A Outra Chance escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 11
Elysion




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Disclaimer: Sailor Moon não me pertence, não sou ryca, não tenho dinheiro pra burando u.u
Essa fic se passa três anos após Stars.
Guia para os esquecidos (eu também não sou boa em lembrar):
Kunzite = Sabakuno Kotei
Zoisite = Saitou Izou
Jadeite = Ishino Midori
Nephrite = Sanjouin Masato

Parte do cap foi betada pela Gyouza, os erros provavelmente são todos meus.

A Outra Chance

Capítulo XI – Elysion

“Rio da Lua
Mais largo que uma milha
Eu vou cruzá-lo com estilo
Um dia”
Henry Mancini – Moon River

– Você por aqui? – Midori perguntou dramaticamente surpreso.

Minako revirou os olhos mais sorriu.

– Você deveria estar menos surpreso e mais feliz, namorado. Sou eu que estou de guarda-costas hoje – a verdade é que todos arregalaram os olhos surpresos quando foi Minako quem apareceu com Usagi naquela tarde na piscina do clube. Mas ninguém ousou a dizer nada e intrigada. Mina notou um brilho aliviado nos olhos de Masato, ele parecia um caco, com bolsas em baixo dos olhos. Ninguém comentou também a ausência do Shitennou mais novo, e não seria Minako a fazê-lo.

– Ami-san eu entendo – ele fez uma careta –, mas o que houve com Makoto-san? E nosso namoro acabou quando você se negou a dançar comigo.

Minako suspirou longamente e mordeu a ponta da haste de seus óculos escuros em formato de coração.

– Mako-chan se lembrou de como morreu – não conseguiu pensar em nenhum motivo para não contar a ele, era até bom que ele contasse para o tal Masato, o manteria longe de Mako. Ou talvez, fosse a sensação de intimidade que sentia com o Shitennou de olhos escuros.

Midori arregalou os olhos e sua boca se abriu num compreensivo “oh”.

– Como ela está?

Minako encolheu os ombros e recolocou os óculos

– Não muito bem, mas ela é forte, vai ficar.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, Midori observavas as nuvens com o olhar perdido, Minako acenou para Usagi que chamava sua atenção dentro da piscina.

– Anda – ela lhe deu um leve empurrão –, pergunta logo!

– E quem disse que eu quero perguntar alguma coisa? Está louca, mulher?

Ela se virou de bruços na espreguiçadeira e inclinou os óculos lhe lançando um olhar cínico. Ele riu de leve, mas parecia nervoso. Mais parecido ainda com um garotinho que cresceu demais, com seus cachinhos e covinhas.

– Ok, certo – ele se empertigou enchendo o peito antes de falar. – Como... Como ela está? Ela se lembra, não é?

Minako respirou fundo e deitou a cabeça nos braços cruzados antes de responder, o olhando com simpatia.

– Eu acho que ela está indo bem... Nunca me disse diretamente, mas creio que se lembra de tudo... – fez uma pausa antes de acrescentar. – Não sei se você sabe, mas ela te matou duas vezes.

– É... – ele engoliu em seco. – Eu sei...

– Então... – ela balançava as pernas lentamente, os pés nus apontando par ao céu. – Pra ela é mais complicado. Mercury e Zoisite nunca foram nada na vida passada e Mako não chegou a lutar uma segunda vez com Nephrite, mas Rei-chan matou Jadeite no dia em que se descobriu senshi, pra ela foi como um rito de passagem e agora que ela se lembra da vida passada, é muito difícil, imagino...

– E quanto a você?

– O que tem eu?

– Você sabe... – ele fez um gesto ao homem de terno e gravata sentado no bar, completamente destacado dos outros seres humanos de trajes de banho no clube em que estavam.

– Não, não sei.

E a conversa morreu ali, com Minako virando a cabeça para o lado o posto ao do loiro, de repente se lembrando de que ele não passava de um estranho.

oOo

Ele sempre fora bom aluno, a despeito das implicâncias de Jadeite, lhe dizendo o quanto ele era certinho e nem um pouco divertido. Poderia negar o quanto quisesse, mas a verdade era que Endymion sentia genuíno prazer em aprender. Bebia ávido as palavras dos professores, mesmo os que davam aulas em que até, o rato de biblioteca declarado, Zoisite dormia.

Em Elysion há somente três rios: o Golden River que corta o Vale das Estrelas Cadentes, onde as fadas fazem seus estranhos ninhos em macieiras que não dão frutos vermelhos, mas dourados como se fossem de ouro puro. O outro é o Silver River, suas águas são sagradas e somente usadas pelas sacerdotisas de Avalon, com quem, você sabe, nunca deve falar.

