Jigoku Shoujo - Infernal Love escrita por Mirytie


Capítulo 2
Capítulo 2 - Amor


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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8 horas antes

“Se realmente desejas vingar-te do teu inimigo, deves desfazer esse laço vermelho. Se o fizeres, será um contrato oficial comigo. Aquele de quem te desejas vingar será imediatamente mandado para o inferno. No entanto…se eu realizar a vingança, terás que pagar o preço. Quando uma pessoa é amaldiçoada, dois túmulos são cavados. Quando morreres, a tua alma cairá no abismo do Inferno.”

- Inferno? – repetiu Yuuko já com o boneco na mão.

“O teu espírito vagará entre a dor e o sofrimento, sem jamais conhecer o paraíso.”

- Porque é que eu tenho que ir para o inferno, também? – protestou Yuuko desviando os olhos para o boneco – Eu não fiz nada para merecer isso!

Mas, quando olhou para a frente, ela já não estava lá.

“O resto, és tu quem decide.”

Atualmente

Yuuko entrou na escola com o boneco na mala e um sorriso nos lábios. Mas não era um sorriso qualquer.

Shimuzu que estava à porta da enfermaria e viu Yuuko, franziu as sobrancelhas ao sorriso inesperado, por isso chamou-o.

- Matsuda-san, pareces contente, hoje. – disse Shimuzu retribuindo-lhe o sorriso – E o que é que te aconteceu à mão!? Estás bem!?

- Estou ótimo! – respondeu Yuuko – Aliás, estou melhor que isso!

- Estás pronto para o exame, então? – perguntou Shimuzu.

- Não. – disse Yuuko, surpreendendo Shimuzu – Por acaso, não tenciono fazer o exame, hoje. Vou agora a caminho para falar com o diretor.

- Vais ao diretor?

- Sim. – confirmou Yuuko – Tenciono pedir transferência hoje e terminar com isto de uma vez.

- Bem…isso é bom. – hesitou Shimuzu – Mas o que é que te fez mudar de ideias tão subitamente?

- Ontem, parti os dedos da minha mão direita. – disse Yuuko mostrando-lhe o gesso na mão direita – O médico disse que eu não ia poder tocar piano para o resto da minha vida. Quando cheguei a casa estava cheio de ódio e rancor. Estava pronto para mandá-lo para o inferno. Este mundo…não é mais do que um sítio triste onde as pessoas só pensam nelas próprias. O amor e a simpatia são sentimentos superficiais que as pessoas dizem ter para se sentirem melhores com elas próprias.

- Matsuda-san…

- Isso era o que eu pensava, ontem à noite. – continuou Yuuko – Até quando ela apareceu, eu achei que a vida não era justa. Porque é que eu tinha que ir para o inferno, também? Não fiz nada de mal.

- Estás a falar da linha direta para Inferno? – perguntou Shimuzu, preocupada – Não podes fazer isso! Há sempre mais opções!

- Não se preocupe, sensei. – pediu Yuuko com um sorriso – Estava disposto a puxar o laço, ontem. Mas agora não.

- Isso…é bom. – disse Shimuzu – Mas porque é que mudaste de ideias de um momento para o outro?

- Enma Ai. – murmurou ele.

- Parece que ele não vai puxar. – disse Ren que observava a cena com o seu olho.

- Porque é que o Wanyuudou não é dispensado, então? – perguntou Hone Onna em frente à escola, ao lado de Ren.

- Pelos vistos, a Donzela quer saber qual é razão para ele ter mudado de ideias tão subitamente. – explicou Ren – Por isso vai buscar o Wanyuudou pessoalmente.

- Apesar de a razão ser bastante óbvia. – declarou Hone Onna com um suspiro – Não acho que seja boa ideia deixar a Donzela ir sozinha.

- Eu posso espiar mas acho que a Donzela ia perceber a minha presença. – disse Ren sem perceber qual era a preocupação dela.

- Faz isso. – pediu Hone Onna – Se ela se aperceber, pudemos sempre dizer que estávamos curiosos para saber a razão.

Ren abanou a cabeça lentamente mas sabia que mais valia espiar a Donzela do que aturar as queixas de Hone Onna.

- Está bem.

- A Donzela vai ter com ele esta noite. – informou Hone Onna – Está preparado.

