Only You escrita por Leticia Di Angelo, Laís di Angelo
POV Emily
Sabe um dia perfeito? Quando tudo que você realmente quer acontece? Meu dia tinha sido assim. Acordei nove horas da manhã. Agatha estava na cama dela e dormia como uma pedra. A única coisa que eu estranhei é que ela estava de roupa, ou seja, deve ter chegado muito tarde, estava muito cansada e dormiu de roupa mesmo. Não quero nem saber o que ela fez na noite anterior.
Me levantei com cuidado para não acorda-la, mas do jeito que ela estava, só iria acordar lá para as duas da tarde. Tomei meu banho e coloquei um short jeans, uma camiseta cinza e meu all star preto. Desci até a cozinha e me deparei com Nico e Malu tomando café juntos, no maior silencio possível. Nem meu pai, nem Cíntia estavam lá, eles deviam estar trabalhando.
–Bom dia – eu disse animada. Fui até Nico e o beijei, na frente da Malu mesmo, para ela ver que ele é meu.
–Bom dia – Nico respondeu. Malu apenas deu um sorriso. Me sentei ao lado de Nico e comecei a tomar café.
–Amanhã é segunda, né? – eu perguntei e Nico concordou – Ah! Droga! Vou precisar ir para a escola!
–Então – Nico disse – Vamos precisar nos divertir muito hoje.
–A casa é de vocês – Malu disse se levantando – Vou estar na casa de uma amiga o dia todo. Mamãe está trabalho e seu pai também, só voltam de noite. Agatha e Jake ficaram acordados até seis horas da manhã, então vão ficar dormindo até tarde.
–Eles ficaram acordados até seis da manha? – eu perguntei rindo.
–Sim – Malu disse – Eu acordei às seis da manhã com os dois rindo.
–Jake está dormindo que nem uma múmia lá no quaro – Nico disse rindo.
–Agatha também – eu disse.
–Enfim – Malu disse - Divirtam-se.
Nisso ela pegou uma bolsa e saiu da casa.
–O que nós vamos fazer? – Nico perguntou colocando a xícara dele na pia. Imitei-o.
–O que quiser – eu disse.
–Você tem skates? – ele disse sorrindo maroto.
Fomos até a rua de minha casa, que não é movimentada, com meus skates.
–Eles estão meio velhos – eu disse – É porque nós não os usamos faz muito tempo. Para falar a verdade, só Agatha andava com isso. Com os dois. Eu nunca andei.
–Você nunca andou de skate? – Nico perguntou surpresa e eu afirmei – Pois vou te ensinar!
Ficamos mais ou menos, duas horas andando de skate. Nico me ensinou a andar, foi engraçado.
–Mais rápido Emily! – Nico disse rindo, ele estava lá na frente – Eu estou indo devagar e você não consegue me acompanhar!
Tentei ir mais rápido, mas acabei caindo.
–Eu já perdi a conta de quantas vezes eu caí! – eu disse brava e Nico riu mais ainda. Ele parou e veio até mim, me ajudando a levantar. Fiquei olhando para ele por um tempo, ele era tão bonito.
–Por que está me olhando assim? – Nico perguntou sem graça.
–Nada não – eu disse sorrindo e peguei o boné dele, colocando em minha cabeça.
–Ei – ele disse – Me devolva!
Subi no skate e comecei, ou melhor, tentei andar rápido.
–Vem pegar – eu disse rindo.
Aos poucos fui ouvindo o som do skate dele se aproximando.
–Eu vou te alcançar – ele disse.
–Não vai não. – eu gritei. Tentei ir mais rápido, mas fiquei com medo de cair. Ele estava bem atrás de mim, se esticasse o braço, iria ma alcançar e me derrubar, mas ele não fez isso. Ele continuou andando, do meu lado, dessa vez.
–Te alcancei – ele disse.
Fui diminuindo a velocidade e ele me acompanhou.
–Não vai pegar o seu boné? – eu disse rindo.
–Não quero mais – ele disse – Ficou bom em você.
Sorri para ele.
–Você é o tipo de garota que fica bom com tudo, né? – ele disse. – Você coloca all star, jeans e boné e fica linda, coloca vestido e fica linda, coloca moletom e fica linda.
–Mentira – eu disse corando.
