The Hudson-Berry Baby escrita por Carol Dias


Capítulo 3
Capítulo 3




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Durante as poucas horas da semana que ficou dentro do apartamento de Rachel, Kurt tentou tirar tudo o que podia dela, mas só ganhou sua ignorância, o que era um claro sinal de que alguma coisa tinha acontecido entre ela e seu meio irmão, mas parou de insistir, se ela queria guardar para si, deveria haver um motivo muito maior do que a curiosidade dele. Quando terminou seu trabalho em Nova York ele voltou para sua casa em Londres, mas não sem antes prometer que retornaria a cidade para a última apresentação do encerramento de temporada da peça que Rachel estava em cartaz na Broadway.

Rachel havia sido substituída nos últimos 15 dias devido ao seu estado de enferma, mas já estava melhor e doida para voltar a encarnar Velma Kelly em Chicago. Chicago... Chicago era onde Finn estava e, bem, ela não queria pensar nele, mas ela pensava. Ele ligava para ela, pelo menos, duas vezes por dia, mas ela não atendia, nem muito menos retornava as ligações dele. Ela estava bem assim. Não. Ela estava péssima, mas era necessário.


Dentro de um mês, a temporada do espetáculo teria chegado ao fim, e depois de um ano, ela já estava pronta para se despedir de Velma, partir para outros desafios e dar seu lugar a outra pessoa que também partilhava dos mesmos sonhos que ela.
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“Parabéns, você está grávida”

Essa frase não estava presente na lista de sonhos que ela pretendia realizar nos próximos anos. ‘Você conseguiu o papel’ era mais aceitável naquela situação.

Rachel tinha se recuperado de uma infecção nasal, voltara aos palcos e duas semanas depois de seu retorno triunfal chegava atrasada nos ensaios devido a enjoos matinais.

Faltava uma semana para o fim da temporada e ela estava ali, naquela sala silenciosa, encarando sua médica.

“Rachel, você ouviu o que eu disse?”

“Hm, acho que não, você pode repetir?”

“Você está grávida de quatro semanas, parabéns!”, disse a Dra. Annie enquanto escrevia uma coisa qualquer em seu prontuário.

“Isso é impossível! Eu tomo anticoncepcional exatamente da forma que a senhora receitou!”

“Você acabou de me dizer que ficou doente e estava na base de antibióticos.” Rachel assentiu, confirmando o que a Dra. disse “Antibióticos reduzem o efeito da pílula, portanto você deveria ter usado camisinha, sem falar do sintoma mais óbvio que é o atraso da sua menstruação”

De repente, flashes do que havia acontecido entre ela e Finn há quatro semanas invadiram sua cabeça.

“Espera um momento... Eu vou ter um bebê?”

“É isso que eu estou tentando te dizer há 15 minutos”

Rachel parou pra pensar. Ela estava mesmo pronta para isso? Ela era forte, confiante e capaz de criar um filho, mas a ficha ainda não tinha caído de que ela seria a mãe de alguém. E se ela seria mãe... Finn seria pai. O que ela iria fazer com ele? Ele era seu melhor amigo, que tipo de relação seu filho teria com pais assim? Sem falar que Finn quase não ficava em casa, da última vez ele tinha saído para passar três semanas em Chicago, mas por causa de seus compromissos a viagem havia sido estendida e ele ainda não tinha voltado. Chicago! Bem, ela ainda tinha mais uma semana de apresentação, isso não iria atrapalhá-la.

“Rachel, é bom que você entenda que nas próximas trinta e oito semanas uma nova vida estará se desenvolvendo dentro de você. Você terá que priorizar alimentos mais nutritivos, o que significa que você terá que largar seu hábito vegetariano. Você não precisa comer uma churrascaria inteira de uma vez, vá comendo aos poucos até se readaptar. Seus enjoos são normais e se tornarão frequentes no início da sua gestação, eu aconselho que você coma biscoitos de água e sal, eles vão ajudar bastante”

Ela absorvia cada palavra que a médica dizia e não queria ficar nem mais um minuto ali dentro, ao final da consulta saiu correndo em direção do banheiro e pôs todo o seu café da manhã para fora. Foi em direção a pia, lavou sua boca e encarou seu reflexo no espelho.

Ela seria mãe.

Pousou a mão em sua barriga. Seu filho estava lá dentro. Em oito meses, ele estaria em seus braços e ela poderia cantar músicas para ele dormir. Claro, nunca foi assim que ela imaginou que seria. Em seus sonhos de menina, ela imaginava ser mãe aos 24 anos, já casada com um marido que ela amava e com um prêmio Tony na mão. Mas ela estava com 25 anos, estava encerrando seu primeiro trabalho com um papel de destaque na Broadway e não era casada. Pior, estava grávida de seu melhor amigo, nem mesmo de um namorado. Por um momento parou e começou a imaginar um futuro com Finn e seu bebê, trocando as fraldas sujas, levando pra escola... Se dependesse dela, aquilo iria sim acontecer, ela queria que Finn fosse um pai presente na vida de seu filho e Finn continuaria sendo seu melhor amigo. Era melhor ter pais amigos do que pais casados que se odiavam, certo? Para ela sim.

