As Brasileiras escrita por Felipe Chemim


Capítulo 3
A Assombrada Do Pantanal


Notas iniciais do capítulo

História de suspense onde uma mulher parece estar louca, sem saber que é uma coisa muito além disso e muito assombrosa...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/215638/chapter/3

Brasil... Centro-Oeste... Mato Grosso do Sul... Pantanal. Uma fauna maravilhosa e com lindos animais, como a onça pintada, selvagem como a heroína de hoje,
A Assombrada Do Pantanal

(está escuro e já se passa das 3 da madrugada.)
Lúcia é uma mulher solitária, que vive por aí trabalhando em bicos no Pantanal, e levando alguns sustos...
(Quando Lúcia levanta assustada...)
Lúcia:Ufa...foi só outro pesadelo...
(ela começa a se lembrar de tudo... Um carro capotando... Faíscas...Latidos de cachorros...e uma grande explosão no final...)
(Lúcia não consegue dormir todo o resto da noite...pensando naquele pesadelo que começou a se repetir há poucos dias...)
(no outro dia de manhã. Lúcia está tomando seu café na cozinha quando vê no reflexo da panela um vulto na janela. Assustada, rapidamente se vira, mas não vê nada...)
(ela senta-se na mesa, com uma xícara amarela cheia de café e pensando nos fatos estranhos.Ela resolve dar um passeio pela vila, talvez assim se acalma-se... )
(ela passeia pela rua de areia, quando escuta uma voz...)
Voz misteriosa(como se fosse um rouco cochichando): Lúcia....Lúcia
(ela se vira mas ninguém da rua estava chamando... Todos passando calmamente e sem prestar muita atenção no cotidiano...)
Ela apertou os olhos e pensou que estava ficando louca, logo depois de rodopiar igual um cachorro antes de deitar...
Também pensou que algum garoto tivesse lhe pregando uma peça, mas nenhum que a conhecesse faria isso, depois daquele golpe nas... Nos países baixos, se é que me entende...
(Lúcia começa a andar novamente, até que chega na casa da irmã, e resolve entrar)
Gabriela: Lúcia! Entra mana...
(Lúcia entra... Alguns segundos depois, já no sofá...)
Gabriela: Daqui a pouco já sai o café...
Lúcia: Não não... Já tomei...
Quase sempre, as visitas só vão no horário perto do café, almoço e janta, para comer...
(Lúcia se sente tonta, mas recupera os sentidos...)
Gabriela: O que foi?
Lúcia: Que foi o que?
Gabriela: Você... Me parece preocupada...
Lúcia: Impressão sua...
Gabriela: Se tiver acontecendo alguma coisa... Qualquer coisa... Me fala...
Lúcia(com um sorriso falso): Tá bom... Fica tranquila...
Depois de um tempo, ela diz que já está na hora de ir e que tem que preparar o almoço, tentando fugir do assunto que se lembrava toda hora do pesadelo...
Gabriela: Fica mais um pouco...
Lúcia: Não dá...
Gabriela: Almoça comigo...
Lúcia: Desculpa Gabi... Tenho que preparar o almoço e enviar um negócio de trabalho pela internet...
(ela vê um vulto na cozinha pelo reflexo da geladeira, que ficava perto da passagem para a sala)
Lúcia: Escuta... O Marco está?
(Marco=marido de Gabriela)
Gabriela: Não... Hoje trabalha cedo...
Lúcia: Atá... Você tá sozinha né...
(ela pisca e o vulto some do reflexo)
Gabriela: Sim...Por que?
Lúcia: É que... Queria saber se ele podia me ajudar num negócio... Do meu trabalho...
Gabriela: Marcenaria? Não sabia que mexia com isso...
Lúcia embolou tudo e disse a primeira coisa que pensou:
Lúcia: Marcenaria? Pensei que era psicologia... Bom... Vou indo...
