Não sabia como mas estavam no quarto dele, pois ela reconheceu a iluminação que só lá tinha... Fraca e suave. Sentiu seu corpo relaxar ao perceber que está aninhada sobre o do seu marido. Respirou fundo e sentiu o perfume dele sobre suas narinas, aquele cheiro gostoso que provavelmente estaría em todo o seu corpo. Abriu os olhos e fitou os lindos chocolates olhos de Fred. Imaginou se o bebê que está nela poderia pegar seus olhos, se somente os olhasse por um bom tempo. Fechou os olhos ao sentir um pequeno beijo na ponta de seu nariz. Sorriu sem ao menos se lembrar do que estava fazendo e sabe porque? Ela não queria colocar o pé no chão e simplesmente perceber seus erros, seus medos, suas obrigações e principalmente suas decisões. 

- Sorria. Sorria, loira linda do meu dia. - Ele sussurrou e seu coração pulou como o grande sorriso que se formou em seus lábios.

- Você é um bobão. - Disse com a voz um pouco sonolenta e o empurrou de leve.

- Então o bobão vai embora... - Ele disse fazendo birra e tentando se levantar, mas Sam não deixou ele sair da cama. Escutou as mais gostosas gargalhadas matinais. 

Era verdade. Real. O sorriso dele, seus olhos castanhos, sua respiração quente e seu perfume maravilhoso, do qual não se sentiu enjoada. Ele se inclinou para sua loira, dando-lhe um sorriso puro e podia ver os seus olhos vibrando de felicidade. A beijou lentamente, a mesma correspondeu com a mesma intensidade. Encostou a testa na da garota, e brigava internamente se perguntava. 

- Sam... - Chamou baixinho. Ela o olhou atenta, esperava um " Eu te amo " e se sentia como na primeira vez que ele declarou o amor a ela... Uma simples frase que não precisou de mil rimas e nem textos gigantes... Um simples e eterno " Eu amo você, Sam... ", tão simples que as vezes se pegava pensando em suas palavras naquele dia. Um dia a tanto tempo atrás...

- Você sente algo por mim, certo? - Fred perguntou duvidoso. Ele carregava um medo grande em já ter perdido ela, mas o seu caderno e as atitudes que ela tem tido dizem que ela o ama. E isso o dava forças pra continuar... O prazo de 40 dias está se acabando, e jurou pra si que se não conseguir vai deixá-la ir pra ser feliz.

- Sim... - Ela queria acrescentar " Eu te amo e sempre amei. " mas seria verdade? Sua cabeça diz que é verdade... Mas seu coração se dividi. Como saber?

- Sim... - Um riso pequeno se formou e outro beijo foi traçado pelos dois. Ele precisa de mais, porém tudo que quer dela no momento é esse sim. O que importa que ela sinta algo por ele, para que ele possa transformar esse algo em amor. 

- Hoje você tem um encontro... - Fred a informou.

- É hoje que aquele homem bobo vai me levar pra sair? - Ela perguntou enquanto sentava na cama, usando uma camisa qualquer dele. 

- Ele é bobo? Você não me disse. O que ele é mais? - Perguntou fingindo voz de interessado, sentando também em sua cama. Colocou a mão no queixo e fez expressão pensativa.

- Ele é bonito, mesmo que eu não goste de admitir. Tem olhos castanhos e eu amo seus olhos... Pegou algumas aulas de como ser surpreendente, pois recebi um vestido lindo como convite. - Sam fez a mesma expressão pensativa e suspirou exageradamente, para dar um ar de garota apaixonada.

- Uma competição dura que eu tenho... - Ele fez o famoso e adororado beiço pedindo beijo. Sam riu, pressionando seus lábios nos lábios dele. Apertou sua bochecha e de forma meiga começou a falar.

- Bebê, ninguém nunca será realmente suficiente para competir com você. - Imitou voz de bebê.

Fred não aguentou e a puxou pra si, segurando em sua cintura e ela enlaçou os braços em seu pescoço. Um beijo se formou e mais outro, em seguida vários pequenos beijos foram formados com sorrisos entre eles. 

Ela pode ter falado ninguém, mas ele ouviu " Jonny nunca será realmente suficiente para competir com você " e amou o que ouviu. 

- O que houve? - Sam perguntou preocupada enquanto a costureira a olhava séria.

