Together escrita por HeadBroken


Capítulo 19
Capítulo 19




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Já era à noite quando eu fui embora. Eu não queria ir, mas eu não podia usar as roupas do Freddie pra sempre. Eu tinha prometido a ele que voltaria no dia seguinte, assim que eu acordasse, levando uma mala completa pra poder ficar lá outra vez. Durante o caminho, eu não conseguia parar de pensar que desperdício enorme saber que o Freddie estava lá sozinho. Tantas coisas que a gente poderia fazer juntos. Coisas que envolviam um chuveiro, é claro... Talvez eu devesse arrumar minha mala e voltar pra ele naquela noite mesmo.
Quando eu cheguei em casa e abri a porta, minha mãe estava lá, na sala, e tinha um homem junto com ela. Ele usava terno e gravata e tinha um bigode horroroso. Eu não o conhecia, mas de cara, eu não gostei dele. Devia ser algum namorado novo dela, embora a expressão no rosto dela demonstrasse que ela não estava muito feliz com a presença dele.
– Sam, até que enfim você apareceu. Liguei várias vezes no seu celular. – ela parecia bastante nervosa, o que não era novidade, mas eu não sabia o porquê. Será que eu estava encrencada? Eu não tinha aprontado nada esses dias...
– Eu acho que acabou a bateria. – Eu respondi. A verdade é que eu nem me lembrava do meu celular. Todo o tempo com o Freddie apagou todas as coisas da minha mente.
O homem que estava com ela ficou calado o tempo todo, embora ele ficasse me encarando.
– Não tem importância. – minha mãe continuou. – Eu quero te apresentar uma pessoa. Sam, esse é o seu pai.
– É um prazer te conhecer, Samantha. - O homem veio em minha direção e estendeu a mão pra mim, mas eu não o cumprimentei.
– Meu O QUE? - Ela tinha dito meu pai? Agora eu teria que chamar os namorados dela de pai?
– Eu sei que deve ser difícil pra você, Samantha. Eu estive ausente por tantos anos. Mas eu sou o seu pai. – o tal homem disse.
– Que maluquice é essa? – eu me virei pra minha mãe. – Você me disse que não sabia quem era o meu pai!
– Eu menti, Sam. O Robert era casado quando nós nos conhecemos, e quando eu fiquei grávida, eu tive que sumir para que a mulher dele não descobrisse. Ele mora em outra cidade, mas ele teve que viajar pra cá essa semana e quis conhecer você.
Minha cabeça estava completamente confusa. Eu já estava acostumada a não ter um pai. E agora aparece esse cara, assim do nada?
– Você quer me conhecer agora? Depois de 17 anos?
– Sei que é um pouco tarde. Mas eu sempre fui muito ocupado, e ter um filho fora do casamento não seria muito bom pra minha imagem. Mas eu sempre dei um jeito de vigiar você e sua irmã, de saber como vocês estavam.
– Ele é político, Sam. – minha mãe me explicou. – Ele sabe tudo o que você e sua irmã fizeram durante a vida toda.
– E você aprontou muito durante esses anos, não é, Samantha? – meu suposto pai disse.
– Não me chama de Samantha. Eu não gosto.
Aquilo tudo era maluquice. De repente eu tinha um pai, e de quebra ele era uma pessoa influente. Que me vigiava.
– Eu espero que nós possamos nos conhecer melhor. – ele continuou.
– Acho que isso não vai rolar não. É muito tarde. Você deixou minha mãe cuidar de duas filhas sozinha, só pra não estragar sua reputação? Eu prefiro continuar sem pai a ter você como um.
– Olha como você fala, mocinha. Querendo ou não, eu sou o seu pai. E eu tenho vigiado você, acompanhando as coisas que você faz... Até no reformatório você já foi parar, né? Sempre se metendo em confusão. Você vai ter que mudar isso agora, vai ter que aprender a se comportar. Sei que a sua irmã é uma boa menina e estuda em uma boa escola, mas você não. Eu vou levar você embora daqui, Samantha, vou te colocar em uma boa escola pra você aprender a ser uma boa garota.
– Eu não vou a lugar algum. Você aparece assim, do nada, e acha que pode mandar na minha vida assim? Eu vou ficar aqui com a minha mãe. Você não pode me obrigar a ir com você.
– Sim, eu posso. Eu sou o seu pai, e você é menor de idade. Eu tenho provas de que a sua mãe não cuida tão bem de você. A lei está do meu lado.
Ele deu um sorriso frio pra mim, e eu quis voar em cima dele, bater nele até quebrar todos os seus ossos. Como uma coisa dessas poderia acontecer agora? Será que ele tinha mesmo esse poder?
– Eu vou embora agora. Você arruma as suas coisas, que a partir de amanhã você vai morar comigo. Eu vou dar um jeito em você, Samantha. E eu vou deixar alguns seguranças te vigiando, então nem pense em fugir. Até amanhã.
Ele me deu outro sorrisinho forçado e saiu.
– Mãe! Você tem que fazer alguma coisa! Ele não pode me obrigar a ir com ele assim!
– Ele pode, Sam. – ela começou a chorar, e eu vi que a situação era mesmo séria. – Ele é importante, ele manda nas pessoas, e se ele quer te levar, então ele vai. Não há nada que eu possa fazer.
– Como assim? Não existe nenhuma lei que impeça ele de fazer isso?
– Ele é político. Ele faz as leis. Eu sinto muito por isso, Sam... – ela veio em minha direção, abrindo os braços pra me abraçar, mas eu me afastei.
– A culpa é sua! Você engravidou de um cara casado, sempre foi uma péssima mãe! Eu não teria que ir com ele se você fosse um pouquinho mais responsável!
Ela não respondeu, apenas escondeu o rosto com as mãos e continuou chorando. Eu a larguei lá e fui pro meu quarto, e bati a porta com força.
Aquilo não podia estar acontecendo. Eu não quero mudar de cidade. Eu tenho a minha escola aqui. Tenho meus amigos, a Carly, o Spencer, e até o Gibby. Tenho o iCarly. E tenho o Freddie, é claro, o amor da minha vida. Como eu poderia ir embora e largar tudo isso pra trás? Eu estava chorando agora, de raiva, de tristeza, de ver toda a minha vida tendo que mudar de uma hora pra outra. Eu olhei pela janela e vi dois seguranças na portaria, e eu sabia que era inútil tentar fugir. Mesmo que eu conseguisse, ele iria atrás de mim. Ele daria um jeito de me achar. Eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu tinha planejado fazer as malas e ir pra casa do Freddie, mas agora eu teria que arrumar para ir pra outra cidade morar com o meu pai. Longe dos meus amigos.
Longe do Freddie.


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Notas finais do capítulo

eu me senti um monstro escrevendo os próximos capítulos, então, não me odeiem ! haha