Boulevard Of Broken Songs (Glee x GG) escrita por CrisPossamai


Capítulo 19
Seis meses, uma semana e três dias




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216117/chapter/19

Rachel Berry: Alguém me disse que aqui é onde tudo é melhor e mais seguro. E quando é verdadeiramentes especial, é muito mais difícil se despedir”. Seis meses do título das Nacionais, sinto a falta de todos do Novas Direções!

Finn Hudson, Mercedes Jonas, Tina Cohen-Chang e outras 25 pessoas curtiram isso.

Não, Rachel não estava frustrada com seu presente, muito pelo contrário. Há seis meses em Nova Iorque, havia superado as dificuldades no semestre como caloura e conciliava as aulas, o namoro e as constantes visitas aos amigos. Kurt ainda era seu companheiro de apartamento e não mais desejava expandir a parceria para a mesma instituição. Estagiando na formidável agencia de moda da mãe de Blair Waldorf, pensava seriamente em transferir sua matricula de teatro para o mesmo ramo. O meio irmão era seu maior incentivador, afinal, as mudanças no visual da cunhada foram seu grande acerto na nova cidade. Por sua vez, Finn aprontava a documetação para se regularizar como aluno de atuação da The New School for Drama, lutava para se firmar na equipe titular e tinha que contornar o ego gigantesco do melhor amigo e colega de dormitório. Puck atravessava a temporada mais promissora de seus dezenove anos. Titular do ataque universitário, mandando razoavelmente bem nas notas e mantendo a sanidade no relacionamento mais duradouro e maneiro de sua tumultuada vida amorosa. Em outras palavras, Jenny Humphrey era a melhor coisa que tinha lhe acontecido.

Nate também curtiu a nostalgia da maior estrela da história recente do Clube Glee. Muita, mas, muita coisa havia sido modificada na sua pacata rotina em Lima. A viagem de volta durou seis surreais dias de paradas e descobertas excepcionais. Ao descer do carro, Sam e Nate estavam determinados a gritarem sua independência e descolar um apartamento. Como prometido, Sugar indicou um lugar muito bacana em um prédio inaugurado pelo milionário pai e em troca de pequenas ações de publicidade, os rapazes estavam livres do aluguel. Uma belíssima contribuição para o orçamento apertado da dupla de melhores amigos.

Cooter não lhe dirigiu a palavra por duas semanas e a treinadora Beiste lhe olhava torto sempre que se referia ao novo apartamento como sua casa. A realidade de Nate Archibald se baseava na jornada de seis horas na empresa Avanti, as três noites de aulas isoladas de Administração na Faculdade Comunitária de Lima, os treinos nos fins de tarde, os jogos da Liga Universitária na Divisão de Acesso e as constantes idas ao Willian Mckinley. O professor de espanhol a frente do coral achava ótimo ter o veterano por perto. Ótimo, porém, irônico. Ótimo, pelo excelente pianista que tinha paciência ilimitada com os novatos e irônico, por ser o único a permanecer na cidade mesmo natural de Nova Iorque. O jovem tinha feito o caminho inverso do traçado com tanto afinco pelo restante dos formandos e parecia estar bem consigo mesmo. Parecia.

Nate, Sam e Sugar se tornam inseparáveis. A garota era o elo de ligação, considerada  irmã postiça pelo nova-iorquino e publicamente namorada do loiro. O coral ganhou novos talentos e montes de dramas românticos e Nate achava graça nisso. Mudaram os nomes, as histórias continuaram basicamente as mesmas. Tina era a nova estrela, Artie e Blaine possuíam as melhores vozes masculinas, Brittany seguia como a coreógrafa do grupo, enquanto Sam priorizava as quadras. Harmony tinha potencial para se equiparar a Rachel e cismara em eleger Michael como inspiração. Finalmente, Blake e Nellie aassumiram o namoro, ao passo que Chalie e Aylin lutavam para manter o nelacionamento em sigilo. Era bacana ser o cara mais velho, ser invejado por estar livre das aulas entendiantes e independente o bastante para ter o seu próprio canto. Nate parecia orgulhoso disto tudo. Parecia.