Os dois rios se unem formando o Moon River. E diz-se que no fim dele se encontra o Silver Milenium, mas, como todos sabem, ele é longo demais, selvagem demais para ser percorrido e jamais houve cavalheiro bravo o bastante para confirmar a história. Os tolos que tentaram desapareceram para sempre deste mundo, não só seus corpos, mas também sua lembrança. Você não quer que aconteça algo assim com você, não é, pequeno príncipe?

Mas então como provar que alguém pelo menos tentou? Perguntava-se Endymion. Como se qualquer lembrança da existência dessas pessoas desaparecia junto com seus corpos? Ora, elas poderiam muito bem nunca ter existido e só haver essa história toda porque todo mundo tinha medo de um rio idiota!

Mas ele não tinha medo! Ele iria descobrir o que tinha no fim daquele rio, iria percorrê-lo até o fim não só bravamente, mas com estilo e todo o reino ouviria falar do valente Príncipe Endymion.

– Príncipe Endymion.

Ele foi tirado de seus pensamentos por uma voz desconhecida, instintivamente levou a mão até o cabo da espada, podia ser uma ameaça, é claro. Ele era o herdeiro do trono, ora pois.

Deu de cara com um cavalo com chifres ou asas. Aquela coisa deveria decidir o que era, devia ter alguma regra que impedia um unicórnio de querer ser um pégasus também!

– Auto! O que-quem é você? – o unicórnio-pegasus havia se transformado num rapaz! Ali estava, sem dúvidas, alguém com problemas de identidade...

Era um rapaz mais novo que Endymion – homem feito de treze anos e um quarto – muito pálido e muito estranho com aquele chifre bem no meio da testa.

O garoto fez uma careta confusa.

– Não me reconhece?

– Deveria? – perguntou com uma sobrancelha erguida.

Ele suspirou cansado.

– Sou Helios, não se lembra mesmo? Nós lutamos conta o Dead Moon Circus, fiquei amigo de Small Lady.

– Não tenho ideia do que está falando.

O menino o olhou por alguns segundos com o cenho franzido e então seu rosto se iluminou.

– Ah! – exclamou. – Você acha que está no Golden Kingdon! Parece mais jovem mesmo... De qualquer forma, precisa se lembrar disso antes de acordar: O julgamento dos Shitennou é em três dias. As Inners Senshi e a Princesa Serenity estão intimadas a aparecerem também. Aproveite seu sonho.

– Que?! Minha guarda sendo julgada? O que aqueles idiotas fizeram dessa vez? E por que diabos eu deveria conhecer essa tal de Serenity?

O garoto fez uma mesura e voltou a ser um unicórnio-pegasus e pulou no rio, desaparecendo nas águas cristalinas sem deixar rastros.

Algumas horas depois, Usagi de rebateu no sono acordando Mamoru que se lembrava de tudo.

oOo

– Então você está dizendo que o sumo sacerdote lhe veio em sonhos avisar que nós iremos a jure em três dias?

– Isso – confirmou Mamoru tomando um gole de seu café e tentando não espirrar. Que ideia estúpida aquela de marcar um encontro naquela tabacaria! Odiava cigarros.

Kotei ficou inerte por um momento, perdido em seus próprios pensamentos. Mamoru ficou o encarando expectante e com o nariz coçando até que começou a espirrar violentamente, chamando a atenção do outro.

– Você está bem?

– Dão... Breciso dair daqui!

O mais velho acertou a conta rapidamente e os dois saíram do estabelecimento se abrigando debaixo do toldo de entrada, da ventania que anunciava o inverno cada dia mais próximo.

– Helios anuncia o julgamento e a primeira pessoa pra quem você conta sou eu?

– É – ele fungou. – O que isso dem debais?

Kotei pareceu que iria rir por alguns segundos, mas se conteve.

– Mamoru, você não pode fazer isso...

– Bazer o que? – ele fungou com violência. – Bas que droga!

Kotei lhe entregou o lenço que tinha no bolso do paletó, Mamoru faria graça disso se não tivesse ocupado.

– É que pode não ter te passado pela cabeça, mas as senshi podem sentir que você está escondendo informação delas... E você é alérgico a fumaça de cigarro, fique longe do Masato.

– Bem, não posso fazer nada se agora elas mal aparecem lá em casa ou nos lugares onde todos costumavam ir – a pesar do discurso magoado ele parecia bem feliz agora que podia pronunciar as sílabas livremente.

Kotei suspirou pesadamente.

– Minako está sempre com Usagi-san e, mesmo se não fosse assim, você não pode fazer isso Dymi, elas não merecem.

– Por que as defende tanto? Só pela Minako? Ela estava pronta pra te matar outra vez, você sabe...

