SETH...

(Algumas horas depois do ocorrido com o Sam)

Falei ao Jake que precisava ir para casa dormir, que estava cansado demais para fazer a ronda de hoje, então ele iria chamar o Embry. Ele iria surtar comigo, por eu tê-lo feito perder mais uma noite de sono, mas era preciso. Disse que estava cansado ao Jake, mas a verdade é que eu não aguentava mais de angustia e tinha que pensar
sozinho. Não aguentava mais a angustia de mesmo não podendo, querer pensar nela.

Fui em direção ao penhasco e sentei ali, sozinho com a brisa no meu rosto, era tudo o que eu precisava. Lembrei-me de quando eu vinha com ela aqui... Quando o vento fazia balançar aquela cascata de fogo, que moldurava seu rosto de anjo. Ou quando o seu sorriso fazia iluminar todo o meu dia, por pior que tenha sido... Ou então quando seus olhos castanho chocolate, me fazia ver o interior de sua alma.

Pensei em como eu tinha que fazer um belo teatro para que ela acreditasse que eu só queria a sua amizade, quando o que eu realmente necessitava era estar em sua presença, mesmo que isto me custasse à sanidade ou até a amizade de um velho amigo meu que quando
mais jovem o admirava, porém eu cresci e as coisas mudaram. Amigo este que eu admirava, mas que passei a invejar quando um anjo tão lindo caiu em sua vida, um anjo que atende pelo nome de Renesmee Carlie Cullen.

Era tudo tão fácil quando ela era pequena, era como se fosse só minha irmã mais nova, mas aí ela foi crescendo. Crescendo de uma forma tão bela que nem eu mesmo podia acreditar que uma garotinha tão pequena e delicada, pudesse se tornar uma mulher tão linda e decidida. Ela era frágil, mas corajosa. Doce mas ao mesmo tempo sexy. Gentil mas agressiva, e acima de tudo ela era sem sombra de dúvida, a mais bela representação já feita de uma deusa. Algo desigual e sem par.

Leah a considerava uma irmã, alguém que ela tinha que proteger; comigo também era assim, só que era mais forte. Nessie também considerava Leah sua irmã, e se alguém tinha dúvidas disso, com certeza todas se cessaram pelo modo como ela a defendeu hoje mais cedo.

FLAS BACK ON

Nessie saiu correndo atrás da Leah. Eu também estava morto de preocupação com a minha irmã, mas eu também estava preocupado
com a minha pequena, pois Sam havia pegado no braço dela com força. Minha vontade foi de partir a cara dele por falar daquele jeito com ela, mas ninguém deixou. Simplificando, Embry, Jake e Quil me seguraram.

Quando chegamos até as duas, encontramos Leah com a cabeça deitada no colo da Nessie, enquanto ela cantava para tentar acalmar minha irmã. Ela cantava “someone like you” da “Adele”, o que se encaixava muito bem, dado às circunstancias.

Sua voz era tão linda que parecia um coro de anjos, não resisti a al tentação e me sentei ao seu lado na árvore só para ouvi-la.
...

Sam queria falar com ela, então ela e o Jacob foram até a casa da Emily. Eu queria ir junto, mas eu sabia que deveria dar apoio a minha irmã. Então fiquei ao seu lado, tentando acalma-la.

Quando minha pequena voltou com o Jacob, ela estava meio tensa, parecia que havia chorado.

Depois de Jake a levar até em casa, perguntei para ele o que havia acontecido. Ele disse que a Leah acabou contando do rolo do imprintim que o Sam teve, mas não mencionou que a Nessie era imprintim do Jake. O meu anjinho se desesperou e começou a chorar, e aí quando
o Jacob perguntou o motivo, ela disse que ela tinha medo de perdê-lo. Que ele prometeu não deixa-la, mas que algum dia ele não teria escolha, pois teria um imprintim com alguém. Ele não teria escolha assim como Sam não teve.

FLASH BACK OFF

Não preciso nem mencionar que essas palavras foram como uma adaga enfiada em meu coração, pois mesmo o tapado do Jake não percebendo, ela o amava com todas as suas forças. E mesmo
meu delicado anjo não percebendo, eu a amava com todas as minhas forças.

Só Deus sabe o quanto eu sofro por ela. Mas só eu sei o quanto eu a amo, e não precisei de um imprintim para amá-la de tal forma.