Quinn reconhecia que sentia falta dos tempos em Ohio, especialmente, do carinha que nunca deveria ter deixado Nova Iorque. Agora, ela era uma garota de Yale – como Blair gostava de frisar – e ele apenas mais alguém preso ao atraso de Lima, que parecia conformado com isso. Parecia. Foram quatro ligações, rápidas conversas instantâneas e três encontros que não passaram do “olá, como vai”. Do namoro para a posição de simples conhecidos em seis meses. Aquilo era um recorde mesmo para Quinn Fabray. Por isso, ela não fez alarde ao retornar para a cidade a fim de comemorar o seu aniversário a moda antiga, ou seja, saindo para fofocar com Santana e Brittany. O lugar escolhido não poderia ser outro senão o Breadstix. A lotação da casa no sábado não fez sentido e os planos foram totalmente alterados ao avistarem Mercedes e Matt e Tina e Mike em um encontro duplo. Logo, os amigos se reúnem e a velha intimidade reaparece sem muito esforço. Sam e Sugar acenam brevemente e se acomodam com outros casais desconhecidos. “Os novatos”, explica Tina, a única remanescente do coral. O rebuliço daquela noite se devia a apresentação ao vivo de Nate, Sam e Blaine em uma versão acuistica ao som de teclado, violão e gaita. Semanalmente, o trio se juntava para animar as apáticas noites no único estabelecimento comercial que tinha clientela e vontade para continuar com as portas abertas depois da meia-noite.

O nova-iorquino entra no recinto carregando o conhecido instrumento musical e mal tem tempo para trocar cumprimentos com os amigos de longa data. Ele liga o teclado a aparelhagem eletrônica, diz qualquer coisa para os parceiros musicais e faz o caminho de volta. Inicialmente, agradece novamente a presença maciça dos calouros do Novas Direções, revira os olhos para os pedidos antiquados de Michael e promete tocar a canção solicitada por Aylin. Na seqüência, avança para a mesa ocupada pelos ex-companheiros de coral e é calorosamente recepcionado com abraços e interrogatórios. A última a se levantar e lhe dirigir a palavra é a aniversariante da noite, que de propósito oculta a data festiva. Sam dedilha algumas notas no violão e puxa a primeira canção da noite Drive By, do Train. Flashes, gritinhos histéricos e aplausos são ouvidos da mesa mais a frente do improvisado palco e as risadas aumentam ao constatar que Sugar estava totalmente eufórica pela performance do namorado. Aquilo era tão estranho. Mercedes comenta que os dois genuinamente combinavam e ganha imediatamente o apoio do atual namorado Matt, que atendendo aos incessantes apelos das garotas rememoriza os primeiros encontros ainda em Los Angeles, no campus da UCLA.

A voz de Blaine é ouvida com mais ênfase e os acordes de Open Your Eyes, do Snow Patrol, são reconhecidos e comemorados pelo casal asiático, que afirma a importância da música no relacionamento a longa distância. A ausência de Kurt é questionada pela loira que escuta através do relato da negra a confirmação de que Klaine corria sério risco de deixar de existir. Aproveitando a referencia a Big Apple, a latina confessa que estava prestes a trancar sua faculdade na Louisiana e se arriscar em busca de seu sonho, afinal, Brittany estava para assinar os últimos papéis para sacramentar sua bolsa de estudos em uma prestigiada companhia de dança em Nova Jersey. Uma nova rodada de drinques é solicitada para comemorar a excelente notícia ao som de It Girl, de Jason Derulo no timbre mais refinado do nova-iorquno. Mercedes encara a loira em clara menção ao Dia dos Namorados do ano anterior e a serenata musical que culminou com o primeiro encontro do casal. O trio continua com o pequeno show numa levada mais pop e conta com a participação mais do que especial dos antigos componentes do Clube Glee em algumas canções. Até mesmo Quinn aceita bem o convite do loiro para refazerem a bela parceira em Lucky. Beirava a uma da manhã, quando o pianista anunciou a saideira sob protestos dos adolescentes que lotavam o local.

