Mentiras dos garotos escrita por JuliaTenorio


Capítulo 10
Capítulo dez - Blake Walker


Notas iniciais do capítulo

Não se esqueçam de passar lá em baixo, quero ter uma conversinha com vocês mocinhos u.u



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Capitulo dez

Blake Walker

-“Top dogg buy them all nigga burn this shit up, D-P-G-C my nigga turn that shit up ,CPT, LBC yeah we hookin' back up N' when they bang this in the club baby you gotta get up thug niggas, drug dealers yeah they givin' it up...”

Droga, quem foi o retardado que puxou meus fones de ouvido?

Ah claro, Math.

-O que você quer, filho da mãe?

-Se você não notou cara, está cantando como um retardado no meio do vestiário masculino.

Revirei os olhos, o treino de basquete começaria em alguns minutos e eu já estava vestido esperando o resto do time se trocar, enquanto escutava Snoop Dogg. Mas Math não entendia isso, ele estava mais preocupado com a sua reputação como melhor amigo de um louco do que com a situação pela qual eu estava passando. Não querendo ser dramático nem me comportar como uma menininha, mas cara, eu estava fazendo tudo errado...

-Errado...

-Pirou de vez, Blake?

Math perguntou rindo e batendo na minha cabeça, olhei irritado para ele e logo depois sai correndo atrás do meu amigo com problemas mentais. Fomos para a quadra e eu joguei Math no chão, me jogando em cima dele e batendo na sua barriga, Math me jogou para o lado rindo e deu um chute nas minhas pernas, me jogando para um lado. Ri dele e estava pronto para bater nele de novo quando o técnico gritou.

-Sem brincadeiras garotos!Está na hora de treinar. Walker, em posição.

O treinador jogou a bola de basquete para mim, eu a peguei me levantando e jogando a bola em direção ao aro.

Cesta.

Fui buscar a bola enquanto o treinador se sentava na cadeira, ele já estava velho, com pelo menos cinquenta anos e as rugas se acumulavam no seu rosto, além de estar meio que fora do peso e careca. Não tirávamos onda com ele, o treinador era uma estrela do basquete, passara um tempo no Orlando Magic antes de fraturar a perna esquerda e virar treinador de adolescentes com hormônios a flor da pele.

Além de não querermos apanhar dele claro, essa era uma das razões para não mexer com o treinador O’lleary.

-Venham aqui crianças – ele chamou e todos nós sentamo-nos em torno dele, esperando qualquer discurso que ele preparara para hoje – teremos um jogo na próxima sexta feira em Oak Ridge, vai ser um jogo difícil para essa temporada, eles estão muito preparados com seu novo técnico. Vencemos as regionais ano passado, podemos vencer dessa vez também.

Connor, um dos caras do time levanta a mão.

-Quem vai para o banco?

-Logo pensando no pior Jackson? - Connor ri – vamos ver, peguem essa bola, quero um jogo limpo. Blake?

Levanto minha cabeça, já estava imerso em pensamentos de novo antes de ele me chamar.

-Sim, técnico?

-Vamos para a minha sala, preciso ter uma conversa com você.

Os caras fazem um coro de “se ferrou” e eu reviro os olhos, seguindo o treinador para sua sala, no lado de fora do ginásio. Os caras provavelmente treinaram e jogaram sujo, mas não me importo, o técnico parecia estar sério, quase me fazendo esquecer os pensamentos comprometedores que eu preenchia a minha cabeça.

Sentamos nas cadeiras e espero ele falar, antes mesmo de me pronunciar.

-Vou direto ao ponto Blake – ele suspira – esse vai ser o ultimo jogo do qual serei o técnico de vocês.

Olho alarmado para o ele.

-Como assim?

-Vou me aposentar Blake. Um rapaz de Pine Castle será o novo técnico de vocês.

-Por quê?

Digo fechando minhas mãos em punhos, com raiva sim, até ressentimento, ele não pode nos abandonar, não depois de vencermos uma temporada tão difícil quanto a do ano passado.

-Estou cansado, Blake, estou velho.

-Quando vai contar para o resto do time?

Ele desvia o olhar, sei que o time não recebera bem a noticia, ainda pior do que a minha reação imagino. Sinto o meu celular tocar no bolso de trás, mesmo estando treinando, sempre fico com o celular no bolso, pelo menos dês de quando minha mãe resolveu enlouquecer de vez.

