Mudanças No Internato (Em Hiatus) escrita por DezzaRc


Capítulo 3
Quem é Bella Swan?




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Acordei com os poucos raios de sol que adentravam meu quarto, após escutar uma sirene, seguido por um aviso: “Acordem, alunos, as aulas começam em duas horas!”. Era só o que me faltava, essa droga provavelmente iria me acordar todos os dias.

Olhei no visor do meu celular que estava sobre a mesa-de-cabeceira ao lado da minha cama, e eram seis da manhã. Merda, eu ainda estava morrendo de sono.

— Vamos, Bella, está na hora de levantar, o refeitório fica lotado essa hora — chamou-me Rose.

Ela já estava sentada em sua cama, penteando seus longos cabelos louros liso. Notei que ainda estava com a roupa de dormir.

— Vai indo tomar seu banho logo — sugeri, querendo ficar mais alguns minutos na cama.

— Você é preguiçosa! Tudo bem — respondeu rindo, entrando no banheiro.

Rosalie era a mais bonita das quatro, no meu ponto de vista. Seu corpo era perfeito, com curvas na medida. O tom escuro do cabelo contrastava com seus olhos verdes, e sua face era fina e delicada. A típica beleza européia. Não era a toa que seu pai não a queria rodeada de meninos; ela poderia ter quantos quisesse facilmente.

Eu, perto dela, parecia uma sombra ofuscada pelo sol. Meu corpo possuía algumas curvas, mas nada de tirar o fôlego. Minha estatura era mediana, apesar de muitas vezes ser confundida como baixa. Meus cabelos eram castanhos escuros, com leves voltas na ponta, mas que acordava parecendo um balaio todos os dias. Meus olhos eram azuis, puxei do meu pai, enquanto a coloração do cabelo, da minha mãe.

Minhas feições eram finas, mas as de Rose... eram perfeitas!

Renesmee parecia uma garotinha. Sua voz era doce, e ela era baixa. Seus cabelos em tom de mel desciam até um pouco acima da cintura, e pelo que escutei ontem, ela amava deixá-lo preso em um rabo de cavalo no topo da cabeça. Seus olhos eram grandes e expressivos, também mel.

Jessica era a típica mulher “farta”. Fazia o tipo modelo da Victoria’s Secret. Rosalie pode até ter dito que as meninas não saiam com vários garotos, mas a cara de Jessica contradizia suas palavras. Eu até podia estar sendo precoce com minha opinião, mas era o que eu via quando a olhava. Seus cabelos batiam um pouco abaixo do ombro, e os olhos eram escuros.

Lauren, de longe, era a menos amena do grupo. Seu nariz era muito fino, as bochechas muito salientes, enquanto os olhos eram pequenos e apertados. Uma beleza exótica, eu diria.

Depois de uma última esticada na cama, levantei de vez, dando de cara com o espelho do outro lado do quarto. Deus, eu precisava de um trato, urgente!

— Nossa, se ontem estava cheio, hoje isso aqui está lotado! — eu disse assim que entramos no refeitório.

Rosalie tinha razão. Jess, Nessie e Lauren estavam conosco. Sim, eu já as chamo por apelidinhos carinhosos. Eu realmente gostei daquelas patricinhas.

Agora entendi o porquê de a escola ser tão grande. O tanto de alunos que se encontravam ali naquele momento era muito grande. Fora os que ainda estavam em seus dormitórios, ou os que já estavam nas salas de aula.

Depois de tomarmos nosso café-da-manhã, fomos para nossas aulas. Por sorte, eu teria a primeira com Jess, que era escrita criativa. Nós fomos juntas para a sala, e pelo caminho, ela cumprimentou algumas pessoas, me apresentando rapidamente. Eu apenas sorria amigável e acenava com a cabeça.

Minha segunda aula foi com Nessie. E assim as aulas foram passando até chegar à que antecedia o horário do almoço. Essa eu teria com Rosalie, de espanhol.

A professora tinha pedido para fazermos duplas, então, lógico, fiquei com Rose. O que eu mais estava gostando nesse internato, é que eles não ficavam apresentando os novatos para a turma, até porquê, haviam muitos. Por alguns minutos, fiquei pensando em como seria o controle de alunos nas turmas, já que para garantir essa minha vaga, minha mãe se antecedeu em seis meses.

Enquanto a professora estava explicando o que deveríamos fazer, vi Rose abrir um enorme sorriso, e responder algo no celular em seguida. O que era? Minha dúvida não durou muito, pois ela percebeu minha curiosidade a olhando.

