Socorro! Minha Mãe Virou Funkeira. escrita por Ingrid Fonseca


Capítulo 4
Aquela não é a sua mãe?




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– Ju, largue esse celular! – Minha mãe ordenou.

Eu segurava meu celular como se fosse meu bem mais precioso e olhava havia horas.

– Não dá, estou esperando um SMS.

– O SMS não irá sumir, se você largar o celular um pouco.

– A senhora não entendeu, não é um SMS normal. Eu estou esperando um SMS da Máfia.

– Máfia? Você entrou para uma gangue? – Minha mãe perguntou preocupada.

– Não – Disse revirando os olhos – Máfia é um grupo que fazem as melhores festas do mundo... E hoje, é dia de festa. Eles mandam um SMS quatros horas antes da festa, dizendo aonde será a festa e o tema – Disse toda animada.

– Parece ser legal...

Felizmente o SMS chegou e eu consegui respirar aliviada.

Abri o SMS rapidamente.

Festa no salão Killer, ás 20 horas.

Tema: Filmes.

Logo em seguida recebi uma ligação de Anna. Ela deu uns gritos histéricos, que quase me fizeram derruba o celular no chão.

– Calma – Disse finalmente – Está tentando me deixar surda?

– Velho, o tema é cinema – Ela dizia toda alegre – Eu irei de Pocahontas, nem tente roubar minha fantasia.

Anna seria a Pocahontas perfeita, pois ela era uma morena alta e tinha os cabelos longos, mas eram cacheados.

– Você ficará linda – Disse a imaginando vestida de Pocahontas.

– Você vai de que?

– Anna, eu recebi a mensagem não tem nem cinco minutos, eu ainda não pensei em nada.

– Ah – Ela gemeu pensativa – Preciso ir, tenho que marcar hora no salão para fazer escova, beijinhos – Ela desligou na minha cara.

Como eu irei? – Pensei nervosa.

E logo meu celular toca novamente. Era Victor.

- Oi – Digo toda feliz.

- Oi pequena, recebeu a mensagem?

- Sim... Eu adorei o tema.

- Eu também... Então eu te liguei para te perguntar qual personagem você vai, pois eu quero ir combinado – Victor disse meio tímido.

Que fofo – Pensei.

- Que coisa brega... – Disse rindo – Mas é fofo. Eu não sei de que personagem eu irei... Você irá de qual?

- Também não sei.

- Hm... – Pensei um pouco e tive uma ideia incrível – Daqui cinco minutos me encontre no brechó da esquina, ok?

- Sim, mas por que...

Desliguei ansiosa antes de o Victor terminar a frase. Peguei um pouco de dinheiro que tinha escondido dentro da cabeça do meu urso de pelúcia Bob e fui para o brechó.

Esperei Victor chegar.

- O que iremos fazer aqui? – Perguntou Victor.

- Ver que roupa usaremos ué – Disse olhando as roupas.

Victor e eu éramos as únicas pessoas dentro do enorme brechó, havia milhares de roupas e a maioria com cheiro de coisa guardada. Victor encontrou uma capa do Super Homem e eu tentei encontrar roupas que poderiam me fazer ser a Mulher Maravilha. Mas um vestido me chamou atenção, era rodado azul bebê e parecia ser bem antigo, encontrei uma sapatilha preta e um laço preto. Corri para o provado e me vesti, ficou do jeito que eu esperava. Sai do provado e fui procurar uma cartola, encontrei perto das coisas de mágico.

- Victor – Chamei.

- Encontrou algo?

- Você será meu chapeleiro maluco – Disse sorrindo.

Encontramos um sobretudo rasgado, meias coloridas, luvas com dedo a mostra e uma calça social desbotada, pegamos uma camisa dos anos 90 com estampa azul e amarelo.

- Só precisamos de uma gravata... – Disse a procurando.

- Encontrei – Victor disse todo alegre.

