Narrado por Daniel:

Ainda não acreditava que aquele cretino estava ali, segurando a mão da Julie como se fosse pedi-lá em casamento. Felizmente os dois não podiam ver minha expressão de raiva, pois estava com aquela mascara.

– Ovelhinha, você voltou! - Nicolas debochou.

– Não mude de assunto, me diga o que estava acontecendo aqui ?

– Eu estava segurando essa linda mãozinha aqui... - Nicolas segura novamente a mão de Julie, a mesma solta e fica vermelha.

Eu também estava vermelho, mas de raiva. E o pior é que eu não podia dizer para o cretino que ela era minha namorada, não podia espalhar isso para ninguém.

– Nicolas, vá embora... mais tarde conversamos. - Julie pede.

– DROGA! DÉBORA! - Ouvi um grito forte vindo da edicula, era Félix gritando.

– Vou ver o que está acontecendo... - disse, me afastando. Porém, torcendo para que Nicolas fosse mesmo embora.

Narrado por Julie:

Fiquei um pouco curiosa para saber o que havia acontecido na edicula, mas Nicolas continuava do meu lado...

Sinceramente, não queria que ele fosse embora, foi tão fofo o jeito que ele pegou minha mão.

– Nicolas, por favor... não é uma boa hora para conversamos.

– Tá Julie, eu vou. Mas, você precisa me dizer quem é esse cara. Porque ele não tira aquela mascára?

– DÉBORA! - Daniel gritou desesperado na edicula... fiquei mais nervosa ainda.

– Mas tarde agente conversa Nicolas, vá embora... por favor - Disse em um tom de voz doce, afinal, não queria ser grossa;

– ... Tá... - Ele bufou e saiu.

Corri para a edicula. Daniel já havia tirado a máscara, ele estava vermelho, Martim e Félix o seguravam, ele estava totalmente nervoso. Olhei para Débora, ela segurava a guitarra de Daniel, e havia arrebentado uma das cordas.

– Foi sem querer Dani... Disculpa. - Débora tentava explicar. - Eu tava tentando tocar e...

– VOCÊ PEGOU MINHA GUITARRA SEM PERMISSÃO, E AINDA ARREBENTA AS CORDAS !! - Ele gritava, parecia que o fantasma não tinha notado minha presença.

– Dani... - Falei com uma voz doce, ele olhou pra mim e se acalmou.

– Me solta. - Daniel exige, Martim e Félix o soltam.

Ele passa por mim, quase me ignorando, e vai para a sala.

– Daniel ! - O segui...

– Me deixe... - Ele pede, um pouco calmo.

Ele se senta no sofá confortavel da sala. Parecia estar chateado...

– O que o Nicolas queria com você ?

– Ahh... eu não sei.

– ...- Ele se calou e me fitou.

Me sentei do seu lado.

– Estava com cíumes dele?

– ...- Daniel não responde.

– Hein? Porque está tão nervoso?

–...- Ele respira fundo - A Débora quebrou minha guitarra....

– É só por isso que você está assim?

– É...

– Não é por causa do Nicolas...?

– ... Quer dar uma volta? - Daniel pisca para mim. Sorri.

– Quero.

Ele se levanta em um só pulo, e puxa o meu braço. Ele ficou alegre derrepente, e isso me deixou mais calma, atravessamos a rua, ele segurava a minha mão, como se estivesse me protegendo.

– Pra onde tá me levando?... - Perguntei animada.

– Para o lugar onde sempre vamos.

Daniel se sentou na grama, e eu deitei minha cabeça na sua coxa, ele mexia no meu cabelo, isso realmente acalmava.

– De vez em quando é bom nós dois fugirmos... não acha? - Ele pergunta,

Levantei minha cabeça, e me deitei em seu peito.

– Acho... - Disse o encarando.

Trocamos olhares por alguns segundos, Daniel segurou minha nuca me puxou para mais perto, porém, ele parou no meio do caminho.

Alisei lentamente o seu rosto, e eu mesma me aproximei. Nos beijamos, foi apenas uns selinhos. Selinhos que já estavam começando a demorar, e a cada instante ficava mais quente... ele puxou minha cintura, e eu segurei sua nuca, continuamos assim por alguns segundos. Só nos selinhos, de vez em quando, sentia um pouco sua lingua no meu lábio, Daniel beijava muito bem.

– Dani... - Parei de beijar.

– Oi. - Ele disse calmo.

– Você... não tem ciumes do Nicolas né?

– Julie... claro que não. Eu só não vou com a cara dele.

– Porque?

– Sei lá, ele é um idiota. - * - E também porque estou apaixonado por você. - Daniel pensava. *

– Então... sem ciumes, certo?

– Claro... eu não faço o tipo ciumento. - * - Julie, você é tão ingênua para acreditar nisso... *

– Huh... - Sorri.

Sinceramente, fiquei feliz ao saber que Daniel não sentia ciumes, mas... se ele não sentia cíumes, então significa que ele não sente nada por mim... é isso?... Juliana, esqueça esses pensamentos confusos. Afinal, mais confusos do que esses pensamentos, estou eu... Ainda não sei o que sinto, só sei que a cada dia, me apaixono mais pelo Daniel, e pelo Nicolas também.

– Julie... - Daniel me chama, e faz uma pausa. * - Queria dizer tudo o que eu sinto. *

– Daniel... se afasta! - Falei nervosa. Ele me encarou sem entender. - A Bia tá vindo. - Completei, ele olha para o longe e vê minha amiga se aproximando.

Daniel se afastou um pouco.

– ooi Juh!

– ooi Bia.

– Daniel?... - Bia o encara. - O que que tá rolando aqui hein?...

– Nada. - Respondemos juntos.

– Bia, o que está fazendo aqui hein? - Daniel pergunta de uma forma grosseira.

– Eu? Segurando vela; - Ela responde, e eu corei. - Acha mesmo que eu vou acreditar que não está rolando nada?

Eu e Daniel nos entreolhamos.

– Isso dai você resolve. - Diz Daniel, se levantando. - Tchau - Ele me deu um beijo na testa. E sumiu.

– Quanto amor. Ele deixa você com o trabalho dificil de responder minhas perguntinhas básicas. - Bia ri.

Não tive como não ri. Bia se sentou na grama e começou

* Nesse momento, surge alguém, invisivel para Julie e Bia. *

– Então, me diz a verdade, somos amigas e amigas não escondem segre... - A interrompi, não queria ouvir um discurço.

– Calma Bia... Eu estou um pouco confusa sobre meus sentimentos, e o Daniel também... então agente tá tentando ficar junto, pra vê se vai dar certo.

Beatriz abre um sorriso.

– Que lindo amiga. Mas... ele é um fantasma.

– Aii... Não me lembre disso, ele está se arriscando... se o Demétrius descobre, já era!

– Verdade. Mas então... estão namorando ?

– É, é bem por aí mesmo... mas, ninguém pode descobrir. Então, é um segredo. Amigas também guardam segredo das outras, certo?

– Certo, É segredo. - Bia piscou.

* - Então... Ele está quebrando as regras espectrais. - Mannu pensava, ao ouvir toda a conversa de Bia e Julie. *