Acordei por volta das 9h00min da manhã, fiz minha higiene pessoal, coloquei uma roupa confortável e sai do quarto. Meu pai estava na sala lendo um jornal e minha mãe estava de saída, disse que iria ao mercado e depois voltava. Meus pais não deram uma palavra, nem se olharam.

Fui tomar café, depois assistir TV, não quis ligar para o Nathan, já que ele tinha compromissos com a banda, só iria vê-lo no almoço porque almoçaríamos juntos. Quando minha mãe chegou, disse que precisava ter uma conversa comigo:

-Cadê as coisas do mercado mãe? – perguntei estranhando que ela não trazia nada do mercado

-Gabi, preciso ter uma conversa séria com você. – ela falou séria

-Sobre o quê? – perguntei confusa

-Vamos ao seu quarto, lá nós podemos conversar melhor. – ela falou e quando íamos até o meu quarto, meu pai nos acompanhou com os olhos.

-Pronto mãe, pode falar. – falei sentando na cama

-Bom, como eu te falei ontem à noite, eu e seu pai estávamos passando por uma crise no casamento. E ontem, depois que eu falei com você, eu tive uma conversa com seu pai... – ela falou e eu a interrompi

-Está tudo bem agora? – perguntei sorridente

-Não é bem assim Gabi. Eu e seu pai decidimos que era melhor no separa e eu preciso que você seja muito forte... – ela falou e eu a interrompi novamente

-COMO ASSIM MÃE? DIZ QUE ISSO É MENTIRA? – gritei com uma voz de choro ainda sem acreditar no que havia escutado

-Não Gabi! Tenha calma! Eu e seu pai achamos melhor assim e já decidimos... Eu acabei descobrindo que ele estava me traindo com um colega de trabalho e ele recebeu uma proposta de emprego melhor, só que lá no Japão, e tudo isso acabou complicando ainda mais a nossa vida. – ela finalizou e desceu algumas lágrimas dos olhos dela

-Mas, como a gente vai ficar? – perguntei aos prantos

-Gabrielle, você sabe que aqui em Londres nós dependíamos do seu pai, com tudo isso acontecendo nós vamos ter que voltar para o Brasil, já acertei tudo na agência de viagem, eu não fui ao mercado, só fui acertar os detalhes da viagem. – ela falou e meu mundo desabou de vez.

-Eu não acredito mãe! Eu não quero ter que voltar. Meus amigos estão aqui, o amor da minha vida está aqui! Quando tudo resolve dar certo pra mim, as coisas mudam sempre me deixando na pior. – falei chorando e minha mãe veio me abraçar

-Calma Gabi... Vai dar tudo certo. – ela falou com uma voz chorosa

-Porque que tem que ser assim mãe? – perguntei

-A vida nem sempre é como a gente quer Gabi. – ela falou

-Eu vou ligar para o Nathan. – falei soltando do abraço

-Ok... – ela falou baixinho e saiu do quarto

Liguei para o Nathan ainda aos prantos:

-Oi pequena! – ele atendeu

-Nathan eu preciso falar com você. – falei chorando e com a voz fraca

-Gabi, o que aconteceu? Alguém te machucou? Porque você está chorando? – ele perguntou desesperado

-Eu só posso te falar isso pessoalmente. – falei

-Ok. Já estou indo aí. Fique calma, por favor! – ele falou tentando me tranquilizar

Desliguei o telefone e encostei minha cabeça no travesseiro que em poucos minutos ficou encharcado com minhas lágrimas. Não demorou para que o Nathan chegasse batendo na porta do meu quarto. Mandei-o entrar e a minha primeira reação foi correr para os braços dele e chorar, depois de um longo abraço apertado e perguntou o que estava acontecendo;

-Gabi, o que está acontecendo? – ele perguntou segurando meu rosto e enxugando minhas lágrimas

-Lembra quando eu te falei que meus pais estavam discutindo muito? – perguntei e ele assentiu – Então, minha mãe veio me falar hoje que eles estão se separando. – terminei de falar com a voz trêmula e as lágrimas insistiram em cair de novo

-Calma Gabi, vai tudo se resolver. - ele falou tentando me acalmar

-Isso não é o pior Nathan. Meu pai vai para o Japão e minha mãe quer voltar para o Brasil junto comigo. – falei e chorando o abracei de novo

Foi mais um abraço longo e apertado, Nathan não disse nada, eu apenas podia sentir sua respiração mais acelerada, talvez porque ele estivesse segurando um possível choro. Apenas nos sentamos na cama, encostei minha cabeça no ombro do Nathan e ele começou a acariciar-me. Passamos uns 10 minutos daquele mesmo jeito, até que ele diz que vai embora:

-Gabi, eu tenho que ir, vou para o meu apartamento, não vou mais sair hoje, então se precisar de mim, é só ligar. – ele falou com a voz baixa e deu um beijo na minha testa

-Ok. – falei num sussurro

-Te amo! – ele sussurrou no meu ouvido e depois me deu um longo selinho. Ele saiu do meu quarto, uns 5 minutos depois minha mãe entra no quarto.