— Você não sabe quem está aqui na escola hoje!  — exclamou.

— Se eu soubesse, não estaria perguntando! Quem é? — Por breves segundos fiquei receosa de ter sido muito grossa com a resposta, mas pela sua cara, acho que ela nem tinha escutado tudo que eu disse.

— Meu amorzinho Emmett e o Edward. Parece que as aulas deles começarão semana que vem, e o Cullen pai pediu para eles passarem a semana aqui no internato! Não é ótimo? — indagou entusiasmada.

— Hã... Pra você, deve ser — respondi incerta. — Eu nem sei quem são eles. Mas o que farão aqui, se não estudam mais no internato?

— Eles ficam na diretória, aprendendo coisas sobre a administração do internato com o pai. Parece que quando se formarem, irão administrar aqui no lugar dele, então já estão aprendendo. Eles fazem isso desde que saíram do médio.

Ela se encostou reta na cadeira e voltou sua atenção para o quadro, um sorriso bobo ainda brincando em seus lábios.

— Como a visita deles é boa, se só ficam na diretória?

Eu estava espantada comigo mesma por ainda estar puxando papo sobre esse assunto. Na verdade, estava espantada por estar tratando de um assunto com alguém. Essas coisas eram tão novas para mim, que simplesmente não conseguia manter minha boca fechada. Precisava experimentar mais dessa sensação de ter... amigos.

Amigos.

Como soava bem.

— Eles geralmente passam o intervalo na mesa da família deles, e ainda participam das aulas de educação física. Ouvi rumores que esse ano eles serão professores. De quais esportes? Já não sei — seu olhar retornou para mim, ao tempo em que uma sobrancelha sua arqueava para cima. — Mas se depender de mim, logo saberei.

Desviei os olhos, assustada com sua possessão pelo garoto.

— Ah, tá — murmurei um tempo depois. — Quem descobriu que eles irão ficar aqui essa semana?

— Ei, vocês, mocinhas, querem fazer o favor de calarem as bocas e prestar atenção no assunto? Obrigada — reclamou a professora.

Meu rosto atingiu um tom altíssimo de vermelho por ter recebido uma reclamação da professora. Deus! Isso nunca aconteceu comigo! Que vergonha... todos estão nos encarando. Escutei Rosalie desculpar-se ao meu lado, de um modo mais natural do mundo. Senti-me uma covarde por não conseguir fazer o mesmo. Optei por ficar calada e abaixar a cabeça, seria melhor do que dizer uma besteira e me queimar no primeiro dia de aula.

  Não trocamos mais uma palavra até o sinal bater. Prontamente, Rosalie ficou de pé, jogou sua maleta da Balenciaga no ombro, e agarrou meu pulso, arrastando-me para fora da sala. Por pouco não deixei um caderno escapulir de minhas mãos; tratei de segurá-lo com mais força contra meu peito.

Ninguém mais nos olhava nesse momento, e agradeci veemente por isso. Queria permanecer com a mesma imagem da outra escola, a menina invisível.

Ao entramos no refeitório, escutei vários cochichos das meninas, a maioria falando dos garotos Cullen. Pelo visto será a notícia da semana.

Rosalie correu para sentar-se à mesa das meninas, enquanto eu lhe avisei que iria ver o menu de hoje. Havia uma pequena fila para falar com o chefe da cozinha, que ficava perto da ala das comidas.  Quando já chegava minha vez, sinto alguém me empurrar, e sem querer, acabei saindo da fila.

Olhei para o lado para ver quem tinha feito isso, e dou de cara com uma loura sebosa com cara de cobra.

— Menina, não percebeu que eu estava aí? Você nem está na fila! — reclamei irritada, e ela apenas me deu um sorriso malicioso.

— Querida, Tânia Denali não pega fila, e você provavelmente não sabe disso, porque é um calouro. E sabe de uma coisa? Eu detesto calouros — cuspiu em minha cara, com aquela voz insuportável.

Tânia Denali. Líder do grupo dos populares insuportáveis.

— E daí que sou novata? — rebati. — Você também já foi uma!

Ela fez uma falsa cara de espanto, e logo suas amiguinhas ficaram ao seu lado. Provavelmente era a tal da Irina e da Kate. Ótimo, e o pesadelo se repete novamente...

— Olha aqui, sua subordinada... — começou ela, apontando o dedo na minha cara. Ninguém aponta o dedo no rosto de Isabella Swan!

