O Peregrino escrita por Palacius


Capítulo 7
Babaum


Notas iniciais do capítulo

Uma noite fria, um sonho estranho, uma caçada inesperada, sentimentos estranhos e a mesma impressão de que algo irá acontecer ali.



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O céu era escuro e o chão, feito de prata. A lua vertia sangue e o sol mesclava-se à escuridão. Não havia vento, não havia calor, sequer frio, apenas aquele local. O horizonte era amplo, sem qualquer elevação ou declive. Apenas havia aquele local.

Uma criança estava de pé naquele local estranho. Não devia ter mais que oito anos e possuía os cabelos cumpridos e castanhos, olhava para algo aos seus pés, seus olhos estavam estáticos, vidrados ao corpo estendido. Outra pessoa estava lá alem dos dois. De frente para a criança e olhando da mesma maneira para o corpo estava um jovem loiro de olhos âmbares.

Ixion encarava com os mesmos olhos espantados para o corpo estendido; uma mulher de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo, vestia um longo vestido e em seu pescoço encontrava-se um corte profundo na altura da jugular ao lado direito. O chão prateado estava ensopado e ele logo notou que seus pés descalços estavam até os tornozelos vermelhos, assim como os da criança. Ele deu dois passos para trás e notou que agora a criança o encarava, não havia mais corpo nem sequer lua e sol, apenas eles dois em um espaço vazio.

Duas esmeraldas olhavam fixamente para Ixion, como se fossem englobá-lo por completo em um olhar verde. Ele temeu aqueles olhos inquiridores e deu outro passo para trás, tentando evitar aquele olhar ele olhou para baixo e viu que a cada passo deixava uma pegada vermelha no chão branco. A criança sorriu de modo inocente e fechou os olhos.


– Não há para onde fugir, isto sempre estará contigo. – a voz ecoou como um trovão dentro daquele espaço.

– Eu não sou o culpado! – respondeu Ixion com medo.

– Você sempre será o culpado de tudo. – outra voz reverberou como um trovão, desta vez era a mulher que estava estendida no chão outrora. Ela o abraçou pelas costas e continuou. – Se você não existisse...

– Sempre contigo. – continuou a criança.

– PAREM! – gritou Ixion se soltando do abraço frio. Deu alguns passos para o nada e voltou a olhar para trás, desta vez pôde encarar os dois. – Vocês dois não existem! – exclamou.

– Está errado Ixion – uma terceira voz foi ouvida e ao lado da mulher e da criança outra pessoa surgiu, um homem de olhos puxados e cabelo arrepiado. Vestia-se como um guerreiro. – Sempre estaremos contigo não importa aonde vás. – ele deu um sorriso e ambos, criança e mulher também sorriram.


Ixion entrou em desespero naquele local vazio e gritou.

Um trovão ribombou o firmamento e fez com que o jovem acordasse em um susto. Estava suado e sentiu-se tonto ao levantar-se subitamente. Olhou ao redor e tentou achar os três que até a poucos momentos o atormentavam; nada encontrou. Suspirou aliviado por um momento antes de ser tomado por uma dor na cabeça que o fez voltar a deitar-se e se contorcer de dor.

Lembrou-se do que havia acontecido: havia lutado contra o espectro e por algum motivo havia desmaiado. Estava queimando em febre e o lugar onde estava não lhe era familiar, visto que não se lembrava de como havia chegado ali uma clareira em meio a árvores altas e de cor marrom escura.

Levantou-se lentamente tentando achar a espada e ela não estava ali, praguejou algo e tentou dar alguns passos, mas logo foi derrotado pela gravidade que tratou de arremessá-lo pesadamente contra o solo. Apesar de estar coberto por grama o chão ainda sim era duro e ele comprovou isto.

Sentiu todo o corpo formigar e enquanto que seu peito ardia a cada respiração. Estava impotente naquele momento, tentava entender como havia chegado àquela posição digna de pena. Sua mente falhava, mas conseguiu lembrar-se de ter usado o poder que havia jurado não utilizar. Suspirou e tentou mais uma vez se por de pé. Seus ouvidos começavam a voltar a normalidade e ele conseguiu ouvir o som de águas correntes; um riacho. Por sorte era próximo o suficiente.