Às vezes chego à conclusão de que a vida é injusta, pois se não fosse o maldito do imprintim, eu poderia ficar com ela. Seria tudo que ela precisasse e a faria feliz. Faria com que cada sorriso que ela desse, fosse para mim, mas acima de tudo, faria com que ela não derramasse nenhuma lágrima sequer por mim, pois todas que se quer ousassem cair, por qualquer motivo, eu estaria ao seu lado, pronto para enxugá-las antes que as mesmas tocassem o chão. EU a faria feliz. Mas eu não posso. Não posso porque a droga de um imprintim me impede, não posso porque mesmo eu querendo, não poderia toma-la para mim, pois meu Alfa a amava e ela estava predestinado a ele. Não posso dizer que a ela que a
amo, porque por mais que ela mesma quisesse não me retribuiria estes
sentimentos. Sentimentos que daria a minha vida para que fossem correspondidos.

Chego a imaginar que é uma maldição. Algo tipo, que todo Quileute tem que sofrer um triangulo amoroso, para então, só depois encontrar um imprintim, algo que o anestesie, algo que o faça esquecer. Algo que acabe com sua dor. A dor de não ter tido um amor tão forte correspondido.

Me pergunto até hoje que se fosse eu a tentar impedir o Jake de matar o bebê que Bella acabara de dar a luz... Me pergunto se eu a tivesse visto primeiro, eu que teria um imprintim com ela, algo que só aumentasse meu amor por tão bela criatura.

Ver meu anjinho sofrendo, era a pior dor que eu poderia enfrentar. Ela sofre por amar o Jake e achar que ele não a ama. Apesar d’eu querer que isto acontecesse realmente, não posso. Não posso porque ela sofreria ainda mais. Pelo ou menos assim, um dia o Jake acordaria e diria a ela que a ama, mas se ele não a amasse ela sofreria demais.

Em meio a este caos que são meus sentimentos, por mais que eu queira tomar outra decisão, não DEVO cogitar a ideia de tomar outra se não esta. Devo deixa-la ir. Devo deixa-la ser feliz com quem ela escolheu, ou quem já estava predestinado a ela. Por mais que eu queira ser a causa de sua felicidade, eu não sou. Então por mais que isso doa, devo deixar outro amá-la, devo deixar que ele a faça feliz, coisa que não poderei fazer, porque não posso.

Eu a amo mais do que tudo, e devo deixar que ela seja feliz. Mesmo que sua felicidade não esteja comigo.

–Seth. – Ouvi a voz que eu mais amava me chamar.

–Oi. – Lhe respondi.

–Estava preocupada. Todos estão te procurando. Você nem foi à escola hoje. – Meu anjo me falou se sentando ao meu lado. Só agora havia percebido que passei a noite com meus devaneios, com minha revoltas, e que agora, o sol já estava quase no meio do céu, e que apesar da costumeira neblina, não deixava de revelar que já era quase meio dia.

–Por Deus! Eu acho que viajei mesmo desta vez! – Falei ainda impressionado. – Me desculpe por te deixar sozinha. – Completei.

–Tudo bem. – Ela disse com um sorriso lindo. Não resisti à tentação e a puxei para o meu colo, enquanto ela veio de bom grado. – Quer conversar?! – Ela perguntou enquanto brincava com meus dedos e o vento batia em seus cabelos, me deixando hipnotizado.

–Não posso minha pequena. Não sei se devo, mas se eu
resolver o que fazer (ou tomar outra decisão *falei mentalmente*), você será a primeira, a saber. – Falei.

–Tudo bem. Só quero que saiba que eu estou aqui com você. – Ela disse docemente. Soltei um suspiro pesado e lhe disse.

–Eu sei.

Ficamos ali, por um tempo indeterminado. Eu não fiz questão alguma de levantar ou tirar ela de meus braços e ela também não deu sinal de que sairia dali. Ter seu corpo quente e delicado colado ao meu era a melhor sensação que existia na terra. Tê-la por perto era o maior presente que ela podia me dar. Ficamos assim, cada um com seus pensamentos, cada um com as suas escolhas, cada um com as suas suposições.

Pensei que eu teria que ficar sem me transformar pelo resto do dia, pois meus pensamentos estavam mais habitados por ela do que de costume, mas também pensei em mais uma coisa...

Mesmo ninguém contando a ela que ela é o imprintim do Jake para que ela tivesse escolhas, ninguém poderia escolhê-la. Como por exemplo, eu. E mesmo que ela pudesse ter outra opção, algo dentro dela dizia que ela o queria. O imprintim fazia isso com os envolvidos. Então de qualquer jeito, ela de certa forma, nunca teve opção.

Nunca teve nem poderia ter, mas eu poderia mudar isso, e ao contrário do Jacob, eu sabia o que eu queria, e mesmo não querendo, mesmo negando a mim com todas as forças, mesmo dizendo para mim mesmo que faria o contrário, não tinha como me convencer...

Então farei uma correção. Ela não tinha escolha... Até o momento que eu resolvesse dar mais opções a ela.

(n/a: Leiam as notas finais, porque é MEGA IMPORTANTE!).