-O Nathan pediu que ficasse com você aqui no quarto, ele está preocupado com você. – ela falou sentando ao meu lado

-Quando nós vamos mãe? – eu perguntei com a voz baixa

-Mês que vem. É quando fica pronta minha transferência de volta ao Brasil – ela respondeu

-Eu não vou acostumar-me sem o Nathan – falei com a cabeça baixa

-Você vai encontrar uma pessoa legal como o Nathan. – ela falou

-Eu amo o Nathan mãe. – falei

-Eu vou te deixar sozinha. – ela disse levantando-se da cama e saindo do quarto

Deitei na cama e chorei muito, não sabia de onde tinha tirando tantas lágrimas para chorar naquele dia, passei a tarde ali, chorando, não comi nada, só pensava em como seria minha vida sem o Nathan, sem aquela vida em que rapidamente acostumei-me em Londres. Quando a noite chegou, alguém bate na porta do quarto:

-Entra! – falei sentando na cama e enxugando as lágrimas

-Oi Gabi! – falou Tom colocando só a ponta da cabeça dentro do quarto

-Oi Tom! Entra. – falei dando um sorriso de canto, mas ainda com a cara e a voz de choro

-O Nathan falou o que aconteceu. – ele falou entrando no quarto acompanhado do Max, Jay e Siva

-Eu ainda não acredito que isso está acontecendo. – falei e as lágrimas caíram novamente

 -Nós desmarcamos os compromissos com a banda até o mês que vem. Não demos qual real motivo. Quando você viaja? – perguntou o Max

-Exatamente no mês que vem. – falei

-Não queremos separa vocês, ainda mais agora, nós íamos ter muitas viagens até o mês que vem, mas acho que você e o Nath precisam ter os últimos momentos juntos. – falou o Siva

-Eu não quero atrapalhar a vida de vocês meninos, vocês têm que cumprir com seus compromissos.

-Não Gabi! Você não nos atrapalha, nunca atrapalhou. Nós somos amigos e para isso que servem os amigos, queremos passar esse tempo com você e o Nathan precisa de você também, tanto como você precisa dele. Então nós vamos ficar assim, os nossos fãs vão entender. – falou Tom

-O Nath também está sofrendo muito Gabi... Nunca o vi daquele jeito. – falou Jay

-Obrigada meninos e... Eu não queria ter que perdê-lo, é muito difícil pra eu ter que ir, mas não vejo outra solução. – falei com algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto

-Vamos tentar esquecer tudo isso... Vamos sair pra algum lugar? Quem topa? – perguntou Jay

-Não tenho cabeça para sair hoje Jay – falei

-Ah, mas você vai sim, nós vamos embora agora, pra você começar a se arrumar... – falou o Siva

-É tira essa carinha de choro e daqui a pouco a gente vêm te buscar – falou o Max

-Só vocês pra me fazer sair de casa nessa situação. – falei

-Lógico, nós somos o The Wanted! – falou o Tom e eu ri fraquinho

-Então nós já vamos e daqui a pouco a gente passa aqui. – falou o Max e eles deram um beijo no meu rosto e foram embora

Eu não estava com ânimo para sair de casa, mas já que eles insistiam e eu sabia como eles eram eu teria que ir de todo jeito. Então fui tomar um banho e coloquei uma roupa simples e fiz uma maquiagem fraquinha, só para disfarçar o tanto que chorei. Quando fiquei pronta fui até a sala para esperá-los, e só a minha mãe estava lá:

-Vai sair? – ela perguntou

-Sim. Os meninos estão me obrigando e se eu negasse era capaz deles me levar do jeito que eu estava. – falei

-É bom Gabi, só assim você esquece tudo isso e se diverte um pouco – ela falou

-Impossível esquecer o que está acontecendo mãe. – falei negando com a cabeça – Cadê o papai? – finalizei perguntando

-Ele pediu outro apartamento e já se mudou para lá. – ela respondeu

-Hmm – murmurei de cabeça baixa

Uns 10 minutos depois a campainha toca, me despeço da minha mãe e quando abro a porta, o Nathan que tinha ido me buscar.

-Nathan! – falei indo abraçá-lo

-Meu amor – ele falou num sussurro

-Eu não estava com cabeça para sair hoje, mas os meninos praticamente me obrigaram – falei soltando do abraço

-Eu sei... Eles fizeram isso comigo também. Está melhor? – ele perguntou acariciando meu rosto

-Impossível Nathan – falei

-Vamos tentar aproveitar esses dias o máximo. – ele falou e eu assenti

Saímos do hotel e os meninos estavam nos esperando encostados num carro grande, que cabia nós seis.

-Demoraram! Pensei que não viriam mais, já estava indo lá em cima buscar vocês – falou o Tom

-Não enche Parker. – falou o Nathan

-Parou crianças, vamos logo entrar no carro e vamos embora! – falou o Siva

Nós já estávamos no carro nos encaminhando a um lugar que eu ainda não sabia onde era:

-Aonde nós vamos? – perguntei com a cabeça encostada no ombro do Nathan

-Hoje nós vamos numa boate – falou o Tom

-Sério? Vou ser expulsa de lá, porque minha animação é contagiante demais. – falei

-Ei Gabi! Anime-se, vamos aproveitar! – falou o Max

-Vai ser muito, mas muito difícil mesmo isso acontecer agora. – falei com a cabeça ainda encostada no ombro do Nathan, que permanecia calada

-Pois os dos vão ter que se animar, se não for por bem, vai ser na “marra” mesmo. – falou o Siva fazendo o Nathan ri fraquinho

Passamos uns 40 minutos no carro, os meninos tentavam nos animar de todas as maneiras, mas era em vão. Até que paramos o carro num lugar que eu não reconheci, mas dava pra ver que era uma boate como o Tom tinha falado e tinha bastante gente lá, havia muitas luzes e a música dava para ser ouvida do lado de fora. 

Continua...