Mentiras dos garotos escrita por JuliaTenorio


Capítulo 2
Capitulo dois - Blake Walker


Notas iniciais do capítulo

Bem, aí está, acho que não tenho nada a falar a mais do que o quanto eu espero que mais pessoas leiam isso. Bem, acho que já estou falando "bem" demais aqui, o negocio tá começando a ficar vergonhoso.



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Capitulo dois

Blake:

Concentrar. Calcular o ângulo. Franzir o cenho. Desdenhar o adversário para tirar sua concentração. Tomar distância. Mirar o ponto exato de ataque. Hora de destruir os desgraçados.

Isso!

- Quem é que manda nessa porra, hein? Seus monstrinhos verdes que fodem a minha vida! – exclamei para a tela do meu Iped em que estava jogando Angry Birds. – Quem é que manda, hein? Quem? Idiotas! – vangloriei-me depois de quinze tentativas fracassadas de passar de fase naquele jogo.

Escutei três batidas na porta e logo depois Haley apareceu no vão aberto, me olhando com aqueles olhinhos brilhantes de criança travessa.

-O que é piralha?

-Sua namorada está aqui.

Levantei-me surpreso, tanto por Haley a está chamando de “sua namorada” quanto por ela estar aqui. Deixei o Iped jogado na cama e corri para o andar de baixo, Haley me seguindo com curiosidade até a sala.

Ela estava ali, sentada polidamente no sofá de veludo que minha mãe grita tanto comigo para me sentar com cuidado, os cabelos loiro mel em um penteado bonito, os lábios cheios daquele treco que faz ser horrível beijá-la, usando um vestido que seria bem fácil de ser tirado.

Sorri de lado, eu não sabia o que era amor, mas o que eu sentia por Penny era quase isso.

-Blake!

Ela exclamou quando me notou, se levantando e veio me abraçar. Diferente das outras garotas, ela não pulou em cima de mim para me beijar escandalosamente, só para causar inveja as suas amigas.

Penny Gardner é o tipo de garota que faz você cair aos pés dela. Com aquele jeitinho sedutor e doce, a delicadeza e a beleza que fazia dela quase uma Megan Fox, só que loira. Todos os caras eram apaixonados por elas, até mesmo Math precisava de um babador quando via Penny e olha que ele não é de dar mole para muitas garotas.

E entre todos os outros caras, todos os caras que dariam um mundo a ela, que iriam até as estrelas para trazer uma para ela, que se jogariam da Golden Gate por ela, Penny havia me escolhido. Dando um chute na bunda daqueles otários.

Seu único defeito é que ela não sabia escolher seus amigos.

-Eu tenho uma surpresa para você!

Ela disse alegremente segurando minhas mãos de um jeito meio estranho, tão estranho quanto ela querer me fazer uma surpresa.

Que eu gostei absolutamente.

-Uma surpresa?

-É, eu quero que você conheça minha melhor amiga.

 Aí é que volta o fato de ela não saber escolher amigos, por que uma pessoa que tem Juliet Campbell como melhor amiga é por que simplesmente não sabe fazer a porra da escolha certa.

Fala sério, querer que eu conheça Juliet é pior do que querer me apresentar aos pais.

-Eu não acho uma boa ideia.

Ela suspirou, apertando minhas mãos com mais força.

-Por favor, Blake! Você não precisa ficar com medo.

-Eu não tenho medo da Juliet – eu disse soltando as mãos de Penny – eu só não gosto dela.

“E nem ela de mim” me segurei para dizer. Por que com toda a certeza quem começou com essa historia de ódio eterno foi a Juliet e não eu. E eu nem ao menos sei por que, para você ver o quanto a garota é louca.

-Você vai gostar dela, eu prometo. E eu sempre cumpro minhas promessas.

-Essa promessa eu acho que você não vai poder cumprir.

Penny fez aquele olharsinho irritante de gatinho abandonado e me roubou um beijo, quase me fazendo derreter ali mesmo no chão da sala de estar. Novamente me segurei para não pegar ela nos braços, trancar ela no meu quarto e fazer coisas más com ela.

-Por favor, Blake!

Como eu posso negar um pedido a essa coisinha tão perfeita?

-Tudo bem.

Disse com um sorriso, sabendo que me arrependeria até a morte mais tarde. Fui colocar uma roupa descente, não que sair de casa só de samba canção fosse um problema para mim, mas com certeza minha namorada - cara que estranho chamar ela assim - não ficaria feliz de ser vista acompanhada de um cara lindo, só que praticamente nu.

Tomei um banho rápido, vesti uma pólo qualquer, uma calça jeans e passei perfume antes de descer as escadas e dar mais um beijo em Penny. Haley, que ainda estava ali xeretando minha conversa, olhou com nojos para nós dois.

