P.O.V’s Lilith

Ao deixar minha moto no estacionamento da escola, segui pelas escadarias que davam para dentro da mesma, ao abrir a porta que fez um barulho que machucou meus ouvidos, segui carregando o estojo de minha guitarra e minha mochila, eu recebia olhares curiosos dos alunos e alunas. Ao perceber de longe ele.

Gerard Way.

Ele não mudara nada, talvez um pouco mais magro, mas era o mesmo e via que ele me olhava com curiosidade junto com o que eu supus que eram seus amigos. Passei por eles sem ligar me dirigindo a sala.

Ao chegar nela, me sentei na última cadeira da fileira começando a fazer minhas anotações de como o dia recorreria e de como poderia conquista-lo em olhares ou em atos, até que ouvi meninas que usavam roupas rosas berrantes conversando nas cadeiras á frente.

–É eles vão tocar no Baile dos Novatos – Suspirou a desconhecida – Aquele tal de Gerard é o vocalista, mas ouvi o diretor comentando com a secretária que não vão ser mais eles.

Sorri interiormente, ele iria provar de seu próprio veneno. Vi-os entrar na sala atrapalhados, e os acompanhei de soslaio. O professor entrou em sala e falou com todos, normalmente. Até o mesmo vir a mim.

–De onde essa bela menina e que tem um ótimo gosto musical vem? – O professor jovem e de belos olhos, disse com sua voz doce e sútil.

–Sou da Califórnia – Eu disse o olhando, e mexendo com o lápis em mãos.

–Seu nome, menina bonita da ensolarada Califórnia? – Pronunciou mais uma vez, estendendo a mão para mim, apertei a mão dele sorrindo.

–Me chamo Lilith, Lilith Wright – Eu disse livremente, gostava dele. Após soltar sua mão mexi em meu cabelo vendo que Gerard me encarava.

–Um lindo nome – O professor Taylor disse.

Sorri mais uma vez, sentindo meus olhos faiscarem, ao decorrer da aula fiz mais anotações, e sempre observando que Gerard me olhava constantemente. Ele não me reconhecera então já era um começo. Quando faltava pouco para a aula terminar o Sr.Taylor anunciou que precisava se retirar então eu vi uma chance.

Começaram o ritmo de We will rock you e vi que estava feita naquela situação. Comecei a cantar livremente e Gerard me seguia com os olhos a cada movimento a cada palavra e melodia. Todos participando pareciam adorar, cantei a música quase toda e quando o intervalo foi anunciado, voltei ao meu lugar para guardar minhas coisas.

Até que um loirinho, que devia ser amigo do Gerard veio até mim e balbuciou algo.

–O-Oi – Ele disse gaguejando, o desprezei.

–Você é uma gata, e canta m-muito bem – O garoto disse, estava cansada mentalmente e sua voz no momento irritava meus ouvidos. Peguei meu punhal do bolso interno da jaqueta, me movimentando rapidamente e o prensando na parede apontando minha ‘’arma’’ contra ele.

Ele continha um rubor em suas bochechas, típico de tímidos.

–Não chegue perto de mim, e eu não te corto entendeu? – Perguntei fria o fuzilando com os olhos.

Ele assentiu e eu sorri, peguei minha mochila a colocando sobre o outro ombro, pois em um deles minha guitarra já ocupava.

Saí andando até passar pela porta e estar de volta ao corredor, dei passos rápidos até estar na parte de trás da escola perto do ginásio onde três meninos me esperavam ambos encostados em uma árvore. Larguei minhas coisas na grama, correndo para abraçar o loiro de olhos verdes, Aiden.

–Sua louca – Ele disse correndo ao meu encontro e me abraçando forte, conheci Aiden na Califórnia ele era minha base, enquanto eu era o solo. Éramos melhores amigos a alguns anos, simplesmente nos adorávamos.

–É tão bom ver você – Eu disse me soltando do abraço e vendo seu rosto bonito, e seus dentes perfeitos formando um belo sorriso.

–Vai deixar um pouco para nós, ou vamos ter que arrancar essa vadia das suas mãos Aiden – Jake, minha bateria disse. Ele tinha os cabelos castanhos aparados e para o alto, sua voz era bonita e ele era um tanto simpático e bagunceiro como eu.

