Depois do tempo que passei com minha família fui para A Toca. Um lugar incrível, eu devo dizer. Não é como eu imaginava, mas melhor. Tão... Familiar. Tão único.

Minha mãe estava lá. Ron, Hermione, Harry, Gina, George. A família Weasley em si... Luke. E seus pais, que eram dois sujeitos extremamente simpáticos.

Eu diria que estávamos todos nos dando muito bem. Gina, Molly, minha mãe e Claire, mãe Luke, conversavam como velhas amigas. Hermione não fazia muito o tipo “mamãe” ou “dona de casa”, conversando o tempo todo com o pai de Luke e Arthur Weasley sobre o mundo trouxa.

Era um clima extremamente agradável. Até chega a ser indescritível. Mas se eu tivesse que descrever o que aconteceu naqueles dias, eu diria que era um reencontro de velhos amigos de família.

– Quem vai cozinhar hoje? – era uma frase ouvida muitas vezes. Tanto para decidirmos, tanto por curiosidade por parte das crianças/adolescentes. Refeições agradáveis certamente não faltaram.

Eu até melhorei minhas “habilidades” com quadribol. Foi divertido. Harry, Ron, George, eu, Tiago, Luke e Hugo jogando, e eu sendo frequentemente vítima de jogadores mais experientes e mais fortes.

– Oi, Se. – disse Al, subindo a escada, onde eu me sentava, as roupas imundas, de uma mistura de neve, terra, e infância.

– Oi. – puxei o para perto de mim, o que ele fez de jeito extremamente desastroso, mas válido. Colocou sua mão fria em meu rosto. Certamente estava lá fora. Após um longo silêncio, ele acariciando meu rosto, começou a me provocar com leves e deliciosas mordidas na orelha.

Então desceu sua boca para meu pescoço. Mordi meu lábio de constrangimento. Na posição que eu estava, não tinha a menor condição de eu fazer qualquer coisa. Então eu simplesmente fiquei parada como uma retardada.

– Quer sair daqui? – perguntei, sussurrando em seu ouvido. Ele nem chegou a responder, simplesmente me pegou pela mão, e me levou a um quarto onde não seríamos ouvidos. Dei um sorrisinho malicioso quando ele fechou a porta.

Deitei sobre ele na cama quando decidi que era minha vez de beijar seu pescoço. Ele arfou. Então subi para sua boca, e lá ficamos, um longo tempo, nos beijando. Rolando de um lado para outro naquela cama antiga e barulhenta. Ele já tirara seu casaco.

Quando decidi fazer algo e tirei sua camisa. Porque todos os Potter tão malhados? (Por favor, não me entenda mal, estou falando de Al e Tiago...).

Al tirou meu casaco, e pareceu não querer mostrar sua frustração quando descobriu que ainda havia outro por baixo. Mas é claro que eu percebi que ele ficou puto.

Mas que seja... Ele tirou o outro casaco e minha blusa. Mas é claro, devido a meu histórico brilhante, que não fomos além disso. Lá estava ele, com a mão pousada sobre o fecho do meu sutiã, tentando decidir se o abria agora ou não, quando ouvimos um barulho violento.

Luke acabara de abrir a porta. Acho que foram raros os momentos que vi Alvo tão bravo. Ou bravo. Ele pegou um travesseiro e jogou na cara de Luke.

– Será que dá para ser mais inconveniente? – perguntou irônico, irado, e lindo.

– Desculpa mesmo. – Luke estava mais vermelho que eu (se é que isso é possível). Fechou a porta.

– Esquece isso. – Beijei a cabeça de Al.

– É, esquece. – colocou sua camisa e seu casaco. Quando vi que não tinha volta, coloquei minhas roupas de volta. Eu também estava brava, afinal, nossos momentos perfeitos eram sempre interrompidos. Mas acho que Alvo sentia uma pressão enorme porque sabia que eu já transara com Draco e Tiago.

Era como se ele quisesse provar a si mesmo que estava à altura dos dois.

– Eu te amo mais que jamais amei Tiago ou Draco, sabia disso? – sussurrei baixinho em seu ouvido. Ele sorriu.

– Não mais que eu amo você. – entrelaçou seus dedos nos meus, e descemos a escada, encontrando-nos com os outros. Tiago fez um sorriso extremamente malicioso, mas que mostrava que Luke não contara a ele do acontecido.

Sentamo-nos, naquela noite, para jantar, em frente à lareira. Minha cabeça imediatamente pousou sobre o ombro de Alvo. Ambos sorrimos. Minha mãe também. Ela simplesmente adorara Al. Tratou-o todo esse tempo como um filho. Devo admitir que isso me deixou extremamente aliviada. Digamos que ela não é a melhor nesse aspecto.

E havia melhor refeição para aquele frio que sopa? Provavelmente a única vez ultimamente que realmente me senti aquecida. Mas em alguns dias voltaria a Hogwarts e essa sensação iria sumir. Em seu lugar viria aquele frio já típico de Hogwarts. Mas isso temos que resolver. Vamos resolver. No need to worry...

– E aí, você e o Alvo, hot moments... – comentou Tiago sem um pingo de discrição. Não que houvesse problema, éramos os únicos acordados. Horas da madrugada. E eu aqui tomando uma caneca de chocolate quente ou seja lá isso o que for.

– Não aconteceu nada. De novo. – comentei, irritando-me um pouco. Quase comentei “graças a seu namoradinho”. Mas me contive.

– Ah. – suspirou, notando que eu fiquei brava. – desculpa. Mas relaxa. O que é bom, o tempo é que traz...

Incrível como ele sempre soube dizer a frase certa no momento certo.

– Mas e você e seu Luke, hein? – provoquei também, deixando-o vermelho.

– Digamos que não é à toa que ele não consegue sentar a um tempo... - Tive que me conter para não morrer de rir ali mesmo, optando por só morder o lábio inferior com muita força. – Mas quietinha você, viu? Só te contei porque é minha melhor amiga.

– Safadinho! – comentei, deixando-o ainda mais vermelho.

– Pois é... Fazer o que? Não posso mudar quem eu sou...

– Te admiro muito por isso. – entendi que ele disse essa frase com mais de um sentido.

– Pelo menos alguém que valorize esse esforço... – comentou pensativo.

Levantou-se e beijou minha cabeça. Nem precisou dizer nada. Entendi perfeitamente seu “Boa noite”. Fiquei ali, pensando no que me disse. Melhor amiga. Realmente... Como as coisas mudam. E eu ali, sentada sozinha no meio da madrugada, com frio e sem sono...