Ele mais uma vez pôs-se de pé e devagar, passo a passo como um recém-nascido andou até a beira do riacho. As águas eram claras e refletiam uma meia lua que lançava seu brilho prata ora sim ora não na superfície.

A água era gelada, mas para ele era perfeita. Deu um gole breve e sentiu o líquido descer amarga pela garganta. Mas algo ainda mais amargo ele sentiu ao ver sua aparência no reflexo da água. Os olhos se arregalaram e o coração acelerou.

Passou as mãos pelas mechas prateadas do cabelo e constatou que era ele mesmo. Sorriu por um momento e voltou a olhar fixamente para o reflexo distorcido. Deixou o corpo cair para trás e ficou deitado à beira do rio, lembrando-se do sonho e do ocorrido.

Levantou-se e caminhou lentamente até o local onde estava originalmente. Notou pela primeira vez que havia uma fogueira que o aquecia e sua capa estava estendida no chão de modo a protegê-lo da umidade do solo. Havia uma muda de roupas que servia de travesseiro. Uma mochila estava em um canto entre duas raízes. Pegou-a e notou que havia alguns pedaços de carne seca. Ao ver o alimento sentiu uma fome intensa, como se não comesse há dias. Continuou a esvaziar a mochila enquanto que devorava a carne. Achou uma bussola a mesma usada por Ember no deserto, um mapa da região de Izuris um cantil vazio, e uma pequena caixa lacrada. O objeto peculiar era do tamanho da palma da mão dele e chamava a atenção pelo alto nível de detalhes presentes na tampa. Havia uma rosa desenhada no centro e ao redor ramos de flores e espinhos rodeavam e se espalhavam por toda a extensão do objeto. Era feito de metal e havia uma corrente ao redor com um cadeado que o impedia de ser aberto sem ter a chave.

Ixion concluiu que Stevan não carregaria tal preciosidade e se fosse alguém, este seria a jovem ruiva. E ao completar este pensamento é que ele se deu conta que meia hora já havia se passado e sequer um deles havia retornado de sabe-se lá onde. Ele guardou a caixa e continuou sentado, enquanto que o corpo ia lentamente melhorando do mal-estar.

Uma hora se passou. Duas... Três. E ele apenas observava o fogo que já começava a diminuir quando outro ribombar de trovão ecoou distante e com ele trouxe outros sons. Eram como estampidos curtos, que apareciam e sumiam em frações de segundos. Para uma pessoa normal, aqueles sons apenas seriam como qualquer outro, mas para ouvidos bem treinados, eram muito mais.

Os sons eram ininterruptos e o jovem já estava de pé quando o vento começou a soprar forte. Um forte cheiro de fumaça invadiu as narinas de Ixion e o alertou ainda mais. O som ficava mais forte, seus olhos já estavam na floresta escura quando a silhueta surgiu a quinze metros de distancia. Corria depressa como um leopardo e carregava nas costas uma enorme espada.

A jovem ruiva corria freneticamente como uma presa fugindo de seu predador, aquela cena o pegou de surpresa, mas não ouve tempo para perguntar o que estava acontecendo. Ele apenas a viu passando e gritando enquanto que seus cabelos eram deixados para trás.




– CORRE!!!



E em um impulso, como se nada mais fizesse sentido ele pegou a capa, a mochila e correu atrás da ruiva. Rapidamente alcançou-a enquanto cruzavam a clareira sob a luz fraca de uma lua escondida. Olhou para trás de soslaio e constatou o cheiro de fumaça que sentira; inúmeras tochas saíram de dentro da floresta. Elas dançavam freneticamente contrastando com a escuridão da noite.

Quem as balançava como se tentassem escrever algo no ar enquanto que corriam desengonçadamente eram homens brutos e corpulentos, de músculos maciços e muitos de inteligência pequena. Todos vestiam roupas feitas de tiras de couros como armaduras e possuíam machados, bestas, espadas longas e armadilhas pequenas: trogloditas.

Os dois adentraram na outra face da floresta enquanto que o grupo numeroso gritava, praguejava e babava feitos búfalos enfurecidos. Ixion que ainda estava fraco tentou manter o fôlego enquanto que Ember, já exausta tentava manter-se de pé depois de uma longa corrida.