–Vadia é? – Eu disse colocando as mãos na cintura e levantando as sobrancelhas, o mesmo partiu para cima de mim nos levando para o chão, me dando um abraço apertado e lotado de beijos no rosto enquanto eu gargalhava com a nossa ‘’cena’’.

Ele se levantou e me ajudou a levantar enquanto um menino de cabelos negros e pairando ao rosto me encarava e sorria friamente, Andrew era o irmão mais velho de Aiden.

Corri até lá, lhe depositando um beijo na bochecha e puxando todos para o ginásio.

–Já está tudo pronto mesmo? – Perguntei enquanto tirava minha guitarra preta com raios azuis, de seu estojo e me dirigia para frente do microfone.

–Sim, e o diretor já sabe que nós tocaremos – Aiden disse sorridente endireitando sua guitarra, conectei o cabo á minha guitarra e ouvimos a porta do ginásio de abrir revelando cinco meninos.

Olhei para os meninos e sussurrei que eram ‘’eles’’.

Eles chegaram até o meio, e um mais baixinho de moicano e uma parte do cabelo pintado de loiro se pronunciou.

–Com licença, mas nós vamos ensaiar para tocar no Baile dos Novatos – Disso a réplica de um anão de jardim.

–Não vocês não vão – Eu disse sorrindo vitoriosa – Nós vamos.

Vi eles cochicharem entre si, então tirei minha guitarra do ombro e a pus no chão, descendo do palanque para falar com eles, os meus meninos fizeram o mesmo.

–Nós vamos tocar no Baile dos Novatos – Eu disse cruzando os braços – Não vocês.

–A pergunta é quem são vocês? – Disse um menino de óculos, ele me lembrava estranhamente alguém.

–Nós, somos a Better Living – Ouvi Andrew dizer gélido como de costume.

–Olha aqui, você tentou cortar meu melhor amigo e agora vai tomar nossa única chance? – O anão esperneou, sua voz estava aguda e machucava meus ouvidos neste momento.

–Eu definitivamente não gosto dessa réplica de anão – Eu disse para Aiden.

–Como é que é?! – Ele disse mais alto ainda.

O olhei com desprezo então vi raiva em seus olhos. ‘’Perfeito’’. Pensei.

–Não me faça dar um murro na sua cara – Eu disse parecendo não gostar da situação.

–Ei – Disse Gerard – Quer saber, nos mostre o que sabe, duvido que chegue aos nossos pés.

Comecei a rir, e as gargalhadas atrás de mim era gozadas e contagiosas. Subimos no palanque e coloquei minha guitarra no lugar, e passando as unhas nas cordas que imediatamente começaram a sair o som.

–Nos superem – Eu disse ao microfone começando a música.

Começando com a guitarra e a bateria juntos, seguimos a diante uma pausa e o baixo soa grave.

Killing in the name of! – Comecei a cantar, ao decorrer de uma das minhas músicas favoritas.

Some of those that work forces, are the same that burn crosses

Some of those that work forces, are the same that burn crosses

Some of those that work forces, are the same that burn crosses

Some of those that work forces, are the same that burn crosses

Huh! – Um grunhido e pronto.

Killing in the name of!

And now you do what they told ya

And now you do what they told ya

And now you do what they told ya

And now you do what they told ya – Voltei a cantar deixando a voz me favorecer, sem desgrudar de passar as unhas nas cordas de minha guitarra, para que emitissem som.

Those who died are justified, for wearing the badge, they're the chosen whites

You justify those that died by wearing the badge, they're the chosen whites

Those who died are justified, for wearing the badge, they're the chosen whites – Elevando minha voz, de movimentando meu cabelo ritmo da música.

Come on!

Yeah! Come on

Fuck you, I won't do what you tell me

Fuck you, I won't do what you tell me

Fuck you, I won't do what you tell me – Cantei apontando meu dedo do meio em direção aos meninos, que pareciam chocados.

Yeah! – Cantei a última parte da música, modificada claro. Tossi um pouco, mas os via admirando a música.

–Não precisam dizer nada – Eu disse recuperando o fôlego e falando ao microfone novamente – Nós sabemos que somos melhores que vocês.

Sorri, pois sabia que estava tudo começando.