(Lúcia sai,enquanto Gabriela fica com cara de muito confusa)
(ela anda novamente para voltar à sua casa. Quando um carro passa, ela fica um pouco tonta e resolve se sentar num banco...Na sua frente começava para uma mata, e atrás de uma árvore ela vê um vulto pálido, olhando exatamente para ela... Quando passa um carro, o vulto some...)
Lúcia(pensando): O que era aquilo?
(ela fecha os olhos e respira fundo...)
Lúcia(repetindo pra si mesma):Eu não estou louca.Eu não estou louca!!!
(ela se levanta, melhor, e volta para sua casa)
(Ela passa perto da floresta que havia ao lado da sua casa e passa tranquilamente pela pequena estrada de terra, que não era muito movimentada. Ela ouve latidos de cachorros no meio da floresta...)
Lúcia: Ai que susto!
(Ela entra na sua casa, e olha o lago pelo qual ficava em volta da mesma... Depois de colocar o almoço resolve tomar um banho no lago...)
(ela chega lá, vê se não há ninguém por perto e se joga na água verde do lago... Tão refrescante...)
Nossa onça, digo... Heroína... Se sentia uma princesa sereia, mergulhando na água...
(ela então vê uma sombra na água... Ela pisca os olhos e a sombra desaparece...)
(Rapidamente sobe para a superfície...)
Lúcia(pensando): O que tá acontecendo comigo? O que? O que?...
Enquanto mergulhava a cara novamente, pensando ser um sonho estranho, Lúcia também pensou que era macumba arerê ou coisa parecida, como assombração, mas lembrou que não acreditava nessas coisas...
(ela sai da água, enrolada numa toalha rosa e dá a volta na casa, para entrar...Quando tromba com um menino)
Lúcia: Ai Jesus!
Lúcia tomou um susto tão grande, que quase deixou a peteca... Digo... A toalha cair e mostrar a aranha do mato...
Lúcia: Você me deu um susto menino!
Garoto: Desculpa... É que a bola caiu e eu vim buscar...
Ao ver a bola esfarrapada com o menino, e a cara dele pior que a da bola, Lúcia disse para ir embora, mas antes perguntou:
Lúcia: Você mora por aqui?
Garoto: Não... Moro bem mais para lá...
(ela aponta para a estrada no meio da floresta...)
Lúcia: E como que a bola foi para aqui?
Garoto: Meu pai levou a bola para encher por que tava murcha, e ele volta a noite do trabalho, e antes de vir pegou ela... Só que quando passou por aqui ela caiu da caçamba...
Lúcia: Seu pai passa por aqui?
Garoto: Todo dia antes à noite quando volta do trabalho... Por que? Te incomoda? Te acorda...
Lúcia: Não não... Imagina...
Ela nunca o viu passar...
Garoto: Vou indo... Melhor você entrar, pode se resfriar...
Lúcia: Pode deixar...
(o garoto some pela estradinha)
Algo cutucava Lúcia, ela não sabia o que... Mas não era receber ordens de um garotinho de uns nove anos...
(ela entre em casa e se veste...)
Lúcia: O almoço!
(ela corre pra baixo, quando olha para a janela que havia acima do fogão a lenha, vê o mesmo vulto branco que estava na árvore: um homem pálido, barbudo, cabelos negros...)
Lúcia: Ah!
(por alguma razão, ela desvia os olhos da janela e olha para a mesa, onde estava uma faca, e olha novamente para a janela... O ser havia sumido, mas o fogo do fogão aumentado e chamuscava ao ar...)
Lúcia: Droga!
(ela vê as chamas do fogão explodirem e vê que a faca da mesa voa em sua direção)
Lúcia: Ah!
(ela fechou os olhos com força e colocou os braços na frente do rosto...)

