My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 50
Capítulo 48


Notas iniciais do capítulo

Minna-chan!! Finalmente de volta depois de um monteeeee de tempo! Finalmente nossa grande Naonix escreveu mais um capítulo, que revisei em tempo recorde com todo o carinho!
Naonix, arigatou! Eu estava com abstinência! Uma dose de mamorinol era o que estava precisando!!!



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Cheguei a casa por volta das 06h30min da manhã.

Cedo.

Eu sei.

Ainda mais para mim!

Mas achei que fosse melhor esse horário, antes que mama e oba-chan levantassem.

Entrei que entrei de fininho até o meu quarto...

Com medo de ser pega.

Ai, ai, Usagi baka!!

Baka e ainda por cima mentirosa!

Não sei ao menos como vou encarar minha mãe daqui a pouco...

Aaaah!!!!

Mas...

Meu coração batia tão acelerado no peito... mas tão acelerado que parecia que eu ia explodir a qualquer momento!!

AAHH!!!!

Não acredito ainda no que aconteceu entre a gente!!

Minhas bochechas estavam ardendo!

A palavra “minha” e o sorriso dele estavam voando em meus pensamentos...

Ai, ai...

Mamoru é meu também!

Hi, hi!!!

Quando ele estava me trazendo para cá, acabei pedindo para que ele parasse o carro na esquina de casa.

Ele disse uma coisa como:

― Com medo?

Meu rosto queimou inteiro ao olhar para ele e o seu sorriso de lado.

― Você não conhece minha mãe ou minha oba-chan...

Ele apenas passou a mão pelo seu cabelo, tirando de sua vista, e respirou profundamente, colocando os braços em cima do volante.

Você bem que poderia ter saído um pouco mais tarde de minha casa, poderíamos ter aproveitado... mais.

Abaixei meus olhos para minhas mãos e apertei meus dedos, para que, dessa forma, conseguisse controlar meus batimentos.

― Iie... Quero chegar a casa antes que elas acordem, não sei o que vou fazer quando encontrá-las... ― senti seus dedos tocando alguns fios de meu cabelo, e o fitei. Ele parecia concentrado analisando aquela mecha.

― Se você quiser... ― as palavras dele pararam em sua garganta, como se ele pensasse por algum momento.

― Hum? ― pisquei o fitando.

― Eu posso entrar com você...

Hmm?

― Como assim entrar comigo?

― Hmmm... Você sabe... Explicar qualquer coisa que precise ser explicada.

Apenas segurei meu sorriso, não acreditando em suas palavras.

― Hmmm... O negócio de ser responsável por mim, não é? ― sorri olhando para ele, e os seus olhos azuis de alguma forma brilharam.

― Como você desejar chamar... ― ele abriu um sorriso de lado, mostrando aquela covinha.

― Ahah, está tudo bem, acho que agora não é muito bom você aparecer nesse horário lá em casa... ― aí, sim que mama e oba-chan arrancariam meu couro.

Imagina Mamoru-baka entrando em casa agora de manhã, ai, ai, ai...

Mamoru você é tão baka.

Mas não pude parar de sorrir.

Ele já queria conhecer minha família?

Está certo que ele já conhecia minha mãe, daquela vez que eu machucara o pé...

Mas ele realmente já queria que eu o apresentasse como... meu namorado?

Oficialmente?

Só explodi mais uma vez com esse pensamento.

Eu não sei se sorria ou ria de felicidade...

Definitivamente eu já estava amando demais essa ideia de ele ser meu namorado.

O que foi? ― a voz dele me deu um arrepio gostoso por todo o corpo, e eu me senti quente.

― Nada, nada... ― eu precisava sair daquele carro imediatamente antes que explodisse de felicidade. ― Arigatou por me trazer até aqui, Mamoru... ― rapidamente dei um tchauzinho para ele e abri a porta do carro.

― Ei... ― coloquei minha perna para fora do carro. ― EI! ― ouvi a voz dele mais forte dessa vez, e parei enquanto o olhava com a pele queimando.

― Ãh? ― pisquei vendo que ele tinha o cenho franzido.

― Você vai embora assim?

Pisquei mais uma vez, sem entendê-lo. Eu tinha lhe agradecido e lhe dera um tchau, confirmando a ideia que eu estava indo embora. Tinha feito alguma coisa errada?

Apenas assenti com a sua pergunta.

Ele suspirou mordendo o lábio inferior e olhando seriamente para mim.

― Não vai me dar nenhum beijo?

Uah?

Parei de respirar.

― Não core desse jeito, senão vou ter que te morder...

Sério... ele precisa parar de falar essas coisas...

Ou eu não vou viver por muito tempo.

Meu coração dispara de uma forma no peito... que parece que estou sofrendo de algum problema cardíaco.

Minhas pernas ficam bambas...

Ele se aproximou um pouco mais de mim, retirando uns fios de cabelo de minha face.

O toque pareceu que eletrificou minha pele inteira...

― Você precisa aprender a ter boas maneiras quando estiver se despedindo de alguém... ― ele suspirou perto de meu rosto enquanto analisava cada detalhe de minha face. Como se ontem à noite não tivesse sido o suficiente... Principalmente se esse alguém... for eu ― e me beijou.

Profundamente.

Era tão estranha e maravilhosa a forma como ele me beijava...

Porque parecia sempre como se fosse a nossa primeira vez.

Meu mundo inteiro brilhava, e meus pés saíam do chão...

Mesmo que eu estivesse sentada.

O lugar se tornava muito mais bonito...

Talvez a mágica fosse maior porque agora ele era meu namorado...

Hi, hi!

Meu namorado...

Como pode ser tão bom falar isso...?

Beijamos-nos mais algumas vezes, e ele se afastou com um gemido.

― Ah... eu quero mais... ― murmurou como uma pessoa apaixonada. Seus olhos estavam semicerrados enquanto sua mão segurava o meu queixo.

― Eu preciso ir, baka... ― falei ainda me torturando com aquele sentimento.

― Hmmm... tudo bem... ― ele se afastou voltando a colocar os braços em volta do volante, com se aquilo fosse uma forma segura de controlar-se.

Sorri mais uma vez.

E, antes que se tornasse mais difícil sair daquele carro, eu dei um pulo, já abrindo a porta e a fechando atrás de mim.

Mamoru abaixou o vidro e se aproximou mais da janela do carona, me fitando com aqueles olhos azuis num tom escuro.

Toma... ele me entregou meu celular.

Hmmm... Eu tinha esquecido de que estava com ele.

― Ah... Arigatou... ― peguei com carinho, apertando-o em minhas mãos.

E ficamos ali.

Parados...

Olhando um para o outro...

Tentando ao máximo prolongar aqueles minutos.

― Hmmm... ― ele mordeu o lábio mais uma vez, como estivesse pensando em sua próxima frase. ― Posso te ver mais tarde?

Abri um sorriso, ainda quente e vermelha.

― Iie... Amanhã oba-chan vai embora, e eu quero passar o dia com ela hoje... ― apertei mais forte o celular.

De tanto que eu o apertava, estava com medo de esmagar o negócio.

― Ah... Ok... ― ele parou mais uma vez enquanto me fitava intensamente. Dos pés até os meus olhos. ― Posso te ligar, então?

Dessa vez eu mordi meus lábios tentando parar de sorrir, e puxei meu cabelo para trás da orelha.

― Hai! ― assenti.

E, depois disso, entrei correndo em casa, e estava aqui agora, no meu quarto, me segurando para não explodir.

Eu gosto tanto dele...

Joguei-me em cima da cama, começando a rir que nem uma abobada, mas abafei os risos com o travesseiro, para que não fizesse muito barulho.

Minha vontade era de pular, gritar e rir da tamanha felicidade que estava me espremendo por dentro.

Aahhh Kami...

Estou apaixonada...

**************

Quando chegou a hora do almoço, desci as escadas com o coração à mil.

Ouvi as vozes de mama e de oba-chan na cozinha, brigando, como sempre, sobre quem faria a salada.

Com que cara eu olharia para elas?

Entrei na cozinha com as bochechas bem vermelhas.

Eu tinha cara de culpada?

Mama estava tirando a faca da mão de oba-chan, e tinha o rosto bravo.

― Kaori-san!!! Falei que eu iria fazer o almoço hoje!! Faça o favor de sentar!! A senhora é visita e não é seguro para uma mulher da sua idade ficar fazendo esse tipo de coisa! ― mama falava enquanto escondia a faca atrás das costas.

― Não me chame de velha!!! ― oba-chan falou alto encarando mama enquanto colocava as mãos na cintura.

― Não estou chamando a senho...

― Eu ainda não morri!!! Posso muito bem fazer os afazeres de casa!!! ― ela parecia bem brava, também.

A química entre mama e oba-chan nunca dera muito certo. Em qualquer lugar que se encontrassem, você poderia ter certeza de que haveria briga na certa.

― Cozinhei por muitos anos!! Sei muitas coisas do que você, Ikuko!!

― Ah... Lá vamos nós novamente... ― mama tinha uma gota de suor na testa e uma cara engraçada enquanto abaixava a faca e a colocava na mesa.

― Eu trabalhei para o imperador em 1963! Servi à cozinha por anos!!! E nunca na minha vida fui...

― Ah! Usagi! ― mama pareceu me notar, cortando a conversa.

Um arrepio correu pela minha pele na hora.

― Não vi que já tinha chegado!! Sente, sente! O almoço está quase pronto!

Sorri um pouco sem jeito, caminhando em direção à cadeira. Vi os olhos de oba-chan me fitando. Ela me olhava intensamente de forma silenciosa.

PACK!!

Meti com tudo a canela na cadeira e acabei me sentando disfarçadamente.

Itaii...

Mama me fitou surpresa.

― Está dormindo? Cuidado por onde você anda! ― e ela voltou para suas panelas.

Oba-chan também seguiu para a mesa e se sentou na ponta, pegou suas agulhas de crochê e começou a tricotar.

E ficou ali... em silêncio.

Meu corpo se arrepiou.

Ela sabia?

Por que ela não falara nada?

Normalmente, quando eu chegava de algum lugar, oba-chan sempre dizia algo carinhoso ao me avistar.

Mas por que agora ela não falara nada?

Kami-sama... Eu era tão transparente assim?

Senti-me suar frio e apertei minhas mãos no colo.

― Ele gostou do presente? ― o sussurro dela me fez pular da cadeira, e eu a fitei da forma mais culpada possível.

― Pre-presente? ― do que ela estava falando? O que ela estava falando?!

E-eu...

Ah, é o cachecol!

― A-ah, espero que sim, oba-chan... e-ele me pareceu feliz... ― falei no mesmo tom, quase num murmúrio, com minhas bochechas brilhando em escarlate.

Ficamos em silêncio mais uma vez.

Só o barulho da louça de mama e o meu coração pulando, pulando.

Aconteceu alguma coisa... ― a voz de oba-chan fez com que uma descarga elétrica caísse sobre o meu corpo.

E eu a olhei novamente com surpresa e nervosismo.

Como ela poderia saber disso?!!?

KAMI-SAMA!!!! EU SOU TRANSPARENTE???!!!

NÃO ME TRANSFORME NUM VIDRO, POR FAVOOOORRRR!!!!!

AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!

― O que vocês duas estão conversando aí? ― mama se aproximou, colocando o arroz na mesa.

E eu senti uma pedra enorme escrita “CULPA” cair sobre meus ombros.

Ugh...

― Trocando figurinhas com minha neta, ou você vai me proibir disso também? ― oba-chan continuou fitando o seu crochê, enquanto mama revirava os olhos e se afastava novamente.

― Ah!! Diga, Usa... ― mama falou pegando o prato de salada e a travessa com peixe, colocando-os na mesa e se sentando. ― Como foi a festa?

Um título para esse momento: 50 tons de vermelho!

Engoli um pouco seco, lembrando-me de todos os eventos de ontem.

Desde que cheguei à festa...

Mamoru me encontrando...

Dançando comigo...

