Sonhos Reais - Tudo Pode Mudar... escrita por Claudinha Kiste


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Bem X O Mal




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  Eu estava novamente na nossa floresta. Derek estava na minha frente – deve ser o paraíso; pensei – mas ele segurava meus braços com muita força. Eu ouvia sons por todos os lados, sons estranhos. Grunhidos, rosnados. Como uma pequena batalha em volta de nós dois. Ele falava algo, mas eu não conseguia ouvi-lo. Meus ouvidos estavam zumbindo, eu sentia dor, mas não conseguia distingui-la de todo o resto. Eu não conseguia saber de onde ela vinha. Eu simplesmente a sentia. E então começou a chover. A água gelada me despertou um pouco, e agora eu podia ouvir um pouco do que ele falava. Deus, ele parecia infeliz, muito infeliz. E com medo também. Eu não entendia. Por que ele estaria infeliz? Estávamos juntos, a dor nem era tão grande. Ele deveria estar feliz por me ver. Aquele lugar não era o paraíso? Estava tudo acabado. Passaríamos toda a eternidade juntos. Felizes. Senti raiva. O que quer que fosse, estava deixando o meu Derek infeliz, e isso não ia ficar assim. Tentei dar um passo para frente e soltei um suspiro de dor. Derek grunhiu, me segurando em seus braços.

- Por favor, Lili, por favor, você tem que ficar bem. Não diga nada a eles. Eu vou te buscar. Eu prometo. Não vou demorar. Mas você tem que prometer que vai ficar bem. Você tem que se manter viva. Está me entendendo? – ele me sacudia como uma boneca de pano, e eu simplesmente não conseguia entender.

- Paraíso... Derek – balbuciei – O que. O que te faz... Infeliz?

- Alice, você tem que me ouvir – ele continuava a me sacudir.

- Paraíso, Derek. Paraíso!

  A expressão dele ficou ainda mais triste. Ele parecia torturado.

- Não meu amor. É pior, é muito pior.

  Ele me olhou por um segundo e depois disse.

- Fique bem, meu amor, por mim. – Ele beijou de leve os meus lábios, o mundo parou – Acorde.

- Acorda logo, garota!

  Meus olhos se abriram contra a minha vontade para ver uma enorme sombra preta que se erguia à minha frente. Eu queria continuar sonhando, eu não queria acordar. Eu queria continuar com Derek. Mesmo que isso significasse que eu estava morta. Mas infelizmente nem tudo é da forma que eu gostaria que fosse.

- Ond-AI! – gritei de dor. Como um flash de memória eu me lembrei de tudo o que havia acontecido na floresta. Olhei para o lugar onde eu tinha levado a facada e quase desmaiei ao ver como estava. O corte era bem mais profundo do que eu imaginava. Minha cabeça e meu braço doíam como se estivessem pegando fogo. Eu estava completamente ensopada de sangue. Simplesmente não dava pra acreditar que eu ainda estava viva. Levei a mão até a cabeça. O corte não havia sido muito profundo. O sangue já estava estancado naquele lugar. O que mais me preocupava mesmo era a barriga, que não parava de sangrar. – Onde est – parei para respirar, o que era completamente doloroso – estou?

- Está pior do que eu imaginava – a sombra disse. – É melhor ficar bem quietinha aí, se quiser viver, garota – Certo, até parece que eu iria levantar e sair andando como se nada tivesse acontecido. Observei-o enquanto saía em direção a uma sala de frente para o lugar em que eu estava, a única iluminada, e fechava a porta.

  Mesmo com a porta fechada pude ouvir a confusão lá dentro.

- Você ficou louco? – o homem da sombra gritou – Machucá-la daquele jeito. Morfeu quer ela viva. VIVA, seu idiota. Se ela morre, todos nós morremos.

- Eu não tive culpa, aquela garota me irritou, eu tive que dar uma lição nela – reconheci imediatamente a voz do homem que quase me matou.

- E aí aposto que a faca foi sua maior aliada nisso tudo, não é?

- Não só a faca – ele deu uma risada irônica – algumas pedras também ajudaram.  Além do mais, aquela garotinha mimada não merece viver, eu a mataria agora mesmo se tivesse a única chance de botar os malditos pés naquela sala. Mas os seus vigias imbecís não me deixam sair daqui.

  Tive vontade de levantar dali e dar um belo de um chute naquele homem.

- É nisso que dá confiar em assassinos. Acabou Steff – a voz do primeiro homem tornou-se sombria.

- O quê? Como assim – de repente o homem chamado Steff pareceu com medo.

- Não precisamos mais dos seus serviços.

- Ah, qual é cara. Nós tínhamos um acordo – pude sentir a hesitação na voz de Steff.

- Ainda bem que você sabe: tínhamos.

  Primeiro eu ouvi um barulho que me lembrava a um gato gritando e depois, senti um cheiro horrível de carne queimada. Foi aí que eu percebi que por mais que eu tivesse sorte em ter sobrevivido ao tal do Steff, eu tive o enorme azar em cair nas mãos daquele homem. Muito azar.


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