Rachel deixou Quinn sozinha por dois dias.

Ela tinha o Glee e Finn para focar sua atenção. Chamar Mercedes e Tina para ter uma noite das garotas ajudou Rachel a ter alguma perspectiva sobre algumas coisas, ou seja, Quinn. Mercedes assegurou a Rachel que Quinn estava se recuperando bem de seu acidente.

Seja qual for a razão para Quinn precisar de espaço, não era porque ela precisava estar naquela cadeira de rodas. Nenhum deles conseguiu descobrir o problema de Quinn, mas o sexto sentido de Rachel disse a ela que a loira seria mais receptiva com ela em breve se ela deixá-la sozinha por alguns dias.

Mas Quinn parecia solitária e perturbada toda vez que Rachel a via. Era difícil não dizer nada.

Pelo menos o humor de Finn estava melhor, ele a fez rir algumas vezes. A mão dele estava sólida na dela enquanto esperavam o Glee terminar e ela permitiu isso para confortá-la. Olhando para ele, vê-lo sorrir para ela, Rachel apertou sua mão. Ela amava Finn; não havia dúvida sobre isso. Ele tinha seus defeitos, claro. Assim como ela.

Finn beijou a bochecha de Rachel, em seguida os lábios, falando baixo para que ele não seja ouvido pelo resto do pessoal. "Você quer ir lá em casa depois que terminarmos aqui? Todo mundo vai sair."

Rachel sorriu, beijando-o de volta castamente. "Eu não posso, eu vou me arrumar para ir ver um show com a Tina."

A mentira saiu de seus lábios muito mais fácil do que ela esperava. Então novamente, ela tinha talento nato natural nessa área, o que não era uma surpresa. Ela iria basear uma carreira em torno disso. Mas agora, Rachel não queria mais nada do que ficar sozinha para descobrir o que havia de errado com Quinn ou o que ela tinha feito para irritá-la tanto. As possibilidades estavam a matando.

Quando Glee acabou, Rachel deu tchau ao Finn e esperou em torno da sala do coral alguns minutos enquanto Mr. Schue a questionava sobre seus planos para NYADA, dizendo o quão o orgulhoso ele estava dela, dizendo-lhe que ele sempre soube, de todos, que ela iria mais longe que todos. Ela não precisa se preocupar com sua audição, ou qualquer outra coisa. Tudo iria se encaixar.

Isso era um peso a menos em seus ombros. Ela sempre apreciou qualquer momento que Mr. Schuester passava não arruinando sua vida.

Quando Rachel finalmente saiu, parando em seu armário para pegar um livro que ela precisava para a lição de casa, ela olhou para o final do corredor e viu Quinn virando outro corredor no último segundo. Ela a seguiu sem pensar duas vezes.

Ninguém adivinharia para onde Quinn estava indo nos primeiros minutos. Então ela entrou no vestiário feminino. Rachel a seguiu lá dentro também, se escondendo atrás dos armários por um minuto dois até que ela tivesse certeza de que era seguro espiar.

Uma olhada rápida e ela determinou que Quinn não estava mais lá.

Rachel estava confusa até que ouviu o barulho.

Quinn estava debaixo d'água, se preparando para nadar de volta à superfície quando outro corpo entrou na água. Ela nadou para longe de quem quer que fosse, com a intenção de chegar mais longe do idiota que praticamente saltou em cima de uma pessoa deficiente. Sua perna foi agarrada primeiro, então seu quadril e finalmente seu punho. Quinn foi puxada para a superfície mais rápido do que ela poderia cravar as unhas em quem estivesse a tocando.

Quinn tossiu e engasgou quando ela finalmente pôde respirar depois de seu pânico. Ela esfregou os olhos e depois os abriu, desejando não ver a pessoa.

"Que diabos você está fazendo?" ela exigiu, empurrando a mão de Rachel de seu braço e apoiando-o contra a borda da piscina.

"Salvando sua vida!" Rachel gritou, não se importando que suas roupas estivessem encharcadas e ela não tinha uma toalha.

"Eu sei como nadar."

"Você estava tentando se afogar, eu te vi!"

Quinn revirou os olhos. "Você só pode estar brincando."

"Eu sei o que eu vi," Rachel disse.

"O que você acha que viu e o que realmente está acontecendo aqui são duas coisas completamente diferentes. Você está interrompendo minha terapia." Quinn apertou a mão sobre a borda da piscina quando Rachel deu-lhe um olhar extremamente duvidoso em resposta, movendo sua perna ao redor d'água, sentindo o peso extra sobre ela. "Olhe para baixo."

Então Rachel percebeu que Quinn estava usando um biquíni, o que significa que isso foi definitivamente planejado como um exercício e não como suicídio. Ela deveria ter se trocado quando deveria estar no Glee.

Rachel fez uma careta com o pedido, mas olhou para os seios de Quinn de qualquer maneira. Ela engoliu em seco. "Por que você quer que eu olhe para o seu... peito?"

"Meus tornozelos."

"Isso é inteligente. Por que você não coloca blocos de concreto em seu tornozelo e pula no oceano?" Uma de suas mãos pegou o antebraço de Quinn no caso de ela se afogar. "O que você estava pensando?"

