Através da Tua Alma eu Posso Ver escrita por they call me hell


Capítulo 13
[S02E03] Há algo em você.




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* * *

A tarde passara de modo alvoroçado, tendo Kagome recebido visitas diversas e sempre estando com algo por se fazer. Fora inovador, sem dúvidas, e por mais que a sensação de algo errado estivesse presente em si, os camponeses estavam felizes e isso era o importante. A Miko tomara consciência da existência de um senhor feudal, mas ele não se apresentara e ela tampouco tivera tempo para fazê-lo.

A noite caíra rapidamente trazendo consigo o admirado céu recheado de estrelas, céu este peculiar na Sengoku Jidai. Com ele vieram também as certezas no coração de Kagome, que estava a caminhar em passos lentos na direção da floresta.

Os aldeões estavam devidamente alojados em suas cabanas e o dia de trabalho cessara, deixando um ambiente livre e silencioso a ser prosseguido, sempre bem iluminado pela adorável luz da lua; Quase que uma lamparina pessoal a seguir os passos da Miko.

Koji estivera sentado no topo de uma árvore ao redor durante muito tempo a estudar o que faria e ao ver a garota saindo tão calmamente de sua cabana rumo ao desconhecido, não teve dúvidas. Era hora de segui-la.

O garoto desceu da árvore com um pulo seco erguendo um leve rastro de poeira sobre seus pés, abafando o som do baque contra o chão. Precisava ser cuidadoso se queria mesmo que tudo desse certo; Assim, procurou camuflar-se do melhor modo possível a perseguir os passos agora mais acelerados de Kagome. Teria ela notado sua presença? Não, aquilo era impossível.

Avançaram por grandes proporções de terra até finalmente estarem diante da entrada da floresta. Humano algum se atrevia a adentrar ali sem empunhar o maior reforço possível em armamentos, temendo o ataque de um youkai, mas ali estava a moça totalmente desprotegida a sentar entre a relva macia.

— Quando pretende dizer algo? — Ela disse em tom muito baixo, rindo na mesma proporção.

Eh? Aquela garota foi capaz de notar minha presença?

 

— Sente-se. Não se assuste. Koji-sama, não é mesmo?

— Apenas Koji, Miko-sama. — Obedeceu-lhe o comando, sentando-se em frente à ela.

— Então sejamos Kagome e Koji, sejamos nós mesmos. — Ele assentiu, ainda equivocado. — O que lhe traz aqui?

— Kagome-sama, você precisa partir! Seja breve, por favor.

Independente do que fosse, o garoto trazia nos ombros um fardo muito pesado de culpa e preocupação, era notável. Kagome admirou isso e pôde ver a bondade nos seus olhos, lhe dando um sorriso gracioso.

— O que está acontecendo, Koji? — Logo ele se viu admirado com a sutileza daquele sorriso.

— Otousan... Digo, o senhor feudal. Ele quer matá-la, Kagome-sama, você precisa partir para longe e manter-se segura.

— Não se preocupe, tudo ficará bem. Não tenho porque me esconder.

— Por favor, Miko-sama. — Ele ajoelhou-se e apanhou as mãos da garota sem pudor, apenas com um vasto desejo de proteger-lhe. — Toshio é meu pai, eu não me orgulho de suas decisões, mas não posso controlá-las. Ele é impiedoso e não cessará. Fuja e eu forjarei a sua morte para que viva em paz.

— É muito gentil de sua parte, Koji. — Ela levantou-se, lhe dando as costas. — Vamos, amanhã será um longo dia, pelo visto.

* * *

Kagome acordou com os raios de sol iluminando seu rosto calmo pela janela improvisada na cabana, sorrindo genuinamente pela oportunidade de mais um dia vivido. Aquele sim lhe reservava grandes coisas; Principalmente uma delas que estava a lhe afligir de ansiedade o coração.

Um barulho estrondoso emanou do lado de fora e um youki muito poderoso passou a ser sentido quase que instantaneamente, enchendo sua mente de preocupação. Não teve sequer tempo de calcular o que estaria acontecendo, apenas tendo se levantado e apanhado o usual armamento.

