Acordei com uma forte dor de cabeça e em um lugar que, bem, infelizmente eu conhecia. Estava deitada na cama do quarto do Zabine. Comecei a me lembrar dos fatos ocorridos até que lembrei que eu fui até o banheiro e ele me seguiu. Dei um grito de terror e pulei da cama, correndo pra tentar abrir a porta. Estava trancada. Olhei para os lados e vi que estava sozinha, então me sentei no chão e comecei a chorar. Grande bosta. Eu fui sequestrada por Luke Zabine.

Fiquei sentada um bom tempo, abraçando as minhas pernas, até que ouvi barulho da porta sendo aberta e me levantei.

- Oi, princesa. Que bom que já acordou. – ele me olhava sorrindo, enquanto eu o encarava furiosa.

- PRINCESA? VOCÊ TEM PROBLEMA MENTAL? – eu ia ficando mais vermelha a cada palavra que dizia. – VOCÊ ME SEQUESTRA E VEM ME CHAMAR DE PRINCESA?

Ele sorriu e foi se aproximando de mim e eu deixei. Quando ele estava perto o suficiente, dei um joelhada nas suas partes baixas.

- TÁ LOUCA AMOR? – ele perguntou, se encolhendo no chão.

Dei risada da cara dele.

- Eu? Louca? Hahaha. Você me sequestrou e depois diz que eu que sou louca?

De repente a porta se abriu bruscamente e uma coisa alta de longos cabelos loiros entrou pelo quarto.

- Luke, você disse que ia me arranjar o Escórpio e... – ela parou no meio da frase quando me viu. Eu olhava incrédula para ela.

- O QUE ESSA TOSCA TÁ FAZENDO AQUI? – nós duas perguntamos ao mesmo tempo.

- Calma, garotas, eu sei que vocês me amam, mas não é pra tanto. – Zabine disse, passando os braços pelos ombros de nós duas.

- CALADO. – Layla berrou.

- Pera, deixa eu ver se entendi. – suspirei. – VOCÊ ME SEQUESTRA E AINDA PROMETE AJUDAR ESSA LOIRA OXIGENADA FALSIFICADA E VADIA A FICAR COM O MEU NAMORADO? MENINO VOCÊ É TAPADO!

- OLHA O RESPEITO, SUA IMITAÇÃO FALSIFICADA DE FÓSFORO!

- OLHA O RESPEITO? VOCÊ FICA DESFILANDO QUASE PELADA EM HOGWARTS E VEM EXIGIR RESPEITO? SE ENXERGA LAYLA!

- E VOCÊ? FICA AI ROUBANDO HOMEM DOS OUTROS E ACHA QUE EU QUE SOU A VADIA? SE TOCA, COISA.

- HOMEM DOS OUTROS? O ESCÓRPIO ME AMA, SUA TONTA, ELE NUNCA VAI SER SEU. NUNCA.

- AH É? PORQUE EU JÁ FIQUEI COM ELE! – ela estava mais vermelha que os meus cabelos, assim como eu.

- JÁ MESMO, MAS FOI QUANDO ELE ESTAVA BÊBADO, PORQUE SÓ ALGUÉM BÊBADO PRA QUERER BEIJAR UMA LAMBISGÓIA COMO VOCÊ! – berrei, saberia que ficaria rouca dali algumas horas. Mas foda-se.

- SAIBA QUE EU SOU MUITO MAIS DESEJADA QUE VOCÊ, QUE SÓ TEM GAROTOS AO SEUS PÉS PORQUE É FILHA DE HARRY POTTER!

- PELO MENOS, EU TENHO UM NAMORADO!

- NÃO POR MUITO TEMPO! – a voz dela começava a falhar, assim como a minha. Zabine olhava a cena entretido, como se fosse o melhor filme que ele pudesse estar vendo.

- O QUE ESTÁ ENSINUANDO?

- TROUXA, ACHA MESMO QUE SEU NAMORADO TE AMA? SE ELE TE AMASSE DE VERDADE, JÁ TERIA COMEÇADO A TE PROCURAR, NÃO ACHA?

Parei por um segundo para digerir tudo aquilo. Ela estava certa. Se Escórpio realmente me amasse, ele já teria sentido a minha falta e teria saído a minha procura.

Estava pronta para recomeçar a berrar, quando ouvi um barulho de porta sendo arrombada. Nós três olhamos para a escada e eu pude ver alguns tufos de cabelo preto, ruivo e para desgosto da Layla, loiro.

Eles subiram as escadas apressados e entraram no quarto.

- LILIAN! – minha mãe berrou, com os olhos cheios de lágrimas, vindo me abraçar, junto de Dominique e Roxanne.

