A Outra Chance escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 2
Os Amantes




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Disclaimer: Sailor Moon não me pertence, não sou ryca, não tenho dinheiro pra burando u.u

Essa fic se passa três anos após Stars.


A Outra Chance

Capítulo II – Os amantes.

“Eu não consigo fazer isto certo
Fazer isto certo
Desde que te conheci

A solidão vai acabar
Quando a solidão vai acabar?”


Muse – Map Of Problematique

- Mãe?

- Fale, Usagi-chan. – a voz da Ikkuko respondeu com o tom de quem tinha muito a fazer e pouca paciência.

- Mãe, vou dormir na casa da Mako hoje, tá?

Ikkuko suspirou, dormir na casa da Mako na verdade significava na casa do Mamoru, mas ela se fazia de desentendida.

Depois de alguns conselhos rápidos e de Usagi prometer três vezes que estaria em casa pelo menos na hora do almoço, a princesa da lua desligou, colocando o fone de volta na base e olhando para as propagandas nas paredes internas da cabine de telefone público sem prestar atenção, agora que estava realmente na casa de Mamoru – na frente do prédio onde ele morava, na verdade – não tinha ideia do que diria a ele.

E ainda não sabia quando dentro do elevador ascendia para o andar onde ele morava, muito menos quando ele lhe abriu a porta.

- Usako... – a voz saiu rouca, o olhar preocupado.

Usagi deu um pequeno sorriso incerto, eles se encararam por alguns momentos até que, se como algo criasse vida dentro dela, jogou os braços ao redor do corpo tenso dele, com atraso, os braços do moreno a envolveram, abraçando-a forte.

Quando se soltaram, ela sorriu abertamente e entrelaçou seus dedos ao do noivo, não importava o que aconteceria a partir daquele momento, como sempre estiveram e sempre iriam estar, estariam juntos.

- Você está sozinho ou eles...?

- Não, não. – ele negou dando passagem pra que ela entrasse – Eles já saíram faz tempo.

Mamoru já se sentia bem menos tenso e, enquanto ela se instalava em sua sala como se fosse dona do lugar, não pode deixar de sorrir, ela fazia com que tudo parecesse tão mais leve, fácil, como se na verdade não houvesse problema nenhum, motivo algum para preocupação.

oOoOo

- Como foi com as meninas? – perguntou Arthemis limpando suas longas patas com seu ar de indiferença felina, não que não estivesse preocupado, mas sabia o quando aquele assunto poderia ser delicado para Mina e preferia ir com cautela.

- Olha Arthemis, depois eu falo com você, tá?

Arthemis gelou. Pelo que parecia, as coisas haviam ido muito, muito errado. Minako largou a bolsa de praia num canto do quarto, pegou um vestido no armário e se trancou no banheiro e quando de lá saiu, deixou a casa sem dizer mais nada a despeito das perguntas do amigo.

oOoOo

Depois da pequena conversa inicial, eles não mais mencionaram os acontecimentos da praia. Jantaram como se nada tivesse acontecido, e isso, junto ao fato de que Usagi estava muito silenciosa, deixou Mamoru tenso outra vez. Havia acabado de sair do banho quando resolveu abordá-la.

- Você ainda não disse nada.

Usagi levantou o rosto apoiado nas mãos e olhou para o noivo. Ele ainda tinha os cabelos molhados colados na testa com um estranho brilho avermelhado. Fazia muito tempo desde que Mamoru se mostrara nervoso diante dela.

Quando eram mais novos, ele, nesta situação, arrumaria um modo de fazer brincadeiras para tirar sarro dela, lhe chamaria de odango no atama ou coisa do tipo, como uma espécie de vingança involuntária pelo modo como a simples presença dela o fazia se sentir tão fora de controle de si mesmo.

Hoje não recorria a tais métodos, pelo menos não numa conversa como aquela, os problemas haviam se tornados muito mais sérios do que Usagi ter uma queda por seu amigo e não por ele, mas o irracional medo de perdê-la persistia e ele não fazia nada que parecesse remotamente poder machucá-la.

- Ainda estou pensando sobre o que aconteceu, Mamo-chan...

Ele apanhou as mãos que ela ainda mantinha em forma de base para o rosto e se ajoelhou diante dela, beijando-lhe os dedos finos.

- Não quero magoar você, Usa, nem às meninas, eu que devo muito mais do que minha vida a elas, mas...

- Mas você se sente sozinho. – ela concluiu com um sorriso bondoso, antes que ele continuasse, demonstrando aquela compreensão que ela sempre tinha sobre os sentimentos alheios como se os pudesse sentir com seu próprio coração.

