Por Trás De Uma Magia 2 escrita por anne_potter23


Capítulo 16
Capítulo 16




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Mas, como se tudo que acontecera nas últimas semanas – Al e eu voltarmos, Thi e Luke começarem a namorar... – não tivesse acontecido, os dias que se seguiram foram mais que sombrios. Mais que tristes. Foram negros.

O inverno chegou, faltava menos de uma semana para as festas, e todos, por mais incrível que pareça, não viam a hora de ir para casa.

Porque Hogwarts parecia tudo, menos uma escola de magia.

Ninguém que entrasse lá pensaria que jamais houvera qualquer mágica no local: estava morto. E o mais incrível, o mais misterioso, era que essa tristeza surreal teve origem do nada.

Foi simplesmente do nada que surgiu essa energia negativa que se difundiu por Hogwarts.

Mas todos ali tínhamos uma mesma certeza, que mantínhamos para nós mesmos: algo estava muito errado. E algo muito ruim ia acontecer. Era como se Goyle tivesse entrado na mente de cada um de nós e nos convencido de que haveria vingança, de que haveria sangue, morte e lágrimas.




Parece que é para fechar com chave de ouro, mas na véspera de nossa ida de volta a casa, temos uma visita a Hogsmeade. Eu com Al. Thi com Luke, Ella com Ger.

E nós todos juntos. Mas ao mesmo tempo, todos em lugares muito distantes.

Lá, em Hogsmeade, que antes era, para todos, um local tão alegre, tão pacífico, parecia que nos sentíamos pior que jamais antes.

Como se Bryan Goyle nos espreitasse a cada passo. Ele estava lá, não havia dúvida, e tudo que eu queria era ir embora, ir para casa. Ter um pouco de paz.

Mal tive tempo de pensar isso e o mesmo que acontecera da última vez que viemos a Hogsmeade se repetiu. O que eu tanto temi que voltasse a acontecer.

Aquela mesma, inconfundível, horrível e mais forte que qualquer pessoa normal pode imaginar, dor de cabeça. Como se seu crânio diminuísse, e faltasse espaço para seu cérebro. Minha reação foi a mesma da outra vez: parei no meio do caminho e apertei os olhos de modo que chegava a dar angústia. Tentei falar, mas, como esperado, as palavras não sairiam de minha boca nem se eu gritasse.

De repente, fiquei tonta e caí no chão, sem poder me levantar, como se meus pés não me obedecessem. Déjà vu. E aquele mesmo chiado, o mesmo que ouvira da última vez. Era alguém sendo torturado.

Só agora eu entendi. Eu estava sendo torturada. E o chiado vinha de dentro de mim.

Mas então a horrível sensação cessou, mais uma vez. Aconteceu exatamente como da vez anterior: meus amigos ficaram extremamente preocupados. Principalmente Al.

Porém, dessa vez, não fui controlada. Não tentei tranquiliza-los. Com lágrimas nos olhos, devido ao sofrimento da experiência, levantei-me com a ajuda de Tiago.

– Vamos sair daqui. – foi tudo que falei. E era tudo que precisava ter dito: eles entenderam instantaneamente, e fomos embora de Hogsmeade. Fomos ao quarto de Tiago, onde todos poderíamos ficar em paz e sem ser ouvidos.

– Seja isso o que for, tem que parar. – disse Tiago.

– Se, eu sei que você provavelmente não quer falar sobre isso, mas não quer descrever para nós como é a sensação quando... Isso acontece com você? – e assim o fiz.

– Bom, eu não sei para vocês. – Tiago logo falou – mas para mim isso tem cara de magia negra. E pior: não temos ideia do que seja e de como funciona.

– Calma gente, não sejamos tão negativos! Coitada da Serena! – comentou Ella, com pena.

– Mas está certo, Ella. Isso tem a marca da magia negra. Mas não só isso, como também pode ter certeza que há algum drama envolvendo Goyle no meio disso. – pronto. Estava feito. Pronunciei as tão temidas palavras. Ninguém as queria ouvir, embora todos soubessem que era verdade.

Houve um silêncio constrangedor.

– A gente tem que resolver isso. E tem que ser logo. – foi tudo que Gerald disse. Era até engraçado ele ter tanta iniciativa quanto a isso. Geralmente ficava fora desse tipo de coisa. Ele era mais na dele.




Como se tivéssemos fingido que nada aconteceu, no dia seguinte fizemos nossas malas. Teríamos duas semanas livres para comemorar as festas.

Esse ano, ficou decidido que eu passaria quatro dias n’A Toca com Al, Tiago, a família dos dois, Luke, seus pais, e minha mãe.

Mas até lá passaria vários dias revendo minha família. O gordo, engraçado e épico tio Louis. A péssima cozinheira tia Wanda. Vovô, muito bem para seus milhares de anos, e vovó, a inconveniente, mesmo assim amável vovó.

Draco aparatou comigo até minha casa, mas para minha sorte, logo foi embora, me poupando de ter que revivenciar aquela desconfortável situação do ano passado. A última coisa que eu queria eram mais problemas.

Cheguei a casa e logo senti os arrepios daquele agradável clima natalino. Todo mundo reunido. Esquecendo-se dos problemas. Do trabalho, da escola, da vida. Fingindo que tudo que importa – o que na realidade, é tudo que importa por alguns dias mesmo – é estar lá. Comendo comida boa, encolhidos por causa do frio, enrolado em cobertores, rindo...

E tem as típicas tradições de natal. Tem as tradicionais (comer peru, acender a lareira, comer panetone...), e as inventadas (tia perguntando sobre os namoradinhos, tio fazendo a piada do “pavê ou pacumê”, tender – pois é, não era pra se comer tender no natal. Surpreso? – e aquelas coisas bregas de canções de natal e “papais noéis” que cantam...

É engraçado, porque chega a ser uma celebração incrivelmente irritante, mas ao mesmo tempo é algo relaxante, familiar, normal...

É um raro momento, pelo menos desde que eu descobri que era bruxa, no qual eu me sinto humana. Trouxa. Mas de um jeito bom. Mas pelo lado de esquecer todos os problemas e responsabilidades que vem com a magia.

Esquecer-se dessa história toda do Goyle. Isso deixa tudo muito pior. Mesmo que seja incrível ser bruxa.

– Oi, filha! Nem te ouvi chegando! – logo minha mãe levantou animada para me abraçar.

Beijos de meus tios e meus avós. Essa era outra coisa ruim de ir a Hogwarts. Ficar tão longe da família. Mas mais tarde, sempre que pensei sobre isso, cheguei à conclusão de que Hogwarts também era minha casa, e lá também tinha gente da minha família.



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