58 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por MaysileeDonner


Capítulo 8
Tributos




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Sinto a dor imediatamente. A faca que passou por meu braço foi atirada por uma garota loura de olhos claros do distrito 1. Guardas que rondam o local não sabem de onde veio a lança, axo que ninguém viu, só eu. “-Mas porque ela fez isso?” –penso- sim, daqui a uns dias ela poderia fazer isso, ou simplesmente me matar na arena, mas porque justamente no treinamento ela faria isso? De qualquer jeito se fosse pega, ninguém faria nada, pelo menos é o que eu axo, a essa altura do campeonato seria difícil substituí-la .

O treinador vê meu braça sangrando e alcilia paramédicos de plantão para tampar o ferimento para que eu possa continuar o treinamento.

-O que houve aqui? De onde veio esta faca? –pergunta um paramédico para mim

- Eu poderia simplesmente dizer: Foi ela, aquela menina loura ali, do distrito 1, ela me atacou lançando uma faca em minha direção. Mas não é isso que eu faço:

-Não consegui ver de quem e de onde veio. Apenas vi o sangue escorrendo em meu braço.

O médico não acredita muito em mim. Não sou muito boa em mentiras confesso, na verdade, odeio mentiras.

- Ok. –diz o treinador- Escutem tributos, a partir de agora reforçarei os vigias, para que não aconteçam mais fatos desnecessários ao treino. Continuem treinando, e muito cuidado com e onde lançam seus objetos.

A garota neste momento está me encarando, com um olhar brusco que não desgruda de mim, como se naquele momento se tivesse chance, acabaria logo comigo o que já deixou bem claro que é seu objetivo. Tento entaum desviar olhares e tentar parecer calma.

Meu braço está enfaixado e um pouco dolorido, mas nada que me impessa de continuar o treino. Me dirijo aos dardos mais uma vez, porém agora, presto mais atenção aos meus lados, para que nenhuma outra faca ou lança, veja me apunhalar.

Os dardos são feitos de alguma planta que contem uma pesada dosagem de veneno, que podederrubar alguém em questão de segundos, sem ao menos este ter tempo de se defender. O lançador é feito de bambu reforçado e fino, com um encaixe perfeito para o dardo em sua frente. É um objeto de sopro delicado, que não requer nenhuma prática ou treino específico para ser manuseado, porém tenho que ter cuidado e uma boa percepção de alvo. Por exemplo, se enjetado em qualquer parte do corpo a longa distancia, o veneno demora apenas alguns segundos para fazer efeito, se eu conseguir atira-lo em um ponto vital como o pescoço, o tributo atingido, cairá morto imediatamente.

Á em minha frente um boneco de treino, já que dardos não necessitam de mais de uma presa ,a uma distancia média, tento mirar no pescoço deste, mas quando sopro, o dardo vai parar no braço direito, um tiro sem sucesso.

Vou treinando, treinando, mas nenhum dardo vai para o pescoço. Quando finalmente me canso, dou uma olhada rápida nos tributos ao meu redor. Vejo uma garota de cabelos curtos e bem pretos e um garoto com o mesmo tom de cabelo e olhos negros como o carvão juntos, que desde a entrevista não se separam, sim eles são do mesmo distrito, distrito 7,são ótimos em camuflagem, mas não entendo sua aproximação, se na arena eles terão de se separar, pode ser alguma estratégia ou algo do tipo, pelo que vi na entrevista, seus nomes são Ripper e Piper, mas uma grande conhecidência. Os tributos dos distritos 11 e 12, são bem altos e excelentes em compor armadilhas, o que eu tenho que ter muito cuidado. A garota e garoto do 10 são extremamente fortes, lançaram um tipo de bola de ferro gigante longe, o que eu jamais conseguiria fazer, e o que me deixou preocupada. Mas nenhum dos outros tributos consegue me colocar mais medo do que a garota do distrito 1, simplesmente pelo que ela me fez hoje, se ela fez aquilo aqui, imagina o que faria comigo na arena, fico por um momento até zonza de imaginar. Ela é uma carreirista, carreiristas sempre ganham, quase todo ano, principalmente os do distrito 2, que como pude notar são muito habilidosos em manuserar facas ,a garota por exemplo, é ótima com aljavas com flechas, e são extremamente rápidos, assim como a garota do distrito.

Neste momento meus olhos encontram o garoto bonito do distrito 1. Habilidoso em lança, rápido e forte, realmente conseguiu me deixar amedrontada, seu nome é Killer e a garota de seu distrito, Vallery. Meio tonta de ver tantas habilidades e eu sem se quer alguma, tento continuar treinando, mas algo me impediu, Pitter. Observo ele treinando, ainda longe de mim, sem me olhar, sem falar comigo, desde o dia que conhecemos Ebert. Pitter e muito rápido, habilidoso. Tenho também um pouco em habilidade de corrida, pois eu sempre ganhava corridas ou pega-pega quando brincávamos na campina. Mas além dessas características dele, além de mim, ele também está treinando com objetos para longa distancia e justamente dardos, e agora está vindo em minha direção.

Tento manter a calma, mas meu corpo está tremendo, cada vez ele vai chegando mas perto. Quero muito poder perguntar para ele se não significo mais nada pra ele mesmo como ele disse que não tinha amigos na entrevista, ou aquilo faz parte de suas estratégias, mas, é tarde, ele passa por mim, e simplesmente me ignora, como viera fazendo todo esse tempo, eu poderia gritar, fazer algum escândalo, chamar sua atenção como fiz com Ebert, mas isso só aumentaria sua ira contra mim. Me dói muito confesso, vê-lo assim tão longe, e me esquecendo aos poucos, mas é melhor assim, afinal, na arena nossa amizade já era, ou melhor, se isso é alguma amizade ainda. Mas ainda assim do jeito que estou, tento provocar algo.

Tento ir até o treinamento de dardos novamente, afinal, foi a única coisa que fiz de útil até agora, onde ele está, mas quando vou chegando perto, o treinador anuncia:

-Tributos, acabamos por hoje, amanhã teremos mais um dia de treino. Olho para trás e Pitter ainda está lá, e dessa vez nossos olhares se encontram. Esse seria um bom momento para falar com ele, conversar, porém dessa vez, eu que o ignoro,simplesmente paro de olhar, e começo a me dirigir a saída onde estão Fluw e Ebert me esperando. Sei que vou me arrepender de não ter aproveitado o momento e falar com ele, porém, entrei em seu jogo. Faz sentido não falar com ele, daqui a alguns dias, não seremos mais amigos, e sim, adversários em um jogo bobo.

Ebert e Fluw estão na porta de saída nos aguardando, e nos dirigimos a nosso andar de numero 9. Quando chego em meu quarto deito-me no macio lençol e tento dormir, mas o corte em meu braço ainda dói. Fico deitada por um instante e fecho os olhos tentando esquecer a dor, mas alguém está batendo na porta, não é Fluw pois conheço seu jeito de bater, me levanto e vou até a porta e para minha surpresa é alguém que jamais esperaria neste momento:

- Pitter. -susurro-



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