– Quem são eles? – perguntou enquanto saltavam por um tronco caído de uma imensa árvore conífera.

– Bárbaros... Acho! – ela exclamou.

– E por que estão atrás de você? – sentiu a perna fraquejar um pouco mas pôde continuar correndo, sentia o peso dos músculos e a respiração começava a ficar ofegante provando que ainda estava se recuperando de usar algo que não devia.

– Quem sabe, mas não podemos deixar eles nos pegarem! – uma mentira, mas quem iria julgá-la naquele momento.



Eles passaram por uma depressão onde havia muitas árvores, a luz da lua não adentrava através das copas da árvores e ficava difícil se localizar sem ter uma tocha e pelo fato de não terem luz não viram quando uma rede foi içada e ambos foram suspensos a mais ou menos cinco metros do chão.

Ember se debatia tentando arrancar as cordas entrelaçadas de si mas não conseguia, começava a entrar em desespero quando Ixion colocou a mão em seu ombro e disse calmamente.


– Se acalme. – ele possuía uma expressão séria e foi nesta hora que os bárbaros chegaram. Gritavam feitos animais e gargalhavam enquanto que erguiam as espadas e machados em direção aos dois prisioneiros. Comemoravam a caçada.

– Hahaha. – gargalhou um homem de armadura negra e um bigode protuberante. Os olhos eram cansados como em um homem de idade, mas seus músculos eram tão maciços quanto o de qualquer jovem na flor da idade. Era o líder. - Finalmente nossa coelhinha parou de correr! – e ele voltou a gargalhar sendo seguido pelos outros homens parrudos.

– O que você acha que eu sou? Seu monte de bosta! – Vociferava a jovem, mas infelizmente era abafada pelo gargalhar dos bárbaros.

– A caçada terminou homens, de quem era a armadilha? – gritou o líder.

– Minha senhor! – um homem gritou. – Havort, senhor! – esse era o nome dele.

– Prêmio extra para você Havort! – e ele passou uma sacola de moedas para o homem.

– E você coelhinha. – Todos ficaram em silêncio. – Você deve pagar por seu crime. – a garota engoliu em seco.

– Qual o crime dela? – A voz pareceu provocar certa surpresa no homem bigodudo.

– Primeiramente você deve apresentar-se antes de fazer uma pergunta. – a frase era polida demais para um homem com aquela aparência. – Ainda mais quando se está na sua posição. – ele ergueu as sobrancelhas.

– Sou Camus e você? – ambos se olhavam diretamente nos olhos, enfrentando-se.

– Galador, guerreiro-mestre do castelo de Babaum e líder do grupo composto pelos maiores caçadores destas regiões, os Dentes de Sabre. – e todos uivaram feitos lobos.

– Nome esquisito para um bando de homens crescidos. – zombou Ember.

– Lave sua boca bruxa! – Gritou Galador. – Não ouse zombar de meus homens, são homens valorosos. Todos já provaram seu valor ao lutar comigo na guerra das províncias, então não venha zombar de nós. E lembrando bem, você será escoltada até o castelo para ser punida por seu crime! – ele mantinha um olhar sério. – desçam ambos dai! – ele vociferou.


Os dois prisioneiros sequer tiveram tempo de reagir, isso, se fosse uma opção viável naquele momento, poderia simplesmente ser chamado de suicídio. Foram agarrados por mãos poderosas que os colocaram de joelhos, jogaram seus braços para trás e os amarraram da forma mais forte possível, de modo que sozinhos, não pudessem ser desfeitos.


– Qual o crime dela? – Ixion perguntou firme enquanto que encarava os olhos de Galador.

– Você me irrita garoto! – disse o homem sem meias palavras. – Sempre falando quando não lhe é permitido, pelo menos aja como um prisioneiro. O crime de sua amiga, isso se ela tiver alguma relação com você, é assassinato, traição à coroa, roubo de propriedade, seqüestro e muitos outros delitos. – pela primeira vez os olhos de Ixion mudaram, uma expressão de espanto se formou no rosto dele e ele virou-se para a ruiva que estava ao seu lado. Estava com a mesma cara que ele.

- Como tem certeza que ela é a culpada? - mais uma vez o rapaz inquiriu.