-Com licença, técnico.

Atendo o telefone, é a minha mãe e sei que não terei boas noticias.

-Oi.

-É assim que você fala com sua mãe, garoto?

Reviro os olhos, ela havia ficado ainda mais ranzinza depois desse noivado? Do qual ela não planejava me avisar? Nem ao menos no dia do seu casamento?

-Desculpa mãe, o que a senhora queria?

-Diga para o treinador O’lleary que você vai precisar sair mais cedo e se ele contestar a ideia, diga que eu já falei com o diretor.

-Cara mãe, você quer me fazer perder um treino para quê? Ajudar você a escolher que vestido de casamento vai usar?

Reviro os olhos, ela só podia ter surtado. Olho para o treinador e ele solta um sorriso, conhecia minha mãe e suas ideias absurdas há anos.

-Mais respeito garoto. Vamos jantar no Hippo Campus, toda nossa família.

Acho que já entendi o que ela quis dizer com toda.

-Claro mãe, estou indo.

-Ah e Juliet pediu para você não demorar.

Desligo o telefone. Juliet, por que o nome dela não sai mais da minha cabeça? Espera, não pensem que eu estou apaixonado por ela ou alguma coisa do tipo, por que sério, eu não ia fazer a mesma bobagem de Math e me transformar em um cachorrinho para a bruxa, não mesmo.

-Preciso ir técnico. E acho que nem preciso dizer que minha mãe vai surtar se eu não for embora agora mesmo.

Ele assente com a cabeça, levemente triste, pelo menos é o que parece e eu vou correndo para o vestuário. Não me importo em trocar de roupa, apenas pego minha mochila e saio correndo pelo campus até o estacionamento. As corridas em plenas manhãs de domingo fazem isso comigo e me deixam sossegado ao correr, praticamente não suo.

Vejo o Mercedes da minha mãe estacionado e sigo até ele. Ela fala ao telefone e quando chego mais perto e olho o banco de trás, Juliet está brincando com Haley, não consigo não rir da cena.

-Cadê o Elliot?

Pergunto quando minha mãe desliga o celular e entra no carro. Ela sorri para mim e eu constato que minha mãe sofre de transtorno bipolar.

-Já está no restaurante. Diga oi para suas irmãs postiças.

Reviro os olhos me virando para o banco de trás e acenando para Juliet e Kathy, Juliet ainda brinca com Haley, mas acena para mim de volta e Kathy está imersa em uma conversa por textos no celular.

-Sabia que a Jules esteve no casamento do prefeito, Blake?

Diz Haley em sua voz fininha se jogando para frente do carro, minha mãe olha irritada para ela.

-Coloque o cinto Haley Jones.

Haley suspira, voltando para trás e colocando o cinto.

-Que historia de casamento é essa, Juliet?

-Para o jornal, garoto do basquete. Gostei das roupas.

Ela diz piscando para mim e logo volta a brincar com Haley.

###

Chegamos ao Hippo Campus rapidamente, é um restaurante caro e chato na beira da praia, quando eu era criança costumava ir com meu pai e minha mãe para lá, quando meu pai ainda não era o canalha que traira minha mãe e minha mãe ainda não era a socialite bipolar, eu costumava passear na praia com eles enquanto a comida não estava pronta e quando voltávamos eu ficava brincando de fazer caretas para as lagostas que estavam no aquário. Era um bom tempo.

Entramos no restaurante e minha mãe disse que estava com Elliot Campbell, o metre assentiu e logo nos levou a uma mesa com vista para o mar. Kathy já havia parado de passar mensagens de texto e Haley estava no colo de Juliet. Olho para nossa mesa, Elliot está lá sentado e se levanta para dar um beijo em minha mãe, sem contar o fato do ciúme pela minha parte, gosto dele, ele faz bem a minha mãe e depois de tudo que ela passou com Romeu Walker, que não tem nada de Romeu, merece um pouco de amor.

-Blake!

Aperto a mão de Eliot sorrindo e Juliet revira os olhos, até agora e o dia inteiro ela não soltou nenhum sarcasmo e nenhuma ironia o que chaga a me fazer desconfiar. Há alguma coisa de diferente nela, alguma coisa que eu não sei dizer.

-Senhor Campbell, o que você e sua família desejam?