-Vocês podem, por favor, não fazer isso na minha frente?

Desarrumei os cabelos já bem bagunçados de Haley e sorri.

-Quando nossa mãe voltar, diga que eu sai com minha namorada.

-Ela não vai ficar muito feliz de saber que você não vai ao jantar dela.

Minha mãe e a droga dos jantares beneficentes dela.

-Ela vai superar.

Deixei Haley com a babá dela e levei Penny para fora de casa comigo, o New Beatle dela estava parado na frente da minha casa, mas a guiei para minha garagem para pegar minha BMW X1.

-Não precisa, ela morra nesse mesmo condomínio.

Não que eu não soubesse desse fato, mas não queria que minha namorada soubesse que eu sabia onde a melhor amiga dela morava. A verdade é que eu conheço Juliet há muito tempo, não tenho certeza quanto tempo exatamente, acho que dês do jardim de infância. Costumávamos ser amigos quando éramos crianças, o que dava vazão a eu saber onde ela morava.

Não que Penny soubesse disso, pelo menos eu acho que Juliet nunca havia contado, já que ela não citara isso nenhuma vez. E era até melhor, assim Penny não insistiria na porra da historia de eu e aquela garota maluca sermos amigos.

Estacionei o carro na entrada da casa de Juliet, a casa era grande, imponente, as fachadas nas mesmas cores pastel que a minha mãe achava que nunca saia de moda. Não que eu soubesse algo de moda, por que cara, eu não sou gay, mas minha mãe parece que vive para a sociedade, ou seja, sabe tudo sobre isso.

-Juliet deve estar fazendo a sessão de filmes “sucessos dos anos dourados” de novo. Você acha que é melhor eu ligar para ela?

Penny me perguntou hesitante.

-Não – disse tirando o celular da mão dela – vamos fazer uma surpresa.

Seguimos até a entrada da casa de Juliet, apertando a campainha. Três segundos depois a porta foi aperta, aparecendo uma menina quase raquítica de cabelos ruivos na porta.

-Oi Penny. Oi Walker. Querem que eu chame a Juliet? Ela está lá em cima.

A garota disse nos deixando entrar. Não me surpreendi ao notar que ela sabia meu nome, afinal, todos no Sebastian L. sabiam meu nome.

-Não se preocupe, nós vamos subir.

Penny falou dando um beijo na bochecha da garota, me dando a noção de que ela era bem próxima de Penny, talvez da família de Juliet já que estavam na mesma casa. Dei um aceno para a garota, afinal, não sou nenhum mal educado e segui de mãos dadas com Penny para o quarto que devia ser o da melhor amiga dela.

Paramos na frente do quarto e eu me perguntei se era mesmo uma boa ideia entrar naquela caverna. Sendo o quarto de Juliet, poderíamos esperar tudo. Um mausoléu onde ela deixava o seu caixão e dormia de vez em quando, uma base militar onde ela planejava conquistar o mundo ou até um coviu onde ela fazia suas bruxarias e feitiços.

-Ela pode estar ocupada voando em sua vassoura, bem longe daqui.

Penny riu, encostando a mão na maçaneta.

-Juliet não é uma bruxa, seu bobo.

E fez o maior erro da sua vida: abriu a porta.

-O QUE ESSE DÊMONIO ESTÁ FAZENDO AQUI?

Esperei a morte chegar, um feitiço ser jogado em mim, água quente, ou até uma faca no meu estomago, mas a única coisa que senti foi isso: nada. Abri os olhos para ter certeza que estava seguro e me deparei com os olhos de psicopata da Juliet.

-Olá Jules.

Ela rosnou para mim, parecendo ignorar o fato que sua amiga estava bem ali, com a mão entrelaçada a minha. Ou até, me odiando ainda mais por esse fato.

-Quantos anos você vai precisar para aprender que meu nome é Juliet? E não Jules?

-A Penny te chama assim.

Disse dando de ombros.

-Correto, minha melhor amiga me chama assim, não você.

Sorri de lado para ela, não que eu queira desafiar a bruxa. Claro que não.

Tudo bem, eu estou louco para fazer isso.

-Sério? Jules.

-Ahhhhhhhrg! Seu cão dos infernos!

Ela me deu um soco no ombro e só não me bateu ainda mais por que Penny se interferio no meio de nós dois para tentar levantar uma bandeira branca.

O pior era que o soco de Juliet doía pra porra e eu não podia fazer nenhuma careta sequer, não queria mostrar nenhuma fraqueza para aquela garota louca.

-Fique calma Juliet, só fique calma...

-Eu não sou um cachorro, Penny.

Ela disse cerrando os olhos, fazendo minha namorada dar de ombros.

-Bem, está agindo como um.