Para sua sorte, era segunda-feira, seu dia de folga, poderia ficar em casa o dia inteiro e colocar seus pensamentos em ordem. Precisava compartilhar a notícia com alguém. Finn precisava saber, mas não iria atrapalhá-lo, sem falar que precisava pensar com muita cautela na maneira que falaria com ele. E se ele não quisesse saber de seu filho? Respirou fundo. Ela sabia que Finn não iria rejeitar a criança, mas ela estava com muito medo da reação dele. Não poderia falar com sua mãe agora, ela não iria guardar segredo, falaria para seu pai e ela seria obrigada a responder milhares de perguntas as quais ela não estava com a mínima vontade de responder. Com toda certeza ele iria questioná-la sobre o pai da criança e ela não sabia como explicar sua situação para seu próprio pai. Seu celular tocou e o nome de Santana apareceu no visor.


“Santana! Que bom que você ligou, eu estava mesmo querendo falar com você”, Santana era a última pessoa que ela pensava em contar que estava grávida naquela hora, mas ela precisava contar pra alguém e a amiga apareceu na hora certa “Você pode ir lá em casa? ... Okay, vou estar te esperando”
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“Estou completamente honrada de ser a primeira pessoa que você conta sobre o sexo selvagem que você e o Frankenteen tiveram”

“O quê? De onde você tirou isso?”

“Kurt. Bem, ele não me disse exatamente isso, mas me deu certeza que vocês estavam namorando e que só não estavam prontos para revelar isso pra gente”

“Vocês são inacreditáveis, eu devia ter selecionado mais minhas amizades. Como vocês podem pensar numa coisa dessas?”

Rachel sabia que tinha amigos loucos, mas às vezes eles conseguiam superar os próprios limites. Conheceu Santana quando estava quase se formando na New York Academy of Dramatic Arts e a latina conquistou sua confiança rapidamente, tanto que virou sua empresária. Por intermédio de Rachel, Santana conheceu Brittany, que interpretava Roxie Hart em Chicago. Finn costumava brincar que Rachel era um ímã de gays: Primeiro Kurt, depois Santana...

“Se não era isso, o que de tão importante você quer me falar? Por que se fosse da sua carreira, eu saberia antes de você”

“Eu não sei outra forma de te contar isso... Enfim, Santana, eu tô grávida”

“MEU DEUS, Rachel! É sério?”

“É”

“Voy a ser tía! Oh, Dios Mio! Estoy muy feliz por ti! Un bebé!” Santana surtou e abraçou a amiga.

“Obrigada, eu acho. Não entendi nem metade do que você disse, mas obrigada. Fico feliz com seu entusiasmo”

“Espera, espera, espera. Estamos esquecendo um pequeno detalhe... Quem é o pai?”

Rachel respirou fundo, contou até três “É o Finn”

“MUY BUENO, RACHEL BERRY” Santana começou a rir escandalosamente “Você, querendo esconder esse relacionamento e seu próprio filho é que te denuncia! Já amo essa criança, puxou a titia Sant”

“Santana não é bem assim. Nós somos amigos, foi só uma única vez e não mudou nada entre a gente”

“Para de blá, blá, blá. Okay. Foi só uma vez, vocês são só amigos, eu entendi. Mas eu sei que você gosta dele, se bobear até mais do que eu imagino e agora você está esperando um filho dele, vai fazer o que?”

“Eu vou falar com ele, se ele quiser me ajudar e assumir bem, se não, eu sou forte o suficiente pra cuidar de um filho sozinha”

“Eu tenho certeza que Finn vai te apoiar, e saiba que caso o pior aconteça, eu estarei sempre aqui pra cuidar de você e deste chico que está aí dentro”, disse, tocando a barriga da amiga.

“Obrigada Santana, de verdade”

Seu celular anunciou que uma nova mensagem havia chegado:

Rach, sei que você não anda atendendo minhas ligações e não deve estar querendo falar comigo, eu também ando meio ausente, mas estarei de volta em tempo de assistir sua última apresentação da temporada. Se cuida, pequena ;)

– Finn



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Notas finais do capítulo

Algumas palavras estão sem acentos por causa da nova - chata - regra ortográfica. Enfim, quero agradecer a todos os comentários de vocês, mesmo *-* Espero que tenham gostado desse capítulo tanto como gostaram dos outros (: