Sangue Winchester escrita por N Baptista


Capítulo 16
Eu prometo




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Dean abriu os olhos lentamente, sua cabeça latejava, ele olhou ao redor e só encontrou Natale sentada mexendo no computador:

- Cadê o Sammy?

- Bom dia, Bela adormecida! – A garota falou alto o que fez com que Dean pusesse a mão na cabeça de dor – Desculpa! Ele saiu, mas não sei pra onde, foi antes que eu acordasse.

- O que você está olhando aí? – Ele perguntou se levantando e tentando ver a tela do laptop

- Não sei direito, pensei em começar a investigar, mas não sei o que procurar.

- Você só caça pelo computador?

- E por livros.

Dean riu:

- O que foi? – Natale não estava entendendo.

- O carro está aí?

- Sim, o Sam saiu a pé. Por que?

- Vou te ensinar um jeito novo de caçar.

Quando Natale deu por si, o Impala estava parando em frente ao bar que Sam e Dean tinham ido na noite anterior:

- Está fechado. – A garota se virou para Dean.

- Não estamos aqui pra beber, estamos aqui pra fazer perguntas... – Ele olhou bem a garota – Você tá parecendo uma criança. Tenta prender o cabelo – Ela fez o que ele disse – Ficou pior!

Natale deu um tapa de leve no braço dele e soltou o cabelo de novo. Dean saiu do carro e fez sinal para a garota sair também, os dois foram andando em direção a porta que estava fechada, e o mais velho bateu no vidro, saiu de lá de dentro um homem de barba que dizia:

- Estamos fechados! – O homem olhou Dean de cima a baixo – Você não é o cara que levou uma surra ontem? Ainda tem sangue seu no balcão cara.

Natale abafou o riso com as mãos, mas Dean não gostou de ser a piada:

- A noite de ontem foi meio confusa – Disse Dean se virando para o homem – Eu só quero fazer umas perguntas. Posso?

O homem analisou Dean mais uma vez:

- Como eu disse, ainda tem sangue seu no balcão, se limpar pode fazer as perguntas que quiser.

Dean estava agora com um pano em uma mão, uma esponja na outra e um balde com água e sabão ao seu lado, limpava as (quase impossíveis de sair) manchas de sangue seco:

- Ela é a sua filha? – O homem perguntou para Dean, mas olhava para Natale.

O Winchester confirmou com a cabeça e o homem se virou para a garota:

- Não segue o exemplo do seu pai não em garota.

- Pode deixar! – Natale riu.

- Posso fazer as minhas perguntas agora?

- Fala. – O homem se virou para Dean.

- O senhor sabe tudo o que aconteceu na confusão de ontem certo?

- Na confusão, antes dela, depois... o que quer saber?

- Quando eu cheguei tinha um cara comigo, você viu?

Ele assentiu com a cabeça:

- Sabe me dizer se ele voltou mais tarde?

- Você devia de estar muito bêbado! Um cara alto, de cabelo castanho? Sentou na mesa com você e tudo.

Dean olhou para Natale e depois voltou a esfregar o balcão:

- Quando eu fui falar com aquela mulher – Disse Dean – Para mim pareceu que ele tinha sumido. Sabe para onde ele foi?

- Saiu pela porta dos fundos – Respondeu o homem – Um funcionário meu foi jogar o lixo fora e deve ter visto melhor.

- E a onde está esse funcionário? – Natale se manifestou.

- Quando voltou começou a agir esquisito e disse que não estava se sentindo bem, foi em bora antes da sua briga começar.

- sabe dizer a onde ele mora?

Com o endereço em mãos, os dois Winchesters estavam agora parando o carro em frente a uma casa mal cuidada e cheia de tralha no quintal, Dean bateu na porta e um rapaz de aparência jovem os recebeu:

- Eu sou o agente Smith e essa é a agente Carter – disse Dean mostrando dois distintivos – Queremos fazer umas perguntas.