– E ela estaria sendo coerente se o tivesse feito. Mamoru, eu deveria acender uma vela todo dia agradecendo por ela e as outras terem cuidado de você todo esse tempo.

Mamoru riu.

– Não sei por que, mas não consigo te imaginar numa igreja acendendo velas como uma velha carola ou uma freira.

Kotei sorriu.

– Oh homem de pouca fé! – brincou. – Não acredita em Deus, Mamoru-san?

– Oh eu acredito! – respondeu com um falso ar solene. – Acredito exatamente nove divindades em especial. Elas andam por aí de saias curtas lutando pelo “amor e a justiça”!

Aquela tinha sido a primeira vez que Mamoru havia visto Kotei gargalhar, achava que ele não era capaz de tal ato.

oOo

– Você só pode estar brincando...

Ami suspirou, Makoto se levantou levando consigo a bandeja com as canecas de chá enquanto soltava um lamentoso “Ah não! Lá vem...!”.

– E o que te daria essa ideia, Rei-chan querida? – perguntou Minako num deliberadamente falso de doçura.

– Sério mesmo Mina? Ir para Elysion com eles? Elysion? Aquela outra dimensão que só gente da laia deles controla?

Minako se jogou pra trás, caindo deitada no tatame.

– Eu estou velha demais para isso. Ami-chan, por favor?

Ami revirou os olhos, Ami não era do tipo que revirava os olhos.

– Rei, nós já fomos até Elysion antes, Helios jamais faria algo pra machucar Usagi-chan. Por que tudo isso?

– Exato – concordou Makoto ainda no cômodo. – Sem Usagi e Mamoru, sem Chibiusa, aquele guri sabe muito bem disso.

– Mas mesmo assim, nada garante que eles não decidam por tomar o controle ou algo do tipo. Não é como se eles nunca quiseram...

– Você sabe muito bem que até a Beryl chegar isso só não passava de um boato maldoso! Tudo que a Terra queria naquela época era se juntar a Aliança de Prata – discordou Ami. – E céus! Isso não tem nada a ver com a situação atual! Elysion não tem todo esse poder.

Rei ia abrir a boca para responder quando Minako gritou fazendo todas se calarem e olhar para ela que lentamente voltava a posição sentada.

– Já chega, Rei! Você só não quer se encontrar com o Jadeite de novo... ! E não minta! – cortou ao ver que a outra pretendia replicar. – Eu também não queria ir, mas depois dessa discussão idiota mudei de ideia, vai ser muito bom para a gente essa viagem e sim, falo no plural. Chega dessa idiotice de ficar se escondendo no templo. – Ami empalideceu – Ami, eu sei que você está de coração partido, mas não é como se você não conhecesse o Zoisite, aquele lá nunca valeu o chão que pisa! E você Mako, eu sinto tanto por você, mas nós também perdemos e morremos e superamos, como senshi mais forte, já está mais do que na hora de você fazer o mesmo. E quanto a mim – ela respirou fundo – bem, vou cumprir o meu dever como sempre.

oOo

Mamoru engoliu em seco, quatro pares de olhos o encaravam atentamente, não estava acostumado a ter tanta atenção assim. Ele raramente era consultado pelas senshi, não que reclamasse, não é como se sentisse deslocado entre elas (ou assim costumava a ser, pelo menos), mas se sentia extremamente bem no seu papel de ouvinte, agindo conforme o plano que elas bolavam, na verdade era um alívio não ter que dividir com elas a responsabilidade das decisões tomadas. O problemas é que anos após isso, não tinha ideia do que sua guarda esperava dele ou de como agir sendo o centro das atenções.

– Pois bem, – começou e fez uma pausa pirragueando e tentando ignorar a queimação no estômago ne nervosismo – acho que Kotei já explicou para vocês sobre o julgamento e que vamos ter que ir a Elysion...

Midori levantou a mão, Masato revirou os olhos.

– O que foi, Midori?

– Como vamos chegar até lá? Que eu me lembre Elysion era um reino mágico, bem não máááágico que nem o Silver Millenium, mas ainda precisamos de mágica para chegar lá, certo? E magia terreste, mas não temos nenhuma...

Mamoru ergueu as sobrancelhas, impressionado. Não é que a pergunta era relevante e ainda o ajudava a chegar onde queria?

– Exatamente, é por isso que vim aqui... – ele revirou os bolsos até retirar destes uma caixa comprida de veludo – Eu não sei se a magia que eu canalizei será suficiente para o teleporte, mas de qualquer forma...