- Eu já disse que você é irritante? Estamos procurando um grupo de três pessoas: um jovem loiro, uma mulher ruiva de pele morena e um rapaz de cabelos castanhos. Qualquer pessoa que se encaixe neste perfil é levado para interrogatório.

- Mas isso não faz sentido! - desta vez quem exclamou foi Ember.

- Vocês não tem opção. Tentamos interrogá-la mas ela atacou um guarda e fugiu para a floresta. Você é uma suspeita em potencial.

– Eu não fiz isso! – exclamou ela mais uma vez.

– Só saberemos disso após o interrogatório. – disse Galador erguendo os dois. – Peguem essa espada que eles carregavam, será minha recompensa e vamos para Babaum! – e todos urraram.


Ixion permaneceu calado enquanto que seguia sendo empurrado pelos brutamontes. Não ligava para o fato de estar sendo tratado daquele jeito e sim pelo fato de como Ember estava sendo acusada pelos crimes que eram dele. Sentia-se pior por tê-la envolvido nisso.


– eu não fiz. – ela estava realmente com medo.

– Me desculpe. – ele sussurrou para a garota que permanecia agitada. Ninguém notava que eles conversavam enquanto que eram escoltados, na verdade estavam urrando, e cantando como selvagens. – eu que deveria estar sendo acusado disso. – ele mantinha a cabeça baixa. Ember sentiu um embrulho no estômago.

– Por que não te reconheceram? – ela disse com cuidado.

– O cabelo e os olhos... – ele fez uma expressão triste.

– O que está acontecendo aqui então? Eu não entendo mais nada.

– Me desculpe por te envolver nisso tudo. – não parecia o Ixion que ela conhecia.

– Mas você fez realmente tudo isso que eles me acusaram? – seus olhos agora estavam focados nos deles. E quando ele respondeu simplesmente tudo piorou.

– Sim...



º

A cidade era grande e de comércio intenso. Possuía grandes mercados a céu abertos o que a tornava uma peça importante para a economia do reino de Palles. Era grande o número de viajantes que vinham visitar a grande cidade de Babaum. Fora desenhada para que todas as ruas principais dessem na grande cidadela que se instalava no centro da cidade. O grande palácio branco era como uma mão apontando para o céu. Com suas várias torres, era simplesmente gigantesco e imponente, prova dos dias de glória do já extinto reino de Izuris.

Babaum ainda suportava uma linhagem antiga e orgulhosa de nobres que por motivos políticos não haviam se juntado aos outros nobres em Gestaf, a capital de Palles. Dentre os nobres orgulhosos estava o Grão-Duque Vladmir d’Izuris. Um dos últimos de uma linhagem real já fraca. Possuía três filhos, o príncipe Iolaus, o mais velho e por direito o próximo grão-duque, o príncipe Hero, que era o filho do meio e Fade a mais nova com apenas nove anos.

O Grão-Duque apesar de ser orgulhoso e as vezes ser taxado como ditador, defendia sua cidade, que é seu maior orgulho – ainda maior que os filhos – com unhas e dentes, fazendo dela o maior grã-ducado da nova era.

Os portões se abriram ao grito de um jovem de armadura negra. Ele que possuía uma patente acima de soldado, era o responsável pela guarda do portão àquela noite. O líder do estranho grupo de caça passou por ele e deu-lhe um tapinha nas costas indicando um “Bom trabalho!”. Ele seguiu adiante com o grupo incomum para abrir o portão interno da muralha.

Galador rumou para a cidadela. Apesar de estar noite, a cidade sempre estava viva. Havia tavernas que funcionavam vinte e quatro horas por dia um convite para os que queriam se deliciar com uma cerveja forte. Viajantes transitavam pelas ruas, uns indo e outros vindo. Mas todos paravam para olhar os Dentes de Sabre, que escoltavam uma dupla de pessoas estranhas.

E uma viajante parou para reparar melhor o estranho grupo. Ela estava de pé em frente a uma taverna decidindo-se se iria ou não entrar quando o grupo passou fazendo um alvoroço como apenas um bando de bárbaros poderia fazer. Estava totalmente encapuzada, protegia-se do frio.

