Quando A Caça Vira O Caçador escrita por Padalecki, Samuel Sobral


Capítulo 16
Quinze - Jenny


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys!
Ok, talvez eu não sobreviva para postar o próximo capítulo da Jens, porque o Samuel vai me matar por ter postado isso aqui sem nem ao menos ele ter feito a revisão e pá, mas eu gostei do capítulo, e gostei do misteriozinho do final, que vai deixar vocês com uma pulga atrás da orelha para poder ler logo o capítulo do Sam! HAHAHA sim sou má, mas não vale olhar lá embaixo pra ver qual é o final hein? Senão perde toda a graça. u.u
~PaahPadalecki



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Aqui vai uma pequena lista das coisas que você NÃO deve fazer quando estiver invadindo uma mansão monstruosa no meio de uma floresta fechada e extremamente sombria:

*Não leve pouco armamento.

*Não faça barulhos (se estiver com Mason, coloque uma mordaça na boca dele. Se estiver comigo, me impeça de quebrar a porta.)

*Evite sentir medo

*E, por último, NÃO invada uma mansão monstruosa no meio de uma floresta fechada e extremamente sombria.

Então lá estávamos nós, evitando parcialmente observar todos os detalhes da fachada daquela mansão gigante e recoberta por pedregulhos com musgos. Eu sentia o nervosismo ansioso de Mason cada vez que nossos olhares se encontraram.

Ele olhou a maçaneta por um momento e depois seus olhos se fixaram nos meus. Eu já disse que os olhos dele estavam mais hipnotizantes do que nunca?

– Jenny? – Ele perguntou. Parecia estar me chamando há algum tempo.

Balancei a cabeça para clarear as ideias.

– Sim?

Ele apontou para a maçaneta apodrecida da enorme porta.

– Como pretende entrar? Não creio que está maçaneta esteja disponível para nós.

Revirei meus olhos e tentei girar a maçaneta. Sem sucesso. Tentei novamente, e novamente não obtive sucesso algum. Mordi o lábio inferior e dei alguns passos para trás, ignorando o olhar inquisidor de Mason e tentando achar algum modo prático para entrarmos.

A porta estava repleta de musgo, o que, em minha leiga opinião, era o que estava dificultando nossa entrada. Foi então que me lembrei do meu poder da superforça.

Sorri ironicamente para Mason e me afastei mais um pouco, pegando a distância que achava que seria necessária pra uma boa entrada.

Mason percebeu tarde demais o que eu pretendia.

E eu percebi tarde demais que ele havia me ignorado e agora estava de frente para a porta, analisando alguma coisa.

CABUM!

Viramos uma confusão de braços, mãos, pernas, pés, musgo e muita madeira. Senti minha cabeça batendo em algum lugar, porém não tive tempo para sentir dor, pois logo senti diversas partes do meu corpo batendo em diversas partes da mansão.

No meio disso tudo pude escutar piados desesperados de Beliscão e rosnados de angústia vindos por parte do cão de Mason.

Quando finalmente paramos de bater nas coisas e de rolar pelo carpete mofado de dentro da mansão, senti algo quente escorrer de minha cabeça. Automaticamente levei minha mão até minha testa e depois aos olhos. Era vermelho.

Sangue.

Mal havia entrado na mansão e já estava sangrando. Que ótimo começo, hein?

– Mason? – Falei baixinho, procurando ele com os olhos.

Ali dentro estava completamente escuro, e havia poeira por todos os lados. Eu queria que meus olhos se acostumassem logo com a escuridão para que pudesse ver que perigos se escondiam naquele lugar mofado.

– Mason? – Chamei mais uma vez, um pouco mais preocupada que antes.

Ouvi um gemido vindo um pouco atrás de mim, e engatinhei para lá à medida que meus olhos iam se acostumando a escuridão.

Mason se encontrava meio deitado, meio sentado. Seus olhos estavam semicerrados devido à poeira e ele tinha um semblante que misturava temor e raiva. Ele gemeu novamente quando viu que eu me aproximava, e tentou se mexer. Quando o fez soltou um arquejo de dor alto o bastante para acordar qualquer coisa dentro da casa que ainda não havia acordado com nossa entrada fenomenal.

– Mason, cala a boca. – Disse eu num sussurro frenético. Observei que sua perna direita estava quase totalmente ensanguentada do joelho para baixo. –Ah, Mason... O qu...? – Havia uma farpa enorme num corte enorme de seu joelho. – Argh. – Fiz baixinho. Olhei para ele. – Ok, saiba que isso vai doer muito. – Como resposta ele gemeu. Então respirei fundo e retirei a farpa.

Mason deu um grito tão agudo que, se eu não soubesse que o grito estava sendo dado por ele, pensaria que uma garotinha de cinco anos estava gritando.

– Mason, quer calar a droga da sua boca? – Dessa vez falei um pouco mais alto, arrastando ele para longe da porta. – Não acha que já fizemos barulho demais?

Ele me olhou de uma forma tão sínica e irônica que eu podia jurar que ele me mataria se estivesse em condições físicas para tanto.