–Verdade – ele disse – Vamos voltar?
Concordei e mudei a direção do skate, e assim, fizemos o caminho de volta.
– Que horas são? – eu perguntei para Nico.
Nós estávamos entrando em casa, já tínhamos guardado os skates.
–Quase meio dia – ele disse – Está com fome?
–Sim, mas o pior é que não tem comida. Não tem ninguém em casa. Agatha não acordou para cozinhar e nós não sabemos cozinhar.
–Tem algum restaurante aqui perto? – ele perguntou.
–Tem uns restaurantes bons uns quarteirões para cima. Fica em uma pracinha, como se fosse o centro da cidade, só que tranqüilo. – eu disse.
–Por que não vamos lá? – ele perguntou.
–Porque daí Agatha e Jake vão ficar sem comida.
–Eles não vão comer mesmo se tivesse comida.
–Mas eu estou sem dinheiro. O dinheiro fica com o meu pai. – eu disse.
–Eu pago – ele disse.
–Nem pense nisso. É caro as coisas.
–E...? Vamos logo, eu estou com fome.
–Deixa eu pedir dinheiro para a Agatha – eu disse.
–Não – Nico me puxou pelo braço.
Fomos até a pracinha que tinha ali perto e entramos no primeiro restaurante que tinha.
–Nico – eu disse – Aqui é chique, vamos para outro.
–Senta logo – ele disse, ou melhor, mandou. Fiquei com medo da voz dele e obedeci.
Nós almoçamos como se fossemos gente rica, com comida chique e musica ao vivo.
–Isso pode ser considerado um encontro – Nico disse, do nada, e eu ri.
–Mas nós já estamos namorando.
–Eu sei – ele disse – Mas eu gosto de encontros.
–Eu também.
Tentamos nos comportar como gente adulta, rica e chique, mas não deu muito certo. Nico jogou água em mim e daí eu joguei suco nele e nós começamos a fazer uma mini guerra de comida. Até que um homem veio pedir para que nós parássemos ou teríamos que nos retirar.
Começamos a rir, mas paramos. Nico pagou a conta, mesmo eu insistindo que não. Ele não deixou eu ver o valor e agora eu estou muito curiosa.
Saímos no restaurante de mãos dadas.
–Quer um sorvete? – Nico perguntou e eu afirmei.
–De chocolate – eu disse toda feliz.
Tomamos nosso sorvete de chocolate no caminho para casa. Quando chegamos vi Agatha na cozinha, de pijama, cabelo bagunçado e olheiras.
–Acordou? – eu disse toda feliz.
–Sim, mas estou morrendo de sono. – ela disse – E quando estou com sono eu fico chata. Por isso, vou tomar um remédio para essa dor de cabeça horrível e vou dormir até as seis da tarde e ninguém vai me obrigar a fazer o contrario.
–Tudo bem – eu disse – Vai perder um dia que você poderia aproveitar com o Jake.
–Ele vai fazer o mesmo – ela disse – Estou levando o remédio para ele. De noite vamos para uma festa.
–Que festa?
–De uma menina chata da escola.
–Se ela é chata, porque você vai? – eu perguntei.
–Porque é uma festa! E eu gosto de festa! Nunca ouviu a expressão: dormir o dia inteiro e ir para festa de noite?
–Na verdade – eu disse – Isso é uma musica.
–Não importa! É isso que eu vou fazer! Às seis vou acordar para me arrumar.
–Mas amanhã é segunda! – eu disse!
–E...?
–Eu posso ir? – eu perguntei.
–Claro!
Nisso ela sumiu.
–Nossa – Nico disse – Ela é estranha.
–Eu sei, eu sei. O que quer fazer?
–Não sei. Eu que dei a idéia do skate e de almoçar. Agora é você.
–Que tal se agente fazer cupcake, pipoca e víssemos um filme?
–Fechado – Nico disse rindo – E você sabe fazer cupcake?
–Sei – eu disse. – Enquanto eu arrumo tudo você pode usar viagem nas sombras e alugar o filme, pode ser?
–Ok, que filme você quer?
–Não sendo de terror...
Nico me deu um selinho e sumiu.
Fui para a cozinha e comecei a separar os ingredientes e objetos. Já estava tudo pronto, era só esperar o Nico para começar. Ele apareceu 10 minutos depois.