Nós no carro dele, nos beijando...

Na casa dele...

Na cam...

AHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

PELO AMOR DE KAMI, USAGI!!!!!

VOCÊ ESTÁ COM A SUA MÃE E A SUA OBA-CHAN... E VOCÊ VAI SE LEMBRAR JUSTAMENTE DA ÚLTIMA PARTE, DE VOCÊS NA CAMA???!!!

SUA HENTAI MENTIROSAA!!!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!!!

― Foi... ― vi os olhos de oba-chan me fitando por cima de seus óculos. ― Bem... Eh... bem legal... ― meu rosto esquentou.

MAS SERÁ QUE O MEU ROSTO NÃO PODE PARAR DE ESQUENTAR POR UM MINUTO????!!!!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!

― E o rapaz? Como ele estava? ― mama perguntou se servindo, enquanto oba-chan deixava o crochê de lado.

― Be-bem... E-eu acho...

Escarlate... pelo calor saindo de minhas bochechas... tenho certeza que eu estava escarlate.

― Chiba Mamoru, não é mesmo? ― mama continuou enquanto comia. ― Eu o conheci um dia em que Usagi chegou a casa com o pé torcido... ― ela disse mais para oba-chan do que para mim. ― Me pareceu muito educado, elegante e gentil... ― mama sorriu como se lembrasse daquela vez. ― Você devia ver, Kaori-san, ele trouxe Usagi no colo, como se ela fosse uma princesinha! ― mama deu risada.

― Ah, é? Hummm... ― oba-chan falou comendo lentamente. ― E como ele estava na festa? Bonito? ― seus olhos se voltaram para mim, analisando qualquer reação que eu demonstrava. A sua voz fez mais arrepios correrem pelo meu corpo.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!! OBA-CHAN SABE... ELA SABE!!! EU TENHO CERTEZA!!!

― E-e-estava... ― muito, na verdade, mas deixei isso em segredo, somente para mim.

― Ha, Ha! Pare, Kaori-san, senão Usagi vai explodir a qualquer momento! ― mama disse risonha, e eu sabia que era por causa da cor que eu estava. ― Mas você não aproveitou muito a festa? Quando te liguei, já estava na casa de Hotaru!

E assim uma segunda pedra com a palavra “MENTIROSA” escrita caiu em cima da pedra com a palavra “CULPA”, quase me enterrando embaixo da cadeira.

― Se ia sair cedo, devia ter voltado para casa ― mama comeu mais um pouco sem tirar os olhos de mim, esperando por uma explicação.

― É que... a Taru-chan... qu-queria conversar comigo... e me-me mostrar outra coisa, assim... ― enfiei uma garfada de arroz na boca.

Mais mentirosa, impossível...

ATÉ EU NÃO ACREDITARIA NUMA COISAS DESSAS!!!

AAAHHH!!

― Hmmmm... ― e ela não disse mais nada, voltando a olhar para oba-chan. ― Estou pensando em fazer um bolo hoje à tarde, o que você acha, Kaori-san? Quer me ajudar?

Comi em silêncio, evitando ao máximo olhar para aquelas duas mulheres.

Elas com toda certeza ficarão decepcionadas comigo...

― Agora quer me ajudar, né? ― oba-chan falou como se estivesse magoada, mas de uma forma irônica. ― Você pode fazer bem o almoço, Ikuko, mas quem é a rainha dos bolos sou eu! Eu vou fazer! E se eu permitir, você pode me ajudar!

Mama suspirou mais uma vez de forma cansada.

― Okay, Kaori-san. Depois do almoço, você vai ao mercadinho para mim, Usagi? ― olhei para mama, assentindo várias vezes. ― Depois lhe passo a lista dos ingredientes para você comprar...

E assim...

Ficamos em silêncio por um momento.

Meu coração fazia: DOKI-DOKI! DOKI-DOKI! DOKI-DOKI!

Tão alto.... mas tão alto, que juro que eu queria bater nele para parar de ser tão escandaloso!!!

― Chiba Mamoru, hmmmm... Eu já ouvi esse nome em algum lugar... ― oba-chan falou pensativa enquanto mastigava lentamente a comida.

