-Filho deles? – Pergunta confuso. – Pera, você sabe que são meus pais!? – Ele segura o maior pela camisa, chacoalhando-o. – Quem são, vamos, me diga!

 -Calma jovem! – Ronan segura os braços dele, segurando-o firme. – Não tenho certeza...

-Ronan, olhe ele! – A maga vem e aponta para o moreno. – É a cara deles, a personalidade, ele a possui, pra quem mais ele entregaria seu bem mais precioso?

-Arme... Eu sei que você quer acreditar... Mas... Pode não ser ele. 

-Esperem vocês dois! – O garoto diz já perdendo a calma. – De quem diabos vocês estão falando? Expliquem-me!

-Você... – Ronan começa porém é interrompido por Arme. 

-Você é filho do lendário guerreiro, Sieghart!

 Kaito fica boquiaberto, porém nenhuma palavra sai sua cabeça começa a ficar pesada, junto ao seu corpo. Começa a cambalear e logo cai desacordado no chão frio de mármore. Ele abre os olhos lentamente, a luminosidade do local atrapalha bastante nisso, ele os fecha e abre de uma só vez. Estava em casa, na sua cama, e no quarto com apenas uma Cama, guarda roupa e uma pequena estante ao lado de seu local de descanso, sem contar claro, as cortinas na janela de frente para a cama.

  -Kaito! – A elfa o abraça fechando os olhos com força.

-Lilly. – Ele retribui o abraço. Logo eles se separam e ele olha ela de cima a baixo. – Você esta bem, e seus ferimentos? – Ele a vira levantando sua camisa.

 -Kyah! – Num golpe rápido ela da meia volta com seu corpo já com a mão aberta, tapeando a face do rapaz. – I-i-idiota! Não levante a camisa de uma dama assim do nada! – Grita ela corada.

Ronan e Arme entram rapidamente no quarto, preocupados. O azulado coça a nuca, sem entender muito bem, enquanto a maguinha solta uma risada baixa ao ver a cena da ruiva brigando com o moreno, e ambos corados pelo ocorrido.

-Ainda resta duvidas, Roni?

-Acho que não. – Ele suspira, dando uma pigarreada, chamando a atenção dos mais novos. – Kaito, como se sente?

-Melhor... – Ele estica ambos os braços para cima. – Foi estranho... – Fita a própria mão, abrindo-a e fechando. – Senti tanto poder... Era como se... Meu corpo estivesse mais leve, e eu soubesse o que fazer para derrotá-los, previ cada movimento, cada pensamento, eu estava um passo a frente em cada golpe, e depois... Simplesmente apaguei no pátio central.

-É o seu sangue. – Ronan chega mais perto, sentando em uma das cadeiras ao lado da cama, ele cruza os braços e fica sério. – Esta pronto para saber a verdade?

-Eu... – A elfa coloca a mão sobre seu ombro, olha para ele e assentia. – Sim, por favor.

-Bem, há 16 anos, o caos reinava sobre o mundo, graças aos portais dimensionais, nós da Grande Chase tivemos muitos problemas, e uma guerra dimensional começou, pela busca de poder e dominação, vinda dos asmodianos. Nós lutamos bravamente, e em meio a essa confusão, Elesis... – Ele olha para baixo, porém se recompõe rapidamente voltando a falar. – Ficou grávida de Sieghart.

-Elesis... a líder da Grand Chase? Com Sieghart?!

-Deixe-o terminar. – Repreende Arme. – Tem mais.

-Bem, ela ficou grávida, e a guerra continuou por um ano, e a criança nasceu, um fio de esperança em meio a tantas mortes e perdas. Uma criança de cabelos negros e olhos vermelhos. – Kaito arregala os olhos. – Sieg tinha uma arma, a Hieglander, uma das cinco espadas sagradas, a provável chave para acabar com a guerra em um golpe. Porém em uma noite fomos atacados sem previsão, Sieghart estava decidido de acabar com aquilo de uma só vez, ele trocou sua imortalidade por um poder surreal, que foi depositado na arma, porém quando ia aplicá-lo e acabar com tudo, Elesis e seu filho foram atacados, ele perdeu a cabeça, junto da espada, que foi moeda de troca pela vida de seus amados.  Contudo, ele a conseguiu de volta... – Ele faz uma pausa.

-Como ele a conseguiu de volta? – Kaito pergunta curioso.

  -Se sacrificando, enfiando-a em seu próprio peito, e num ato de força ele a tirou. Um golpe. – Ronan ergue o dedo indicador. – Ele destruiu todo o exercito e fechou os portais. – O moreno se surpreende e fica animado, como uma criança ouvindo uma historia de ninar. – ele estava para morrer... só que ainda sim, pensou em todos. Selou a espada num cristal. – Ronan aponta para o colar do moreno. – Porém, como não tinha poder o suficiente, Elesis se sacrificou junto á ele para o ritual ser cumprido. – Kaito fita a coberta sobre seu ventre, apertando a mesma para conter as lagrimas.

  Arme ao notar isso segue até ele, e surpreende a todos, abraçando-o. Aquele calor, aquele abraço... Kaito nunca sentiu antes, não era um abraço como o de Lilly, era um abraço de... mãe.

  -Seus pais deram a vida pelo mundo, para que ele fosse bom para você viver, Kaito. – Ela segura seu rosto com e o fita nos olhos. – Eles pensaram em você a todo momento, até o ultimo segundo, então por favor, não os odeie.

 -Como eu poderia odiar eles? – Ele sorri. – Eu os amo! – Ronan suspira aliviado, se levantando.

