Together escrita por HeadBroken


Capítulo 23
Capítulo 23




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- Eu não te disse? O seu pai se derreteu todo quando você foi boazinha com ele. - A Maria disse pra mim quando nós esperávamos na porta o segurança nos pegar.

- Você é um gênio, Maria. Graças a você o meu plano vai dar certo.

- Que plano Sam? Não arruma confusão, menina. Seu pai mata nós duas!

- Não se preocupe. A mamãe aqui sabe o que faz. Eu só preciso de uma ajudinha sua.

- Ajudinha? Que ajudinha? Eu não posso perder o meu emprego Sam, pelo amor de Deus.

- Só concorda comigo! Por favor, Maria. Eu preciso de você agora. Olha, o carro chegou...

O carro parou na nossa frente e um dos seguranças do meu pai estava dirigindo. Quando nós entramos, ele perguntou:

- Aonde vocês querem ir primeiro?

- Ao Shopping de Seattle.

Maria arregalou os olhos pra mim e o motorista me olhou desconfiado.

- Seattle? Seu pai me deu ordens para levá-la em alguma loja de roupa...

- Exatamente. Eu quero ir a uma loja no Shopping Center que fica em Seattle. Meu pai disse que eu podia ir lá, não disse, Maria?

- Er... Sim, ele disse.

O motorista hesitou um pouco, mas depois concordou.

- Bem, se ele disse...

Eu mal podia acreditar na minha sorte. Eu estava voltando pra Seattle. O shopping ficava tão perto do Bushwell... Se o meu plano continuasse dando certo, eu poderia estar vendo o Freddie em poucas horas.

Depois de uma hora no trânsito, nós chegamos ao shopping. Estava tão lotado que eu achei que seria fácil enganar o segurança, mas ele era bem treinado. Ele ficou na nossa cola o tempo todo, entrando nas lojas atrás da gente, nos perseguindo como uma sombra. Por fim, nós chegamos a uma loja de roupa íntima.

- Eu preciso comprar uma calcinha. Tem certeza que você quer entrar? - eu perguntei pra ele descaradamente. Eu precisava ficar a sós com a Maria.

- Eu vou esperar vocês na porta. Não demorem.

Bingo. Nós entramos na loja enquanto ele ficou esperando. Eu puxei a Maria direto para o provador.

- Eu preciso que você me empreste o seu celular! - eu disse pra ela.

- Oh meu Deus, Sam, o que você tá aprontando?

- Eu preciso muito falar com alguém. Por favor, me empresta!

- Eu não posso me meter em encrenca, Sam! Eu preciso desse emprego!

- Eu não vou te meter em encrenca, eu prometo. Por favor, me empresta...

- Sam... O meu Deus. -ela pegou o celular dentro da bolsa. - Toma. Seja o que Deus quiser.

- Muito, muito obrigado, Maria. Você é um anjo.

Eu peguei o celular e disquei o número que eu já sabia de cor.

- Alo?

Só de ouvir a voz dele, o meu coração se iluminou.

- Freddie?

- Sam? E você? Onde você está, baby? Você está bem?

- Eu não tenho muito tempo pra falar, Freddie. Escuta, eu preciso que você venha pro Shopping perto do Bushwell. Agora.

Ele não fez mais perguntas. Ele percebeu que eu estava ali escondida, que era perigoso e que ele tinha que ser rápido. Eu passei o nome da loja pra ele,  ele disse que chegaria em cinco minutos e desligou. Eu me sentia bem mais leve só de ter falado com ele, de ter ouvido sua voz. E só de saber que ele estaria ali em poucos minutos, que eu o veria outra vez, fez o meu olhos se encherem de lágrimas, mas eu não liguei, porque daquela vez era de felicidade.

- Toma o seu celular, Maria. Muito obrigada mesmo.

- Você é louca, Sam? Você não podia ter mandado esse menino vir aqui! O segurança do seu pai não é bobo, ele sabe exatamente quem são seus amigos daqui, ele não vai ele deixar chegar nem perto de você!

Eu estava tão louca para ver o Freddie que nem tinha pensado nisso. E se o segurança visse o Freddie? O que ele iria fazer com ele?

- Eu não posso deixar que ele machuque o Freddie.

- Você devia ter pensado nisso antes de mandar ele vim pra cá!

- Distrai o segurança, Maria. Por favor. Começa a conversar com ele, enrola ele lá, por favor! Eu não te peço mais nada. Por favor, por favor. Eu te imploro. Eu só não posso deixar que nada aconteça com o Freddie. Ele não pode se machucar por minha causa.

- Você ama esse menino mesmo, né?

- Mais do que você pode imaginar. Ele é tudo pra mim. Eu não posso viver sem ele.

- Tá bom, Sam. Eu vou ajudar você, porque eu sei o quanto você sofreu sem ele...

-Eu te amo, Maria. Você é um anjo, sabia? – eu a abracei com força. – Eu nem acredito que eu vou ver ele...

- E bom ver o seus olhinhos brilharem, Sam. Eu vou lá, distrair o segurança. Seja rápida.

