Por Trás De Uma Magia 2 escrita por anne_potter23


Capítulo 7
Capítulo 7




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– Bom dia, Se. – ao ouvir aquelas palavras, meu coração acelerou, e não pude deixar de sorrir. Ele as disse de modo tão tranquilo, tão doce. Estava me dirigindo ao salão principal para tomar café, de modo que nem havia o ouvido chegar.

– Bom dia. Quer dizer que voltou a falar comigo? – olhei em seus brilhantes olhos. Será que não estava mais bravo comigo?

– Não só isso. Também quero pedir desculpas. Porque eu acredito em você. – ele entrelaçou seus dedos nos meus e senti um arrepio até mais profundo que o normal.

– Obrigada. E não se preocupe, eu não estragaria tudo de novo.



Mais uma vez, após a aula de DCAT, Draco pediu para falar comigo. Al fingiu que não viu, mas Ella fez uma cara de preocupação maior que qualquer outra que eu já houvesse visto.

– Quer tomar café-da-manhã comigo amanhã de novo? – perguntou ele.

Aquela pergunta não era bom sinal. Porque eu queria dizer sim. Queria porque nós não faríamos nada. Queria porque seria divertido. Porque erámos amigos. Mais ao mesmo tempo eu não devia. Porque eu estaria arriscando meu namoro com Al. Porque eu já estava passando dos limites em relação a ele. Porque eu sentia atração por Draco. Porque eu não era confiável. Dizer sim seria errado.

– Sim.



No anoitecer daquele dia, fomos novamente para o lago. Foi um momento agradável, mesmo não tendo sido tão bom quanto na vez anterior. Porque entre Tiago e Luke o clima era pesado. Nenhum dos dois estava bem. Eles não dirigiam a palavra um ao outro. Ignoravam o que o outro dizia.

Mas cada um resolvendo seus próprios problemas. Garotos tem o gênio forte. O que eu podia fazer? Simplesmente imitar os outros e fingir que tudo estava normal.

O cheiro estava completamente agradável. Uma mistura de cheiro de chuva com menta. Lembranças e mais lembranças.

– Acho que vou jantar, estou morrendo de fome. – comentou Ella, e foi seguida por Gerald, Tiago e Al. Eu não senti fome, e já que Luke decidiu ficar, também optei por isso.

– Está tudo bem? – perguntei para o garoto cujo olhar estava ausente. Realmente seus olhos eram muito bonitos.

– Claro.

– Sabe, não pode me enganar com isso. – comentei. – lido muito bem com pessoas. Talvez não tão bem, mas bem o suficiente para saber reconhecer uma mentira dessas.

– É sério, está tudo bem. – bastou um olhar meu para que ele entendesse que não adiantava. – não está nada bem. Eu me sinto horrível.

– Por quê?

– Por hora prefiro não responder essa pergunta. Mas digamos que é algo complicado. – ele parecia triste, mas um pouco emocionado ao mesmo tempo. Havia algo positivo naquele olhar. Extremamente pensativo, eu diria.



Assim que acabamos de comer, um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente. Era muito cedo. Eu havia acordado mais cedo para não correr o risco de Al estar acordado quando eu voltasse. Só para não chateá-lo outra vez.

– Tem algo que eu gostaria de confessar. Por mais que você provavelmente já saiba. Sabe, não foi exclusivamente para voltarmos a ser amigos que eu te chamei aqui todas essas vezes. – Ele enrubesceu um pouco. Ajeitou o cabelo de um jeito sexy, e prosseguiu. – meus sentimentos por você ainda são os mesmos.

Eu não esperava ouvir isso, e esperava muito menos minha reação. Aquilo mexeu comigo.

– Acho que esse tipo de coisa não muda tão fácil. – disse, calculando as palavras certas a usar – Mas o tempo muda as coisas, e acho que o ideal seja você tentar superar, sabe? E devíamos ser amigos.

– Certo.

Foi tudo que ele disse. Draco Malfoy era um homem adulto, com mais que muita capacidade de entender a complicação da situação. De superar isso. De entender o quanto eu amava Al. O que ele esperava? Que eu o beijasse?

– Podemos nos ver hoje depois do almoço? – assenti simples e gentilmente.



– Desculpa se eu te deixei sem graça hoje mais cedo. – foi uma das primeiras coisas que ele me disse quando entrei na sala. – não foi a intenção. Eu só queria que você soubesse.

– Tudo bem. Esquece isso. – disse, tentando olhar o mínimo possível para seus lindos olhos.

Alguns minutos se passaram. Lembrei que tinha combinado de me encontrar com os outros no salão comunal.

– Acho melhor eu ir. – disse gentilmente.

– Claro, não queremos que ninguém saia ferido nessa história. – ele fez uma cara engraçada, levantando as mãos como se se rendesse. Abri a porta antes de rir e dizer:

– Ai, Draco, você é tão...

A frase errada. Momento errado. Sincronia péssima, com certeza. Ao me virar, dei de cara com um confuso Alvo. Fechei a porta da sala de Malfoy. Andamos em silêncio até o salão comunal. Mas como a última coisa que eu queria era ficar lá, fui a um corredor vazio para pensar.

Erro meu, porque Al seguiu meus passos.

– Que susto! – exclamei ao ser surpreendida por ele subindo as escadas.

– Sinto muito.

– O que houve? – perguntei, ao notar que ele não estava bem.

– O que você acha? – o tom extremamente irônico e rude de sua voz não fazia sentido visto que ele estava triste. – Me deixa esclarecer para você: você mente uma vez, eu finjo que está tudo bem. Continua acordando mais cedo todos os dias para se encontrar com Malfoy, eu finjo que está tudo bem. Fala com ele depois de toda aula, eu finjo que está tudo bem. Diz uma frase suspeita em um péssimo momento, eu finjo que está tudo bem. Acontece, Serena, que eu cansei de fingir que está tudo bem. Porque isso é o oposto do que está acontecendo.

Doeu porque ele tinha razão. Porque eu era burra, e porque ele disse isso do modo mais cruel possível.

– Eu juro que foi uma terrível coincidência, Al. Se você ao menos me der uma chance de explicar!

– Não, Se! Eu não vou ser burro. Já dei uma chance à nossa amizade após descobrir a confusão na qual você estava metida ano passado. Dei uma chance a você quando começamos a namorar. Te dei outra chance quando te perdoei ontem. Mas eu sei que ser burro só piora tudo: eu não vou mais der chance, Serena.

– Quer dizer que... – felizmente fui interrompida antes de completar a frase, porque aquilo doeria mais que eu podia suportar.

– Que terminamos. – gritou saindo dali, com passos pesados, deixando-me sozinha, abandonada.

Eu acho que nunca chorei tanto. E cada lágrima que caia saia de meus olhos queimando, era como se meu coração derretesse aos poucos. Porque eu sempre fazia tudo errado? Porque eu sempre estragava tudo?



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Notas finais do capítulo

REVIEEEWS!?



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