Natale olhou para Dean como quem diz “Quando você ia me contar dos distintivos?”, mas Dean ignorou e manteve a pose de agente federal. O rapaz que parecia ser ignorante olhou para Natale com desconfiança, mas deixou que os dois entrassem:

- Então, em que posso ajuda-los? – Dava pra ver que ele estava nervoso.

- Já viu esse homem? – Dean mostrou uma foto de Sam que ele tinha guardada.

O rapaz começou a tremer e devolveu a foto dizendo:

- Não... Eu nunca vi ele antes.

- Eu sei que você está mentindo Erick. É Erick não é?

O rapaz confirmou e Dean continuou:

- Pois é, o seu patrão contou pra gente, e contou também que você encontrou esse homem ontem nos fundos do bar...

- Eu só tinha ido jogar o lixo fora, juro pra vocês. – Ele começou a chorar.

- Acreditamos em você – Natale tentou acalma-lo – Só nos diga o que você viu.

Erick respirou fundo algumas vezes e depois disse:

- Vocês não acreditariam em mim.

- Experimente. – Disse Dean.

- Está bem. Como vocês sabem, eu fui jogar o lixo fora, esse cara tinha saído pela porta dos fundos, mas isso sempre acontece “os caras bebem de mais, ficam enjoados, o banheiro está ocupado e eles vão vomitar no beco que tem atrás do bar”, mas dessa vez foi diferente, ele não sabia que eu estava lá e foi muito estranho.

- O que foi tão estranho? – Natale estava impaciente.

- Ele virou um bode.

- Um bode? – Dean não estava acreditando.

- Pois é – O rapaz continuou – Virou um bode preto e saiu andando pela cidade.

Natale virou a cabeça de lado para esconder o riso, mas Dean não achou graça:

- Você está fazendo piada com a gente?

- Não – Erick se encolheu na poltrona em que estava sentado – Juro que foi isso que aconteceu.

De volta ao motel, Dean estava sentado a mesa mexendo no computador do Sam enquanto Natale estava jogada no sofá:

- Desiste Dean, a coisa mais sinistra que você pode encontrar que tem alguma coisa a ver é a cabra macabra.

- O que?

- Nada não. – Ela ficou quieta.

Os dois fizeram silêncio por um tempo e de repente Dean começou a rir sozinho:

- o que foi? – A garota sentou direito.

- Nada, eu só tava imaginando a cara dele quando viu aquela coisa virar um bode.

Natale também imaginou e começou a rir, ficaram os dois rindo com aquilo na cabeça por um tempo. Natale olhou para o relógio de pulso e viu que já eram 4h da tarde:

- Onde será que está o Sam em?

Dean também consultou o relógio:

- Não faço ideia. Você não viu mesmo pra onde ele foi hoje de manhã?

- Não Dean, eu estava dormindo.

Dean pegou o celular e tentou ligar para o irmão, já tinha feito isso várias vezes ao longo do dia, mas o telefone de Sam estava desligado:

- Acho melhor a gente ir procurar por ele. – Disse Natale preocupada.

- Então tá, eu vou pegar o carro.

Dean saiu na frente e deixou Natale para desligar o computador e trancar a porta, a garota estava indo para o estacionamento encontrar o pai quando viu Sam atravessando a rua:

- Onde esteve o dia todo? Nós ficamos preocupados.

- Ah, eu estive investigando. – Ele respondeu.

- Sério, nós também. Por onde você começou?

- Eu fui até o mercado... – Ele pensou antes de continuar falando – Você tinha razão, viram mesmo o Dean por lá. Parece que alguma coisa se fez passar pelo nosso irmão.

Natale tomou um susto com o GRANDE ERRO dessa frase e foi aí que percebeu que aquela pessoa com quem ela estava falando não era o verdadeiro Sam. A garota tentou disfarçar e foi se afastando aos poucos daquele falso Sam e nesse momento ouviu o barulho de pneus derrapando no asfalto e a criatura foi atropelada pela traseira do Impala:

- Os freios não funcionaram – Disse Dean colocando a cabeça para fora da janela – Está tudo bem?