_ Gostaria de agradecer a presença de todo mundo mais uma vez... E bom, eu sei que temos uma aniversariante e encerramos com a música que eu imagino ser ainda a sua favorita.

Hoje vai ser o dia

Que eles vão devolver isso para você.

Neste momento você devia, de algum modo,

Ter percebido o que tem de fazer.

Eu não acredito que alguém

Se sinta do modo como me sinto

A seu respeito neste momento

As primeiras notas do teclado denunciam a execução de Wonderwall, do Oasis, e Blaine e Sam tentam alcançar o tom mais adequado para a melodia. Nate começa a cantarolar com cuidado para não desafinar e sem ter capacidade de evitar os olhos de Quinn. Mais do que adivinhar a data da noite, o rapaz havia se recordado da pequena confissão após o jantar de apresentação aos tios. Se na época, ele considerou Songbird mais apropriada, agora, ninguém poderia contestar a perfeita sintonia entre a realidade de ambas e a belíssima letra do clássico. Os dois casais parabenizam a amiga e os calouros do coral se aproximam para também desejar felicitações e fazer as devidas apresentações.

Sam, com a namorada dependurada em seu pescoço, sugere que a confraternização prossiga no apartamento que divida com o nova-iorquino no centro. Afinal, o espetáculo lhes garantia montes de pizza e tinham seis meses de conversa para colocar em dia. Matt, Mike e Blake se responsalizam em comprar as bebidas e o restante se encaminha para o local. A música moderadamente elevada fica aos cuidados de Artie, os anfitriões ajeitam as coisas e fazem as honras ao mostrar os recantos do ajeitado local, Quinn se solidariza com a pendência de atender a mãe de Aylin ao telefone e confirmar a versão de que estenderiam a comemoração pelo seu décimo oitavo aniversario e escuta agradecimento infindáveis da menina e do excêntrico namorado Charlie. Os rapazes chegam com um respeitável acervo alcoólico e com as pizzas servidas, a bagunça se instaura de modo generalizado.

Quinn precisava admitir que era diferente vê-lo nessa nova perspectiva. Nate falava algo divertido com Mike, Matt e Santana com o copo de vodca na mão e o sorriso costumeiro nos lábios. Ele estava totalmente a vontade naquela realidade, como se a liberdade de estar por conta própria lhe livrasse do peso de provar constantemente seu valor. Ele não tinha mais ninguém a impressionar e, contraditoriamente, estava lhe fazendo muito bem. Uma música dançante estoura nos alto-falantes improvisados e Brittany e Mercedes lhe puxam para a rodinha com as novatas. O ritmo mais agitado empolga Mike que puxa a namorada pela mão e se tornam de imediato o centro das atenções pelos excelentes passos de dança. Matt também arranca aplausos com alguns movimentos de dança de rua e os passos desengonsados de Michael servem para levantar uma hilária disputada: qual fora o pior dançarino da história do coral? Mesmo ausente, o nome de Finn Hudson é eleito por unanimidade.

E todas as estradas pelas quais temos de caminhar são sinuosas

E todas as luzes que nos conduzem até lá estão nos cegando.

Existem muitas coisas que eu

Gostaria de dizer para você,

Mas eu não sei como...

Nate escapa temporariamente da agitação buscando por algo sem muita importância no novo quarto e antes de sumir pelo corredor oferece a mão para a ex-namorada. Tudo estava impecavelmente no lugar exato e fotos que povoavam a escrivaninha só reforçam a importância que os meses no Willian Mckinley tiveram para o jovem. Ela apanha um quadrinho simples que emoldurava o retrato dos dois no que deveria ter sido a Festa surpresa de Mike Chang. Registros do time do basquete, das vitórias nas competições de coral e uma com todos os formandos. Ela sorri e se volta a se concentrar nas ações do rapaz que vasculhava o armário. Ele comemora ao encontrar um embrulho já amassado e aparentemente esquecido há meses.