Daichi olhou em volta para tentar encontrar Yuuko mas na sua mesa estava uma rapariga de cabelos pretos e olhos brilhantes que ele nunca tinha visto antes. O uniforme preto também não pertencia àquela escola.

Quando ela olhou para ele, ele sentiu um arrepio pela espinha acima.

- Sensei! – chamou Daichi virando-se imediatamente para a frente.

- Sim, Daichi-kun? – respondeu a professora.

- Quem é a rapariga nova? – perguntou Daichi.

A professora varreu a sala com os olhos mas voltou-se para Daichi como se não soubesse do que ele estava a falar. – Que rapariga, Daichi-kun?

- Aquela. – disse Daichi apontando para a mesa vazia de Yuuko – O quê? Mas ela estava mesmo ali!

- Daichi-kun, estás-te a sentir bem? – perguntou a professora aproximando-se de Daichi – Se quiseres podes ir à enfermaria e fazes o teste depois.

- Nem pensar! – respondeu Daichi, abanando a cabeça – E onde é que está o Yuuko?

- O Matsuda-san está na sala do diretor. – disse a rapariga que se encontrava em frente a Daichi – Pelos vistos vai pedir transferência para outra escola.

- O quê!? – exclamou Daichi.

- Vá, calados meninos. – avisou a professora pegando nos testes – Vamos começar.

Daichi semicerrou os olhos e olhou mais uma vez para a cadeira vazia de Yuuko.

Ele achava que se podia livrar assim tão facilmente? Bem, estava muito enganado!

Depois de jantar, Yuuko entrou no quarto sem se incomodar em ligar a luz já que a luz da lua fornecia luz suficiente. Pousou a mala a mala em cima da cama, abriu-a e confirmou que o boneco de palha ainda estava lá.

Agora que ia ser transferido e começar de novo, não sabia muito bem como agir. Depois de Daichi lhe ter partido os seus dedos, o seu pai tinha telefonado para a sua mãe na América e esta concordara em voltar para o Japão o mais depressa possível.

Sentia-se mal por ela ter de voltar por sua causa, mas pelo menos a família estaria reunida de novo.

Como fazia todos os dias, ligou o computador para ver as novas mensagens.

- Não vais desfazer o laço?

A pergunta feita repentinamente assustou-o mas a voz deixou-lhe um sorriso no rosto. Olhou para o lado e viu-a sentada outra vez na sua cama.

- Ai-chan!

- Aquele rapaz… - disse Ai levantando-se – Não o odeias?

- Odeio. – respondeu Yuuko rodando a cadeira para ficar de frente para ela – Talvez o suficiente para o mandar para o Inferno, mas não o suficiente para aceitar ir para o Inferno depois de morrer.

- Estou a ver. – Ai levantou-se – Vamos, Wanyuudou.

Para surpresa de Yuuko, o boneco preto saiu da sua mala e transformou-se num velho.

- Sim, Donzela. – disse Wanyuudou ao lado dela.

- Espera! – pediu Yuuko levantando-se da cadeira antes de Ai ter tempo de desaparecer.

O facto de Ai ter parado, foi o que mais admirou Wanyuudou.

- Mudaste de ideias? – perguntou Ai, virando-se para trás.

- Não, mas… - gaguejou Yuuko. Era a primeira vez que fazia aquilo – Estava a pensar se gostavas de sair, um dia destes.

A expressão de Ai não mudou, mas Wanyuudou estava de boca aberta a olhar para o rapaz.

- Um encontro? – repetiu Ai, sem perceber – Porque razão?

- Porque gosto de ti.

Ren e Hone Onna partilhavam a expressão de Wanyuudou.

Apesar de Hone Onna  fazer uma pequena ideia de quais eram as intenções do rapaz, não pensara que ele tivesse coragem para dizer aquilo.

- Ele acabou de se confessar à Donzela? – perguntou Ren, só para ter a certeza que não estava a imaginar aquilo.

- Acho…que sim. – respondeu Hone Onna, mas também não tinha bem a certeza.

- Tens a noção do que estás a dizer, rapaz? – perguntou Wanyuudou que continuava ao lado de Ai – Ela é a Donzela do Inferno, lembras-te?

- Sei perfeitamente qual é o trabalho dela. – confirmou Yuuko, um pouco chateado com o velho que o estava a interromper – Também sei que é uma rapariga que eu gostava de conhecer melhor.