-Bem, você tem a arma mais poderosa da terra ai rapaz. - Volta a apontar para o colar. – E alguém esta interessado nele, o que vai fazer?

Kaito se levanta, fica de frente para Ronan e se curva perante o azulado. 

-Por favor, me ensine a lutar com espadas! – Suplica ele.

  Ronan apenas sorri e coloca sua mão nos cabelos dele, bagunçando-os mais que o normal. Arme o olha sorrindo, Lilly também, porem seu sorriso é mais abatido e triste que o dos demais.

 A noite cai rapidamente, fora decidido que Kaito partiria com o Inquisidor e a maga até Canaban onde começaria seu treino para aperfeiçoar uma técnica e começar a investigação sobre quem é o ser que quer o poder selado.

  As estrelas brilhavam fortes no céu, mesmo com a grande iluminação da enorme Lua Cheia, elas conseguiam se destacar com uma beleza inigualável. Na mesma arvore onde tudo aconteceu mais cedo, a ruiva estava sentada, fitando o nada.

-Hey,Llilly! – O moreno a tira de seus devaneios. -  O que foi? – Se senta ao lado dela.

-Nada... – Ela sorri fraco de novo.

  -Você não pode esconder nada de mim, besta. – Ele da um peteleco na testa dela, a mesma murmura algum chingamento, ele gargalha.

-Vai partir amanhã... certo?

-Sim.. – Ambos fitam o céu agora.

  Kaito por algum motivo cora, ela o olha confusa, porém logo o moreno balança a cabeça para os lados, tentando dispersar os pensamentos, fora em vão. Ele a olha, agora seus orbes se refletiam, pela cor forte de ambos, ele se aproxima dela, colocando a mão em no cão, usando-o de apoio, ambos fecham os olhos, e quando seus lábios iam se tocar, suas testas colidem, pelo susto saltam para trás e caem na risada, porém logo coram, desviando o olhar.

-Vou sentir sua falta... – Ela estreita os olhos.

-Eu vou voltar, prometo. – Ele segura o queixo dela com um dedo, aproximando-se novamente, dessa vez, ele move um pouco o pescoço para o lado, encostando seus lábios, dando inicio a um beijo.

  Com a outra mão ele se apóia no gramado, aprofundando mais o beijo, ela por sua vez, envolve o pescoço do jovem com ambos os braços, agarrando-o e mexendo em seus cabelos.  Ele a deita no chão ainda se beijando, porém param, se olhando corados com a respiração ofegante, ela vira o rosto, ele logo entende, e começa a beijar e morder o pescoço da elfa.

 -K-kaito. – Geme ela baixinho, arranhando o pescoço do jovem. Ele por sua vez, continua as mordidas, passando a mão pelas coxas dela. – P-pare... – Pede ela.

-Lilly... – Ele cessa as caricias, soltando-a e afundando a cara no gamado, bufando.

  -D-desculpe. – Ela cora.

-Hey, tfudo bfem. – Ele se levanta e a fita, acariciando seu rosto. –Tudo bem. –Sorri, ela cora mais ainda.

-C-omo pode seu sorriso me deixar tão boba? –Vira o rosto.

-Do mesmo jeito que o seu olhar faz eu ficar com essa cara de idiota, e seu sorriso pode me alegrar por um mês inteiro. – Ela da um tapa de leve no braço dele. 

 -Idiota...

  -Bem. – Ele se levanta e a puxa com um braço, abraçando-a de um jeito que o rosto da mesma fique afundado no peito dele. – Eu vou voltar... Quando tudo isso acabar, eu volto, só para você. – Ela afasta o rosto do peito dele, fitando-o nos olhos. – Por que eu te amo ruivinha. – Ele sorri, acariciando a bochecha dela.

-Também te amo, idiota. – Ela sorri, estreitando os olhos, fazendo suas bochechas criarem pequenas covinhas, vermelhas pela coloração da timidez.

  -Fofa... – Ele morde de leve a bochecha dela.

 -Pa-para de me morder. – A ruiva soca a cabeça dele e o mesmo  se afasta reclamando. – É-é melhor você ir para casa, os guardas já devem ter notado sua ausência, e eu tenho que voltar para o vilarejo élfico, a-até amanhã! – Ela se vira, porem ele segura o braço dela, puxando-a novamente para mais um beijo, ela sorri coara e corre em direção ás montanhas.

  -Você se parece exatamente como seu pai, Kaito. – Ronan sai de cima da arvore com um enorme sorriso no rosto, Kaito cora, cruzando os braços.

-O-oque quer dizer com isso?

  -Ele também chamava Elesis de ruivinha, hehe, ela vivia gritando com ele, mas no fundo adorava esse jeito divertido e descontraído, além de seu relaxamento e aquele jeito “foda-se” dele.

  -Nossa... agora que você falou, sou igualzinho meu pai! – Kaito sorri animado.

-E ainda sim, carrega traços de sua mãe.

  -Sério? Eu... Queria ter conhecido eles...

-Talvez, conforme for aprendendo sobre o passado de seus pais, possa formar uma impressão mais clara e real sobre eles. – Ronan mexe nos cabelos do mais novo. – E, a maior pista para essa impressão, é você mesmo, rapaz. – Ele o olha confuso. – Ai ai, nada, vamos, amanhã acordaremos cedo para ir até o vilarejo élfico, quero rever uns amigos antes de partimos á Canaban.

-Certo, certo. – Suspira, voltando para sua casa, para a ultima noite de sono na mesma, pois no dia seguinte, tudo será diferente.