"Eu sei nadar," Quinn disse, provando seu ponto nadando longe de Rachel para a parte mais rasa. Irritada, ela seguiu.

"Por que você está aqui, Quinn? Você não sabe o quão é perigoso fazer isso sozinha?"

As defesas de Quinn subiram como paredes. "Eu posso fazer isso. Eu não sou impotente ou algum gatinho fraco e indefeso."

"Eu sei," Rachel disse suavemente. "Mas você sabe que eu me preocupo, mesmo que nós não sejamos... amigas agora."

Eram os olhos tristes de Rachel. Quinn nunca teve uma chance. Seus ombros caíram, perdendo um pouco sua tensão. Não importa o que ela faça, Rachel ainda voltava e tentava ser sua amiga. Isso fez Quinn se sentir terrivelmente culpada pelas coisas que ela disse para ela quando Rachel não tinha ideia do que estava causando isso.

"Não, nós somos amigas, mesmo quando eu seja injusta e... estranha," ela suspirou. "Sinto muito sobre o outro dia. Eu não sei por que você é a primeira pessoa que eu afasto, quando na verdade, eu—" Quinn parou abruptamente quando ela percebeu que suas palavras não pegaram a atenção de Rachel, porque ela estava olhando para baixo na água de novo, explodindo em lágrimas mais rápido do que Quinn poderia franzir suas sobrancelhas em confusão.

"Quinn, você está de pé."

Quinn perdeu o equilíbrio por apenas alguns segundos, mas ela fez questão de ficar em pé novamente assim que ficasse confiante novamente. Ela sorriu para o efeito que Rachel estava tendo, que não tinha a visto ficar em pé desde antes do acidente.

"Minha terapia, o outro tipo que eu nunca quero falar, envolve o tratamento na água. Os exercícios são mais fáceis aqui."

"Então, não dói?"

Quinn queria rir. Ela riu, suavemente. "Não, ainda dói. Dói como o inferno na hora que eu volto para casa. Mas isso está ajudando, lentamente. Quero dizer, eu me sinto cada vez mais forte. Eu só queria poder fazer alguma coisa para que isso vá mais rápido. É por isso que eu estou aqui."

"Você não acha que deveria dizer ao seu médico antes de se esforçar tanto?"

"Eu sei dos meus limites. Estou ansiosa para sair da cadeira, mas não tão estupidamente. Eu vou saber quando for demais."

"Mas eu quero dizer, você não tem que ter um profissional na piscina com você durante a terapia?"

"É, claro. Ela não se senta nas bordas da piscina com pipoca, falando exercícios aleatórios para eu fazer."

"Bem, eu me voluteio para ser a sua fisioterapeuta esta tarde," Rachel declarou.

"Eu não estou dizendo que você deve, mas você não precisa."

"Eu quero. Além disso, isso poderia ser sua oferta de paz do outro dia. Você realmente me machuca quando você me afasta," Rachel disse a ela.

Quinn assentiu. "Me desculpe."

"Desculpas aceitas."

"Vem cá."

"O quê?"

"Eu pensei que você iria ser minha fisioterapeuta? Vem cá."

Rachel fez o que lhe foi dito. "Eu espero que você não esteja esperando qualquer tipo de exercício. Eu não quero dizer para você fazer algo que vai acabar te prejudicando."

"Não se preocupe; o homem correndo é meu ato final."

Rachel sorriu. "Qual é o ato de abertura?"

"Com você ou com meu fisioterapeuta?"

"Vai ter alguma diferença?"

Quinn mordeu o lábio e equilibrou-se sobre a perna mais forte, trazendo a outra para trás, batendo o calcanhar no tornozelo de Rachel. Assim que ela perdeu o equilíbrio e caiu completamente na água, as mãos de Rachel envolveram sua barriga, puxando-a de volta. A preocupação de Rachel desapareceu quando ela a viu sorrindo.

"Obrigada," Quinn disse.

Mas o que Quinn tinha acabado de fazer significou muito mais para Rachel. "Obrigada."

"Você pode me chutar de volta, se você quiser. Pelo o outro dia."

Rachel deu um chute fraco no lado da perna de Quinn. O suspiro acompanhado de dor apertou o coração dela imediatamente. "Sinto muito! Eu sinto muito."

"Brincadeira."

Rachel puxou uma mecha do cabelo de Quinn. "Isso foi realmente malvado."

As mãos de Quinn encontraram as de Rachel quando mergulharam de volta à água. Ela limpou a garganta gentilmente. "Você tem que colocar suas mãos em mim," ela disse, orientando-as para seus quadris. "Em meus quadris, para começar. Fique ao lado e verifique se elas estão firmes e que minhas costas se mantêm relativamente em linha reta quando eu esticar as pernas."

Rachel deu um passo mais próximo, levando isso a sério. "Tudo bem."

Ela apoiou Quinn quando ela precisou de apoio, perguntou se ela estava bem uma quantidade irritante de vezes, e encorajou mais que isso. Foi uma hora inteira que Rachel esteve lá para Quinn, sendo confiável com algo tão sério como a sua reabilitação. Isso a fez sentir como qualquer outra forma de passar a hora teria sido um desperdício colossal de tempo. Nada tinha feito Rachel se sentir tão valiosa em um longo tempo.