Aline narrando:

Acordei com o sol batendo no meu rosto. Estava morrendo de dor de cabeça. Olhei ao redor, onde eu estava? Era um quarto gigante e todo branco, exceto o chão, esse era um carpete marrom. A cama era bem macia e grande também. Eu não tinha idéia de onde estava.

Tentei sair da cama e caí. Mais pra frente tinha um espelho, fui me arrastando até lá e consegui me ver. Eu estava péssima: meu cabelo tão bonito ontem, hoje estava destruído, todo cheio de nós, e tampando metade da minha cara; meu vestido preto estava todo sujo e rasgado e minhas pernas estavam com alguns arranhões. A noite de ontem devia realmente ter sido boa... Ou péssima, não sei, não lembrava. A dor de cabeça estava ficando mais forte, comecei a chorar.

– Aline? Droga, levanta do chão, vem cá.

Aquele mesmo cara de ontem, eu acho que já tinha visto ele. Me pegou no colo e me colocou na cama.

–Esta melhor? – ele perguntou.

– Eu não sei... To com muita dor de cabeça – sequei as lágrimas - O que aconteceu ontem?

– Quer as partes boas, as ruins ou todas? –ele perguntou sério, mas pareceu se esforçar pra não rir da minha confusão.

– Tudo, por favor.

– Bom, até onde eu vi você bebeu demais e passou mal. Harry te ajudou a sair da boate mas ele estava bêbado também então eu me ofereci pra te levar pra casa, mas você vomitou quando eu perguntei onde era e eu te trouxe pra cá.

Demorei alguns minutos pra absorver as informações. Que vergonha!

– Ah... Obrigada... É... ?

– Zayn, Zayn Malik – ele respondeu.

Era ele! Eu sabia que o conhecia! Zayn foi meu melhor amigo durante anos, mas infelizmente ele teve que mudar de cidade, e antes disso ele se declarou pra mim e a situação ficou estranha, esse foi um dos motivos pra perdemos o contato. Ai que vergonha não ter me lembrado dele. E que vergonha ter vomitado no carro dele! Queria minhas amigas aqui... por falar nisso...

– Harry me ligou ontem, suas amigas estão em casa, relaxa – ele falou, quase como se lesse minha mente.

– Ahh Zayn, muito obrigada e nossa, quanto tempo, o que você...

– Vou buscar um remédio pra você, acha que consegue tomar banho sozinha? – ele perguntou me interrompendo.

Fiz cara de confusa.

– É que ontem você não conseguia – ele explicou

– Ah... bom, eu acho que consigo.

–Ótimo, o banheiro é por ali – ele apontou pra um canto no quarto que eu nem tinha percebido. Fiquei pensando que esse era o quarto perfeito pra... esquece, eu ainda devia estar meio bêbada pra ficar pensando nisso.

– Obrigada.

Me levantei da cama, dessa vez sem cair, e fui até o banheiro. Era lindo, gigante (será que todos os cômodos naquela casa eram desse tamanho?), todo azul e branco e tinha uma banheira junto ao chuveiro. Era perfeito. Comecei a me despir quando ele bate na porta. Me enrolei em uma toalha e a abri.

– Você não tem roupa, pega essa minha camisa.

– Er... obrigada.

Fechei a porta, o dia hoje só ia ser de vergonhas?

Liguei o chuveiro e me enfiei debaixo dele. Como era bom a água fria caindo sobre o meu corpo, parecia que me acordava, tirava minha dor de cabeça.

Comecei a pensar no porque Zayn me impediu de continuar falando. Ele me amava poxa, é claro que já devia ter me esquecido, mas ele já foi meu melhor amigo. Ele não sentia saudades? Porque eu sentia e ver ele hoje me fez muito, muito feliz. E estava tão entretida pensando nisso que acabei escorregando (como se escorrega no banheiro Deus?) e fez um barulho enorme. Mas eu achei que estava tudo bem até...

– Você caiu?? Como que... Ah, vem cá.

– O que? Não, me solta, me solta!!! –Ele me pegou no colo, mesmo eu estando pelada, PELADA!!!!!!!!