Com os olhos levemente arregalados de surpresa, ele apertou as mãozinhas dela entre as suas grandes.

- Não é que você não me baste, mas é que você é tudo que eu tenho enquanto eu tenho que te dividir com tanta gente que te ama tanto também.

E desandou a falar um monte de coisa que, em parte, ela já sabia. Não era uma explicação pra ela, afinal, ele simplesmente estava expurgando toda dor que tanto tempo de solidão muda havia lhe causado.

- Eu perdi minha família, minhas lembranças com ela, e talvez, por ter me acostumado a não precisar de ninguém, só fui fazer um amigo remotamente próximo na faculdade, o Motoki, mas não tinha como eu contar tudo a ele, como os sonhos estranhos ou sobre ser um ladrão de joias, por exemplo, nem esperar o apoio que você tem numa família, não é a mesma coisa.

“E então, nós nos reencontramos.”

Ele sorriu, pela primeira vez naquele dia.

“Princesa da lua ou não Usa, você sempre foi mais como o sol. Aquecendo tudo a sua volta com seu brilho... A atração que você exerce para quem chega perto o bastante é irresistível, por isso, tanta gente morreria por você.

Eu não poderia nem desejaria ser egoísta e causar mal a alguém monopolizando você, não seria justo quando não é só pra mim que você é tudo que importa.”

Ele não costumava se declarar tantas vezes assim, ela estava corada, mas tentava se manter tão séria quando a conversa pedia.

“Mas eu ainda me sinto só. E me lembro como era no Golden Kingdom. Quando eu acordei depois da primeira batalha, de alguma forma, as pedras que guardavam as Star Seeds do Shitennou ainda estavam comigo.

Era estranho no começo, eu não me sentia muito a vontade para conversar com quatro homens estranhos que me chamavam de “Master” e tinham tentado matar eu e minha namorada há tão pouco tempo, mesmo que as lembranças de como eram as coisas na outra vida me voltassem com frequência, sem falar que, eu era uma pessoa diferente do príncipe que eles serviram no passado. E mais de uma vez ouvi Jadeite reclamar que eu tinha ficado tão “chato” quanto o Kunzite.”

Ele riu de leve, ela sorriu.

“Mas com o passar do tempo, conversar com eles se tornou algo que eu realmente gostava de fazer. Eu ficava feliz por ter com quem conversar quando chegava em casa e você tão estava,  e mais do que isso, eu tinha o Shitennou de volta, não como minha guarda, mas como meus amigos, conselheiros, não. Como os irmãos que eu tinha naqueles tempos de realeza.”

“Irmãos, Usa. Eu sei que é assim que você se sente quanto as senshi também e por mais que eu tenha tentado esconder, sempre invejei isso. E agora eu o tinha. Mas era uma relação muito desigual, para não dizer até esquizofrênica. Eu esta vivendo e eles não. Eu conversava com seres presos à pedras que lhes deram o nome, somente existindo ao meu comando e vontade, uma existência triste, fantasmagórica...”

“Você pode imaginar como deve ter sido para eles, Usako?”

oOoOo

Minako corria.

A rua em que estava era muito bem arborizada, o farfalhar das folhas e o cantar ocasional dos pássaros era tudo que se poderia ouvir àquela hora no fim de semana numa área suburbana de Tokyo como aquela.

O sol estava se pondo e os raios, que conseguiam atravessar as numerosas folhas das árvores, refletiam luzes avermelhadas no prateado dos cabelos dele.

O homem que milênios atrás atendera por Kunzite, a olhou fixamente.

De algum modo, sabia que ela viria.

Fogos de artifício explodiam no estômago de Minako e o canto de sua boca tremia com o choro mal contido.

Ela acelerou o passo, não percebeu que correra até sentir seu corpo chocando com o dele, suas bocas se encontrando com violência, tomando de vez posse de tudo que sempre desejara para seu e lhe fora negado por tanto tempo.

Os braços dele a envolveram com certa força, ela gemeu baixinho apertando os fios prateados entre seus dedos, buscando calor na pele morena por dentro da gola da camisa.

Ela arfou encostando sua testa contra a dele, olhando na profundidade daqueles olhos prateados tão amados, agora escurecidos pelo desejo.

- Venus... – a voz em meio a um sussurro.

- Me leva para a sua casa.

Nem por um momento, mesmo sabendo o quanto aquilo poderia ser errado e perigoso, ele pensou em negar.