– Certo, nós precisamos subir as escadas. Não tem nenhuma aventura nos esperando aqui no térreo.

Mason gemeu novamente quando, com extrema cautela e esforço, o coloquei de pé e passei um dos seus braços por meus ombros. Seu joelho devia doer muito, mas por algum milagre ele conseguia andar, apesar de quase ter caído em cima de mim umas duas ou três vezes.

– Jenny, dá próxima vez, vamos ouvir o Sr. QI primeiro, certo? – Perguntou Mason enquanto andávamos em direção a escada. Sua voz estava meio áspera, como se ele tivesse com muita poeira na boca. O que, é óbvio, ele estava.

Revirei meus olhos e, enquanto andava, observando os detalhes rústicos da grande mansão. Um teto abobadado, uma sala de entrada de, no mínimo, 38 metros. As paredes da cor de papelão, os móveis velhos e mofados de cores totalmente desbotadas. O tapate persa todo maltratado e que antes poderia ter até sido felpudo, mas que agora estrava praticamente “careca”.

Subimos as escadas, e a cada rangido ficávamos tensos e prendíamos a respiração.

Estava ainda mais escuro ali em cima, e, por sorte, eu fora inteligente o bastante para colocar uma caixinha de fósforos na pochete velha que eu achara no galpão. Peguei um dos palitos e fiz a menção de raspá-lo na parte posterior da caixinha, mas antes mesmo de fazê-lo, o palito de fósforo teve sua ponta incêndiada por um fogo que viera do além.

Olhei para Mason, que agora se apoiava fracamente no corrimão da escada. Seus olhos azuis conseguiam brilhar no escuro... e era mais lindo e mais hipnotizante que o normal. Seus cabelos estava bagunçados daquele jeito que os garotos bagunçam, coisa que não era do feitio de Mason, então deduzi ser apenas uma obra do acaso, vulgo eu o atropelando na minha entrada fenomenal. Olhei para ele para compartilhar minha sensação de estranheza com o negócio do fogo, mas ele estava ocupado demais gemendo e murmurando coisas inteligíveis para seu joelho machucado.

Revirei os olhos e balançei a cabeça. Observei o fósforo mais uma vez, e o fogo já começava a estinguí-lo.

– Precisamos de um tocha, ou algo assim. – Sussurrei, despertando Mason de seus devaneios.

Mason veio mancando até mim e, utilizando o dedo indicador direito, apontou para frente, para que avançássemos. O fósforo nos dava uma visão parcial do que tinha ao nosso redor. Pude perceber dezenas de portas para todos os lados, a pintura descascada das paredes, e o candelabro quase que se soltando do teto. Havia um tapete roxo com vários furos de diversos tamanhos e com marcas de arranhões sinistros que ministrava todo nosso percurso pela mansão. Precisei apagar o fósforo antes que o fogo queimasse a ponta dos meus dedos e acendi outro.

Dessa vez o fogo do além não apareceu, então não pude mostrá-lo a Mason. Acendi o fósforo normalmente, me perguntando se da primeira vez havia algum monstro com poderes de fogo por perto, e se ele estava tirando uma com a minha cara.

– Ou algo assim. – Sussurrou Mason de repente.

Parei de andar e focalizei minha visão no ponto em que seus olhos estavam fixados. Alí, prensada na parede com aço, estava uma tocha de bronze empobrecida e poeirenta. Era grande o bastante para que iluminasse nosso caminho muito mais além.

Mason mancou até a tocha, eu em seus calcanhares, começando a sentir certo friozinho desconcertante na espinha e na barriga. Era uma sensação gostosa, do tipo adrenalina, mas era ao mesmo tempo perigosa.

Mason apagou o fósforo da minha mão e ficamos em um escuro absoluto por um tempo. Começei a forçar a tocha contra o aço.

– É melhor você ir rápido. – Disse Mason, um pouco atônito.

Sorri.

– Tem medo do escuro?

– Nunca. – Disse ele, sério. – Tenho medo do que está nele. – Ele arregalou os magníficos olhos. – Jenny. Rápido.

Franzi o cenho para ele, e logo em seguida forçei ainda mais a tocha, que se soltou do aço como se o mesmo não a fixasse nem sequer um terço na parede.

– Ótimo. – Disse Mason baixinho, se separando de mim e indo para frente, no escuro mesmo. Seus passos eram tão precisos que eu mal podia escutá-los. – Jenny. – Disse ele. – Anda.

– Certo. – Sussurrei. Segurei a tocha com mais firmeza para que pudesse acender outro fósforo, mas então ela se acendeu sozinha, do mesmo modo que o primeiro fósforo havia se acendido. Do além. Se aquilo fosse um monstro brincalhão idiota, ele iria pagar caro. Muito caro.

Quando me aproximei de Mason, mostrei a tocha para ele.

– Mason, a... – Começei.

– Shh. – Fez ele, colocando o indicador esquerdo na boca.

Achei aquilo um ultraje.

– Você fez “shh” pra mim? – Perguntei, um pouco alto demais do que esperava, enrugando o cenho.

Mason me lançou um olhar tão significativo, que me calei imediatamente. A história sobre o fogo do além teria que ficar para mais tarde.

