Acordei com a minha colega de quarto, Judy, uma americana de 20 anos (a mesma idade que eu) um tanto quanto estranha gritando. Saí correndo pra ver o que aconteceu, achando que era uma coisa grave que tinha acontecido, Mas não, a retardada estava gritando por causa de um maldito grilo que estava na pia cheia de pratos e copos sujos. falei um palavrão em português e ela riu falando que era uma palavra engraçada.

Fomos no shopping de tarde pra comer um sanduíche no almoço. A caminho da lanchonete mais barata de lá uma menininha saiu correndo da mãe, segurei a menina do jeito mais idiota do mundo, como tudo que eu faço. A mãe se virou para falar obrigado para mim. Quando eu vi quem era eu realmente não podia acreditar. Era a Breezy, esposa do Dallon. Eu fiquei com uma cara de espanto e nervosismo ao mesmo tempo. Ela logo adivinhou:

-Fã de Panic?

-A-ahan...

-O Dallon tá na loja de video-game, vem comigo pra conhecer ele.

Eu estava extremamente nervosa, mas não podia perder essa chance. Judy apertou meu braço, ela não era fã de Panic, era uma katycat, mas sempre me disse que achava o Dallon o mais bonito da banda, eu falava que ele era casado e tinha filhos e ela dizia que pra isso que exstem as amantes, ela é uma vadia, minha vadia preferida.

Voltando ao Dallon, ele foi super simpático e engraçado, e se esforçou pra entender minha voz tremida e baixa pelo nervosismo e não ligou para a Judy parecendo uma cachorrinha no cio. Agradeceu por eu ter "salvado" Amelie e tirou uma foto comigo.

Esse dia foi um dos melhores da minha vida, apesar do Dallon não ser meu membro preferido, eu ainda amava ele. Eu não conseguia parar de sorrir.

Chegando no chiqueiro que chamo de casa liguei o computador, tinha uns 200 e-mails não lidos, mas um chamou minha atenção, era de uma agência de modelos que tinha feito o teste por volta de dois meses atrás. Dizia que eu estava contrada, soltei um grito desafinado. Esse era um dos meus maiores sonhos, apesar de eu ser uma típica garota sem graça branquela de olhos e cabelos castanhos, era muito alta, todos na escola me chamavam de girafa, mas superei isso , eu realmente não ligava pra opinião das pessoas. Eu reli o e-mail umas 30 vezes não podia acreditar.

Judy gritou da sala:

- Mas que porra está acontecendo?!

-Fui contradada!

-Em qual Burger King você vai trabalhar?

-A vadia aqui é você, não eu. Vou ser modelo sua vagabunda!

Eu podia ouvir Judy correndo, ela chegou no quarto e me abraçou, fiquei sufocada pelo cabelo rosa com cheiro de química dela.

Ela falou:

- AHHHHH! Você vai ficar rica e me sustentar pro resto da sua vida!

- Se eu ficar rica, vou deixar uma coisa muito especial para você.

-O que?!

-Saudade.