Dessa vez, eu acordei primeiro. O Freddie ainda estava agarrado em mim, do jeito que eu tinha colocado ele de madrugada, então eu mal me mexi pra não acordá-lo. Acho que hoje quem tinha que cuidar dele sou eu. Ele estava sempre fazendo tudo pra mim, sempre fazendo as minhas vontades, movendo céu e terra pra me deixar feliz. Eu vi como ele tinha ficado abalado pelo que aconteceu na praia, como ele se sentia culpado. E eu ia tentar de tudo pra fazer ele esquecer aquilo.
Eu senti a respiração dele mudando, e eu percebi que ele estava acordando.
- Bom dia. - eu disse pra ele, antes que ele abrisse os olhos.
- Hmmm - ele resmungou, abrindo os olhos e olhando pra mim. - Bom dia , amor. - Ele se aconchegou ainda mais em mim, deitando a cabeça na minha barriga, e nós ficamos assim por um tempo. Eu enfiei minha mão por dentro da blusa dele e deixei minhas unhas arranhando levemente suas costas.
- O que você quer fazer hoje? - ele me perguntou.
- Vamos só ficar em casa, fazendo nada...
- Ótima ideia.  Eu vou fazer café pra você. - ele tentou levantar , mas eu puxei ele de volta.
- Na- não. Hoje sou eu que vou cuidar de você. - eu disse, me levantando
- De jeito nenhum, Sam. Você é minha convidada , eu que devo ...
Eu o interrompi dando um beijo nele.
- Sem mais discussão. Hoje é a minha vez. E você, fica quietinho ai. - eu sai apressada do quarto antes que ele pudesse tentar me impedir.
Por um milagre, ele resolveu me ouvir e não foi atrás de mim. Eu arrumei algumas coisas numa bandeja e levei pra ele. Ele parecia bem melhor do que ontem, e parecia não lembrar do sonho, então eu resolvi não tocar no assunto.
Nós passamos o dia inteiro na cama. Conversando sobre nada, brincando e provocando um ao outro. Se é que era possível, eu amava ele ainda mais. A presença dele era tudo que eu precisava. A gente ria o tempo todo, parando apenas quando a gente se beijava. O telefone tocou várias vezes, mas a gente tava muito ocupado um com outro pra poder atender.
- Isso é muito bom, baby. Isso, bem aí , continua  ... - ele dizia pra mim. Eu estava fazendo massagem nas costas dele. Eu peguei um creme e passei bastante no ombro dele, continuando a massagem. - Isso é muito, muito bom ...
- Pronto. Chega de massagem por hoje. - eu coloquei o pote de creme no lugar.
- Você tem mãos de anjo.
- Eu sei.
- Mas você me deixou todo melecado de creme.
- Freddie... pessoas legais não falam a palavra "melecado".
- Engraçadinha. Eu vou tomar um banho.
Ele levantou e se foi.
Eu estava super ansiosa enquanto ele estava lá tomando banho. Eu já  fiquei morrendo de vontade de vê-lo. Eu estava com saudades. Ele estava lá a menos de cinco minutos, mas eu estava tão habituada a presença do lado da cama, e os braços dele a minha volta, que eu fiquei morrendo de vontade de ir lá. Eu me sentia muito boba por isso, mas o que eu poderia fazer ? Eu precisava dele. Eu queria estar lá com ele. Então eu fiz a coisa mais sensata que eu podia: tirei a minha roupa de uma vez e entrei no banheiro.
Estava tudo embaçado com o vapor; eu não conseguia enxergar praticamente nada. O que era bom, porque eu queria tanto ver ele que não cheguei a pensar que ele tambem me veria. Eu cruzei os braços ao redor do meu peito, morrendo de vergonha.
- Sam ?  Aconteceu alguma coisa ? - eu ouvi a voz do Freddie vindo de dentro do box.
- Eu... fiquei com saudades.
De repente ele abriu um pouco o box e colocou a cabeça pra fora. Eu tentei não explodir de vergonha enquanto ele me olhava sem roupa. Achei que ele iria perguntar mais alguma coisa, mas ele não o fez. O que foi bom, porque se eu tentasse falar , eu provavelmente iria vomitar.
- Vem cá. - ele disse , abrindo o box todo.
Eu andei até ele tentando não tropeçar nas minhas próprias pernas.
Quando eu entrei e vi ele lá, com o cabelo molhado, a água escorrendo pelo seu corpo, o cheiro doce que vinha do sabonete que ele sempre usava, eu tive que sorrir. Porque  aquele garoto, que era um homem agora, era meu. Eu amava cada fio de cabelo dele, cada pedacinho do seu maravilhoso corpo. Nada no mundo tiraria ele de mim.
Ele sorriu de volta pra mim, fazendo o meu coração derreter. Ele segurou meus braços que ainda estavam cruzados firmemente no meu peito, me obrigando a descruzá-los. Ele me puxou pela mão, obrigando nossos corpos a se encostarem e eu senti a pele quente e molhada dele se encontrando com a minha. Um choque elétrico percorreu o meu corpo quando ele envolveu minha cintura e me puxando ainda mais contra ele. Cada canto do meu corpo estava em contato com o dele agora. A água do chuveiro corria sobre nós.
- Sam ... Minha Sam. - ele murmurou, e depois me beijou.