Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison
Notas iniciais do capítulo
Jon encontrou a gang e descobriu que não eram o que ele pensava.
Raymond o conduziu para um lugar muito parecido com o de sua academia em São Francisco, onde ele treitava sua pontaria, algo que invejava muitos experientes na época. Mas ali ele não podia demonstrar que atirava tão bem.
_ Jon, me mostre o que sabe. – disse depois de dar a ele uma pistola de brinquedo com balas de borracha.
Jon atirou desajeitado e errou o alvo de propósito.
_ Eu estou um pouco nervoso. – disse para justificar.
Ele balançou a cabeça em desaprovação.
_ Me parece que você não é tão bom assim. Se não é bom no tiro, em que poderá nos ser útil?
_ Tenho boa força física e uma mente cheia de ideias.
_ E você me chamou de mensageiro para impressionar a chefe? – riu - Por que aqui, senhor Jon, ninguém precisa disso que está oferecendo.
_ Então, me apresente ao homem que elaborou aquele atentado no shopping. Quero parabeniza-lo por ter estragado tudo! Ele deve ser amigo do prefeito. – disse em desafio – Se eu não elaborar um plano melhor que esse na próxima vez eu reconhecerei que não sou digno de vocês!
Raymond pensou um pouco, era um forte argumento. Desde o último atentado no Rancho Cordova, o grupo não conseguia elaborar um plano perfeito e aquele do shopping fora mesmo um fiasco.
_ Como sabe que fomos nós?
_ Não estaria aqui se não tivesse pesquisado tudo sobre vocês. O que é? – jogou a arma de brinquedo no balcão – Vai ficar ai querendo saber como me viro, ou vamos agir para matar aqueles desgraçados?
Raymond concordou. Mas achou sua urgência exagerada.
_ Não vamos colocar você na operação se não nos provar que merece. Amanhã eu quero você aqui para fazer outros testes.
Ele não discutiu, e foi embora.
Sabendo que seria seguido, Jon havia alugado uma casinha pequena na periferia da cidade, e lá ficaria até tudo acabar.
Em seu colchão improvisado no chão ele descansava.
Inevitavelmente, porém, a imagem de Trol lhe veio à mente. Ela era muito bonita e poderosa mesmo, o perfume que impregnou sua roupa ainda podia ser sentido. Mas era o olhar dela que o impressionava. Ele viu que ao se afastar dela naquele momento em que pareciam prestes a fazer amor, ela se mostrou decepcionada. E se fosse perigosa para ele teria lhe dado uma bofetada, típico de mulheres como ela. Mas aquilo não aconteceu, e ela desejou estar com ele.
Parecia fácil demais. Então ele imaginou que Trol fosse uma intermediária também, como Raymond.
O outro dia veio logo. Às cinco horas da tarde ela devia estar lá.
Proibido de contatar seus colegas para não estragar o disfarce, ele estava por conta própria, assim como disse Weber.
Quando voltou à casa onde se encontrou com Trol, ele conheceu outros integrantes da gang. Era de se esperar que fossem homens de aparência horrenda e com fortes traços de criminosos em seus rostos. Mas a realidade era outra. Seu espanto foi contido, mas ele não hesitou em olhar para cada um. Eram quatro homens e uma mulher, na verdade uma jovem. Dois deles pareciam ser universitários, e tinha um senhor de mais ou menos 50 anos. Todos eles eram bem vestidos e com boa aparência e tinham em comum um motivo para matar uma autoridade.
_ Pessoal, esse é Jon. Ele disse que vai nos auxiliar na elaboração de um plano para pegarmos o prefeito. – estendeu a mão para um deles ali sentados e disse para Jon – Esse é Walter, o gênio que traçou os planos de que você desdenhou, senhor Jon.
O referido se levantou.
_ E você é o “professor Ludovico das armadilhas”, por acaso? – ironizou.
Jon quase riu de verdade, o rapaz era muito imaturo. Disse:
_ Chama aquilo de plano?
Mas Walter se aproximou um pouco mais dele, tinham a mesma altura e o mesmo físico, além da silhueta compatível.
_ Nem pense nisso, Walter, sente-se. – interrompeu Raymond – Vamos guardar nossa energia para os testes.
_ De que teste está falando? – Jon quis saber.
_ De resistência.
Ele ficou temeroso. Sabia que em algumas gangs era necessário que tivesse o dom da crueldade para fazer parte, e não havia meios de escapar se fosse o caso. Ele teria que encarar.
Mas o teste em questão era algo muito simples para ele.
Raymond levou a todos para fora da casa, era um tipo de rancho com um vasto espaço de terra e muita plantação mais à frente. Jon sabia por experiência que ali se enterravam corpos de pessoas eliminadas, e que por se tratar de um terreno particular, a polícia nunca pôde invadir e vasculhar sem provas.
À frente ele viu um cercado de borracha que lembrava um ringue de luta, e imaginou o que aconteceria.
_ Esse espaço, - disse Raymond – você deve saber para que serve, não é. Jon?
_ Quem é que eu terei que matar ai dentro?
Sua voz ríspida e o rosto sério fez com que rissem, e denunciou o homem que o enfrentaria, o único que não riu. Era o elaborador de planos.
_ Você não vai poder mata-lo por enquanto. Aqui, quem cair primeiro perde.
Jon correu um pouco em volta do ringue para se aquecer, enquanto o outro foi para dentro de uma pequena choupana ao lado, dizendo que ia beber água.
Aguardando a luta, os outros brincavam de apostar, e apostavam em Walter. Menos a garota, que não concordava com aquela violência desnecessária.
_ Ray, isso é bobagem. – disse, como se quisesse impedir a luta – Se os dois se machucarem, não nos ajudarão.
_ Não! – respondeu animado – Eles se recuperarão logo. Além disso, se não aguentam uma luta você sabe que Trol dispensa.
Mas ela virou o rosto. Odiava Raymond.
Seu nome era Linda, tinha 20 anos, filha de um homem que foi morto pela polícia e estava na gang para buscar vingança, e era a responsável por distrair pessoas na hora dos atentados.
Jon chegou, estava suando e tirou sua roupa de frio, uma jaqueta de camurça, e jogou para o lado, em seguida tirou a camisa de brim azul e ficou com seu tórax nu.
_ Vamos? – disse Raymond ao notar que Linda observava o homem seminu em sua frente.
Linda se aproximou de Jon e apreciou seu peito e sua cor, além de se agradar da tatuagem que ele tinha. Quando Raymond se afastou deles ela disse, como se implorasse.
_ Seja esperto e caia logo. Walter já derrubou homens maiores do que você.
_ Não se preocupe, eu sei me cuidar.
Quando ele disse aquilo olhou para Linda e viu seus olhos verdes. Ela tinha cabelos pretos como a noite e seus lábios eram cor de rosa, que enfeitavam seu rosto moreno claro. Ele não resistiu e sorriu. Linda não sabia que havia recebido o sorriso mais raro do mundo.
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