocarem de roupa e colocarem os uniformes. O uniforme da Corvinal, da Grifinória e da Lufa-Lufa já estavam em mãos. Era engraçado como ambos eram de casas diferentes, de jeitos diferentes mais se dava tão bem.

-Vocês sabiam que o Chapéu Seletor queria me colocar na Sonserina? – Comentou Terence – Igual ao meu pai...

-Sério? – Perguntou Paul – O Chapéu Seletor sugeriu que eu fosse para a Sonserina, como meu pai, ou fosse para a Corvinal como minha mãe...

-E você John? – Perguntou Terence – O Chapéu não lhe sugeriu nenhum?

-Não sei, eu não lembro... Mais, o que eu sei é que... – Antes de ele terminar, disse se interrompendo mesmo – Qual deve ter sido a Casa de minha mãe e de meu pai...

-Se for a que ele sugere, é a casa de seus pais... – Respondeu Paul

-Bom... Eu sei de uma coisa... – Falou John com os olhos cheios de esperança – O nome de minha era Julia... Ela era da Corvinal...

-Mais pode ter havido tantas Julias... – Respondeu Terence.

-Eu sei... Mais quem sabe no ano dela, apenas ela? Sabendo dela, eu saberei quem foi o meu pai... – Respondeu John

-Muito legal você querer saber da sua família John... – Falava Paul – Mais sabe de uma coisa? Eu também não encontrei a minha família de um dia pra outro não...

-Ah, mais você...  Ísis é sua Tia...

-Eu sei... Mais você acha que ela queria falar quem era meu pai? De jeito nenhum... Eu tive que procurar fundo dentro da Torre da Corvinal. Perguntar pra cada fantasma, cada Quadro... Até que Descobri por Melody que ela havia se casado com Régulos Black... Que era da Sonserina...

-Huum... – Falou John...

-É por isso que eu tenho essa marquinha de Black... – Paul elevou a calça e mostrou sobre o calcanhar uma ondulação sobre dois pontinhos, um em cima e outro em baixo. John se tremeu por inteiro – Todos os Blacks foram marcados com essa marca, e assim, pode-se saber quem é ou não é um Black...

John ficou admirado com a marca de Paul. Foi aí que ambos notaram que o Expresso Hogwarts finalmente começava á reduzir a velocidade até parar com tudo na escuridão do breu da estação de Hogsmeade. Tomando fôlego viram as portas do trem se abriram, ouvindo-se uma trovoada no alto. Paul deu um sorriso dizendo.

-ADORO TROVÕES!

Assim que desceram do trem, puderam ver Hagrid mais uma vez chamando os alunos do primeiro ano, que iriam com ele. Ou seja, os alunos do primeiro ano, iam de barco com ele. Enquanto os dos demais anos iriam de carroça. O tempo estava horrível, e Paul estava admirado com tal tempo...
Quando deu uma breve olhada para Hagrid com as crianças, notou que havia uma grande demais ali.

-John... – Chamou Paul – Vamos logo.

Assim foram em direção ao castelo no meio do tempo horrível que já estava se extinguindo e assim puderam seguir para o castelo de Hogwarts calmamente.