— Olha aqui você! — falei, dando um tapa em sua mão, e tive a leve impressão de quebrar uma unha da cobra. Epa! Ferrou.

— Sua puta! — berrou, atraindo olhares de todo o refeitório. — Você vai pagar caro por ter quebrado minha preciosa unha!

Terminando de dizer isso, ela avançou em minha direção, jogando-me no chão, e ficou por cima de mim, puxando meus cabelos. Fiz o mesmo com ela e saímos rolando pelo refeitório a unhadas, tapas e puxões de cabelo. Como coro de fundo, eu apenas escutava “Briga, briga, briga!”.

Senti duas mãos segurando minha cintura, e vi o mesmo acontecer com Tânia. Atrás dela estava um cara musculoso, alto, e de cabelos negros e curtos. Seus olhos eram verdes. Ele era bonito.

— Me solta! —Tânia se debatia nos braços daquele homem. — Eu vou acabar com a raça dessa vagabunda!

Eu, ao contrário dela, estava calma, afinal, não queria briga com ninguém. Eu podia sentir a respiração do garoto que estava me segurando sobre minha cabeça. Então ele era alto como o outro.

— Vagabunda é sua mãe! — descontei.

— Não fale assim da minha mãe, sua...

Entretanto, ela não terminou a frase, pois no exato momento, o diretor entrou mandando todo mundo calar a boca. Como um estalo em minha cabeça, dei-me conta da situação. Eu havia brigado com uma garota popular no meu primeiro dia de aula! Oh. Meu. Deus!

— Edward e Emmett, leve essas duas até minha sala agora, e o restante, circulando! — ordenou severo.

Todos começaram a voltar ao que estavam fazendo, como se não estivesse acontecido nada. Acho que eles tinham medo do diretor... Então era para eu temer ele também, não?

De repente, mais um estalo veio em minha cabeça. Edward e Emmett, claro, eles eram o filho do diretor, os queridinhos de Rosalie! Agora só resta saber quem é quem.

O garoto que estava segurando Tânia saiu arrastando ela até a diretória, a mesma ainda reagindo nos braços dele. Eu imediatamente tirei as mãos daquele ser que me segurava da minha cintura, sem me importar se fui grossa ou não. Havia coisas mais importantes para eu me preocupar agora, como o fato de ter brigado com uma popular no primeiro dia de aula.

Saí andando atrás de Tânia por espontânea vontade, tendo plena consciência de estar sendo seguida por alguém. Olhei para trás e me deparei com dois olhos verdes me hipnotizando. Quando finalmente consegui desviar nosso olhar, eu o avaliei.

Ele era um pouco mais alto que o outro garoto, seus cabelos tinham uma tonalidade diferente, de bronze, e estavam em um bagunçado que o deixava mais atraente. Seu maxilar era bem marcado, assim como suas linhas faciais; mostrava que ele era uma pessoa de personalidade forte. Seus músculos eram na medida certa, não era bombado como o outro garoto.

Conclusão: ele era extremamente bonito.

Voltei a olhar para frente, antes que me esbarrasse em algo. Por pouco, não acertei a testa na parede da virada seguinte. Andamos mais alguns corredores até chegar à direção. Tânia já estava mais calma nesse momento.

Entramos na sala e nos sentamos nas cadeiras acolchoadas que havia na frente da mesa do diretor. Pude sentir os olhares mortais que Tânia me mandava. Cobra! Desviei os olhos dela e inspecionei o lugar. Tão luxuoso quanto o restante do internato; havia pinturas de pintores famosos nas paredes, e uma estante de madeira maciça coberta por troféus dourados brilhante. Ouro.

Em uma estante atrás de sua poltrona, havia obras prestigiadas da França, tais como as dos escritores Victor Hugo, Antoine de Saint-Exupéry, Léopold Sédar Senghor e Maurice Maeterlinck. Havia também livros antigos sobre o internato.

— Pois bem — começou o diretor, que já estava devidamente sentado em sua poltrona. — Quero explicações.

Ele lembrava o garoto cabelo de bronze; a cor do cabelo era parecida, mas os ângulos do rosto eram idênticos.

Quando eu ia falar algo, Tânia me interrompeu e começou a contar mentiras:

— Diretor, eu estava em paz na fila, esperando minha vez, quando essa garota chegou me empurrando e ainda quebrou minha unha! — contava, enquanto fingia chorar. — Depois ela partiu para a agressividade.

Encarei-a atônita. Como uma pessoa podia ser tão falsa assim? Percebi que os meninos tinham sentado em um sofá perto de nós, com certeza estavam aprendendo como dar uma suspensão aos alunos.