Perguntou o metre em um tom elegante, tive vontade de virar para ele e dizer “desejo sair daqui, que tal?”. Mas apenas fico calado.

-Salmão, por favor.

Diz minha mãe com um sorriso e pede mais alguma coisa de nome complicado antes de Elliot se pronunciar.

-Um Bordeaux, 1955. Crianças?

-Batata frita! – exclama Haley, agora sentada na cadeira ao lado de Kathy, que está quieta, o rosto meio corado e um sorrisinho no rosto.

-Um cheeseburger – diz Juliet piscando para o metre e eu sorrio pedindo o mesmo.

Todos começaram a conversar, eu estava meio alheio, olhando para o aquário de lagostas e me perguntando o porquê de a minha mãe não ter pedido uma... Fitei Juliet, ela ria de alguma coisa que Kathy havia falado, com o celular da mesma em suas mãos e me vi perguntando a mim mesmo o que havia acontecido com a mãe delas. Penny nunca falou sobre isso e eu nunca me importei em perguntar.

-Vou ao banheiro.

Avisei me levantando, mas não fui ao banheiro, passei direto por ele para as portas de vidro corrediças que levavam a praia. O sol já estava quase se pondo e uma luz alaranjada tomava conta do céu, desci as escadinhas e pisei na areia, sentindo o cheiro de mar.

-Fugindo do encontro em família, Blake?

Escuto uma risada infantil e não preciso me virar para saber que é Juliet.

-Pensei que a princesinha não gostava de colocar seus pés na areia.

-Essa frase é perfeita para a sua namorada.

Surpreendo-me ao notar que não há sarcasmo em sua voz.

-Me seguindo? Se eu fosse ao banheiro você iria também?

Ela ri, batendo no meu ombro.

-Só estou de olho em você – olho para ela e então Juliet olha para o céu – Bonito lugar.

-Venho aqui dês de criança.

Sei que Juliet não gosta de mim, mas ela está diferente, há algo novo nela e isso não cheira a falsidade de antes, até parece que a simpatia dela é real.

Ela olha para mim, como se esperasse uma explicação, mas meu celular toca e eu sou obrigado a pegá-lo. É uma mensagem. De Penny.

PENNY: Onde você está????

Escrevo rapidamente que estou no jogo ainda e Juliet levanta uma sobrancelha para mim.

-Mentindo para a Penny?

-É só uma mentirinha.

Digo dando de ombros e esperando que ela não conte para Penny, não que eu não queira que Penny saiba que eu estou aqui, é só que... Nunca contei sobre esse lugar para Penny e o quanto ele é especial para mim, não vou querer contar agora.

-Garotos mentem...

Juliet sussurra e eu olho para ela como se ela fosse louca, o que ela é na verdade.

-O que?

-Nada.

Ela diz balançando a cabeça e eu olho para ela suplicante.

-Não conta para ela, Jules.

-Sou sua amiga, não vou contar.

E mais uma vez eu me pego escutando isso. “Amiga”, ela é minha amiga? Se for, não posso me culpar por me afeiçoar a ela.


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Notas finais do capítulo

E ai?????? como vão as coisas no mundo pokemon? E no digimon? para quem são de lá.
Ok parei, só queria dizer gente que eu estou muuuuito feliz por mais gente estar começando a ler essa historia e comentar, isso me deixa tão feliz *-*
Sei que não querem saber sobre minha vida, mas vou sontar. São 22:41 horas aqui em maceio e eu tenho simulado amanhã, acabei de ter uma discussão com meu amigo irritante e de mandar uma historia para minha melhor amiga. Um dia normal na minha vida e a de vocês? Nunca contam, só a Haley, mas eu sou curiosa gente, gosto de saber da vida das pessoas, não que eu seja fofoqueira, tá?
Bem, próximo capitulo como prometido o POV é do Math, tipo um bônus, espero que gostem. Sei que esse capitulo foi beem chatinho, mas foi preciso, nem sempre tudo são flores né? E eu não to muito engraçada ultimamente, acho que é por que meu aniversario tá chegando, é um tempo de reflexão para mim, saber que eu sobrevivi mais um ano.
Ok, sem exageros, se quiserem conversar com essa autora maluca, podem me adicionar no face e conversar, por que eu adooooro conversar. kkkkkkkkkkk
Beijos Pokémons lindos!



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