_ Peço desculpas por não ter embrulhado e pela demora... Eu comprei na viagem de volta à Lima em um sebo numa cidadezinha e nunca tive a oportunidade de te entregar, mas, acho que acabou sendo melhor, não é? Parabéns, Quinn! – ele lhe abraça carinhosamente e a menina sorri em agradecimento.

_ O manuscrito original de On the road? Eu não consegui encontrar nem mesmo em Nova Iorque. Muito obrigada mesmo, Nate. E você se dignou a ler ou preferiu continuar só com a versão do Walter Salles? – ele desarruma o cabelo e sorri desajeitadamente.

_ Ok... Em minha defesa, eu realmente coloquei o pé na estrada e posso te aconselhar a ler com as músicas de Bob Dylan como fundo musical. Pode chegar bem perto da experiência de viajar pelo país, sabe? – ele gargalha e é levemente estapeado pela provocação gratuita – Tem ideia de quanto eu senti a sua falta? – ele lhe traz para mais perto e cola a testa na dela.

_ Eu também senti, senti falta de nós...Mas, tudo ta tão diferente agora. Você ta totalmente mudado...Mudado, de uma forma boa...Parece mais leve, mais confiante. – ele beija o rosto dela e se deixa cair na cama, sendo imitado por ela na seqüência.

_ É, eu desapontei tantas pessoas no ano passado, que acabei não tendo mais nenhuma expectativa para alcançar. Então, as coisas ficaram bem mais fáceis. Isso não soou muito bem, não é? – ela concorda e mira o chão desinteressada – Não pretendo ficar para sempre em Lima e até to pensando em me candidatar a outras faculdades no próximo semestre, mas, eu precisava desse tempo de calmaria, dessa trégua, entende?

_ Você precisava digerir as coisas, não é? – ele concorda e coloca o braço sobre os ombros dela – Eu sei, passei por isso também...Lembra que te falei da época de rebeldia e do cabelo rosa choque? Todo mundo precisa de um tempo para se reencontrar.

_ Existem muitas coisas que eu gostaria de dizer para você, mas eu não sei como... Porque talvez você vai ser aquela que me salva...E no final das contas, você é o meu muro das maravilhas. – ele cantarola a música predileta antes de beijá-la pela primeira vez em meses.

_ Esqueci de te agradecer por isso...Ainda é a minha música favorita. – ela beija o rapaz brevemente e se levanta a fim de retornar para o festejo – Acho que ta na hora de voltarmos, né? Santana já deve ter inventado diversas teorias para o nosso sumiço.

Ele ri e aceita a mão dela para se erguer, porém, ao apresentar-se de pé não sente vontade de solta-la. E sem que haja protestos contrários, os dois voltam para a animada comemoração de mãos dadas. Os novatos são os primeiros a se despedir e combinam de reuinr todos os integrantes do Clube Glee para uma grande festa antes da partida para as Nacionais a fim de defender o título de melhor coral do país. Matt e Mike sugerem que o domingo seja gasto em conjunto e alegam que uma maratona de filmes e videogame seria o ideal. A casa do asiático seria o ponto de encontro logo após o meio-dia. Santana dava sérias amostras de que não estaria em condições de dirigir e o negro se responsabiliza de conduzir o carro até a casa de Brittany, caminho para a residência da namorada, onde estava hospedado. Quinn rejeita a carona e acaba engatando uma divertida conversa com o trio de viajantes a respeito da inacreditável jornada Lima – Nova Iorque e tem que concordar com o parecer de Mercedes de horas antes. Sugar e Sam combinavam muitíssimo. A menina se tornara uma companhia agradabilíssima, apesar das verdades ainda serem disparadas em momentos bem inadequados. O loiro ria das barbaridades ditas pela namorada e a vida seguia seu rumo sem aborrecimentos. De fato, o entrosamento dos três era invejável e em alguns instantes, ela se sentiu quase deslocada. Quase. Porque sensação de estar de volta ao abraço dele era genuinamente acolhedora. Beirando às quatro da manhã, Sugar cochila rapidamente nos braços do loiro, que lhe desperta com todo o cuidado possível.