— Mal entrou na escola e já está aprontando, mocinha? Por que fez isso com sua colega? — questionou bravo.

— Mas eu não fiz isso! — Tentei argumentar, indignada. — Ela quem começou!

— É o que todos dizem. Agora que a confusão já foi esclarecida, Tânia, pode ir para sala, e a mocinha — disse me encarando —, detenção.

— Mas...

— Sem “mas”, menina. Os meninos irão acompanhá-la até a sala da detenção. Boa manhã para vocês.

Saímos da sala — na verdade eu fui expulsa pelo diretor, que nem deixou explicar minha versão, que era verdadeira. Tânia me mandou um sorriso vitorioso e voltou para o refeitório, enquanto eu — que estava morrendo de fome — tive que ir para a detenção com aqueles dois gostosões.

Rosalie vai morrer de inveja quando eu contar a ela!

Epa, essa não é a fala de Isabella Swan! O que está acontecendo comigo?!

Andamos mais alguns corredores em silêncio até chegarmos à sala de detenção. O fortão abriu a porta e entrou, sendo seguido por mim e o cabelo de bronze. Notei que a sala estava vazia; o professor responsável não estava lá.

— Onde o senhor Hilbert se meteu? — perguntou o musculoso para o irmão. Sua voz era grossa, combinava com sua fisionomia.

— Sei lá, cara, vamos ter que ficar aqui olhando ela — respondeu o cabelo de bronze. A voz dele era tão suave e rouca! Parece que por trás de cada letra que ele falava, sussurrava “sexy”.

Certo. Ainda não sei de quem são esses pensamentos.

— Por mim, tudo bem — disse o grandão se sentando na cadeira do professor e colocando as pernas em cima da mesa.

O outro puxou uma cadeira e colocou perto da mesa, se jogando preguiçosamente sobre ela. Sentei-me na primeira cadeira da fileira, que ficava de frente para a mesa, e encarei o chão. A timidez estava de volta.

— Qual seu nome? — escutei o fortão me perguntar. Levantei a cabeça para olhar ele, e rapidamente fiquei corada.

— Isabella, e o seu?

— Emmett — respondeu sorrindo.

Então aquele era o grande amor de Rosalie? Ela tinha bom gosto. O outro provavelmente era Edward, o garoto que parecia um deus grego. Em minha humilde opinião, Edward é mais bonito que Emmett, mas Rosalie tem cara de gostar de garotos com grandes massas musculares mesmo.

Voltei a encarar o chão e escutei um riso baixo. Elevei minha cabeça novamente e notei que Edward estava rindo. E parecia ser de mim. Olhei-o, questionando-o silenciosamente.

— Você está tão envergonhada que nem parece à valentona de mais cedo que quebrou a unha da pobre Tânia — debochou rindo. Apenas bufei.

— Aquela cobra fútil. Eu não fiz nada com ela, foi ela quem chegou do nada me empurrando e colocando o dedo no meu rosto.

— Eu acredito em você — disse Emmett. Encarei-o sem entender nada. — Tânia vive aprontando aqui, mas você foi a única que caiu no tapa com ela. Ninguém teve coragem nesses dois anos que ela estuda aqui.

— Creio que isso não seja algo para eu me sentir orgulhosa — murmurei irônica, após digerir suas palavras. — Meu plano era entrar transparente e sair invisível desta escola.

— Mas no momento em que Tânia bateu os olhos em você, ela te colocou na lista negra — disse Edward.

— Lista negra? Que lista negra?

— É uma lista imaginária das pessoas na qual ela irá atormentar até o final do ano — respondeu calmamente, como se estivesse avisando o prato do dia.

Gelei. Deus, no que foi que me meti?

— Ai. Meu. Deus! — murmurei pausadamente. — Eu sabia que vir para essa escola fútil não era uma coisa boa!

Eu já estava ficando desesperada, por que essas coisas sempre têm que acontecer comigo? Talvez, se eu fosse uma pessoa normal, e não tentasse me esconder do mundo, nada disso aconteceria comigo. Parece que quanto mais me escondo aqui, mais visível eu fico.

— Você acha que nossa escola é fútil? — inquiriu Emmett sério. Opa! Acho que falei merda. Tratei logo de consertar minha língua grande.