Ele estava fazendo uma pose estranha: Suas pernas estavam bem abertas, enquanto seus braços faziam uma seta para frente. Ele mantinha os olhos fechados, respirando fraca, quase imperseptivelmente. Então, lentamente, um de seus braços preparou o arco, enquanto outro tirava uma flecha da aljava. Não sei como, mas ele fazia isso tão silenciosamente que nem parecia estar fazendo.

Acho que eu não conseguiria ter aquela concentração toda com as adagas.

Aliás acho que Mason estava se dando muito melhor com seus dons do que eu com os meus, pois em uma fração de segundo ele me jogou de lado e atirou uma flecha, pegando logo outra em seguida e colocando-a preparada no arco. No momento em qua a flecha atingira o alvo, um grito quase humano vindo à nossa frente sugou o ar dos meus pulmões. Senti Mason se retesar, mas sua respiração ainda estava imperseptível.

– Mason, o que... – Começei, mas fui interrompida por um movimento brusco de Mason, que atirou outras duas, três, quatro flechas no que quer que estivesse conosco no recinto. A coisa gritava a cada acerto de Mason.

Deixei a tocha encostada numa caixa qualquer e me levantei, eu também queria participar. A ideia de ir até a mansão fora minha, não é mesmo? Era injusto que só Mason tivesse diversão.

Rigle rosnou baixo para mim e saiu correndo ao encontro do dono. Beliscão havia desaparecido, e nossa conexão empática estava silenciosa. Ele devia estarobervando as coisas de longe, para que, caso precisasse, pudesse chamar nossos pais o mais rápido possível.

De repente, ouvi um xiado vindo atrás de mim, mas me virei tarde demais.

Um par de mãos com garras gigantes agarraram meu pescoço e começaram a apertá-lo, enforcando-me. Tentei procurar Mason com os olhos, mas eu não via sinal dele. Coloquei minhas mãos sobre as mãos do monstro e, com facilidade, as arranquei de meu pescoço. Meio milésimo de segundo depois eu já apontava uma de minhas adagas – uma média, meio curvada, como a espada de um egipcio – para o monstro que, aliás, era a coisa mais horrenda que eu já vira na vida.

Tinha um corpo humanóide, e a aparência era bem humana também, mas a pele era meio amarelada, os braços e pernas eram alongados demais, fazendo com que ele se mostrasse concurda e com uma cabeça careca desproporcional ao corpo. Os olhos eram negros, as orelhas muito pequenas, assim como o nariz, que era apenas duas fendas. A boca do monstro era vermelho sangue, e seus dentes eram tão afiados quanto os dentes de um tubarão branco.

Queria virar minha cabeça, procurar Mason novamente, ver se ele estava bem, mas o Sr. Feiura a minha frente estava pronto para me matar e me ter como jantar.

Eu não iria permitir uma coisa dessa.

Ele deu a primeira investida, da qual consegui me desviar bem, usando algumas das boas técnicas que aprendi na torçida, escorreguei por debaixo de suas grandes pernas, e o golpeei com a adaga por trás, fazendo-o gritar e se virar para mim novamente.

O problema é que eu estava em um lugar escuro, e digamos que meus sentidos não eram tão maravilhosamente aguçados como o de meu amigo com as flechas. Mas eu tinha um reflexo mais rápido que o de Mason, o que seria um bom truque na manga.

Sr. Feiura tentou avançar contra mim novamente, mas eu me desviei de seu gancho desmembrado no último segundo e rasguei a carne fétida de seu braço direito com a adaga cúrvinea que eu tinha em mãos. Enquanto ele urrava de dor, peguei outra adaga, essa um pouco maior e reta, e a finquei em suas costas, visando atingir a cervical.

Percebi que havia obtido sucesso quando o monstro se curvou de dor e começou a descer a escada de um jeito nada convencional. Por sorte, eu havia conseguido retirar a adaga de suas costas antes que ele rolasse escada abaixo.

Tentei buscar na memória, se já havia lido ou visto alguma coisa sobre aquele tipo de monstro, mas nada me veio em mente. Eu pesquisaria mais em casa, caso sobrevivesse para fazê-lo.

Coloquei a adaga cúrvinea no cinto de utensilhos e corri até a tocha, pegando-a com a mão livre e começei a andar, procurando Mason com os olhos e com a tocha.

Como não o via em lugar algum, fiquei mais atenta aos gritos e berros do monstro com que Mason estava lutando. Eles vinham do andar de cima, então começei a subir as escadas, mas antes me certifiquei de que meu Sr. Feiura continuava demaiado no térreo.

Os quadros da mansão representavam retratos das gerações e gerações das familias de caçadores que haviam morado ali, mas a maioria estava arranhada ou rasgada pelos monstros que agora ali habitavam.

Continuei meu percurso, agora o mais atenta e cautelosa possível. Os gritos estavam mais próximos, e a certo momento, pude ouvir um grito de dor mais agudo que o normal. Mais humano que o normal.

Mason.



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Notas finais do capítulo

Ganhamos comentários? :3



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