Por Trás De Uma Magia 2 escrita por anne_potter23


Capítulo 6
Capítulo 6




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Praticamente a mesma situação se repetiu: logo após a aula de DCAT, Draco pediu que eu ficasse, deixando Al e Ella com uma cara preocupada.

- Que tal repetirmos nosso incrível café-da-manhã? – perguntou com um sedutor sorriso.

Assim que eu aceitei, fui ao salão comunal. Lá encontrei todos os meus amigos reunidos. E, por incrível que pareça, ninguém perguntou nada sobre Draco. Nem mesmo Al, de novo.

Porque será que isso não o incomodava? Certo. Eu me acostumei com os ciumentos Malfoy e Tiago. Al não é assim. Ele é perfeito.

Tanto Thi quanto Luke não pareciam muito bem. Era como se algo os incomodasse profundamente. Talvez Tiago, em um de seus acessos de ciúme, tenha brigado com Luke. Ou pior. Bom, tanto faz...

- Bom dia! – disse ele, bagunçando os cabelos loiros. Eu estava mais cansada que no dia anterior. Notei que o café da manhã seria bolo de maçã e chá.

- Bom dia. – naquele momento, me perguntei algo que nem havia passado pela minha cabeça: O que eu estava fazendo ali? As seis e pouco da manhã. Para comer um pedaço de bolo com um ex-namorado (se é que posso chama-lo assim) de 40 anos. Mais uma vez me perguntei o porquê.

Por quê? Simplesmente porque eram lembranças fortes demais para que eu as deixasse ir embora. Porque éramos amigos. E, porque não admitir, eu ultimamente tinha sentido uma surreal atração por ele.

- Você parece cansada. Quer café? – perguntou, levantando-se para pegar uma garrafa térmica em uma mesa de canto.

- Por favor.

Não pude deixar de notar que ele estava com a mesma camisa que ele usou da primeira vez que fiquei de detenção. Aquela camisa já tinha sido desabotoada muito além dos dois botões de agora. E, do nada, me veio uma louca vontade de desabotoar o resto. Tirar sua calça e vê-lo mais uma vez de cueca branca box.

Mas afastei esse pensamento. Porque eu jurei que nunca mais cometeria tal erro novamente.

“- Caramba! Você continuou gostando de mim mesmo depois de saber que eu traia!

– É. E vou continuar gostando para sempre, desde que você prometa não fazer isso nunca mais.

– Eu prometo.”

As palavras ecoaram milhares de vezes em minha cabeça. E naquele momento, sentindo atração por Malfoy, foi como se eu houvesse descumprido a promessa.

Logo que pude, mas de um jeito que não parecesse uma desculpa esfarrapada, saí dali e fui ao salão comunal. Onde Alvo já estava acordado.

- Se? – perguntou quando entrei. – onde... Onde você estava? – parei para pensar no que ia dizer, para não ter que hesitar e correr o risco de soar sugestiva.

- Na sala de Draco. – a expressão em seu rosto não pode ser traduzida para palavras. Mas de uma coisa eu sei: não foi positiva.

Alvo POV:

- Fazendo o que? – perguntei, tentando me controlar ao máximo, apesar de todas as fibras do meu ser me dizerem para explodir de nervos.

- Ele me convidou para conversar. Ficarmos amigos de novo. Disse que duas pessoas que não se odeiam e passaram pelo que nós passamos não ignoram a existência uma da outra. – aquilo machucava. Cada palavra queimava.

Apesar de ter confiado em Serena para não trair outra vez. Apesar de ela ter me prometido que não o faria. E apesar de todo o meu amor, algo entregou que ela estava omitindo algo. Que estava mentindo. Aquele brilho nos olhos. Eu o conhecia.

Culpa.

Naquele momento, esqueci tudo que Gabrielle tinha me dito sobre não demonstrar meus ciúmes.

- Sobre o que vocês conversaram? – perguntei com raiva e irônico – sobre como ele ainda gosta de você? Sobre como vocês faziam um sexo delicioso? Sobre como eu sou burro de acreditar que você não trairia outra vez?

- O que houve, Al? Não! Claro que não! Conversamos sobre coisas banais e insignificantes. Eu juro! Porque você está assim? Não se lembra de que eu prometi que nunca trairia você? Eu não vou quebrar essa promessa. – ela parecia triste, quase ofendida, com minha acusação.

- Então o que é essa culpa mascarada no seu rosto?

Serena POV:

Aquelas palavras me atingiram em cheio. Ele tinha razão. Era a culpa. A culpa que me denunciava. A culpa pela atração que eu não deveria ter sentido.

Mas a grande verdade é que não fazia sentido eu sentir culpa. Porque ter um namorado não me impedia de achar alguém bonito. Mas eu sentia. Sentia porque ia além disso. Desejo. Saudades.

- Eu não te traí. Eu juro. Confie em mim.

O dia inteiro, Al ficou brigado comigo. Não falava durante as aulas. Me evitava nos intervalos. E agora isso. Me ignorando enquanto estávamos com o resto de nossos amigos. Mas, ao mesmo tempo, também existia uma preocupação com que os outros não descobrissem o que havia acontecido conosco.

Com o passar dos minutos, e das horas, aos poucos todos foram dormir. Al foi o primeiro. Logo em seguida Luke. E isso continuou, ao ponto que sobramos eu e Tiago.

- Não pense que eu não reparei que você e Alvo estavam esquisitos. – inesperadamente ele falou. – O que houve? Vocês brigaram?

- Sim. Quer dizer, ele ficou bravo comigo. Por ciúmes. De Draco.

- E voltamos aos velhos tempos...

- Achou que eu tinha o traído. – tentei não chorar.

- Bom, sejamos sinceros, você tem precedentes. Mas você traiu?

- Não! – respondi, e, ao passo que a última pessoa saiu do salão comunal, continuei sem medo de expressar minhas emoções – eu prometi que nunca cometeria esse erro de novo.

- Acredito em você.

- Não quero que meu namoro com Al acabe por causa de algo tão besta. – comecei a chorar, e Tiago me abraçou. Ele estava quentinho, e me acariciou de um jeito acolhedor.

- Está tudo bem, Se. – disse com a voz mais aveludada que o normal. Tinha até me esquecido do quão bem ele conseguia consolar. – meu irmão te ama mais que qualquer coisa no mudo. Eu o conheço. Ele só está sendo teimoso.

Aquelas palavras me acalmaram, e, em questão de minutos, deixei de me preocupar com aquilo por um tempo.

- Você e Luke também me pareceram um pouco estranhos. – logo notei que ele não esperava ouvir isso. – brigaram?

- Não. – disse em um tom completamente não confiável. Eu sabia que estava mentindo. Mas Tiago não é do tipo que mente por nada. Então provavelmente aquilo estava mexendo com ele. Luke recusava até as mais bonitas garotas que iam falar com ele. Garotas que antes eram loucas por Tiago, eu lembro bem. Ele estava solteiro, e ainda não tinha ficado com ninguém desde a volta às aulas. Porque ninguém digno de tal coisa tinha se importado com ele desde que Luke chegou.

Eu o conhecia bem o suficiente para saber que isso o deixava mais que irritado. O deixava mal.


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