Branca De Neve Eu Te Amo escrita por Gi


Capítulo 1
Branca de Neve eu te amo - parte I


Notas iniciais do capítulo

Uma história não muito extensa.
*não estou separando por capítulos e sim por partes. Não se prendam à capítulos.



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– Te amo mais que a mim mesmo Nina. – declarou-se o lenhador.

– Te amo como amo a Deus Leonard – retribuiu.

– Ama a Deus acima de tudo, minha querida. Não peque contra nosso senhor, nosso Deus, quero te ter aos meus braços na terra prometida. – disse Leonard.

– Meu coração diz-me que te amar é minha única razão. Quero estar em teus braços onde quer que seja. Dei a ti meu coração, minha alma e meu corpo. Quero desfrutar de teus beijos mesmo que para isso, precise me render ao pecado.

– Não sejas tola, Nina! Te livras dessa blasfêmia que te acometes.

– Diz-me que não me amas da mesma forma meu amado. Diz-me e te deixo partir. – falou Nina, enquanto beijava suavemente o peito nu de Leonard, onde apoiava a cabeça.

Leonard respirou fundo por um instante e disse: “Amo-te mais que os céus. Mas não diga isso em voz alta. Deus pode se zangar”.

Os dois amantes continuaram deitados na relva, sobre um pano maltrapilho em frente ao humilde barraco de Leonard, que adentrava a floresta em alguns quilômetros. Uma cabana muito simples onde passava as noites quando já havia se demorado demais ao trabalho de cortar árvores e agora, um lugar secreto e distante onde ele e Nina podiam fazer amor sem serem descobertos.

– Devemos ir, Leonard. – Levantou-se Nina, procurando por seu vestido. – Logo o sol vai se esconder.

– Bela. Mais bela que as flores do campo e o mar dos litorais. – Disse Leonard, contemplando o corpo descoberto de Nina.

– Assim me matas de vergonha Leonard – Falou Nina colocando depressa seu vestido. - Vamos, levante-se, homem!


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– Por onde andastes, Valentina? - perguntou a Madrasta – Sabes bem que estás quase em idade de casamento e homem nenhum irá quer casar-se com mulher mal-falada. Trate de ficar em casa!

– Estava nos campos, senhora. – desculpou-se Nina, abaixando a cabeça em um cumprimento. – Sentido o vento em meus cabelos.

– Pois pare de sentir o vento nos cabelos, menina. Antes que se transformem de uma vez um uma palha seca! – e saiu da cozinha.


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– Olá minha querida, como foi seu dia? – perguntou o Pai, não muito interessado.

– Bem até sua filha regressar de seus passeios misteriosos – revirou os olhos – Esta garota estressa a mim e ao senhor!

Era mais do que costumeiro o pai ouvir reclamações constantes de Nina vindas do resto da família. Uma moça tão doce e gentil, impossível que tivesse se transformado nas barbaridades em que ouvia. Já havia cogitado a possibilidade de Valentina ter mudado seus comportamentos após a morte a mãe. Mas ele nada havia reparado.

– Ela é uma boa garota. Só está sendo criança. – rebateu o pai.

– Valentina já passou da época de criança, meu senhor. Valentina deve casar-se! – falou a madrasta, como um tiro sobre o peito do pai.

– CASAR-SE? – levantou-se em um pulo, derrubando a cadeira para trás. – TIRÁSTE DE ONDE ESTÁ IDEIA INSENTATA MULHER?

– Valentina é quase mulher e tu sabes melhor que eu que é praticamente um velho falido! Não terás outra chance de morrer sobre um lençol de seda se não casar tua filha com um pretendente afortunado! – falou a madrasta, escondendo o rosto para se proteger de um provável safanão.

Ao contrário do imaginado, o pai recompôs a cadeira e se sentou à frente de sua mesa, uma gota de suor escorria pela lateral de seu rosto.

– Porque não casa uma te tuas filhas? – perguntou.

– Sabes muito bem que não posso casá-las. Todos pensam que essas meninas são suas por direito, meu senhor. – Quando se casarem a notícia correrá por todo o reino e o pai biológico ouvirá a notícia. – Disse, sentando-se a uma poltrona na sala. – Essa casa perderá a única coisa que a resta, dignidade.


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Uma semana havia se passado na humilde vila de Azaléia e o Pai parecia ter tomado a decisão final: casar sua filha Nina. Bastava apenas encontrar o bom pretendente e marcar a data do casamento. Ele andara a procurar rapazes que se interessavam por Nina durante a semana. A fila de garotos na esperança de desposar sua filha era extensa e cheia de bons partidos e nesta noite, ele encontraria na taverna o último dos garotos por quem sentira apatia, Sr. Havier VI.


– Boa noite senhores – Disso o Pai ao apertar firmemente a mão de Havier e de seu pai, senhor Albini. – Como andam as mulheres?

– Minha esposa goza de saúde, Sr, assim como minhas filhas. – Disse Sr. Albini. – Pois vamos tratar logo de negócios. Havier já completou seus 19 anos e temo que não possa se demorar mais a escolher sua esposa. Quero ter certeza de que farei a escolha certa em juntar nossas casas.

– Valentina é uma moça muito bem educada, vinda de uma casa antiga como o senhor bem sabe. – Falou o Pai. - Será uma ótima mãe e dona de casa, lhe dou certeza Havier. – Agora se dirigindo ao rapaz que escutava com atenção a conversa. – Minha casa passa hoje por momentos difíceis financeiramente. Mas Deus não se esquece de seus filhos, tenho esperança de que as chuvas parem e o solo volte a ser o que era. Se nosso Senhor quiser e a de querer, poderei passar meu vinhedo para meu genro, já que não possuo filho homem.

A conversa se desenrolou esperançosa durante o resto do dia, regada por vinho e muita política. Ficou decidido, no final, que Nina haveria de se casar com Havier daqui a duas semanas a partir do dia de hoje.



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Notas finais do capítulo

Bem, tirei isso da cabeça hoje. Sempre adorei a Branca de Neve e sou uma pessoa anti-herói. Não acredito que a verdadeira Branca de Neve gostaria de ficar com um príncipe qualquer, ela gostaria de um envolvimento, de um romance. Havier é como o príncipe e Leonard como o caçador. Essa Branca de Neve é mais rebelde e quer amar de verdade.
Espero que gostem. Quem ler, comente por favor.