–Vamos começar – Nico disse todo feliz.
Por um momento foi fácil fazer cupcake. Fizemos tudo direitinho. Colocamos a massa para assar.
–Agora falta a cobertura – eu disse.
–A melhor parte – Nico disse – Vai ser do que?
–Chocolate!
Começamos a derreter o chocolate na panela.
–Posso passar o dedo? – Nico disse quase babando.
–Está quente – eu disse.
–Posso?
–Não! É falta de higiene.
–Mas já deve ter esfriado!
–Não!
–Por favor!
–Não!
–Ah! Vai! Por favor! Eu te amo!
–Nem vem Nico – eu disse e ele fez um bico muito fofo.
Fui até o fogão para ver se a massa estava pronta. Ainda ia demorar. Quando me virei, dei de cara com o Nico colocando o medo da colher.
–Nico! – eu disse e fui até ele para tirar a colher, mas ele começou a correr. – Volta aqui!
Ficamos correndo em círculos pela cozinha até que eu consegui alcançar ele. Ele se virou rindo e esfregou a colher no meu nariz, deixando chocolate nele. Fiquei muito brava. Arranquei a colher da mão dele e esfreguei no rosto dele, ficando um rastro de chocolate desde a testa dele até o seu queixo.
–Ops! - eu disse sarcastica. Ele ficou bravo e olhou ao seu redor, a unica coisa que tinha era... A farinha...
Nico jogou farinha em mim e eu fiquei toda branca, fiz o mesmo com ele e depois de 10 minutos nós estavamos todos brancos e com chocolate. Bem, a cozinha também estava toda branca. Começamos a rir e eu dei um beijo em Nico, mas acabei cortando o beijo rindo.
–O que foi? - ele perguntou.
–Não é legal beijar alguem com farinha!
Ele riu e beijou me nariz.
–Seu nariz estava com chocolate - ele disse rindo e eu ri junto.
Ouvi um barulhinho do forno.
–Por que você não vai tomar banho enquanto eu termino? - eu disse - Daí eu vou tomar banho enqaunto você limpa a cozinha.
–Fechado - Nico disse e deu um beijo em minha testa - Tinha chocolate!
Eu ri e terminei de fazer os cupcakes enquanto ele tomava banho. Teve um momento que Agatha apareceu, viu a bagunça, não disse nada, pois a mão na cabeça e voltou a dormir.
Depois eu fui tomar banho e quando voltei a cozinha estava limpinha.
–O que você fez na cozinha? - eu disse assustada - Magica?
–Bom, você demora no banho - ele disse - Deu tempo de arrumar tudo e fazer a pipoca.
Fiquei pensando em como eu destruo o planeta acabando com a agua com meus banhos demorados.
–Vamos ver o filme? - ele perguntou.
–Que horas são?
–Quatro horas. Vamos ver o filme, acabamos as seis horas e já podemos nos trocar para a festa.
–Ok - eu disse animada - Que filme você trouxe?
–Atividade Paranormal 3 - ele disse animado.
–O que?! Eu disse que não queria terror! Eu tenho medo! Não vou ver!
–Ah! Qual é! A unica coisa que você pode ter medo sou eu! E você não tem medo! Vai ver sim! Não precisa ter medo!
Depois de alguns minutos dizendo que não ia ver, fui ver o filme com o Nico.
Eu nunca mais vou ver um filme de terror! O filme não está nem na metade e eu j;a estou morrendo de medo! Me agarrei ao Nico como se ele fosse um travesseiro, ele deve ter gostado disso, e nas piores partes eu fechava os olhos, fazendo ele rir.
Teve uns momentos que Nico se aproveitou, e teve a mão boba dele. Como foi a primeira vez que ele faz isso, eu fiquei assustada, mas fui esperta e tirei a mão dele.
Mas no meio de tudo isso, teve uns momentos que nem o Nico estava prestando atenção no filme, os momentos em que ele me beijava é claro!
Acabamos o filme eram seis horas e vinte minutos da tarde. Agatha e Jake já tinham acordado e meu pai e Cintia já tinham chegado.
–Vamos nos trocar? - eu perguntei para o Nico.
–Vamos - ele disse se levantando e indo para o quarto dele.
Subi para o meu quarto e vi Agatha se maquiando e... Uau!
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