- Você precisa fazer uma dieta até o dia do casamento. - A velha falou, enquando mais uma vez tentava fechar o vestido de madrinha por completo. Sam resmungou pois está muito apertado e Jade simplesmente a olhou pelo grande espelho. 

- Abra os pontos feito e para deixá-la mais confortável, creio que precisaremos de uma nova data para a terceira prova do vestido. - Jade se dirigiu para a costureira que parecia não gostar tanto.

- Mas a Sra. Benson tem que parar de comer, se não nunca vou terminar esse vestido. - Resmungou alto suficiente para Sam entender.

- Não é exatamente o que come que está engordando ela. - Jade sorriu e subiu em um pequeno palco na qual a amiga estava. Abriu a parte de trás do vestido e sorriu para ela.

- Mamãe. - A pequeno e doce voz de Gabriely pôde ser ouvida pela primeira vez por Sam.

- Diga querida. - Jade a respondeu calma.

- Posso tirar fotos? - A menina abaixou o tom de voz, quando viu o sorriso de Sam direcionado a ela. 

- Claro. A câmera profissional está no escritório, peça a Georgia que te leve lá. - Jade disse calmamente e a menina assentiu, logo saindo do local.

- Você... - Sam começou a questioná-la mas a morena logo começou a falar.

- Sim, a dona daqui estava com problemas então pedi ao Gibby que a ajudasse. A ajuda é clara: comprei o lugar. Sou a nova rainha das madrinhas. - Jade se animou e Sam riu.

Desceram do pequeno palco e a loira foi acompanhada até o provador. Trocou de roupa rapidamente e deu a Jade o seu vestido. Ela entregou a costureira e ficou ali, frente a frente de Sam, encarando seus olhos.

- O que foi? - A loira perguntou desconfortável.

- Fale comigo. 

- Estou grávida, e é isso que queria ouvir. Então me dê licença que Fred está me esperando. - Samantha tentou sair mas foi impedida.

- Do Jonny? - O corpo da loira se arrepiou.

Nunca falou em voz alta que é dele, e pareci imensamente errado falar. Mas sabia o que Jade é pra ela, e a certeza que ela nunca contaria é certa. Então se limitou a concordar com a cabeça e recebeu um grande abraço. 

Recebeu antes de chegar para provar um vestido, a mensagem de seu marido pedindo que ela o encontrasse na praça perto do antigo colégio. Ela sabe bem que praça é essa, pois é bem vivida em sua mente as tardes que passou com o nerd. Jonny insistia em suas ligações e a loira não queria atendê-lo, esse é o terceiro dia que ela não o vê.

Ele por sua vez, estava agoniado e crescia a cada minuto a certeza que estava perdendo o seu amor proíbido. O rapaz não sabia, mas sua amante demitiu ele só para ter certeza que o mencionado não está com ela só por ambição.Sam não conhecia seu amante por inteiro e não tinha ideia das consequencias de suas atitudes. Ele não é só viril, amável, companheiro e ciumento. Jonny cresceu sendo forjado no fogo da violência mas decidiu seguir um caminho melhor, porém a falta de controle ainda é traço dele e ninguém que realmente o conhece negaria o que ele é. 

A jovem foi para a praça andando, uma demorada caminhada, pois pensou que se fosse de carro e seu marido também, teriam que voltar para casa em carros separados... Ela não queria voltar separada dele. Chegou na praça em cima do horário combinado e procurou um banco para se sentar. Ela está ofegante e precisa se manter estável. Lembrou-se que marcou uma consulta com o médico e que amanhã cedo estaria ouvindo os batimentos do coração de seu filho. A confusão foi embora quando se deparou com o marido de óculos de grau, camisa listrada e calça caqui. Ela riu. Então ele revelou o que estava por trás dele, era esperado um buquê de flores e tudo mais. O queixo de Sam caiu... Quer dizer, aquilo realmente é necessário?

- Não acredito. FREDDIE! - A loira advertiu ele e assistiu seu sorriso ficar mais largo. 