Era uma gravata borboleta azul enorme estampando com bolinhas vermelhas. Encontramos coisas inacreditáveis em um brechó e o melhor de tudo e que apenas pagamos 24 reais por tudo. Victor e eu nem percebemos, mas passamos duas horas no brechó.

Victor passou na casa dele e foi para minha, tomou um banho e vestiu-se como o chapeleiro maluco. Comecei a pintar o rosto dele, tentando deixar ló igual ao Chapeleiro Maluco do Tim Burton. Parecia o chapeleiro maluco, mas um de segundo mão.

- Ficou legal... – Victor disse todo animado.

- Mas não ficou parecido com o do filme – Disse fazendo biquinho.

Ele me deu um selinho e me consolou dizendo que havia ficado maravilhoso.

- Há faltam dez minutos para festa – Eu disse olhando para o relógio e corri para o banheiro.

Tomei um banho rápido e me vesti, só faltava coloca a sapatilha.

- Cadê a meia calça branca? – Disse raivosa enquanto revirava o quarto a procura da maldita meia calça.

A encontrei e a vesti e coloquei a sapatilha. Pedi para minha mãe tirar uma foto minha e de Victor, depois saímos para encontrar Anna na rua. Ela estava parecendo uma índia, parecendo literalmente a Pocahontas.

- Chapeleiro Maluco e Alice – Ela disse rindo – Julia você deveria está loira.

- Nem a pau eu fico loira.

- Então vamos?

Fomos de ônibus e ainda tivemos que parar no terminal. As pessoas paravam para nós olhar, olhavam principalmente para o Victor, mas os homens preferiam olhar para Anna.

- Bem que eu queria essa indiazinha lá em casa – Disse um velho.

- Pervertido – Anna cuspiu.

- Ei tiozinho, essa indiazinha não é pro seu bico – Disse rindo.

O velho deu umas resmungadas e entrou em um ônibus.

Fomos para a festa, havia muitas pessoas já lá e eu identifiquei o pessoal da minha escola. Uma garota foi como Cinderela e o namorado dela como príncipe, outro casal de Bella e Edward, outro da Bela e a Fera. Um trio de amigos foram como o Ron, Harry e Hermione. Alguns nerds foram como personagens de Guerra nas Estrelas e os gostosões e gostosonas estavam como super- heróis.

- O que aconteceu com o rosto dele?

Meu amigo Pedro perguntou se referindo ao rosto de Victor. Pedro estava de Senhores do Anéis.

- Ele é o chapeleiro maluco – Disse.

- Cha o que?

- Seu sem infância...

Horas e horas passaram, musica, bebida e pegação rolavam naquela festa. Duas, três... Iria dá quatro da manhã quando algo terrível aconteceu.

- Julia aquela não é a sua mãe? – Anna disse boquiaberta.

Olhei nervosa me perguntando que diabos minha mãe estava fazendo aqui. Então eu olhei para a pista e vi ela dançando musica eletrônica até um chão com os garotos da minha escola.

- Eu não acredito – Murmurei.

- Tudo que você falou era verdade? – Anna perguntou.

- Sim.

Anna caiu na risada.

- Eu não acredito que sua mãe virou funkeira – Anna riu mais um pouco – Meu Deus! Ela te pegou junto com Victor ouvindo ta tarada? – Anna caiu na risada.

Enquanto ela ria da minha desgraça eu fui até a pista falar com a minha mãe.

- O que faz aqui? – Perguntei furiosa.

- Vim te buscar, já está tarde...

- Como a senhora sabia onde eu estava?

- Eu vi no seu celular.

- Você... Mexeu... No... Meu... Celular? – Gritei.

Ela deu de ombros e voltou a dançar.

- Cara, tua mãe é gostosa – Pedro disse.

- Cala a boca seu pervertido – Disse dando um soco no ombro dele.

– Sua mãe é funkeira? – Uma garota que eu nunca havia visto na minha vida disse rindo.

- Érg... – Resmunguei e sair.

Eu queria desaparece, era muito mico por uma semana só.



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Notas finais do capítulo

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