*** Dizem que a vida toda passa diante dos seus olhos quando você está prestes a morrer... Só que como Lúcia estava de olhos fechados, não viu nada... Mas quando abriu, decidiu o que tinha que fazer:
Lúcia: Preciso procurar um psicólogo!
(tudo estava normal... Nenhum vulto, a faca e o fogo normais...)
(ela começa a procurar o telefone de um psicólogo...que uma vez no passado uma amiga sua havia lhe dado)
Lúcia:Ah! Achei! Dr. Lírio Cabral... “Temos tudo para ajudá-lo”,Hum...Parece bom...vou ligar...
(Lúcia liga para o dr lírio e marca uma consulta para naquele dia, um pouco mais tarde...)
(Chega a hora da consulta)
Dr.Lírio:Olá,como vai?
Lúcia:Bem....na verdade...mais ou menos...
Dr.Lírio:Vamos sente-se...me conte por que está mais ou menos....
(Lúcia se senta)
Lúcia:Bom doutor,a minha vida está um pouco “estranha” ultimamente se é que me entende....
Dr.Lírio:Por quê está assim...estranha?
Lúcia:É que tenho tido alguns...Não sei dizer direito...uns pesadelos estranhos....
Dr. Lírio:Que tipo de pesadelos?
Lúcia:E também tenho umas alucinações estranhas como vultos,etc....
Dr.Lírio:Conte-me tudo...
(Lúcia conta-lhe tudo)
Lúcia falava sem entusiasmo, não só por parecer louca, mas porque esperava que ficaria segurando um balãozinho...
Dr. Lírio: Isso é muito estranho... Com que frequência acontece isso...
Lúcia: Muitas vezes...Na verdade...quase sempre... Outro dia,eu estava num lago,e vi uma sombra... E outro, um vulto no reflexo da geladeira da minha irmã...
Dr. Lírio: E isso começou quando?
Lúcia: Ah algumas semanas... E o que foi o pingo d’água e me fez procurar você foi quando eu estava preparando o almoço... E eu vi um ser na minha janela...
Dr. Lírio: Não era nenhum amigo ou vizinho?
Lúcia: Não... Ele era palido... Diferente... E daí o fogão explodiu e uma faca voou em mim... Eu pisquei e estava tudo normal...
Dr. Lírio(anotando numa folha): Hum... Algo mais a declarar?
Lúcia: Eu vi esse ser pálido enquanto voltava para casa... Eu fiquei tonta... Passei meio mal...
Dr. Lírio: Mais alguma coisa?
Lúcia: Não... Nada...
Dr. Lírio: Então acabamos por hoje...
(Lúcia se levanta e vai embora, enquanto a secretária do Dr. entra...)
Secretária: Qualé o caso?
Fofocas ali e aqui sempre existe, e quando é de pacientes, maior ainda...
Dr. Lírio: É sério... Tem alucinações e vê pessoas...
Secretária: Será que é droga?
Dr. Lírio: Não... Ela não viria aqui... Pode ser outra coisa...
Secretária: Tipo o que?
Dr. Lírio: Peso na consciência...
Secretária: Você tá querendo dizer que...
Dr. Lírio: Ela pode ter cometido algum crime e a consciência tá pesada agora...
Secretária: Pode ser...
Dr. Lírio: Vamos voltar ao trabalho...
Lúcia que não era das mais burras, ouviu todo o seu gráfico psicológico atrás da porta e concluiu: eu sou louca ou sou assassina? Enquanto fugia dos psicólogos, lembrava do dia em que tomou um porre, há um ano mais ou menos...
Lúcia: Não me lembro daquela noite... Será que eu matei alguém?
(ela se lembra de um amigo de infância, que sumiu naquele dia, sem dar notícias)
Amigo que some, ou morreu ou viajou... E com a pulga explodindo atrás da orelha, Lúcia entrou na primeira lan house que achou, pois, a internet era o meio de fofoca moderno...
(ela entra na primeira conta que tinha e começou a procurar...)
Lúcia: Cadê... Júnior... Júnior... Júnior...
Pensando que poderia estar com uma foto de caveira e frase do perfil “morto”, Lúcia se desesperou e pensou que tinha matado e jogado ele no rio...
Lúcia: Tantos Júniors!
Quando pensava que estava achando, os trinta minutos e vinte e dois segundos que ela tinha se acabaram.
Lúcia: Droga!
(ela olhou para o dono da lan house, que estava apoiado sobre uma bancada branca, com um sorriso no rosto, abaixo do bigode)
Lúcia teve pensamentos a respeito do homem que não podemos falar para não nos desmoralizar... Ela se arrependeu, mas depois desarrependeu, já tinha pensado mesmo...
(Lúcia começa a voltar para casa, já estava no pôr-do-sol. E seus pensamentos ia a tona...)
Lúcia(pensando): Que droga! Que assombração é essa?
Gabriela: LÚCIA!
Lúcia: Ah... Oi Gabi...