Ele carregava em suas mãos cenoras como se fosse um buquê, com direito a laço e as folhagens verdes grandes não tinham sidos cortados. É proposital. Quando começaram a namorar a loira avisou ao nerd que não gostava de nenhum tipo de flores ou rosas e se algum dia ele comprasse um buquê para ela, com certeza iria para o lixo. O detalhe é que Sam cresceu e amadureceu, flores começaram a serem bem-vindos. Ele sabia disso mas queria de alguma forma lembrá-la da história dos dois, assim pegando pequenos detalhes que faria ela se lembrar... O principal de hoje é o buquê de cenoras que a muito tempo ele deu a ela e agora retorna a dar. Afinal, o passado deve ser lembrado. Merecia ser lembrado para que o amor que ela sentiu por ele a lembrasse que ainda é real e puro.

- Você sabe... Flores ou rosas poderiam se decompor no lixo... - Ele disse pausadamente e sorrindo para a loira que o fitava de forma carinhosa.

- Vamos? Aonde está o carro? - Perguntou procurando com os olhos o camaro preto.Fred limpou a garganta e lhe mostrou uma bicicleta de dois lugares. Sam gargalhou não acreditando.

- Está bem, você brincou... Cadê o carro? - Sam perguntou mais uma vez.

- O carro será está bicicleta... Antigamente você não reclamava. - Fred lembrou ela. Realmente ela não reclamava pois não pedalava e ainda descançava a cabeça nas largas costas dele. Era bom e tranquilo.

Sam acabou concordando até pedalou no ínicio mas logo parou, deixou Fred levá-la aonde quisesse. Ele reclamou um pouco mas ela não se importou e ignorou. Ele então virou uma esquina e parou. 

- Chegamos. - Anunciou ofegante e um tanto suado.

- OH MEU DEUS, FRED! PIZZARIA E MASSAS DONA LOLA LÁ LÁ - Sam desceu da bicicleta parecendo uma criança e quando Fred prendeu a bicicleta, ela pulou em cima dele sem se importar pelo suor que descia sob suas costas e peitoral. 

- Gostou? - Ele perguntou só para confirmar a reação da loira.

- Fala sério, pizza com bordas recheadas... Lasanha... Batata frita... Oh meu Deus, será que ainda tem aquelas deliciosas tortas de frango? - Ela se soltou dele e entrelaçou os dedos com os dele. Entrou no lugar euforica e seus olhos gritaram de alegria.

- Eu estou no paraíso novamente. - Sam exclamou quando viu um garçom passar por ela segurando uma bandeja com uma pizza GG. 

Se sentaram na mesa e ela o olhava anciosa, talvez no lugar que foi cenário para tantas decisões dos dois também seria cenário de um renovado " Eu te amo ". Talvez. Ela esperava que sim, mas que tudo... Ela queria ouvir, antes que terminasse com ele... Antes do pedido cruel do divórcio, para enfim formar com Jonny uma famíla... Algo que queria com o marido mas que o amante está proporcionando a ela sem mesmo ter chance de questionar! 

- O que desejam? - Perguntou uma garçonete e a loira pediu quatro pratos: lasanha de carne com o molho especial da casa, duas da maior porção de batata frita, macarrão com queijo e espinafre e por último, a deliciosa pizza Madre com bordas recheadas de lombinho e requeijão. 

- Você não vai pedir? - Sam perguntou curiosa.

- Você pediu por nós. - Ele sorriu e sua esposa riu, querendo dizer que tinha sido tudo pra ela.

- Claro... - Samantha concordou mas estava realmente descordando em sua mente.

- É por isso que o vestido de madrinha não te coube. - O sorriso dela sumiu e Fred achou que falou algo seriamente errado.

- Não estou te chamando de gorda ou algo assim... Porque você está em forma como sempre esteve, sabe, com tudo em cima... Gorda nunca e sempre estará linda e esbelta, eu juro. - Ele falou rapidamente e ela riu de seu desespero.

- Quem te falou isso? 

- O Gibby me falou mas a Jade escutou e disse que resolveriam a boca grande dele em casa... Mais tarde me mandou uma mensagem dizendo que dormiria no sofá esta noite. - Fred riu por isso.

- Porém ele disse que só está preparando o terreno. Eu não entendi mas é das palavras de Gibby que estamos falando. 

- Gibby sempre será o Gibby. - Sam riu escondendo o nervosismo.

Ela sabia que Jade não guarda nada de Gibby, tanto é que ela conta até o último detalhe do seu dia para o marido e ele faz o mesmo. Desde que Gibby começou a mudar para conquistá-la, ele aprendeu a pegar esses traços de Jade e nunca deixou de ser quem era quando a namorava... Só lapidou mais o que tinha. 