― Ele é aquele empresário das empresas Chiba que apareceu esses dias na televisão. Usagi é amiga da irmã dele... ― mama disse com orgulho.

Oba-chan ficou silenciosa.

Ele era um empresário?

Aparecera na TV?

Coloquei um mais pouco de comida na boca.

― Empresário? O que faz um empresário? ― perguntei um tanto interessada.

― Mastigue primeiro antes de falar! ― mama me repreendeu. ― Bem, o empresário normalmente gerencia as funções que são importantes para uma empresa. Ele cuida da área contábil, da produção, do financeiro, das vendas... É ele quem leva a culpa se algo der errado, ou os benefícios, se tudo der certo, tudo em nome da empresa.

― Parece complicado... ― franzi meu cenho, pensativa.

― E, pelo que ouvi na notícia, ele está nesse negócio desde que tinha 15 anos! ― disse ela se lembrando da reportagem com certa surpresa. ― Ele assumiu a empresa quando os pais faleceram. Imagine! Coitada dessa criança, tão pequena e já assumindo tamanha responsabilidade... ― ela colocou a mão sobre a bochecha enquanto suspirava.

Mastiguei mais um pouco, imaginando quão terrível teria sido isso...

Sem os pais...

Com uma irmã pequena...

E ainda ter que assumir uma grande empresa...

O que ele devia ter passado?

― Onde você viu essa notícia, mama?

― Estava passando no jornal ontem à tarde. Falaram que ele foi para o estrangeiro esses dias fechar um negócio, e graças a isso, o conglomerado Chiba se tornou a maior aqui do país!

***********

― Hmmmm... E o próximo é... Leite condensado!

Eu já estava no mercadinho procurando pelos ingredientes nas prateleiras, e segurava em uma mão a pequena lista que mama havia me dado e, na outra, uma cestinha.

Era um bolo de chocolate que mama e oba-chan iriam fazer.

Meu favorito...

E eu tinha saído poucos minutos depois do almoço.

Oba-chan ainda parecia muito estranha comigo, e apesar da culpa e da mentira já me esmagando... também me sentia bem.

Estava me sentindo um pouco confusa com meus sentimentos...

Era um misto de felicidade e nervosismo... que me deixavam dividida... não sabendo se eu me alegrava pelos acontecimentos de ontem à noite... ou se ficava triste por ter de mentir para aquelas duas mulheres que mais amava, e amo, na vida!

É um pouco complicado, sabe?

Porque... minha mãe me criou com os lemas de que ir para cama com alguém é para ser feito só depois do casamento, e eu tinha que me cuidar até lá.

E para ela, também só depois dos 18 anos era para eu ter algum relacionamento sério de verdade.

E essa culpa estava me esmagando... porque eu defendia essas ideias também!

Mas quando chegou aquele momento entre eu e Mamo-chan...

Foi simplesmente impossível parar...

Eu queria aquilo... Eu queria muito...!

Como eu disse, não me arrependia de forma alguma dos eventos de ontem à noite... mas o real problema era...

Se eu contava para minha mãe e para minha oba-chan...

Eles se decepcionariam comigo?

Suspirei alto enquanto colocava a latinha de leite condensado na cestinha.

Eu queria que eu não fosse tão complicada...

E que as coisas fossem mais fáceis...

Suspirei mais uma vez e, nesse momento, senti um cutucão em minhas costas.

Pisquei algumas vezes e me virei para trás.

― Oiii!!! ― disse a menina loira com um enorme sorriso gentil em seu rosto.

― Ah! Mina-chan! Oi!!! ― acenei com minha mão, enquanto olhava a bela garota. O cabelo dela estava preso num rabo de cavalo, e ela usava uma blusa bem justinha e um short que ia acima de seus joelhos.

― Que coincidência vê-la aqui! Você mora aqui por perto? ― seus olhos azuis me fitaram intrigados enquanto piscavam.

― Ah! Hai, hai... A algumas quadras para baixo da Praça Kingyo. E você, Mina-chan? Mora aqui perto também?