Wanyuudou esfregou a testa. Ante vinha uma dor de cabeça.

- O que pretendes ao conhecer-me? – perguntou Ai.

- O que pretendo? – Yuuko sorriu – Aproximar-me de ti.

- Isso é uma perda de tempo. – replicou Ai com um leve franzir de sobrancelhas – Não vejo qual é o beneficio de “sair” contigo.

- Bem, para começar…

- Vamos, Wanyuudo. – repetiu Ai virando costas.

- Espera! – pediu Yuuko, novamente.

Mas desta vez, ela não ouviu o pedido e desapareceu com Wanyuudo atrás de si.

Desapontado, Yuuko afundou-se na cama e adormeceu quando faltava um minuto para a meia-noite.

00:01

- Chamaste?

Daichi olhou para trás e viu a rapariga de cabelo preto e olhos brilhantes em frente ao seu armário, ao lado de uma mulher com um kimono azul.

- Tu? – disse Daichi pousando o telemóvel de onde tinha acedido à linha direta do Inferno – Tu és a Donzela do Inferno?

- O meu nome é Enma Ai. – apresentou-se Ai – Hone Onna.

- Donzela, sabendo quem ele quer mandar para o Inferno, acha que é correto? – perguntou Hone Onna recebendo apenas silêncio – Como queira.

Num instante, transformou-se num boneco vermelho que imediatamente foi parar à mão de Ai.

- Pega. – disse ela esticando o boneco em direção a Daichi - Se realmente desejas vingar-te do teu inimigo, deves desfazer esse laço vermelho. Se o fizeres, será um contrato oficial comigo. Aquele de quem te deseja vingar será imediatamente mandado ao Inferno.

Com um sorriso, pegou no boneco e acariciou o laço vermelho à volta do pescoço do boneco de palha.

- No entanto… - continuou Ai parando Daichi - Se eu realizar a vingança terás que pagar um preço. Quando uma pessoa é amaldiçoada, dois túmulos são cavados. Quando morreres, a tua alma cairá no abismo do Inferno. O teu espírito vagará entre a dor e o sofrimento, sem jamais conhecer o paraíso.

- Já não vou para o paraíso de qualquer maneira. – disse Daichi voltando a olhar para o boneco – Mas primeiro quero ver a cara dele quando eu lhe disser que vai para o Inferno.

- O resto és tu quem decide.

Yuuko continuava deprimido por causa da noite anterior mas, quando viu Daichi à sua espera, no portão da escola, o dia só podia piorar.

- Yuuko-kun. – chamou Daichi, parando-o antes de ele entrar na escola – Tive saudades tuas, ontem.

- Ontem…o diretor chamou-me e não pude ir a exame. – mentiu Yuuko – Mas isso é bom, certo? Assim de certeza que ficas em primeiro lugar.

- Tens pena de mim!? – exclamou Daichi pegando na mão engessada de Yuuko. De vagar, começou a torcer o pulso – Achas que não conseguia o primeiro lugar se tivesses ido!?

- Não é isso! – disse Yuuko, contendo o grito que se queria soltar graças à dor infligida no pulso – Eu só…

- Soube que vais transferir de escola. – revelou Daichi – Mas quero que saibas que não conseguir escapar-me por muito que tentes.

Daichi largou o pulso dorido de Yuuko e tirou o boneco de palha vermelha da mala.

- Quero que saibas que posso mandar-te para o Inferno a qualquer altura. – informou Daichi – Por isso, é bom que faças o que eu quero e não te transfiras.

- Tu…conheceste a Ai-chan? – perguntou Yuuko, mais chateado do que com medo.

- Estás a falar da Donzela do Inferno? Sim, claro. – Daichi franziu as sobrancelhas com a pergunta imprevista.

- Ela chama-se Enma Ai! – exclamou Yuuko.

- Espera! Que tipo de reação é essa? Acabei de dizer que posso mandar-te para o Inferno a qualquer segundo e só te importas com a rapariga? – quando Daichi percebeu, um sorriso perverso apareceu na sua face – Tu gostas da rapariga, não gostas?

- O quê!? – sem se aperceber, Yuuko corou, dando-lhe a resposta – Não sei do que estás a falar.

- Oh, isto vai ser mais divertido do que estava à espera.


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Notas finais do capítulo

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