Escórpio me olhou e eu apenas concordei com a cabeça, como se dissesse: “eu to bem”.

- Como você é previsível Zabine. Sequestrar a minha namorada e trazê-la para sua casa. Muito inteligente da sua parte, como se ninguém soubesse que você é louco pela Lily!

- Malfoy, ela sempre foi a minha garota. Ela me ama, apenas não admite ainda.

Olhei para ele como se ele fosse louco.

- Só se for no universo paralelo que você vive junto com essa vadiazinha loira. – falei, sarcástica.

- JÁ FALEI PRA NÃO ME CHAMAR DE VADIA, SUA PUTA! – ela me olhou, apontando a varinha.

- A MINHA FILHA NÃO, SUA VACA! – minha mãe disse entrando na minha frente e encarando raivosa a rosto vermelho da Layla.

Sorri em resposta a atitude da minha mãe. Ai me lembrei das outras pessoas que estavam no quarto. Olhei e vi Thiago, Alvo, Hugo e Escórpio partindo pra cima do Zabine, lhe dando socos e tapas e pontapés.

- AI MEU MERLIN! – Dominique berrou, assustando todos, que pararam para olhar a garota. – JURO QUE SE VOCÊS DEIXAREM MEU NAMORADO FEIO, EU CASTRO VOCÊS!

Todos a olharam incrédulos, inclusive Roxanne.

- Sério, Dominique? Sério mesmo? A nossa prima foi sequestrada e você fica ai preocupada de o seu namorado ficar feio? – Roxanne falou, indignada. Olhei para ela como se dissesse: “quem é você e o que fez com a minha prima?”. Então ela sorriu. – Na boa, com um monte de cara gato no quarto, você se preocupa com o seu namorado? Fala sério!

- DÁ PRA VOCÊS CALAREM A BOCA? NÃO AGUENTO MAIS OUVIR ESSAS VOZES ESGANIÇADASDE VOCÊS!  - Layla berrou e foi o cúmulo para minha mãe, que a azarou, deixando-a desacordada.

- MÃE!

- Desculpe filha, mas ela merecia.

Dominique e Roxanne batiam palmas e comemoravam gritando: “ISSO AE, TIA!”, “ACABA COM ELA!” e minha mãe fazia falsas reverências em agradecimento.

- Mãe? Cadê meu pai?

- Ficou lá embaixo conversando com Blásio. Ele ameaçou o cara, falando que se o filho dele colocasse a mão em você mais uma vez, ele mandava os dois pra Akaban. – ela sorriu orgulhosa.

Ficamos ali assistindo a briga dos meninos. Isso mesmo, minha mãe desnaturada deixou os filhos brigarem, na verdade ela até incentivava. Ela tinha levado Layla para um quarto e a trancado lá.

Depois de certo tempo de briga e um Thiago de olho roxo, um Alvo com um corte na boca, Hugo com um hematoma no braço e Escórpio com um dedo quabrado (não me pergunte como), meu pai entrou no quarto junto com o Zabine pai

- Luke, como castigo, você sairá de Hogwarts. Isso mesmo. – ele disse assim que viu a cara do filho. – Eu já tava planejando me mudar com a sua mãe pra Bulgária e essa sua atitude infantil e mal pensada só me fez ter mais certeza da minha decisão. A partir de janeiro, você estuda em Durmstrang e não se fala mais nisso.

- Obrigada, Blásio. – meu pai disse, apertando a mão do colega.

Depois de tudo resolvido, nós fomos para casa.

- Ai, Lily, eu senti taaaaaanto a sua falta. Achei que fosse morrer sem você por perto. – Roxanne fingia lágrimas nos olhos enquanto eu revirava os olhos.

- Seja menos falsa, por favor.

- ALVO! Fala sério, como eu vou te beijar agora com esse corte gigante na sua boca? – Dominique perguntou, enquanto limpava o ferimento do namorado.

- Ai, linda, isso dói. – ele reclamou quando ela colocou um algodão com água em cima do corte.

Eu apenas sorri e me aconcheguei mais no colo do meu namorado.

- Obrigada. – sussurrei no seu ouvido.

- Eu faria tudo de novo, só pra te salvar. – ele respondeu.

- Eu te amo tanto. – disse, segurando a mão dele.

- Eu também, te amo tanto que chega a doer meu dedo quebrado. – ele sorriu amarelo e eu percebi que estava apertando a mão machucada.

- Desculpa. – murmurei, corando.

Ele beijou o topo da minha cabeça.

- Relaxa, gata, to acostumado com o seu descoordenamento. – ele disse rindo.

- EI! Essa palavra e minha! – disse emburrada, enquanto ele ria mais ainda.