-Não é minha culpa que seu namoradinho age como um narcisista que só se importa com ele mesmo e com seu ego que é do tamanho da cidade de Orlando!

Uou, essa foi uma boa descrição de mim mesmo. Estou começando a pensar em deixar a Juliet escrever no meu anuário.

 -Por que a gente só não entra e faz alguma coisa?

Penny pediu com aquele seu sorriso persuasivo, fazendo Juliet fechar os olhos, inspirar e expirar, abri-los e falar calmamente.

-Tudo bem.

Juliet abriu a porta deixando todos nós entramos, sem não antes me olhar com aquela cara de ódio normal dela. Tentei ficar o mais junto de Penny possível, vai que aquela maluca tenta me dar um soco outra vez?

-O que você estava fazendo, Jules?

-Eu só... Estava assistindo My Fair Lady.

Levantei uma sobrancelha para ela.

-Que diabos de filme é esse?

-Um filme muito avançado para essa sua cabecinha acéfala.

-Ah, por favor, vocês dois.

Penny disse, me puxando para sentar ao lado dela na cama. Olhei ao redor do quarto, era amplo, as paredes pintadas de um tom claro de verde, havia um mural de fotos em cima da cama, com as mais diversas fotos dela, da garota que eu acho que era a mesma raquítica que estava lá em baixo e de Penny.

-Bonitas fotos. Seu quarto é bem normal, até.

Disse apontando para o mural e Juliet me olhou com sarcasmo.

-O que você esperava? Caixões?

-Alguma coisa assim.

Pelo menos agora eu tirei um riso de Juliet Campbell. Pontos para mim! Há há. Não ficamos muito tempo na casa de Juliet, afinal, Penny finalmente havia notado que por mais que tentasse nos fazer sermos amigáveis uns com os outros, era impossível sermos amigos. Juliet respondia meus comentários com ironia e ignorava minhas perguntas, então eu acabava fazendo o mesmo com ela. Se não era o silencio mutuo, era nossas brigas e Penny finalmente havia cansado.

Deixei minha namorada voltar para casa em seu carro, enquanto eu entrava em casa, irritava um pouco minha irmã, subia para meu quarto e caia na cama com um pulo, pegando a bola de basquete em cima dela.

-Garota maluca.

Disse suspirando e logo depois jogando a bola de basquete dentro da cesta.

“So give me reason, to prove me wrong to wash this memory clean…”

Ignorei a chamada, para me ligar a essa hora da noite só podia ser aquela líder de torcida irritante, qual o nome dela mesmo? Ah é, Phillipa. Se Juliet era maluca, Phillipa era completamente irritante. Ligava-me dez vezes ao dia, ela não se tocava mesmo que eu não tava mais afim dela. “A fila andou” ela devia pensar, “nosso namoro acabou”, mas não, a garota parece não entender que eu não dou a mínima para ela.

E não para de ligar.

Peguei o celular, vou dar uma boa resposta para ela ver se vai procurar outro otário para encher o saco dessa vez. Mas era só o Math.

-Ei cara!

-Por que demorou tanto para atender, otário?

Ele perguntou confuso, pelo barulho na ligação, Math devia estar em algum bar e possivelmente com alguma garota que ele não dava a mínima.

-Pensei que fosse a Phillipa.

-Phillipa! É ótimo ser confundido com uma garota de um metro e meio obrigada.

Ri da piada e sai da cama para buscar a bola de basquete.

-Onde você está?

-Estou com os caras do time aqui no Stanley’s. Você devia vir para cá.

-Acho que vou mesmo, meu dia foi um saco.

Math riu, ele sempre ria das minhas desgraças, principalmente quando isso não o incluía.

-O que aconteceu, Blake?

-Acredita que a Penny me obrigou a ir à casa da Juliet? Ela acha que nós dois podemos ser “amigos”.

Disse com um riso, só de me lembrar dessa ideia inocente da minha namorada me dava vontade de rir.

-Bem que eu queria estar no seu lugar, vai que eu conseguia pegar a Campbell trocando de roupa.

-Essa seria uma visão dos infernos.

Eu nunca entendi essa queda que Math tinha pela Juliet, por mais bonita que ela seja, a garota é louca. E me odeia, Math como meu melhor amigo deveria ficar do meu lado e não do daquela garota.

-Se você diz – provavelmente ele estava dando de ombros – Vai vir?

-Em alguns minutos eu estou ai.

Desliguei o telefone. Joguei a bola na cesta. Desci para pegar o carro.


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Notas finais do capítulo

Eu vou começar a falar mais depois, ultimamente não tó muito engraçada, acho que são as aulas, o segundo ano tem esse poder de fazer você ser mais tediosa do que já é normalmente. Está vendo? Vocês já estão contagiados com meu tédio.



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