— Hã... Er... Não é fútil, é só extravagante demais. Sei lá, não gosto desse ar esnobe que as pessoas daqui têm, nem em suas preocupações limitadas a belezas e coisas luxuosas. Apesar dos meus pais serem bilionários, eu não me sinto parte disso — desabafei sincera. Não fazia ideia do porque ter dito tanto para aqueles estranhos gostosões.

Eles se entreolharam por alguns segundos e voltaram a me olhar com um sorriso simpático no rosto. Creio que conseguiam se comunicar entre si apenas com o olhar. Devia ser coisa de irmãos.

— Gostei de você — declarou Emmett por fim.

Dei um sorriso sem graça e voltei a fitar o chão. Será que aquilo era bom ou ruim? Bem, agora não tem como tirar uma conclusão, mas algo me diz que em breve irei descobrir. Eles começaram a conversar animadamente, e eu fiquei olhando o vácuo. Que horas acabava meu castigo?

Senti algo vibrando no bolso da minha calça. Meu celular. Peguei e vi que era uma mensagem. Os meninos pararam de conversar e ficaram me olhando.

— Hum... O que foi? — perguntei tímida.

— Namoradinho, é? — comentou Emmett, malicioso.

— Que namorado? Nem sei o que é isso, nunca me importei com essas coisas. — Lá vai eu falando demais novamente. Resolvi ler a mensagem, ao invés de encará-los.

Um silêncio se instalou entre nós, até Edward rompê-lo.

— Mentira, você só pode estar... — Mas ele não continuou quando viu que eu o encarava sério —... brincando. Você é tão linda, parece ser legal e...

— Chega, Edward, por acaso você ficou a fim de Bella? — soltou Emmett rindo. — Mas tenho que admitir que ele não esteja mentindo, Bella. Pelos poucos minutos que te conheço, você parece ser tudo isso e muito mais.

Suspirei.

— A oportunidade não veio — dei de ombros.

Por que diabos eu ainda estava falando sobre isso? Que vergonhoso, Bella Swan! Agora os dois gostosões da faculdade sabem que você é uma encalhada. Deus. Isso pode ficar melhor?

Para acabar de vez com aquele assunto, enterrei meu rosto no celular para ler logo a bendita mensagem. Era de Rosalie, segundo a assinatura no final da tela. Quem deu meu número a ela? Eu, hein! Esqueci esse detalhe assim que me situei em suas palavras. Ela e as meninas estavam preocupadas comigo.

Gente, não consigo parar de sorrir! Tenho amigas. E no exato momento, elas estão preocupadas comigo! Morram de inveja... Ok. Sai de mim, pensamentos não-Bella!

Respondi que estava bem e que tinha um mega babado para contar a elas. Eu nem estava mais me reconhecendo!

Elas disseram que queriam detalhes sobre tudo, e então guardei meu celular no bolso novamente. Eu estava ansiosa para saber a reação delas quando descobrissem com quem estive conversando.

Alguns minutos depois, o professor da detenção chegou e os meninos se foram, não antes do Emmett dar uma piscada divertida para mim. Que pena! Eles até que eram legais.

Agora, sozinha, o pensamento voltou a assolar minha mente. Eu tinha brigado com uma popular — quebrei sua unha e saí no tapa com ela — no meu primeiro dia de aula.

Quem sou eu e o que fizeram com a verdadeira Isabella Swan?

Passei à hora do almoço e o resto das aulas do dia na detenção. Virei até amiga do professor. Ele estava me contando sobre Tânia e as amigas dela, que sempre aprontavam e saiam ilesas das acusações, tudo isso porque o diretor era amiguinho dos pais de Tânia. Que absurdo!

Eu estava morrendo de fome, com sede, e com vontade de ir ao banheiro, mas não podia sair daquela sala até meu castigo terminar. Que ótimo primeiro dia de aula! Na verdade, era a primeira vez que eu ia para detenção em toda minha vida estudantil. Creio que se eu contasse isso para os meus pais, eles soltariam fogos de artifício na hora.

Assim que o professor disse que eu já estava liberada, saí praticamente correndo de lá. Fui direto ao banheiro — depois de me perder nos corredores milhares vezes, e perguntar a um funcionário onde era o sanitário (por que não fiz isso desde o começo?) —, depois rumei ao refeitório, sentindo olhares em mim de algumas pessoas que estavam por lá. Que legal, fiquei popular! Eu sabia que entrar nessa merda de internato não seria nada bom.

