Chasing Cars escrita por JuhChagas


Capítulo 8
Naked feet.


Notas iniciais do capítulo

Oláa meus amores! Tudo bem com vocês? Eu estou ótimaaa, obrigada por perguntarem sz' Bom, acho que já virou um habito postagem todas as sextas ou sabados né? Então, que vou postar com essa regularidade mesmo... Pelo menos até as férias :)
Queria agradecer e mandar um beijão à minha lindona Chase pela recomendação maravilhosa! Sigam o exemplo dela genteee '--' kkkk Eu sei que no ultimo capitulo você quiseram me matar, mas nesse, relaxem, não vai ter um final daqueles... Ou vai. kkkk *desvia de cadeira* NÃO VAI TER NÃO PÔ, CALMAA, NÃO PODE NEM BRINCAR NÉ?!
PS: Eu sei que essa nota inicial tá ficando grande, mas queria pedir pra quem tem tumblr (sou viciada) passar lá no meu dar uma olhada, é juhchagas.tumblr.com
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/215434/chapter/8

- Percy? – chamou baixo e receosa atrás e mim. Limpei a lagrima em meu rosto rapidamente e me virei para quem me chamara.

   - Annabeth?

   -Oi. –disse tímida, apontou levemente para o meu lado. - Posso me sentar?

   - Ah... Claro. – concordei rapidamente, torcendo para não gaguejar.

   Ela se sentou no meio fio ao meu lado encarando algum lugar à frente, o nada. Instalou-se um silêncio, que na verdade não era tão desagradável quanto parecia. Também encarei o nada por um longo tempo, depois desviando meu olhar para ela. Seu cabelo preso em um coque frouxo, alguns fios caindo em cachos perfeitos e simétricos. Ela usava um shorts jeans claro, e um moletom cinza muito maior do que deveria ser. Mas era assim que ela gostava, lembrei. Os pés descalços sobre o asfalto. Ela abraçou os joelhos, descansando a cabeça. Os cílios piscavam em câmera lenta, as bochechas levemente coradas. Se você nunca a tivesse visto seu rosto de rosto de frente, diria apenas pelo perfil que não havia como ser mais bonita, completamente equivocado.

   Ela puxou as mangas do moletom alem das mãos, cruzando os braços sobre os seios. Fiquei imaginando como uma pessoa poderia causar tanto impacto com um simples gesto como este.

    -Eu não sabia que você ainda tocava. – ela acenou com a cabeça o violão.

    - Eu... É a primeira vez em dois anos. –dei de ombros deixando o violão sobre a grama.

    É a primeira vez desde que nós não somos mais amigos, apenas meros estranhos. É a primeira vez desde que você se foi. Eu deixei você ir, e nunca mais consegui te trazer de volta. É a primeira vez desde que eu disse “eu te amo” e descobri que até o puro e eterno silêncio seria melhor do que sua resposta. Desde que eu descobri que a vida não é aquele conto de fadas onde todo sentimento é recíproco. Desde que eu não tenho mais a liberdade de bater na tua porta e dizer “vai lá casa, to com saudade do teu brigadeiro”, que a gente não passa uma tarde assistindo Friends e rindo como duas crianças e você adormece em meu peito. É a primeira vez desde que eu visto uma roupa minha e não sinto seu cheiro nela. É a primeira vez desde que não te abraço como amigo e irmão, secretamente namorado. É a primeira vez desde que eu te olho discretamente todos os dias, com seu jeito menina-mulher, e desejo voltar no passado, ter feito as coisas diferentes, e quem sabe assim, hoje eu seria o seu menino-homem.

    Foi o que desejei dizer, mas me contentei com um simples “É a primeira vez em dois anos”, assim seria melhor.

    Ela assentiu quase sem movimento, em entendimento.

    -Você quer me acompanhar em uma musica? Eu deixo você escolher. – perguntei tentando começar uma conversa real.

     -Não! –apressou-se de forma quase rude- Quer dizer... Eu nunca mais cantei acompanhada de violão.

     -E porque não voltar a cantar? – cutuquei virando mais meu corpo para sua direção.

     -Um dia, talvez. Não hoje. – ela negou fitando os pés que de vez em quando se mexiam um pouco.

     Ela tinha dito que talvez um dia voltasse a cantar acompanhada de um violão? Será que ela tinha se referido ao meu violão? Cantar comigo, acompanhada do meu violão? Agarrei-me a essas palavras, mesmo que pudessem ser uma ilusão minha.

     -Hm... Você está bem?- indaguei. Ela me olhou meio confusa, como se não soubesse do que eu falava. - Quero dizer, ontem...

     -Ah! –exclamou me interrompendo. – Eu estou bem, eu... Eu queria te agradecer, por ontem. Afinal, você me tirou daquele lugar horrível. –ela gesticulou nervosamente com as mãos.

    -Não foi nada Annabeth, qualquer um faria aquilo. E eu queria me desculpar novamente por Ethan, ele... – comecei voltando a sentir aquela raiva do dia anterior.

    - Não precisa falar nada, você não teve culpa. Esta tudo bem agora, então... Obrigada Percy. – ela me fitou com aqueles olhos cinza e eu abobadamente tentei achar as palavras certas, ou quem sabe apenas pronunciar “De nada”. “De nada” parecia tão difícil de ser pronunciado agora, como uma língua estrangeira. Apenas sorri em resposta.

   Ela apenas esboçou um sorriso de canto, voltando a encarar o nada. Silêncio novamente.

   -E eu também queria me desculpar por ter sido tão grossa. Eu não tive um pingo de gratidão. Desculpe-me. –seus olhos adquiriram um tom mais escuro, tempestuoso.

   -Não tem problema... Às vezes a gente não esta tendo um bom dia. Normal. – dei de ombros novamente. Eu sabia muito bem como eram esses dias. Qualquer coisa que disséssemos acabava soando rude, ficávamos irritadiços e meio que “ariscos” em relação à qualquer tipo de socialização. Não a culpava por ter sido tão acida ontem.

   - Bom... Obrigada novamente, Percy. Eu tenho que ir. – ela agradeceu e se levantou rapidamente.

    Levantei-me um pouco atrasado. Pensei em dizer “Foi bom falar com você, eu sinto saudades das nossas conversas.”, mas isso poderia estragar tudo, e apenas as poucas palavras que havíamos trocado agora, eu já tinha como uma conquista pessoal.

   Ela girou levemente nos calcanhares descalços e deu três passos para longe de mim. Fale alguma coisa idiota, pensei.

   -Annabeth? –chamei mais alto. Ela olhou sobre o ombro, depois virando o corpo lentamente, esperando que eu dissesse algo. – Te vejo segunda, no colégio?

   Ela assentiu voltando a cruzar os braços e andando mais rapidamente até sua casa.

   Pode não parecer grande coisa o que acabou de acontecer, essa troca de meia dúzia de palavras, mas em comparação à “conversa” (se é que pode se chamar assim) que tivemos ontem, aquilo foi um progresso enorme. Mas, absolutamente nada, comparado ao progresso que eu estava determinado a fazer. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

FOI UM CAPITULO PEQUENOO, EU SEI, SORRY! Mas foi importantee, e eu sei que vocês gostaram, por isso, é melhor deixar review. Sim, isso é uma ameaça. kkkk Prometo que o proximo vai ser maior! Comentem!
Love Always,
JuhChagas.