Ela caminhou mais para perto até ficar a uns dez metros da comitiva. Algo saltava em seu peito, uma pressão anormal tomava conta da atmosfera, como se fosse esmagá-la contra o chão frio. Sua precisão para sentir o poder mágico de alguém era inconfundível, fora treinada pelo seu mestre a sentir aquilo e muitas outras coisas. Havia encontrado grandes magos pelo caminho que seguira e sempre pôde sentir o quão forte eles eram – pelo menos os que queriam mostrar – porém aquilo estava além do que seu mestre havia lhe ensinado.

Tentou ver quem era a pessoa que emanava todo aquele poder e viu, que em meio aos guerreiros havia duas pessoas amarradas, um rapaz de cabelos prateados – que ela achou muito incomum – e uma jovem ruiva. Uma dupla incomum, mas a aura – como era chamado esse “poder” que ela podia sentir – que emanava dos dois era muito incomum, apenas os mais sensíveis poderiam sentir o que ela estava sentindo, como se aqueles dois sozinhos pudessem ultrapassar o limite do imaginável. Seu coração estava acelerado e suava por baixo das roupas que lhe cobriam o corpo.

Ela segurou com força o livro que carregava consigo e perguntou a si mesma o que duas pessoas como elas estavam fazendo naquele lugar e se eram tão poderosas, por que estavam amarradas. Sua curiosidade estava ainda mais aguçada pelo casal incomum, sentia que deveria estudá-los e que algo ainda maior estava destinado a ela e eles. Algo que apenas a própria pessoa podia sentir; o chamado do destino.

O grupo avançou pelas ruas causando certo alarde até que chegou a outra muralha. A muralha interna protegia a cidadela do restante da cidade e guardava o castelo de Babaum. Galador gritou e outro guarda apareceu para lhe dar o visto e dar procedimento de abertura do grande portão.

Os portões se fecharam e foi ali que a jovem viajante parou, pois para passar pelas muralhas internas, apenas se pode fazer isto quando se tem assuntos para tratar lá e que assuntos a peble teria a tratar com os nobres?

Ela olhou desapontada por não poder seguir mais adiante e voltou para frente da taverna que estava. Deu a volta e entrou em um beco onde parou ao encontrar um cavalo que comia um pouco de feno, ele estava amarrado a um tronco de madeira. O cavalo malhado se alvoroçou ao ver a silhueta da mulher, porém logo reconheceu a dona. Ela se aproximou e abraçou o cavalo.


– Anaclux, parece que a cada dia eu encontro alguma coisa diferente. – ela disse desamarrando a corda – Hoje eu encontrei um casal estranho, eles emanavam a mesma aura do mestre. Isso com certeza é algo notável. – um sorriso se formou nos lábios. Ela jogou o capuz para trás e deixou cair os cabelos azulados. – Talvez eles saibam onde o mestre está. Mas como passar por aqueles portões? – ela saltou na garupa do cavalo, acariciou-lhe a crina e saiu do beco onde se encontrava. – Bem, antes de eu pensar em como passar, eu tenho que achar um lugar para dormir.



º



Naquele mesmo momento acima das muralhas, em um dos quartos do castelo branco alguém acordava de um pesadelo. Estava com a respiração ofegante e levava a mão ao peito, tentando acalmar o coração. A criança levantou-se em um pulo da grande cama e caminhou até a janela do quarto, de onde se podia ver com dificuldades um grupo de pessoas andando.

Ela, assim como a jovem de cabelos azuis sentiu algo de diferente no meio daquelas pessoas. Sabia que ali, naquele amontoado de pessoas estava alguém diferente. Uma pessoa em especial fazia com que seu coração quase saltasse para fora do peito. À medida que se aproximaram do castelo ela pôde ver quem lhe causava tanta agonia. O jovem de cabelos prateados estava amarrado e trazia consigo algo além da aura esmagadora; ele trazia a destruição.



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Notas finais do capítulo

Me desculpem essa imensa demora na postagem do capítulo, to muito enrolado no trabalho e eu to com concurso por fazer, ai os estudos vieram em primeiro lugar. Espero que eu não tenha cometido erros, mas eu acho que é inevitável vendo a pressa que eu tive para escrever. Bem, espero que gostem.



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