Ele abriu a caixa, haviam quatro pedras uma azul profundo, a seguinte verde escuro, seguida por uma oura num tom mais vibrante de verde e a última rosa translúcida. Os quatro guardiões ficaram muito parados e por um momento amargo, uma voz cruel no cérebro de Mamoru sussurrou que eles muito bem poderiam ter voltado ao seu estado mineral.

Para surpresa de todos foi Izou, que mal havia falado todos esses dias, quem se pronunciou primeiro.

– Muito obrigado, Master, deve ter sido difícil lidar com essas... – ele engoliu em seco, se aproximando das perdas e apanhando a sua, falhando somente por uma fração de segundo esconder o quanto o objeto lhe afetava quando sua mão tremeu e a pedra azul quase foi ao chão – coisas... E... – ele respirou fundo – muito trabalhoso canalizar energia para dentro delas.

Pois isso, os outros também apanharam suas respectivas pedras, Masato fez uma careta tão feia quando apanhou a sua como se esta lhe queimasse a palma da mão.

oOo

– Vocês estão atrasados! – reclamaram Rei e Makoto em coro.

Mamoru sorriu amarelo, enquanto guiava Usagi que ainda estava mais dormindo que acordada, seu solhos nem mesmo totalmente abertos.

– Perdão, Usako aqui não queria acordar, certo Usako? – ele a sacudiu de leve, mas a loira, que tinha corpo completamente escorado ao dele, o transformando numa cruza de cama com muleta, nem sequer abriu os olhos, somente murmurou algo que tinha a ver com bolinhos de arroz, Midori riu.

– Mas será possível! – resmungou Rei.

Makoto sorriu marteira.

– Hey Usa, eu trouxe bolo, - instantaneamente os olhos dela se abriram e a cabeça se levantou do ombro de Mamoru, todos trocaram risadinhas – sempre funciona. E então, agora que estamos aqui, o que acontece?

Instantaneamente todos se viraram para Minako.

– Porque vocês estão olhando pra mim? Mamoru é responsável pelas coisas relacionadas a Elysion, – ela se virou para ele – Helios te disse alguma coisa?

Ele corou um pouco.

– Na verdade não, não com palavras. Mas e tive essa sensação forte de que nós deveríamos estar todos aqui ao amanhecer.

O clima ficou um pouco estranho após ele dizer essas palavras, ninguém sabia o que responder. As senshi e até alguns shitennou tinham expressões de que não gostaram muito bem da explicação que ele dera par arrastá-los até alí, ou melhor dizendo, a falta dela e Mamoru passou a se sentir ainda mais desconfortável com toda a situação.

Mas, assim que o sol começou a pintar o horizonte de cinzas, vermelhos e dourados, o grupo soltou exclamações mudas, ao notarem que assim como a noite mudava para se transformar em dia, eles deixavam suas antigas identidades para se tornarem algo mais.

Se a experiência foi chocante para as senshi, que não estavam acostumadas a mudar involuntariamente, o choque foi ainda maior para o shitennou, ao verem-se de volta aos uniformes pálidos e as capas longas. Quando a mudança terminou, ergueram o olhar para seu mestre e Mamoru percebeu que não havia uma máscara sobre seu rosto e que estava usando uma armadura, um olhar para Usagi e esta lhe sorriu, rodopiando no vestido branco que há eras não a via vestindo.

– Príncipe Endymion, sua alteza Princesa Serenity, milordes, miladys, – Helios fez uma reverência – sabia que conseguiriam chegar a tempo.

Distraídos com as transformações ninguém havia notado, mas não estavam mais no Juuban Park, mas em uma dimensão completamente diferente, em Elysion.

N/A: Primeiramente mil perdões pela demora, transformar as duas versões do capítulo 10 em 10 e 11 foi mais complicado do que eu pensei que seria... Maaas em troca vocês acabaram ganhando um capítulo a mais o que é um plus, mas não vou mentir, ao que tudo indica o próximo capítulo também vai demorar, só espero que não seja muito.

Esse capítulo foi bem de transição mesmo e sinto em dizer que o próximo é o último. Ok, nem tanto assim, como eu já disse antes, essa fic só serve de canon para as oneshots seguintes que é o que eu realmente quero escrever. Não que eu não tenha amado escrever AOC, mas acho que vocês vão concordar comigo que o que vem é bem mais divertido do que o que eu escrevi aqui haha

Bem, espero que vocês tenham gostado do capítulo mesmo esse sendo bem morno, pelo menos a parte do Não-tão-chibi-Endymion, me inspirei no Arthur de Merlin para o Dymi de 14 anos... Ok, eu sempre me inspiro no Arthur e seus cavalheiros quando se trata de Endymion e seus irmãos... Sim, Kunzite é totalmente Lancemo hahahaha

Bem é isso, vejo vocês no capítulo final?

Kisses


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