But Only For You escrita por Clara


Capítulo 2
Capítulo 2 (narrado por Danielle)




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Passou uma semana que eu tinha conhecido o Dallon, eu já estava trabalhando na agência, eu me sentia muito excluída, e era sempre a pior parte do dia. Um velho com cabelo estranho e extremamente gay, um tal de Robert Algumacoisaemfrânces, que se achava o melhor homem (ou mulher) do mundo. Eu sempre adorei gays, tenho vários amigos gays até, mas esse cara era insuportável, ficava gritando comigo e me chamando de inútil e que "a minha cara não tinha nenhuma paixão ou sentimento" com um sotaque muito irritante.  Eu não fui contratada para nenhum anuncio. Mas até a Gisele deve ter começado assim, né?

     Enfim, com o resto da minha mesada e com o dinheiro que ganhei vendendo um secador de cabelo velho na internet, consegui comprar ingressos para um show do Panic e para o Meet & Greet deles, eu ia finalmente conhecer eles. Eu já tinha ido á 5 shows deles, mas nunca tive a oportunidade de conhecer os caras que eu sou obcecada desde 15 anos de idade, bem, pelo menos vou conhecer metade deles, não que eu não goste do Dallon e do Ian, mas eu sinto falta do Ryan e do Jon, principalmente do Ryan. Eu tinha lido no horóscopo de manhã que hoje Júpiter está alinhado com a Terra e por isso vou ter sorte pro resto da semana, como não tive nenhuma sorte no trabalho, tinha certeza que essa sorte ia aparecer quando eu fosse conhecer o Panic, pelo menos tenho certeza que não iria fazer nenhuma idiotice, eu acho. Entrei no meu blog de noite, é um blog de humor tosco, que não sei como, tem gente que lê. Na verdade, eu sou meio que "famosa" mas isso não passa da internet. Judy chegou em casa, não conseguiu nenhum emprego,  de novo, eu não sei como alguém pode não ser aceito como garçonete, balconista de farmácia, telemarketing e em atendente de loja, estou começando a ter a impressão de que vou ter que sustentar ela, como ela havia dito. Eu fui dormir lá pra uma hora da manhã, cedo, eu não podia estar com olheiras quando fosse conhecer o Brendon, Spencer, Dallon e Ian. Demorei um tempão pra conseguir dormir, mas li um livro e fiquei morrendo de sono e no final dormi de até babar no travesseiro.

   Acordei com Part Of Me tocando alto na sala, logo coloquei Pretty Odd no meu quarto no máximo, me senti uma DJ fazendo o remix de duas músicas, ficou até legal. Até que a velha de baixo foi reclamar com a gente e falou que estávamos atrapalhando o ambiente familiar do prédio. Agora reclamar do cheiro de maconha do cara do terceiro andar? Nãããããão!

   Fui para o sofrimento do dia, lá estava Robert, nem olá ele diz mais. Falou que eu tinha que ir em uma loja de maquiagem para ver se por algum milagre eles fazem um anúncio comigo. Lá fui eu, a gerente da loja me analisou, falou que minha pele é seca (oucht!) e que eu iria usar uma linha aí que ajuda a hidratar a pele. Eu não sabia se ela tinha me contratado ou não, só sei que ela chamou o fotógrafo, que tirou algumas fotos. Acho que esse foi o meu primeiro trabalho como modelo. YAY!

    Voltei para casa para me arrumar para o concerto, blusa branca com short com cintura alta e tênis all-star velho, perfeito. Judy não pôde ir, não tinha dinheiro, lógico, não tem trabalho e gasta o dinheiro em tinta de cabelo todo santo mês. Peguei um ônibus para a casa de shows, chegando lá, tinham várias meninas com cabelos muito doidos discutindo, umas falavam alguma coisa de Ryden e as outras de Brallon. Eu estava em casa.

    Fiquei um tempo na fila, uma menina gordinha com olhos azuis começou a falar comigo, o nome dela era Anne, ela se cortava e quando foi conhecer o Panic ela tinha se cortado a pouco tempo, o sangue manchou a camisa deles. Eles viram e conversaram com ela e agora ela estava sem se cortar por 5 meses. Ela me disse que eles são todos adoráveis. Eu ficava mais nervosa a cada minuto.

    Os meninos chegaram no máximo 5 minutos depois da hora marcada pro show. O show foi perfeito, como todos os shows deles, e como sempre as outras fãs ficaram um pouco assustadas. Eu acho que eu fui a primeira fã brasileira que elas viram, na metade do show eu percebi que estava ficando rouca e me obriguei a não cantar mais, para quando conhecesse eles conseguir dizer tudo que quero. Que eu sou fã deles desde o comecinho, que eles foram, são e sempre serão minha banda preferida, que eu mudei pra melhor quando conheci eles e que eu não consigo ficar por dois minutos sem pensar neles. Eu já tinha tudo planejado na minha cabeça, ia mostrar minha tatuagem de "always" e dar uma pulseira escrito eu te amo em português, pra ter alguma originalidade, para todos eles, até pro Zack, por ter salvado eles naquela chuva que teve até morte. Eu não consegui fazer nada disso.

   Na hora de conhecer eles, me avisaram que só o Brendon estava disponível naquele momento, mas que o resto da banda ia chegar em poucos minutos. Logo que entrei , vi o Brendon, ele estava sorrindo, me deu um arrepio enorme, daqueles que treme tudo. Mico número um. Ele riu, o que causou outro, ele riu mais ainda. Ele falou:

    -Oi!

    -O-o-i...

   Por algum motivo idiota, meu cérebro não percebeu que eu estava cumprimentando um americano, e eu fui dar dois beijos em cada bochecha do Brendon, como eu fazia no Rio, mas Brendon não estava preparado pra isso. Eu acabei beijando a boca do Brendon. Nervosismo, excitação, calor dos infernos e vergonha, tudo ao mesmo tempo. Brendon surpreendentemente  não tirou os lábios dele dos meus ou me empurrou. Eu também não ia fazer aquilo. Durante cinco segundos, eu achei que estava sonhando, que estava morta, me senti uma puta por estar beijando alguém comprometido e me senti a garota mais sortuda do mundo. Logo que o beijo terminou, eu não sabia o que dizer e o Brendon estava muito, muito vermelho. Ficamos olhando uma pra cara do outro. Quando eu fico muito nervosa, eu não consigo falar inglês. Então, não saia nada da minha boca, e se saísse, ia ser em português e o Brendon não ia entender nada. A primeira solução que se passou pela minha estúpida cabeça foi correr. E foi o que eu fiz, saí correndo igual uma idiota.

  No ônibus de volta para casa, eu pensei em voltar lá para pedir desculpas e fazer tudo que tinha planejado e sonhado, mas todo o dinheiro que tinha foi gastado na passagem de volta para casa. O nervosismo continuava. Eu estava com vontade de vomitar de tão nervosa que estava, mas pensar que a saliva do Brendon ainda estava na minha boca fazia eu me segurar, eu queria manter aquele DNA perfeito dentro de mim por mais tempo possível. Eu tinha feito “m” de novo, como sempre.

 Chegando em casa contei tudo para Judy, e tudo o que ela fez, foi me chamar de puta e falar que se um dia eu me casasse com ele, ela seria a madrinha. Quem me dera...


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