Eu fiz um escândalo mas ele não me soltou, me levou até a cama e depois jogou a toalha em cima de mim. E começou a rir. Zayn estava rindo de mim por algum motivo ridículo porque eu não achava graça nenhuma, estava é morrendo, queria me enfiar em um buraco e nunca mais sair de lá.

– Relaxa pequena, te conheço desde criança...E não vi nada que nunca tivesse visto, só to rindo porque sua cara ta realmente engraçada – e voltou a rir como louco.

– Mas que droga Zayn, eu to bem, só tinha caído.

– Ontem você caiu e cortou sua perna e eu que tive que cuidar pra não sangrar – ele apontou pra um corte grande na minha coxa.

Dessa vez foi a minha vez de rir:

– Ta parecendo meu anjo da guarda, que fofo.

Mas em vez de ele rir comigo ficou sério e falou:

– Se arruma logo, tenho que te levar pra casa, Harry ta te esperando lá.

Harry?? O que aquele puto tava fazendo lá? Droga! As poucas memórias de ontem me vieram à cabeça, inclusive a da oferta dele. Percebi que ia ter que sair desse “sonho” que estava vivendo no quarto do Zayn e voltar pra realidade.

– Ta, to indo.

30 minutos depois eu estava no carro dele indo pra minha casa. O detalhe era que eu estava só com uma camisa dele, como eu iria chegar até meu apartamento?

– Chegamos, boa sorte pra chegar até seu apartamento com essa roupa cheia de estilo – ele riu mais uma vez. Tonto.

– Muito obrigada – sorri.

Abri a porta do carro, pus minhas pernas pra fora mas antes:

– Zayn... eu vou te ver de novo? – perguntei com alguma esperança, queria meu melhor amigo de novo.

– Tchau pequena – ele falou sorrindo, quase que com dor.

Percebi que ia ser a única resposta que conseguiria e desci do carro. Respirei fundo, ia ter que enfrentar Harry agora.

Entrei no elevador, por sorte não tinha ninguém lá pra reparar na minha “roupa”. Subi até meu andar e abri a porta do apartamento. Tudo estava exatamente como eu tinha deixado, tudo exceto um garoto sentado no meu sofá.

– Bom dia princesa.

– Harry, o que ta fazendo aqui? – perguntei, surpresa por ele me chamar de “princesa”.

– Eu vi seu estado ontem, queria ver como você está. – ele falou inocente.

– Estou bem, obrigada. E as minhas...

Ele levantou e me deu um abraço. Hoje todo mundo estava bom comigo, por que ein?

– Harry? O que é isso?

– Um abraço oras!

– Eu sei animal, eu só quero saber o porque.

– Porque eu realmente me preocupei com você, eu iria te levar pra casa mas...

– Zayn se ofereceu, eu sei.

Ele pareceu sem graça.

– Vou te dar um tempo pra se arrumar, quer ir almoçar comigo depois? Posso te contar os melhores pontos da festa. – ele perguntou de um jeito fofo.

– Recuso o convite, vou ver minhas amigas assim que me arrumar.

– Então... posso ir com você? – ele falou insistente.

– Não! Harry, agradeço a preocupação mas me viro bem sozinha. Tchau!

Empurrei ele até a porta e fechei-a. Precisava ficar sozinha pra por os pensamentos em ordem.

Lorena narrando:

Acordei no sofá da Nay.

– Toma esse remédio antes que sua cabeça exploda – Nay falou.

– Valeu amiga, o que aconteceu?

– Ah, nada de mais, ficamos bêbadas ontem e seu primo chamou um taxi pra gente. – ela respondeu irônica.

– Hum... Lembra de alguma coisa?

– Lô, abre esse olho e olha pra minha cara. Eu to destruída, acordei com o olho inchado o que significa que chorei ontem, e muito. E você sabe a regra das nossas festas: o que aconteceu na boate, fica na boate. Não quero nem tentar lembrar.

– Tem razão. Vou tomar banho e me arrumar, hoje ainda tenho a aula de violão.

– Hoje é domingo Lô! E você ta péssima... E provavelmente o Niall não vai.

Pensei a respeito... O que eu ia fazer lá sem o Niall? Prestar atenção? Acho que ia ser isso mesmo, o curso é muito caro pra eu simplesmente faltar.