Se divertiram muito e nem pareciam ser casados ainda. A aparência é de um jovem casal de namorados ainda cutivando o ínicio gostoso do que é relacionamento. Um mar de rosas. Ele foi cem por cento Fred Benson e ela se sentiu uma Puckett novamente. Tanto é que cortou o marido por várias vezes. Foi o natural. A essência do que eram antigamente penetrou neles, junto com o lugar rústico e aconchegante. 

- Freddie, para aqui. - Sam gritou ao perceber um pouco distante o carro que está em frente a sua casa.

Mas o grito foi alto suficiente pro amante escutar e se virar da porta. Jonny está furioso. Sam desceu rapidamente da bicicleta e correu em direção dele. O marido até tentou segurar seu braço mas foi inútil. Completamente inútil. Ao chegar perto do amante, percebeu que a veia do seu pescoço está pulsante e mesmo assim não teve medo. Passou os braços por sua cintura e o abraçou, sentiu o coração dele acelerado. Um par de minutos se passou devagar e finalmente ela pode sentir os braços dele enlaçarem a sua cintura. Sam se inclinou e beijou a região de seu pescoço que ainda pulsava. 

- Vai embora. - Ela sussurrou calmamente.

- NÃO. - Ele disse entre os dentes e a soltou dele. Olhou para o profundo dos seus olhos. 

- Jonny... - COMO PÔDE DORMIR COM ELE? - Jonny gritou apontando para Fred que já se aproximou, na defensiva.

- Primeiro de tudo: Ele é meu marido. - Sam o informou com a voz tão dura como a dele.

- E segundo: Como sabe?

- Cléo me informou hoje a tarde. - Ele respondeu ríspido e Fredie se assustou. Como ela sabia?, pensou Fred.

- Então você a viu novamente? - Sam perguntou tentando ficar calma.

- TRÊS DIAS, SAMANTHA. TRÊS DIAS SEM TE VER. O QUE SOU AFINAL PRA VOCÊ? - Ele perguntou indo pra cima dela, que deu um grande passo pra trás.

- Você só é a porra de um substituto e acho que ela não precisa mais de você. - Fred falou tão firme que o corpo da esposa se arrepiou.

Aquilo dito foi o suficiente para Jonny socar ele. Não um só soco mais vários seguidos porém Fred não era o menino do nono ano que apanhava de uma garota. Ele é um homem agora. E como homem revidou na mesma força mas com habilidade esforçada.

Sam se desesperou e tentou entrar no meio dos dois para impedir. Suas lágrimas começam a cair e ela grita, empurra Jonny para o lado. Ele a surpreende com um tapa forte no rosto e só segundos depois percebe o que fez. Sam foi jogada no chão com tamanha a força depositada na lateral da sua face. Ela tinha gosto de sangue na sua boca e respirava descompassadamente. Queimava. Seu rosto queimava com a dor que está sentindo. Doía não só o rosto mas o coração. Então ela cuspiu o sangue que estava na sua boca na calçada.

- Amor... Eu não queria... - Jonny tentou falar e abordou a amante no chão tentando levantá-la. Ouviu um longo suspiro e suas mãos foram retiradas por ela. 

Ela levantou a cabeça para encontrar os olhos dele e quando encontrou foi capaz de passar para ele todo o desprezo que sente no momento. Então ela se levantou com a ajuda de Fred, que estava bem machucado. Olhou firme para o amante.

- Eu disse: Vai embora e é agora. - Ela não gritou, nem berrou e muito menos se descontrolou. Somente disse firme e com alto comando em sua voz. Então ela tirou os cabelos do rosto pois queria que ele observasse o que tinha feito. 

E acertou em cheio. Os olhos dele lagrimejaram com súplicas de perdão sussurrados ao analisar o estrago que fez. Toda lateral direita dela estava vermelha e pulsante, o canto dos lábios machucado e começando a ficar inchados, seus olhos banhados de lágrimas e seu olhar triste.

- Você a ouviu. Aproveite e nunca mais volte. - Fred declarou querendo quebrar ele por ter tocado na sua esposa. Porém pelo sangue que corria na camisa do rival se satisfez um pouco. Mas que a mão de Jonny deveria ser arrancado fora... deveria, pensou com grande raiva em si.