― Naquele conjunto de quatro prédios que você enxerga quando sai do mercado, sabe?

― Hai, hai!!! É bem perto! Sempre venho aqui comprar coisas para mama, mas nunca nos encontramos!

― Agora que sabemos que compartilhamos o mesmo mercado, podemos nos encontrar mais vezes! ― ela sorriu bonito colocando a mão no rosto, de uma forma que parecia indicar que estava feliz.

Só pude sorrir com o seu movimento.

― Com toda certeza! ― olhei para a sua cesta e vi alguns ingredientes que conhecia. ― Ah? Vai fazer canja de galinha? Está doente, Mina-chan?!

Ela suspirou e colocou a mão sobre a boca, como se pensasse no que iria me responder.

― Na verdade, não, é para a Rei-chan...

Virei minha cabeça para o lado, não entendo o que ela falava.

― Ontem na festa, ela comeu muita coisa e tomou outras, e não está se sentindo muito bem hoje... ― ela fez um bico e colocou a mão sobre os olhos, como se estivesse para chora. ― Eu a levei para minha casa para cuidar dela, e ela ainda não acordou! Não sei se está morta ou viva...

― AH!!!! MINA-CHAN???!!! COMO ASS...

― Ha, ha, ha!!! Calma, tô brincando... ― ela disse mostrando a língua e batendo na cabeça. ― Ela está bem viva, mas não quer falar comigo... ― abaixou a cabeça, triste, e suspirou mais uma vez. ― Vou fazer uma canja de galinha para ver se ela melhora e fica feliz! Vou colocar todo o meu amor dentro!!!

Pisquei mais uma vez, olhando para aquela loira que tinha uma de suas mãos apertadas no peito e fogo nos olhos. Ela parecia muito determinada. Apenas sorri.

Rei-chan deveria ser muito feliz por ter uma amiga como ela.

― Isso é ótimo, Mina-chan! Tenho certeza de que a Rei-chan vai gostar!

― Você acha mesmo?? ― seus olhos me olhavam esperançosos e suplicantes. Apenas sorri, confirmando.

Caminhamos em direção ao caixa.

― Tomara! ― ela abriu novamente um lindo sorriso.

Ficamos em silêncio por um minuto, e mesmo não a conhecendo o suficiente, eu me sentia bem em estar ao seu lado.

Ela parecia ser uma pessoa tão querida...

― Ah! Falando nisso! ― ela bateu uma mão contra a outra. ― Juro que vi você sair ontem noite às escondidas com um alguém... ― e ela deu uma risadinha enquanto dava os produtos para a moça do caixa.

Eh????

Minha mente ficou em branco, e tudo esquentou de repente.

― A-ah?? ― senti uma gota de suor descer por minha testa. Olhei para a moça do caixa, que me fitava silenciosamente, e voltei para Mina, que tinha um sorriso malicioso.

― Tudo bem se você não quiser me contar, mas eu estava curiosa para saber se deu tudo certo entre vocês. Deu?

AH??? Se deu tudo certo entre a gente????

O que ela está falando???

― A-Ah??

― O Mike me contou que você e Mamoru estão se pegando... ― ela falou pagando suas compras e pegando a sacolinha.

A moça do caixa arregalou seus olhos de uma forma para mim que eu só faltei me enterrar logo ali.

KAMI-SAMA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O QUE MINA-CHAN ESTAVA FALANDO????

ALI AINDA???

COM OUTRAS PESSOAS OUVINDO??

Aiiiiiiiiiiiiiiiiii!! QUE VERGONHA!

― MINA-CHAN!!! ― falei colocando as duas mãos no rosto e tentando esconder a vermelhidão.

― Hi, hi!! Que fofa!!! Então, pelo jeito, deu tudo certo, vocês dormiram juntos? ― os olhos dela ainda me fitavam bem abertos e brilhantes.

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! KAMI-SAMA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Entreguei todos os meus produtos de uma vez só para a moça do caixa e paguei o mais rápido que pude.

Peguei as sacolas e puxei Mina para fora do mercado.