Ali fora, o jovem do dia anterior e um homem de face carrancuda discutiam a plenos pulmões até que o último irritou-se demasiado iniciando uma violenta incidência corpo a corpo. Seus golpes eram muito rápidos e certeiros, e ao ser atingido repentinamente revelou-se sua essência: Estava ali um poderoso youkai.

Kagome empunhou o arco em suas mãos delicadas e a flecha deslizou pelos dedos com suavidade ganhando força a cada centímetro percorrido. Ao acertar o youkai, porém, apenas provocou-lhe um pequeno ferimento, não sendo o suficiente.

Atraído pelo disparo inovador, o senhor feudal mirou a Miko com profundo desprezo, partindo em sua direção com uma velocidade maior do que era possível prever. Era muito forte e a garota imaginou que se ele pusesse as mãos na Shikon no Tama se tornaria indestrutível.

Mesmo tendo mirado a ele outra flecha, a garota foi atingida e teve o ombro ferido a pulsar sangue, provocando-lhe medo que sequer seria demonstrado. Koji, mais uma vez com extintos protetores sobre si, avançou diante do youkai recomeçando a luta existente entre ambos, dando tempo a Kagome de levantar-se e correr dali.

Não, ela não estava fugindo. Havia medo em seu coração por encarar alguém tão agressivo e o extinto de proteger a Tama acima de tudo, e eram esses sentimentos que lhe impulsionavam a correr daquele modo através das árvores da floresta. Fora aquilo que lhe acordara do selamento, agora tinha plena certeza.

Não muito longe dali, a alma de Inuyasha pulsava severamente sentindo que a sua protegida estava correndo grande risco.

* * *

A Miko apoiara-se em uma raiz mais alta da grande Go-Shin Boku, tocando a Hama no Ya com delicadeza, sentindo que a mesma desintegrava-se entre os seus dedos que tremiam. Ansiedade, medo, talvez receio. Não sabia ao certo o que estava sentindo até ver os doces olhos dourados a fitando com ternura: Era alívio, alegria por saber que ele estava ali agora.

Inuyasha tocou o peito no lugar onde antes estivera a flecha e sentiu que mais uma vez fora libertado pelas mãos de Kagome. Ela estava linda assim como na última vez em que haviam se visto, exalando sempre aquele maravilhoso cheiro que tanto encantava o hanyou. Pensamentos tomaram sua consciência e ele logo relembrou-se do motivo pelo qual estivera ali.

Havia uma confusão de sentimentos dentro de si. Sentia raiva por Kagome o ter selado novamente na árvore sagrada sem ao menos escutar suas palavras; Havia o medo de ouvir o que quer que ela tivesse a lhe dizer agora; Receio por não saber se seria perdoado; Mas acima de tudo, havia ali uma felicidade sem tamanho por estar vendo a garota diante de si mais uma vez.

— Kagome... — Ele tocou o rosto da Miko com carinho, sentindo que ela estremecia com seu toque.

— Gomen, Inuyasha. — Um sorriso surgiu em seus lábios e eles tocaram com leveza os dedos do hanyou.

— Você está... Diferente.

— Muito tempo se passou, eu finalmente amadureci.

— Quem você foi, aquela doce Kagome, ainda está em algum lugar dentro dessa Miko que hoje é. — Trouxe ela para mais perto, notando sua confusão. — Gomen ne, Kagome.

— H-Hai. — Limitou-se a pronunciar, ainda que quase inaudível, surpresa pela proximidade do meio youkai.

Inuyasha aos poucos fez com que os lábios de ambos se tornassem um só, finalmente provando o beijo apaixonado de Kagome. Era tímido, demonstrando como a garota desejava conter os sentimentos em si. Ao afastar-se, o hanyou sorriu satisfeito. A Miko, porém, tocava os lábios com os dedos ainda mais trêmulos, questionando-se mentalmente se o que fizera fora certo.

Inuyasha afastou sua atenção dela por um momento e sentiu o forte cheiro de sangue humano a lhe invadir por completo, notando em seguida a grande mancha avermelhada que manchava os trajes brancos da garota ainda surpresa à sua frente.

— Quem fez isso a você? — Questionou furioso, sentindo o seu sangue esquentar dentro do corpo.


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