Gabriela: Onde você esteve a tarde toda?
Lúcia: Saindo...
Gabriela: Saindo? Para onde?
Lúcia: Passeando por aí... Refrescando a cabeça... Aconteceu alguma coisa?
Gabriela(estranhando a irmã): Não...
Lúcia: Vou indo... Tá ficando tarde...
Gabriela: Você tá bem mesmo?
Lúcia: Estou... Só tô um pouco cansada...
Gabriela: Ahn... Tchau...
Lúcia: Tchau mana...
(Lúcia chega em sua casa, troca de roupa, lava o rosto e vai para fora. Os uivos do cachorros na floresta eram ouvidos de longe...)
(ela sai e vê um carro passando. Provavelmente o pai do menino que ela nunca via... Ela se senta num banco o lado da casa, observando o rio e ouvindo os grilos...)
Depois de olhar o lago por algum tempo, tipo, meio minuto, percebeu que não via a assombração desde o psicólogo...
(todos os seus pensamentos se foram, quando ela ouviu um grande estrondo, seguido por outro grande estrondo...)
Lúcia(assustada): O que é isso?
Ela também pensou que estava louca por falar sozinha, mas resolveu correr para ver o que era...
(ela corre pela estradinha da floresta até que vê um carro capotado ao lado de um poste...)
Lúcia: Oh meu Deus!
*** (rapidamente ela corre até o carro capota, amassado)
Ela percebe que há um homem dentro, sangrando, e desacordado... Mas ela que quase desacordou quando viu que era o mesmo homem que ela via em seus sonhos e assombrações...
Lúcia: Não acredito!
(o homem começa a acordar)
Lúcia pensou em fugir, só que lembrou que ali não era novela para pensar que alguém possa ressucitar ou tenha um irmão gêmeo...
Ela se agacha perto do homem e faz a pior pergunta para se fazer nesses casos:
Lúcia: Tá tudo bem?
Homem: Me ajuda...
Lúcia: Ah... Claro!
(ela ouvia latidos na floresta)
Quando ela ouviu os cachorros na floresta, caiu a ficha...
Lúcia: Explosão...
(rapidamente, tentou tirar o homem dali, só que o cinto estava preso)
Lúcia: Droga!
(o homem, com a cabeça cheia de sangue, começa a fechar os olhos, sinal de que estava desmaiando... ou morrendo...)
Lúcia: Oh... Não desmaia não!
Lúcia nunca foi médica, muito menos enfermeira, por isso tentou ajudá-lo sem matar...
Lúcia: Moço acorda...
(um barulho fez ela olhar para cima, onde um gerador de energia ameaçava cair)
Lúcia: A explosão...
(o gerador solta uma faísca)
Lúcia: Ai droga...
(ela tenta puxar o homem, com cuidado)
Lúcia: Vamos...
(o cinto permanece preso)
Lúcia: Meu Deus... Vamos...
(ela puxa o cinto para tentar salvá-lo. O gerador escorrega mais um pouco...)
Lúcia: Vamos... Vamos...
(o cinto se solta)
Lúcia: Um problema já foi...
(com cuidado, ela começa a tirá-lo do carro. Ele acorda e tenta se arrastar para sair...)
Lúcia: Se apoia em mim...
(o homem apoia o braço em Lúcia e os dois fogem. Lúcia olha para trás e vê que o gerador cai.)
Lúcia: Se abaixa...
(O gerador cai e o carro explode, um peça voa por cima dos dois...)
(Tempo depois...)
Gabriela: Mana...
Lúcia: Oi Gabi...
Gabriela: Como ele tá?
Lúcia: Bem... Melhorando...
Gabriela: Você foi uma verdadeira heroína...
Lúcia: Éh... Vou indo...
(ela começa a sair, quando Gabriela grita)
Gabriela:Ah! Lúcia! Júnior vai voltar para cá...
Lúcia: Voltar?
Gabriela: É... Da Irlanda!
Lúcia: Que maravilha!
(ela vai embora, para sua casa. Chegando lá, se senta no banquinho e fica admirando o lago brilhante ao sol)
Lúcia parou de ver coisas e ignorou o psicólogo... Não entendeu o por quê de ver tudo aquilo... Se era o destino, visões, profecias... Só sabia que ela havia salvado uma vida, e isso era o que importava...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Linda e sensual, Ana é a moda antiga: conhecer, encontros, namoros e por aí vai. Mas alguns homens não respeitam... Mas ou menos todos de Praia Grande. E o pior é que sua beleza aumenta cada dia, aumentando os desejos de vários homens... E mesmo tentando ficar feia, ou despercebida, sua beleza é chamativa por natureza. Agora tentará se livrar do assédio... Esse é o drama vivido por Ana, "A Cobiçada De Praia Grande".



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Brasileiras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.