_ Acho que ta na hora de te levar em casa, baby! – a menina resmunga algo como resposta e torna a fechar os olhos – Você quer uma carona agora, Quinn? Eu não vou demorar muito... Posso te levar depois se preferir. – sugere o rapaz sem querer atrapalhar o lance do melhor amigo. A intenção da loira era recusar, mas, e a coragem?

_ Não se preocupa, cara. São só alguns quarteirões e a noite ta agradável para caminhar, né? – a jovem concorda timidamente – Eu acompanho a Quinn até em casa, beleza? – o casal se despede e Nate sorri para a única companhia.

_ Então, você vai querer ajuda para organizar essa bagunça? – ela estranha a gargalhada do proprietário do apartamento.

_ Foi por isso que você recusou a carona do Sam? Para me ajudar a limpar?

_ Não...Não sei...Honestamente, não sei porque eu quis ficar... – ele sorri e inicia a “faxina” – Me diz, esse apartamento virou o ponto de encontro do pessoal em Lima?

_ Yeah... Aqui e a casa da Sugar... Nós meio que dividimos para não pegar mal com o pai dela e para que eu e Sam não sejamos despechados por muito barulho.

_ Vocês estão bem próximos, não é? É tudo tão novo... É bastante coisa para se acostumar. Eu tenho essa mania de encarar o Clube Glee como apenas a gente e ver como vocês estão entrosados até me deu uma sensação de estar por fora. – ela reconhece – Você costuma falar com o pessoal que saiu de Lima?

_ Yeah, principalmente, com o Puck, Santana e Mike... Eles sempre avisam quando estão por aqui nos finais de semana...E acabo sabendo de tudo mundo... E você?

_ Eu fiquei meio isolada em New Haven, acredita? Mas, tento visitar a Rachel e o Kurt todas as semanas e sempre converso com a Mercedes. Desculpe por não dar muitas notícias, o primeiro semestre em Yale foi mais difícil do que eu esperava.

_ Eu sei... – a revelação surpreende a garota e envergonha o rapaz – É, a Blair me contou... E sim, nós falamos sobre você. Sinceramente, é quase impossível ter uma conversa com alguém do coral sem tocar no seu nome, Quinn. – ele senta-se no braço do sofá agora ocupado pela jovem.

_ Uau...Parece que o meu rosto ta pegando fogo... Isso foi bem embaraçoso.

_ Yeah, nem me fala...Mas, é verdade...Eu sempre lembro de você...Falando nisso, você me deve uma dança desde o baile de formatura, sabia? – ela confirma e o rapaz se levanta para ligar o som. I'll Remember You, Bob Dylan é executada de primeira e ele não perde tempo para tirá-la para dançar devidamente.

Eu irei me lembrar de você, quando tiver esquecido do resto

Você para mim foi verdadeira, você para mim foi a melhor

Quando não existiu mais você foi até o fundo

Mais rápido do que qualquer uma que eu conheci

Quando eu estiver totalmente só, no grande desconhecido

Eu irei me lembrar de você

_ Pelo visto, você se viciou em Bob Dylan, não é? – ela comenta antes de entrelaçar a mão a dele.


_ Culpa sua. Você me convenceu a tirar algumas melodias no teclado e treinar o meu vocal, não foi? – ela apenas acena com um gesto e torna a repousar a cabeça contra o peito dele - No final, minha querida e doce amiga, eu irei me lembrar de você.

_ Eu realmente espero que sim, porque, eu vou fazer exatamente o mesmo, carinha de Nova Iorque.