Fiquei surpresa ao ver um garçom vindo em minha direção. Pelo visto eles estavam lá 24 horas por dia. Fiquei feliz ao saber que o prado do dia era Quinche Lorraine, eu simplesmente amava essa comida! Resolvi pular a entrada e ir direto para o prato principal, pois já estava azul de fome; olhei disfarçadamente o refeitório e suspirei ao perceber que ninguém mais me encarava. Aproveitei e peguei meu celular no bolso de minha saia jeans Dolce Gabbana, e por baixo da mesa, digitei uma mensagem para Rosalie perguntando onde estava.

Sua resposta chegou minutos depois, dizendo que estava no final da aula de biologia, e que a próxima seria filosofia. Também disse que se precisasse dela, ela faltaria. Fiquei estática com sua sugestão, e tratei logo de mandar um “obrigada”, negando a proposta. Não deixaria ela perder aula por minha causa. Eu até podia ter entrado em uma briga no meu primeiro dia de aula, mas no fundo, era a mesma Isabella Swan, a certinha e completamente nerd.

Resolvi ir para meu dormitório. No caminho não fui barrada por ninguém, tampouco estava vazio os corredores. Parecia que filar aula era algo normal na escola; só espero que essa liberdade não atrapalhe no conteúdo escolar, porque perder meu ano em uma escola fútil como essa, e não aprender nada que preste, será mais que um castigo!

Notei algo diferente no quarto. Estava cheirando a alguma substância doce com um toque de menta. Deviam ter limpado o quarto mais cedo. Sorri. Tínhamos camareira!

Coloquei minha bolsa na cama, assim como meus livros. Fui direto para o banheiro tomar um banho gelado e esfriar minha cabeça. Passei meus hidratantes, enrolei a toalha em meu cabelo, coloquei meu roupão preto felpudo e fui usar meu notebook. Tudo bem que não ligava para beleza, nem futilidades, mas não era por isso que andaria descuidada, mesmo que minha vontade fosse essa...

Abri minha caixa de email e tinha um da escola. Cliquei e logo descobri que era uma mensagem de boas-vindas e as atividades de lazer que teria. Li o email:

É com imensa satisfação que o Internato Cullen a recebe de braços abertos. Esperamos que você aprecie sua estadia em nosso internato. Abaixo, segue a lista de atividades que talvez lhe ajude em sua diversão. Mas lembre-se! Somente nos fins de semana, feriados, ou caso não houver aula no dia. Divirta-se!

— Greary Mall: Localizado ao leste dos arredores de nosso internato, o Greary Mall conta com as principais lojas frequentadas pelas pessoas de nossa sociedade, entre elas, Prada, Armani, Tiffany & Co, Colcci, Marc Jacobs, entre outros. Consta também de uma praça de alimentação, com pratos típicos de vários países do mundo.

— Fiary Movie: Apenas a dez quilômetros de nosso internato, esse cinema é atualizado com os últimos lançamentos nas bilheterias mundiais.

**(N/A: Caso queira ver o email: https://lh4.googleusercontent.com/-w5ikt82C9SQ/TL8eQGXgKKI/AAAAAAAAAz8/6xyGxZX0qLg/s740/email.png)**

Continuei lendo e vi que havia também outra opção de shopping, um parque aquático, um temático, pista de esqui, praia artificial, salões de belezas, SPA, quadras esportivas, clube, academia, sorveterias, restaurantes luxuosos, e dentre milhares de outras opções. Isso era realmente uma mini cidade!

Depois de ler meu email, fui dar um “oi” no Twitter. Eu tinha 25 mil seguidores, a maioria interessada apenas por eu ser “famosa”. Eles sempre viviam me perguntando como era ter uma vida de princesa, como eu conseguia ser tão bonita, ou se eu queria ser amiga deles. Mas nada passava de interesse. Resultado: eu não respondia ninguém.

Quando ia procurar as últimas fofocas a respeito de mim e meus pais, escutei uma batida na porta. Fui atender de roupão mesmo, devia ser Rosalie que tinha esquecido a chave. Abri a porta e me deparei com a pessoa que eu menos esperava: Edward.


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Notas finais do capítulo

Bella soltou a franga nesse capítulo, hein? Será que ela está pegando o espírito fútil da coisa? Rs. Seja lá o que for, ela está muito encrencada com os populares... E essa amizade repentina dela com os garotos Cullen? Sortuda, não é? Sei que fui má parando aí, mas é por uma causa nobre (pelo menos para mim): COMENTÁRIOS! Hehehe. Quanto mais comentários, mais rápido sai o próximo!
Por favor, visitem, comentem e sigam o tumblr do meu livro: http://oenigmadosschneider.tumblr.com/
Beijinhos :)



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