Eu continuei com aquele jogo o resto da noite. Eu não dirigi uma palavra ao Freddie, embora estivesse provocando ele sempre que eu tinha a oportunidade. Ele não tentou mais nenhuma aproximação, mas continuou olhando desconfiado pra mim.
Depois de comer os tacos do Spencer, nós todos sentamos no sofá.
- Sam, já ta ficando tarde, quer dormir aqui hoje ? - a Carly disse pra mim.
- Claro, Carls. Já tô com saudades de dormir nesse sofá.
- Vou buscar um travesseiro e uma coberta pra você. - ela respondeu, levantou e foi em direção ao seu quarto.
O Freddie olhou pra mim,desapontado. Acho que ele tinha esperanças de que eu fosse dormir na casa dele outra vez.
Eu fiquei com medo de ele ter ficado realmente chateado comigo, mas eu lembrei do que ele tinha feito. Eu tinha perdoado ele, mas não tinha esquecido o fato de que ele dormiu com uma menina qualquer. Ele merecia sofrer um pouquinho.
- Acho que eu já vou indo. - O Freddie disse, se levantando. Ele olhou pra mim outra vez, mas o Spencer ainda estava na sala, então ele não disse nada. - Boa noite pra vocês. - ele disse e foi embora.
A Carly voltou, trazendo as roupas de cama pra mim.
- O Freddie já foi embora ? - ela perguntou.
- Já.- eu respondi. - Spencer, cai fora.
- Como é ?
- CAI FORA ! Eu preciso falar com a Carly em particular !
- Eu não posso ficar na sala da minha própria casa ?
- Não ! Agora vaza antes que eu pegue a minha meia de manteiga.
- Ok, ok , não precisa apelar! Já tô indo. - ele levantou e foi resmungando pro seu quarto.
- O que foi, Sam ? O Freddie disse alguma coisa ?
- Não, mas tá funcionando. Ele deve estar louquinho.
- Isso é ótimo, Sam !
- Não é muita maldade ?
- Claro que não. Os homens sim, são maus, Sam. Nós temos que mostrar eles que nós mandamos.
- Ui, desde quando você ficou tão feminista ?
-  Não faço ideia. Bem, eu vou pro meu quarto. Boa noite.
Eu arrumei o sofá pra  que eu pudesse dormir, mas não consegui pegar no sono. Saber que o Freddie estava no apartamento ao lado, tão perto, provavelmente ainda acordado ...  O que será que ele estava fazendo ?
Como se tivesse lendo os meus pensamentos, meu celular apitou. Uma nova mensagem do Freddie.
Eu não sei que joguinho é esse Sam, mas se a sua intenção era me enlouquecer, você está conseguindo.
Então ele já tinha percebido que era um jogo ? Não importa. Eu ainda estava vencendo.
Eu respondi pra ele:
Você sabe que eu adoro brincar com você.
Nós continuamos trocando mensagens.
Eu sei. Mas espero que você saiba que esse jogo, eu tambem sei brincar.
Eu só jogo pra ganhar, Freddie.
Eu não teria tanta certeza. Sabe, Sam... eu tenho ótimas armas pra esse jogo.
Quando eu estava pensando em uma resposta pra enviar pra ele, a porta da sala se abriu, fazendo o meu coração disparar. Eu já estava preparando pra atacar o ladrão, quando eu vi que era o Freddie.
- Freddie ! - eu murmurei, pra não fazer barulho e acordar alguem, pronta pra xingar ele por ter me dado um susto daqueles, mas ele pos o dedo da boca fazendo "Shh", segurou minha mão e me puxou até que nós chegássemos na casa dele. Ele fechou a porta e me soltou.
- Você é louco, Freddie ? Como você entrou lá ?
- Até parece que alguma vez eles trancam aquela porta.
- E por que você me trouxe até aqui ?
- Só pra te mostrar que eu tambem sei brincar. Não fique contando vitória tão rápido.
- Isso não importa. - eu cheguei meu rosto bem próximo do dele. - Eu ainda jogo melhor que você. Eu sempre venço. Sempre.
- Tem certeza ? - ele me segurou e me prensou contra a parede, pressionando o seu corpo no meu para que eu não pudesse me soltar. - Não acho que você seja assim tão invencível.
Ele estava completamente grudado em mim, o seu perfume invadindo o meu nariz, o hálito quente dele no meu rosto. Eu queria mais do que nunca agarrar ele, beijá-lo e desistir daquilo tudo agora mesmo, mas ele estava errado.  Eu SOU invencível.
- Nós podemos acabar com isso agora. - ele continuou. - Deu empate. Estamos quites.
- Você não me entendeu, Freddie. Eu não jogo pra empatar. Meu négocio é vencer.
Nós encaramos um ao outro, mas nenhum dos dois baixou a guarda. Por fim, ele me soltou.
- Que pena. Se você preferesse assim, então o jogo continua. Que vença o melhor.
Ele abriu a porta pra que eu fosse embora.
- Como é ? Você está me mandando embora ?
- Ué, foi você quem pediu isso...
- Eu não vou embora. Eu estava na minha , mas você que foi atrás de mim, me tirando da minha cama. Agora eu também não vou embora.
- Ótimo. Você pode dormir no sofá.
- Sem chance. Quem fica com o sofá é você.
Eu corri em direção ao quarto dele, e ele veio correndo atrás de mim,mas eu era mais rápida. Deitei na cama antes que ele pudesse me impedir.
- Não tem problema. - ele disse. - A cama é bem grande.
Ele deitou no meu lado,sorrindo de satisfação. Mas se ele acha que vai ganhar de mim, ele está muito enganado.
- Tá calor aqui , você não acha ? - eu perguntei, me levantando. Eu tirei toda a minha roupa, ficando só de calcinha e sutiã.  - Agora sim, está bem melhor. - eu disse, deitando outra vez. Eu deixei a minha coxa encostando nele , só pra provocar.
Ele continuou quieto por um momento, depois falou:
- Você tem razão. Tá mesmo muito calor. Acho que eu vou tomar um banho pra refrescar.
Ele se levantou, pegou uma toalha e foi pro banheiro.
Ok, aquilo era golpe baixou. Era ímpossivel não lembrar do nosso banho. Ele demorou uma eternidade , e eu sabia que era só pra me tentar. Duas vezes eu levantei, desistindo completamente daquilo tudo pra ir atrás dele, mas eu resisti e voltei pra cama. Por fim ele voltou, apenas com uma toalha em volta da cintura , todo molhado, a água escorrendo pelo seu corpo. Tão lindo. Tão sexy. Tão gostoso. Eu fechei os olhos pra não cair na tentação de voar em cima dele ali mesmo, e só abri depois que eu senti ele deitando do meu lado outra vez.
Nós ficamos deitados por um tempo, olhando pro teto, sem saber o que fazer agora.
De repente ele se mexeu, vindo na minha direção e ficando por cima de mim.
- Eu desisto.
- Como é ? - eu disse, sorrindo. - Repete.
- Eu desisto, Sam. Você venceu, você é melhor , você é mais forte. Não dá pra ficar longe de você. Eu não consigo, é mais forte do que eu. É como se você fosse a minha criptonita. Eu sou fraco quando se trata de você.
Eu virei o jogo, girando o meu corpo e fazendo com que eu ficasse por cima dele.
- Então você assume que eu sou melhor.
- Você é a melhor.
- Você assume que perdeu pra mim.
- Eu perdi pra você.
- Promete que vai ser bonzinho a partir de agora.
- Eu prometo.
Ele virou o jogo outra vez, ficando por cima de mim de novo, e me beijou.