A garota olhou em baixo do carro e viu um bode preto caído:

- Você tinha razão Dean. EU AMO ESSE IMPALA!

Eles tinham amarrado o bicho em uma das camas, e quando a criatura acordou a primeira coisa que Dean fez foi perguntar pelo irmão, mas o bode apenas virou a cabeça:

- Eu to falando com um bode. – Sussurrou Dean pra si mesmo.

- Dean. – Natale mostrou ao pai que a cabeça do bicho estava apontando para o armário.

Os dois se aproximaram de vagar e abriram a porta, encontrando Sam todo amarrado com lençóis. Dean tirou a mordaça do irmão que gritou:

- Por que demoraram tanto?

Dean tentava desamarrar Sam enquanto este se debatia e soltava fogo pelas ventas:

- Esse bicho vai me pagar! Fada de araque!

- Fada? – Natale não estava entendendo nada, e Dean também não.

Finalmente livre Sam se explicou:

- Eu virei a noite pesquisando o que poderia ser essa coisa, e quando finalmente descobri ela me amarrou e trancou no armário. É uma Pooka, ou Pwca, uma fada travessa que adora colocar as pessoas em confusão.

- Por que nunca ouvimos falar? – Perguntou Dean.

- Não chega perto de cidades, normalmente age no campo a onde apronta com viajantes desavisados. Subiu no carro quando ele morreu no meio da estrada.

- Como um bode subiu sem que a gente visse? – Natale teve o seu momento de inocência.

- Ele muda de forma Natale. – Dean respondeu a pergunta da filha.

- Só que tem uma coisa – Sam sorriu e o Pooka tremeu – Se você capturar um desses, ele tem que obedecer uma ordem sua. E aí, o que vai ser?

Os três pensaram por um tempo enquanto a criatura ficava cada vez mais desesperada:

- Como fui eu quem capturou, acho que devo dar a ordem. – Disse Dean.

- Correção – Disse Natale – Foi o Impala que pegou.

- E de quem é o Impala? – Dean e Natale se desafiavam com o olhar.

- Eu acho – Interrompeu Sam – Que como eu descobri o que essa coisa era, descobri sobre a ordem, e passei o dia inteiro trancado no armário, tenho o direito.

Dean e Natale concordaram e ficaram quietos, Sam se aproximou do bicho que estava com a respiração curta e acelerada, assim como as batidas do coração:

- Eu quero que você desapareça daqui e nunca mais interaja com qualquer ser humano.

A criatura deu um longo suspiro, parecia realmente aliviada:

- Como quiser. – Disse o Pooka se soltando e desaparecendo em meio a uma fina neblina que se formou no quarto, mas logo se dissipou.

Na manhã seguinte, os três Winchesters estavam se preparando para ir em bora da cidade e Natale foi colocar as mochilas no carro, o que deixou os dois irmãos sozinhos:

- Toda aquela conversa no bar... – Dean não sabia bem como falar – Foi a criatura não é?

- Por que, o que ele falou?

- Falou de como se sentia com essa história toda da Natale.

- O Pooka é um ser “mágico” quero dizer “espiritual”, pode não saber o que está acontecendo ao seu redor, tanto que não sabia de que forma a Natale era da família, mas percebe o que se passa dentro das pessoas.

- Ah, ainda bem – Dean sorriu – Porque ver você expondo os sentimentos daquele jeito não pegou bem pro teu lado, eu tava quase pensando que você ia mudar de time.

- Tá legal Dean. – Sam se levantou e saiu do quarto.

Quando ficou sozinho, Dean olhou pela janela e viu o irmão e Natale guardando as coisas no carro:

- Nós vamos ser uma família de novo Sammy, eu prometo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da conclusão, e para o próximo caso EU PROMETO uma grande surpresa atemporal



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