Ele sorri imensamente e se aproxima perigosamente da antiga namorada. Os corpos se colam e os beijos se tornam mais urgentes. Por sorte, Sam não retornou para a casa antes do amanhecer, o que deu tempo suficiente para que rumassem para o quarto dele e caíssem profundamente no sono. Por volta das 10 horas da manhã, um alarme ensurdecedor de celular ecoa pelo recinto despertando o casal. Ela apanha o celular na cabeceira da cama e sorri constrangida, o rapaz nem sequer abre os olhos, e reclama da dormência no braço direito, utilizado como travesseiro por ela durante boa parte da madrugada. Quinn se acomoda na beira da cama. A movimentação e o falatório interrompem definitivamente o sono do rapaz, que passa a mão pelo cabelo desgrenhado e beija a bochecha da loira desejando bom dia. Ela sorri e aponta para o celular. O pianista entende o recado e encaminha para fora do recinto a fim lhe conceder certa privacidade. Os barulhos oriundos da cozinha chamam a atenção do recém-acordado, que cumprimenta Sam Evans e se apressa em abraçar a querida amiga. Sugar solicita o auxilio dos rapazes para arrumar a mesa e servir a primeira refeição daquele domingo.

O próximo gesto é ocupar uma cadeira e apanhar um pedaço do apetitoso bolo de chocolate. Sugar revira os olhos para a atitude infantil do quase irmão e chama pela visitante. Timidamente, Quinn aparece em seguida, cumprimenta os verdadeiros moradores do apartamento e busca pelo assento mais próximo do antigo namorado. O primeiro beijo da manhã.

_ Era a minha mãe no telefone pedindo se eu estaria em casa para o almoço. – a loira esclarece a ligação recebida tão cedo.

_ Isso explica porque eu escutei tantas vezes o nome da Santana. – brinca o antigo cestinha recebendo um olhar furioso – Eu achei que vocês iam passar a noite fora.

_ Mas, nós ficamos! Eu não tinha muita noção do que poderia encontrar quando abrisse a porta, daí aproveitamos que a casa estava vazia... – comenta o loiro com uma espantosa naturalidade.

_ Meus pais estão em uma viagem de negócios. Devem chegar só nesta noite. Além disso, alguém precisava fazer compras, não é? Vocês acham que conseguem viver só a base de pizzas! Acredita que a geladeira estava praticamente vazia, Quinn? – a loira ri pela observação. Definitivamente, Sugar Motta estava muito diferente.

_ Então, o que você combinou com a sua mãe? Posso te dar uma carona depois do café da manhã. Prometo parar uma quadra antes para não comprometer a sua história. – a loira agradece a preocupação – Ainda estamos combinados para a tarde na casa do Mike?

As horas na casa de Mike Chang se arrastam em games, filmes clássicos de dança e conversas relembrando os bons tempos de ensaios. Jenny e Puck chegam no meio da diversão e relevam que permaneceriam na cidade nos próximos dias para aproveitar a rara brecha nos calendários da universidade e do colégio. A loirinha contou com entusiasmo que o seu coral se classificara com muito esforço para as Nacionais e estava impressionada pela quantidade de adolescentes interessados em dança e música. Tudo parecia que estava bem demais. Parecia. A namorada do bad boy notou a expressão do amigo nova-iorquino e compreendeu plenamente a situação. Nate não estava frustrado, estava terrivelmente conformado e isso a quebrou por dentro.

Outra demonstração da desconfortável posição foi facilmente percebida na despedida na estação de trem. Observar os amigos partindo abalou definitivamente o seu humor. Era tudo muito obvio. Ele não estava com inveja do triunfo dos companheiros fora de Ohio, muito pelo contrario, estava amargurado por ter ficado para trás. A impressão foi compartilhada por Blair e Dan no retorno a Nova Iorque. Contudo, Chuck reforçou o antigo dilema: por pior que estivesse, Nate jamais recorreria a alguém, não havia o que ser feito. Talvez não pelas vias tradicionais do Uper East Side, já que Santana Lopez sabia exatamente como proceder para arrancar o rapaz do marasmo de Lima. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Boulevard Of Broken Songs (Glee x GG)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.