- Eu nem sei como te agradecer.

- Apenas mata logo a saudade desse menino!

- Ah, com certeza, eu vou! E  caso o segurança comece a desconfiar, você bate na porta pra me avisar?

- Pode deixar. - Ela sorriu e foi para a porta da loja. Logo ela e o segurança já estavam no maior papo, e ele nem prestava atenção na porta mais. Eu fiquei na porta do provador, olhando para a porta, contando os segundos para que o Freddie aparecesse.

O Freddie era sempre pontual demais, então não demorou muito para que ele aparecesse. Um turbilhão de sentimentos passaram por mim quando ele apareceu na entrada da loja. Felicidade, amor, saudade. Nossos olhos se encontraram e ele veio andando depressa na minha direção. Eu queria correr em direção a ele, mas eu não podia chamar a atenção do segurança, então eu me contive. Quando ele me alcançou eu o abracei com toda a minha força, puxando-o pra dentro do provador e fechando a porta. Ele me abraçou de volta, tão forte que quase chegou a machucar, mas eu não me importei, porque a sensação de estar nos seus braços era a melhor do mundo. Depois de um tempo ele me soltou, para poder olhar direito pra mim.

- Você está bem, Sam? Alguém te machucou? Fizeram alguma coisa com você?

-Eu tô bem. Mas eu senti tanto, tanto a sua falta...

Eu o abracei outra vez porque eu precisava senti-lo, ter a certeza de que ele estava ali.

- Baby, eu também sinto a sua falta todos os dias, do seu abraço, do seu beijo, do seu corpo...Sam, eu conversei com a sua mãe, agora eu sei tudo o que tá acontecendo. Você precisa saber, que eu vou tirar você de lá. Isso não vai continuar por muito tempo. 

- Freddie, o meu pai não vai deixar...

- Ele não é tão correto como ele diz. – ele me interrompeu. – Esse joguinho dele não vai durar muito tempo.

- Baby, eu tenho medo... Ele pode fazer alguma coisa com você...

- Ele já fez, quando tirou você de mim.

- Mas... – eu nunca iria me perdoar se alguma coisa acontecesse com ele. Eu preferia passar o resto da minha vida trancada com o meu pai do que deixar que o meu pesadelo virasse realidade.

- Shh. – ele me interrompeu outra vez, colocando o dedo nos meus lábios. Ele segurou meu rosto entre suas mãos e se aproximou para me beijar.

Acho que ele quis ser delicado, tentar me confortar, mas as coisas foram diferentes quando nossas bocas se tocaram. Seus lábios eram urgentes contra os meus, tentando suprimir toda a saudade, todo o tempo em que passamos separados. Como sempre acontecia quando ele me beijava, eu esquecia o resto do mundo, e naquele momento era somente eu e o Freddie. As mãos dele tocavam minhas costas por debaixo da minha blusa e as minhas mãos foram involuntariamente para os botões da sua camisa, desabotoando um por um, minhas mãos ansiosas por sentir a sua pele. Quando eu cheguei no último botão, ele segurou as minhas mãos, parando de me beijar, embora nossos rostos continuassem colados.

- Sam...Nós não podemos...

- Eu sei. –  eu voltei pra realidade agora, e nós estávamos num provador de uma loja. Mas isso não impediu minhas mãos de tocarem a pele exposta da sua barriga, do seu peito.

- Baby... – ele não segurou minhas mãos dessa vez, apenas fechou os olhos. Aquilo era dolorosamente bom, sentir o calor do corpo dele, mas ainda era muito pouco para nos satisfazer, para matar a nossa saudade. Eu obriguei minhas mãos a pararem de tocá-lo e comecei a fechar os botões que eu tinha aberto.

Toc toc. Alguém deu uma batidinha na porta. Era o sinal da Maria.

- Oh meu Deus, Freddie, você precisa ir embora. Tem um segurança lá fora e ele não pode te pegar aqui. – eu o abracei outra vez, colocando os meus braços em torno do seu pescoço e o beijando levemente dessa vez. - Eu amo você, baby. Muito, muito, muito.

- Eu te amo, Sam. Eu não vou permitir que você fique longe de mim. Eu vou dar um jeito de tirar você de lá. Não se preocupe.

- Eu sei. Eu confio em você, Freddie. Mas você precisa ir agora.

A última coisa que eu queria era que ele fosse embora, mas eu não ia correr o risco de o segurança pudesse vê-lo. Eu abri a porta só um pouquinho, e conseguir ver que a Maria tinha voltado a conversar com o segurança, embora ele não parecesse mais tão distraído.

- A barra tá limpa. Você pode ir.

Eu olhei pra ele, não querendo me despedir, mas sabendo que era necessário. Ele me beijou pela última vez.

- Eu vou te salvar, Sam. – ele disse e se foi. Eu o observei saindo, abaixando a cabeça quando passou na porta, e eu continuei vigiando até ele desaparecer de vista.


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Notas finais do capítulo

comeeeenteeem :)