Mas não atendeu em imediato, sem nenhuma cerimônia, ele a empurrou para uma árvore próxima sem se importar com o que diriam se os vissem, Minako soltou uma lamúria quando sentiu que em meio a um de seus beijos, ele sugava a pele de seu pescoço a devorando, mas sem nunca parar de apertá-la forte, como se ela fosse fugir para longe dele, como se alguém fosse tirá-la dele outra vez.

Ela o afastou.

- Vem.

Completamente hipnotizado pelos olhos dela, ele a levou pela mão até onde o carro estava parado.

oOoOo

Usagi não disse nada. Não queria interrompê-lo, e no fundo de sua mente, pensou divertida, que nunca havia ouvido Mamoru falar tanto de uma vez só.

E então, somente o abraçou.

- Eu não desejaria isso a ninguém... – ele a apertou junto ao corpo, falando contra os cabelos dela – Sem falar que, não conte as senshi, mas eles acham terrivelmente humilhante que elas tenham que fazer o “trabalho” deles como minha guarda. Quero que você e elas saibam que eu não me esqueci do que se passou neste milênio ou no antigo, mas eu mereci perdão e não acho justo que negar o mesmo a eles...

Ela não deixou que o silêncio durasse e o machucasse mais.

- Eu acho o mesmo. – Usagi disse por fim.

Mamoru desfez o abraço para olhá-la, o rosto surpreso e iluminado pelas palavras proferidas por ela, no fundo, esperava algum tipo, qualquer tipo, de resistência.

Ele se levantou, trazendo-a junto, acariciou-lhe os fios de cabelo da franja, circundando com as pontas dos dedos o rosto angelical de sua noiva para depois, com as costas da mão, acariciar-lhe a face.

A princesa suspirou fechando os olhos tremulamente. E Mamoru sorriu de lado antes de beijá-la delicadamente, ela era um anjo, ele tinha certeza.

Afinal, em muitas de suas formas, ela tinha asas, não é mesmo?

oOoOo

Não houvera muita conversa na viajem até um condomínio parecido com o que Haruka e Michiru moravam assim que chegaram à cidade.

E também não houve espaço para conversas quando eles chegaram ao apartamento onde ele morava, havia só aquela distância de milênios que precisava ser encurtada.

Largou a bolsa em qualquer lugar da sala, era larga e com uma enorme parede de vidro que dava de frente para o mar, não reparou em nada disso, diferente de como agiria se fosse outra pessoa senão ele.

Ela tocou o rosto dele. Lá fora a lua emergia, surgindo do oceano prateado.

Sua mão desceu do maxilar pra o pescoço curvilíneo, entrando pela gola na camisa social e com fúria ou frustração mal contida, puxando com força o tecido, fazendo com que os botões voassem pela sala, um até mesmo atingindo sua coxa a machucando, mas ela não ligou, não estava ligando para nada além do modo como ele a puxou pela cintura depois daquilo, o modo como ele a beijava e como ela sentia que sua pele estava em brasa e que precisava tocar a dele.

O mundo poderia acabar lá fora e dessa vez ela não se importaria.

Não notaria quando seus corpos virassem poeira de estrelas, cadentes como os suspiros que deixava escapar contra o ouvido dele.

Ele lhe arrancou o laço dos cabelos e logo o leve vestido florido escorregava de seu corpo para o chão.

O Shitennou julgara lembrar muito bem como ela costumava ser, mas suas lembranças não faziam jus a ter a Deusa do Amor nua a sua frente, a lua refletindo em seus cabelos claros e o mar atrás de si, como na pintura, como se ela houvesse acabado de nascer, ou talvez, renascer para se unir a ele, naquele algo tão antigo e proibido que dividiam.

N/A: Eu sabia que não ia conseguir escrever NC nenhum kkkkkkk Nesse capítulo era pra ter havido dois, pra vocês verem o quanto eu sou incompetente tsc tsc tsc

Tentei escutar The Mars, Volta que tem uns arranjos bem sensuais, ajudou, mas não muito, tentei algumas do Nirvana e Muse – acho a voz do Matt a única coisa sexy nele, me processem – também, mas não rolou...

Mas tudo bem, é bom que as quiança podem continuar a lendo isso aqui sem medo rs

Novidade! Essa fic agora também está sendo publicada no Olho Azul, o site de fanfics da Anita aquela, dona das melhores fanfics de SM do fandom nacional, se você lê fanfics de Sailor Moon com alguma regularidade já leu uma das histórias dela e não se arrependeu XD

No próximo capítulo: O confronto do Shitennou com as senshi em peso, inners e outs. Ohhh

Vamos saber um pouco mais sobre os meninos e alguém muito especial deve aparecer também... Hmmm, curiosos?

Bem, até o próximo!

Kisses


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