Talvez esse fosse o último dia que eu pisasse ali.

― O que foi?? ― ela perguntou na maior inocência. ― Você está toda vermelha... que kawaiiiiii!!!

― MINA-CHAN!!! ― não sabia o que dizer para ela, eu estava totalmente transtornada pela vergonha. Minha face estava queimando!!!

― Foi sua primeira vez?

Juro que senti vontade de me jogar na rua no mesmo instante e esperar para ser atropelada.

KAMIIII-SAAAAMAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

TODAS AS PESSOAS DO MUNDO TÃO SABENDO QUE EU FUI PRA CAMA COM O MAMORU??????????????

AAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

ALGUÉM ME VÊ UM MARTELO PARA EU QUEBRAR ESSA MINHA CARA DE VIDRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

DEVE ESTAR ESCRITO NA MINHA TESTA!!!!!! SÓ PODE!!!! AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!

― Não precisa se envergonhar! ― Mina-chan continuou a falar como se fosse a coisa mais normal do mundo. ― Eu já fiz várias vezes! ― ela mostrou a língua enquanto piscava um olho. ― Nossa, você ter a sua primeira vez com Mamoru é uma sorte grande, hein? Sempre ouvi falar que ele é muito bom na cama...

ALGUÉM, POR FAVOR, FAÇA A MINA PARAR...

EU TO MORRENDO AQUI!!!

― Mas muito bom mesmo, você, que pode confirmar agora isso. E me diga... que técnicas que ele usou??

Já não conseguindo ao menos ficar mais em pé, me apoiei no ombro dela, explodindo de todas as formas.

― Mina-chan... por favor...

― Ele usou algum brinquedo? Ou foi direto mesmo? ― ela falava de uma forma séria mesmo, como se quisesse desvendar toda a técnica de Mamoru. ― Só me expli...

Agarrei os ombros dela, com as faces explodindo.

Nósfizemos!Eelenãousounada!! ― falei o mais rápido possível para que ela terminasse com aquelas perguntas.

Ela piscou uma vez.

Duas vezes.

E continuou a me olhar pensativa.

― Ele não usou nada? ― balancei a cabeça com velocidade, negando. ― Foi no natural mesmo?

Dessa vez eu caí sentada no chão com o nariz sangrando.

Eu... não aguento mais...

Ela... é...

...impossível..

― Nossa... Ele é muito mais selvagem do que eu tinha imaginado! ― ela continuou falando coçando a bochecha.

Passaram-se alguns minutos, e eu continuava no chão, e algumas moscas começaram a voar em cima de mim.

― Mas ele tirou no final? Ou deixou? ― ela falou olhando pra baixo, como se absorvesse todas aquelas respostas.

Mina... por favor....

Eu estou morrendo aqui... você não está vendo??

Com os dedos, fiz sinal de dois para a sua pergunta, indicando que era a segunda alternativa, e voltei para o meu chão, tentando me encolher e ficar dentro daquela bolha em que eu mentalmente me envolvia.

― ELE DEIXOU???!!! ― ela falou extremamente alto. ― Diga que pelo menos você tomou algum anticoncepcional ou uma pílula do dia seguinte??

Pisquei algumas vezes e saí da minha posição encolhida para encará-la.

Huh?

― Pílula do dia Seguinte? O que é isso? ― minha voz saiu fraca.

A boca de Mina ficou entreaberta, e a sacola que ela segurava caiu no chão, derrubando todos os seus ingredientes.

Ficou um minuto de silêncio.

― QUE HORAS FOI ISSO??? ― ela gritou me olhando temerosa e nervosa.

Pisquei, não entendendo a agitação dela.

― A-acho que umas de-dez e pouco da noite...

Ela olhou rapidamente no relógio de pulso e se voltou para mim.

― DÁ TEMPO, VEM COMIGO!!! ― ela me agarrou pelo braço, e saímos em disparada na direção do seu prédio.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, girls, e a beta aqui se despede, desejando para todas nós que a nossa diva Naonix não demore a escrever um novo capítulo!

E por favor, reviews, lindas leitoras!

Ja ne!